Eu acredito muito que vocês terão tempos melhores. Estava olhando as estatísticas, apesar destes extremos recentes, boa parte dos meses mais chuvosos da história de POA são antigos, sinal que já ocorria antes, embora agora tenha o agravante das mudanças climáticas.
E, de acordo com dados mais recentes que vi da enchente, o Guaíba pode ter tido pico máximo de 5 ou 5,10 m, acima mas não tanto assim da enchente da década de 40 (um acréscimo de ~30 cm). À medida que conheço mais a história climática da cidade (por meio de relatos aqui, matérias de institutos aí da região, etc), vejo que a inundação foi uma anomalia, mas não tão distante do 2º lugar. E, convenhamos, uma hora ou outra a inundação de 1941 seria superada. Mais no auge do evento, lá no começo de maio, tinha a impressão de ser algo até maior, do ponto de vista histórico. Falo somente por POA, claro. Em Caxias do Sul, sim, a superação do recorde anterior é alarmante.
O que acredito muito é que o RS deve pensar em proteger suas APPs e a população do estado respeitar o espaço do rio, construindo casas distantes o suficiente pra se proteger e proteger as águas. Margem de rio não é lugar de prédio. Fico pensando se, na década de 40, houvesse a população atual morando nos locais em que estão, teríamos visto essas cenas horrorosas no Vale do Taquari. Acredito que sim, talvez um pouco menos impactantes, mas sim. O centro de Porto alegre por exemplo, alagado desde o começo do mês. Não era pra ter cidade ali, que parece ser uma planície de inundação natural, dado que tornou-se o leito maior do corpo d'água. Não é uma enchente que avança momentaneamente por uma anomalia, a água foi e sentou encima de onde é o seu lugar. Há, também, o fator da falta de manutenção das comportas da cidade.
Enfim, as mudanças climáticas são uma realidade e um desafio cada vez mais presente, mas com uma mudança na forma de uso do solo, dá pra conviver melhor com seus extremos. Isso aqui vale pra quase todas as cidades brasileiras, inclusive.
Mínima de 15,7ºC hoje na Pampulha.