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Brasil Abaixo de Zero

Clima e Vinho: dicas e curiosidades


DSoares
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Bom pessoal, acho conveniente criarmos esse tópico aqui para debatermos sobre vinhos, englobando desde as características climáticas de cada região produtora até as nuances, notas e percepções que cada um tem ao tomar um bom vinho.

 

Espaço para trocar ideias e para aumentarmos nossas adegas com vinhos de qualidade.

 

Participem, mesmo aqueles que não se interessam muito, podem vir a ser apreciadores desta maravilhosa bebida.

 

Abraços

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Ótima idéia, Diego!

 

Sobre o clima quente e seco desse ano peguei uma informação no site da Pericó:

 

8ª safra da Pericó na Altitude Brasileira

 

Técnicas/ Tecnologias únicas

 

Na última primavera, quando iniciou a brotação das videiras francesas, específicas para a altitude, registramos uma baixa, mas regular precipitação pluviométrica: isso fez com que a pressão dos fungos oídio e míldio, fosse zero, permitindo que a sanidade no Pericó Valley, atingisse seu destaque para a produção e qualidade. Aliás, assim foi até a colheita terminada recentemente.

 

O manejo dos vinhedos é outro e indiscutivelmente o nosso grande diferencial dos vinhos e espumantes que elaboramos. As plantas estão a apenas 65 cm uma das outras, a poda é feita cuidadosamente como usada nas mais importantes vinícolas. Além disso, nos preocupamos em produzir uma quantidade de uva pequena/planta. Na poda seca, deixamos poucas gemas por planta. Nossas uvas acostumam-se com o sol forte da altitude desde pequenas. Nos nossos vinhedos rebaixados, aumenta mais a amplitude térmica o que é muito importante. Em média no verão, tivemos a maioria dos dias em que a amplitude térmica superou 28ºC e as noites frias, típicas da altitude obtendo uvas aromáticas e muito frutadas em bons vinhos finos e espumantes, naturalmente.

 

Afora o erro em que "a amplitude térmica diária superou 28oC", acredito que esta é uma boa notícia para a safra 2014. Deverá proporcionar bons e premiados vinhos.

 

Sobre o vinho Vignetto, premiado agora na Expovinis, vale destacar que é o primeiro branco produzido pela vinícola como segue. Que bela estréia!

 

Vigneto Sauvignon Blanc 2013

 

O Vigneto foi o primeiro vinho branco da Pericó. De casta francesa, o Sauvignon Blanc encontrou o clima e terroir ideal na Altitude Catarinense.

Apresenta visual claro, amarelo palha e com reflexos esverdeados e brilhantes. O aroma é complexo e muito intenso, com notas de frutas tropicais, onde se percebe maracujá, mamão papaia, casca de grapefruit e uma nota discreta de folha de tomate.

Harmoniza com peixes, camarão, crustáceos, culinária oriental, carnes brancas, queijos brancos, pratos picantes, massas e risotos.

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Ótimas informações!

 

Veja uma entrevista com o Wander Weege, dono da Pericó:

 

#ponto_de_vista com Wandér Weege: “Vinho é divino”

Adriana Baldissarelli

FLORIANÓPOLIS

 

 

Reservado e exigente, o administrador da Pericó Vinhos Wandér Weege respondeu dez perguntas encaminhadas por email. O empresário criou e transformou a Malwee numa das principais indústrias de vestuário do Brasil. A marca nasceu em 4 de julho de 1968, valorizando a tradição empreendedora dos Weege que em 1906 abriram queijaria e açougue em Jaraguá do Sul. Wandér cuidou da marca até 2011, quando passou a presidência executiva da Malwee para seu filho Guilherme. Há 12 anos fundou a Pericó Vinhos em São Joaquim, na Serra Catarinense. Esta semana, a Pericó foi a única vinícola catarinense premiada no Top Ten, na ExpoVinis, em São Paulo, pelo melhor vinho branco nacional, o Vigneto Sauvignon Blanc Pericó 2013.

 

 

O que representa para o sr. e para a Pericó ter o melhor vinho branco nacional?

 

Naturalmente é uma resposta da nossa dedicação. Desde à preparação do terroir para receber as castas francesas, aos cuidados no vinhedo e à qualidade na apresentação deste vinho ao público.

 

Mal faz uma década que começou a produção catarinense de vinhos de altitude. O que permitiu tamanho destaque e reconhecimento em tão pouco tempo?

 

Tivemos um planejamento e assessoria europeia que resultou nesta apresentação dos produtos. Em sete safras obtivemos 22 prêmios. O foco sempre foi qualidade e assim desde o início capitalizamos o projeto globalmente.

 

Fez diferença o fato das vinícolas serem lideradas por industriais de sucesso em outras áreas como têxtil, cerâmico ou madeireiro?

 

Sim, a experiência adquirida foi aplicada no projeto Pericó, cuja primeira etapa é de 33 hectares de vinhedo. Temos 90% dos processos mecanizados, com equipamentos de última geração, e toda estrutura adequada e voltada para nossa equipe, desde ergonomia, equipamentos de segurança e conforto profissional.

 

No seu caso, o que lhe fez se dedicar ao mundo dos vinhos?

 

Cumprida uma missão profissional, desde o início da Malwee (hoje com 45 anos), prevendo inclusive a sucessão e como integrante do Clube do Vinho de Blumenau e do Clube Gourmet de Florianópolis, veio a ideia de planejar novos tempos. Resolvi plantar uvas para vinhos finos na Altitude Catarinense.

 

Como o sr. percebe hoje a questão da competitividade da indústria brasileira? É preciso diferenciar por setores ou as dificuldades são gerais?

 

Não é tão fácil resumir assim. A nossa geografia neste gigante Brasil tem sazonalidades e altitudes, bem como hábitos tão diferentes que precisa de uma separação por estados e ramos, agricultura e indústrias.

 

Pesquisadores da Morgan Stanley Research apontam para uma escassez mundial de vinho, por conta da baixa na produção europeia. Justo quanto aumenta o consumo nos EUA, na China e na Rússia. Esse desarranjo pode representar oportunidades para as marcas nacionais? Incluindo as catarinenses?

 

A oportunidade sempre existiu para quem preza pela qualidade. O consumidor evoluiu muito e deseja sempre novidades. Este é o tema que sempre se procura inserir. A ExpoVinis Brasil é a feira de renome nacional, onde nos apresentamos para conquistar e ter o lugar ao sol.

 

Os vinhos catarinenses já conseguem competir no Mercosul, por exemplo?

 

Infelizmente não. Alguns clientes querem vinhos brasileiros. Com o frio da Altitude Catarinense e pressão atmosférica, o pinot noir e o sauvignon blanc adoram seu terroir, assim como o cabernet.

 

Qual a análise (projeção) que o setor faz para o mercado consumidor brasileiro?

 

Avalio ser muito necessário para todos do setor do vinho, o investimento em incentivar e treinar a população a conhecer as propriedades do vinho. Vinho é meditar. Vinho é divino.

 

Algum aspecto que o sr. observou na feita deste ano e que gostaria de compartilhar?

 

A evolução gráfica, os rótulos em geral e as novas garrafas. Belas apresentações.

 

Quais são os planos da Pericó?

 

Qualidade, ampliação do terroir com mudas francesas e novos lançamentos, tipo reserva.

 

Fonte: http://ndonline.com.br/florianopolis/colunas/panorama/162220-ponto-de-vista-com-wander-weege-ldquo-vinho-e-divino-rdquo.html

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Para quem gosta de frio e de vinho (sarcasmo)

 

Lúpulo que é bom....ainda nada, né.

 

Brincadeira à parte, bonito tópico.

 

A Bad Vintage Year

 

Even the wine from 1816 was bad.

 

Alain Vauthier, who owns one of the oldest vineyards in Bordeaux, France, keeps a fair bit of wine from each vintage in the cellar. He has an impressive collection, which stretches back to the beginning of the 19th century, but there are only a few bottles from 1816. Vauthier says that's as it should be.

 

"It is not a good vintage," Vauthier says. "It is a bad time, bad weather, bad summer."

 

Daniel Lawton is the owner of Bordeaux's oldest wine brokerage house. His assessment of the 1816 vintage is even less charitable.

 

"Detestable, you understand? Horrible," Lawton says. "A quarter of the normal crop. Very difficult to make good wine. Just a terrible year."

 

All of this was triggered by a volcanic eruption that happened on the other side of the world.

 

Tradução automática para quem gosta de vinho e frio....do tipo sem verão,

 

Um ano ruim Vintage

 

Até mesmo o vinho de 1816 foi ruim.

 

Alain Vauthier, que é dono de um dos vinhedos mais antigos de Bordeaux, França, mantém um pouco de vinho de cada vintage na adega. Ele tem uma coleção impressionante, que remonta ao início do século 19, mas há apenas algumas garrafas de 1816. Vauthier diz que é assim que deve ser.

 

"Não é uma boa safra", diz Vauthier. "É um momento ruim, mau tempo, mau verão."

 

Daniel Lawton é o dono da mais antiga corretora de vinho de Bordeaux. Sua avaliação do 1816 do vintage é ainda menos de caridade.

 

"Detestável, você entende? Horrible", diz Lawton. "Um quarto da colheita normal. Muito difícil fazer um bom vinho. Apenas um ano terrível."

 

Tudo isso era desencadeada por uma erupção vulcânica que aconteceu no outro lado do mundo.

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Muito bacana a iniciativa de abrir esse tópico. Eu posso dizer que sou um apaixonado pelo vinho, é um negócio que está mais pra emoção do que pra razão. A verdade é que ainda são poucos o que gostam realmente de beber vinho no Brasil e que um certo aumento da popularidade dele é em parte atribuído a fatores como o modismo e a ascensão social, com a chegada de milhões de pessoas nas classes médias e alta.

 

A minha experiência com vinho já posso dizer que tem décadas de duração. A primeira vez que eu lembro de um evento em que me inebriei com a bebida foi numa excursão rodoviária pelo Sul do Brasil, quando provei um daqueles tintos “docinhos” num daqueles mega-restaurantes de Curitiba. Isso foi no final da década de 70. E lembro que levei um pack com três daquelas garrafas pra casa, ehehehe...

 

Então, pra quem teve esse ponto de partida, realmente não dava pra esperar que eu me tornasse num enólogo, um verdadeiro entendido do negócio. Eu sou é apaixonado mesmo. E super-ultra limitado no tema. É que eu só me interesso e compro os vinhos nacionais.E olha que o que eu compro aqui não são todos “top”, não. Em dias de semana eu encaro bravamente até um Salton Classic, hehehe...

 

Então, eu me considero um amigo do vinho, um enófilo. Coisa ainda meio rara no Patropi. Se bem que as coisas avançam. Uma impressão que eu tenho é que até a imagem do bebedor de vinho mudou nos últimos anos. Uns 20 anos atrás, se dizer bebedor de vinho ou dizer que vinho era a preferência meio que passava pros outros uma imagem de soberba, de pretensão. E não preferir cerveja ou destilados era realmente coisa de “fresco”.

 

Mas eu nunca vi assim o negócio. Talvez em parte porque metade da minha família seja do Uruguay. E lá, assim como na Argentina e no Chile, vinho sempre foi coisa de pobre. Na Argentina “chupa-vino” é sinônimo de bebum. Até uns anos atrás, no Chile o vinho não era associado à sofisticação e aos comportamentos globalizados, era visto como uma bebida vulgar, com muito menos destaque do que o whisky on the rocks nas reuniões sociais. Foi principalmente nas duas últimas décadas que Concha y Tora, Santa Helena e outras vinícolas ficaram simbólicas e se tornaram fator de orgulho nacional.

 

E o Brasil vai também trilhando o seu caminho, mas com um ponto de partida muito mais difícil, saindo lá do brejo, de um país onde bebedor de vinho até não muito tempo atrás era visto como um E.T e as classes populares se habituaram com produtos de qualidade absolutamente lastimável, com vinhos feitos “de sacanagem mesmo”. Não só porque não eram (e são) feitos com uvas inapropriadas (de mesa), mas também porque o processo de vinificação era absolutamente desleixado e desrespeitoso com tudo. Sim, porque dá pra se elaborar e consumir vinho “colonial , feito de uvas de mesa, mas ao menos honesto. Pode não ser um produto maravilhoso e nem iria suportar uma “guarda” de alguns anos. Mas é coisa que dá muitíssimo bem pra combinar com um prato adequado, que pode até ser muito bom.

 

Enfim, foi legal a iniciativa do Diego em abrir esse tópico. Espero que os bazianos prestigiem a nova cantina e venham aportar mais coisas interessantes sobre a bebida de Baco! :good2:

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Ótima idéia, Diego!

 

Sobre o clima quente e seco desse ano peguei uma informação no site da Pericó:

 

8ª safra da Pericó na Altitude Brasileira

 

Técnicas/ Tecnologias únicas

 

Na última primavera, quando iniciou a brotação das videiras francesas, específicas para a altitude, registramos uma baixa, mas regular precipitação pluviométrica: isso fez com que a pressão dos fungos oídio e míldio, fosse zero, permitindo que a sanidade no Pericó Valley, atingisse seu destaque para a produção e qualidade. Aliás, assim foi até a colheita terminada recentemente.

 

O manejo dos vinhedos é outro e indiscutivelmente o nosso grande diferencial dos vinhos e espumantes que elaboramos. As plantas estão a apenas 65 cm uma das outras, a poda é feita cuidadosamente como usada nas mais importantes vinícolas. Além disso, nos preocupamos em produzir uma quantidade de uva pequena/planta. Na poda seca, deixamos poucas gemas por planta. Nossas uvas acostumam-se com o sol forte da altitude desde pequenas. Nos nossos vinhedos rebaixados, aumenta mais a amplitude térmica o que é muito importante. Em média no verão, tivemos a maioria dos dias em que a amplitude térmica superou 28ºC e as noites frias, típicas da altitude obtendo uvas aromáticas e muito frutadas em bons vinhos finos e espumantes, naturalmente.

 

Afora o erro em que "a amplitude térmica diária superou 28oC", acredito que esta é uma boa notícia para a safra 2014. Deverá proporcionar bons e premiados vinhos.

 

ELES DEVEM MEDIR A 1 M E NÃO ABRIGADO, AÍ ATÉ PODE DAR OSCILAÇÃO ASSIM, NO MAIS UM "PEQUENO " EXAGERO.

 

Sobre o vinho Vignetto, premiado agora na Expovinis, vale destacar que é o primeiro branco produzido pela vinícola como segue. Que bela estréia!

 

Vigneto Sauvignon Blanc 2013

 

O Vigneto foi o primeiro vinho branco da Pericó. De casta francesa, o Sauvignon Blanc encontrou o clima e terroir ideal na Altitude Catarinense.

Apresenta visual claro, amarelo palha e com reflexos esverdeados e brilhantes. O aroma é complexo e muito intenso, com notas de frutas tropicais, onde se percebe maracujá, mamão papaia, casca de grapefruit e uma nota discreta de folha de tomate.

Harmoniza com peixes, camarão, crustáceos, culinária oriental, carnes brancas, queijos brancos, pratos picantes, massas e risotos.

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Pessoal,

 

Alguns vinhos que gostei bastante:

 

Casas del Toqui - Terroir Selection Gran Reserva Casablanca Valley Pinot Noir 2011

Casas del Toqui - Terroir Selection Gran Reserva Maipo Cabernet Sauvignon 2008

Paulo Laureano - Clássico Vinho Regional Alentejano Tinto 2011

Marques de Tomares - Rioja Crianza 2010

Soberiro Velho - Aragonez Trincadeira Alicante Bouschet 2010

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Pessoal,

 

Alguns vinhos que gostei bastante:

 

Casas del Toqui - Terroir Selection Gran Reserva Casablanca Valley Pinot Noir 2011

Casas del Toqui - Terroir Selection Gran Reserva Maipo Cabernet Sauvignon 2008

Paulo Laureano - Clássico Vinho Regional Alentejano Tinto 2011

Marques de Tomares - Rioja Crianza 2010

Soberiro Velho - Aragonez Trincadeira Alicante Bouschet 2010

 

Boa, Luba! O Paulo Laureano eu já tive a oportunidade de experimentar. Certa vez ele este aqui em Joinville fazendo um workshop!

 

Abs.

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Pessoal,

 

Alguns vinhos que gostei bastante:

 

Casas del Toqui - Terroir Selection Gran Reserva Casablanca Valley Pinot Noir 2011

Casas del Toqui - Terroir Selection Gran Reserva Maipo Cabernet Sauvignon 2008

Paulo Laureano - Clássico Vinho Regional Alentejano Tinto 2011

Marques de Tomares - Rioja Crianza 2010

Soberiro Velho - Aragonez Trincadeira Alicante Bouschet 2010

 

Boa, Luba! O Paulo Laureano eu já tive a oportunidade de experimentar. Certa vez ele este aqui em Joinville fazendo um workshop!

 

Abs.

 

Nesse último final de semana tomei os seguintes vinhos:

 

Punica - Montessu Isola Dei Nuraghi 2009

Cortes de Cima - Chaminé Vinho Regional Alentejano Vin Branco White 2012

 

Os dois excelentes!

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No ENBAZ de 2011 tomamos um vinho Leopoldo, com uvas de Urupema da vinícola Santo Emílio. QUE VINHO! Corte de Caberne Sauvignon/Merlot clássico...

 

As vezes gosto de experimentar vinhos pouco conhecidos nacionalmente falando..

 

Esses dias eu tomei um vinho de uma vinícola de Toledo-PR!

 

Vinícola DEZEM. Um Extrus Tempranillo! Muito legal e diferente esse vinho...me agradou! Inclusive foi premiado em 2012...

 

Veja a vinícola: http://www.dezemvinhosfinos.com.br/site/index.php

 

Tem um cara produzindo vinhos finos em Goiás também!!

 

Vejam: http://www.vinhoparatodos.com/2012/12/os-intrepidos-vinhos-de-goias.html

 

Eu ainda não experimentei, mas estou louco para prová-los!

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  • 3 weeks later...

Brasil, o país do vinho.

 

 

Fúlvia Cabernet Franc 2010. O vinho brazuca que bateu um bolão na Suíça.

25/02/2014

 

Copa do Mundo na terra da seleção canarinho. O tema está na mídia e redes e nas sociais em todo o globo terrestre e, claro, os estrangeiros estão cada vez mais interessados em conhecer a terra do futebol, carnaval, cerveja, chachaça e vinho. Vinho? Sim Vinho! Várias pessoas de outros países já me perguntaram se existe algum vinho brasileiro bom. A resposta é sim. O Fúlvia Cabernet Franc 2010 do Atelier Tormentas é um deles. Essa é a história que vivi com esse vinho.

 

No final do ano passado fui participar da colheita das uvas e do processo de vinificação em uma vinícola no sul da Suíça, a Azienda Agrícola Bianchi. Em breve contarei essa experiência completa aqui no Laboratório. Por enquanto o que importa é que antes de embarcar eu estava em busca de um vinho Brasileiro que me desse orgulho de apresentar. Os Bianchi fazem vinhos artesanais dentro dos padrões da certificação Bio Suisse, ou seja, há uma série de normas que restringem a utilização de produtos químicos agressivos ao meio ambiente e aos seres humanos. Sendo assim, achei que a garrafa de brazuca que levaria devesse seguir o mesmo estilo de produção. Aí ficou fácil. Escolhi o Fúlvia Cabert Franc 2010 feito pelo Marco Danielle na região de Encrusilhada do Sul – RS. Leia aqui o post que escrevi quando degustei pela primeira vez.

 

O Marco era fotógrafo e depois de uma imersão no planeta dos vinhos na Europa decidiu voltar ao Brasil e fazer o seu. Além do desafio de produzir vinhos em um país onde a tradição da bebida não é tão presente, optou por trabalhar apenas com os recursos da natureza, sem contar com o auxílio de substâncias químicas, ou seja, uma missão quase impossível. Mesmo as certificações de vinhos bio ou orgânicos permitem a adição de uma quantidade mínima de SO2, por exemplo. Para quem não sabe: SO2 = Anidrido Sulfuroso ou Dióxido de Enxofre. Substância utilizada para combater doenças das videiras e também presente em muuuuitas garrafas (de vinhos badalados, inclusive) como conservante.

 

Então cheguei lá na vinícola, coloquei a garrafa em cima da mesa e disse: esse vinho é brasileiro e não tem sulfito! Durante o corre corre da colheita o vinho ficou na adega se recuperando do agito traumático da viagem, mas de vez em quando pai e filho, o Alberto e o Gabriele Bianchi falavam: “Quando a gente vai abrir a garrafa do brasileiro sem sulfito?”. Brasileiro sem sulfito virou o apelido da garrafa.

 

O dia esperado chegou, sacamos a rolha e nos deliciamos com o Fúlvia. De tão incrédulos com a ausência do sulfito o Gabriele deu a idéia de descermos para o laboratório dele e fazermos uma análise. Conclusão: sem SO2. O Brazuca bateu um bolão na Suíça.

 

O desfecho foi a confirmação de algo que acredito cada vez mais: o vinho aproxima pessoas. Acabei apresentando o Gabriele Bianchi ao Marco Danielle para esclarecermos dúvidas técnicas de como ele fez o vinho “senza niente”. Papo vai, papo vem, descobrimos que o lugar onde a vinícola dos Bianchi se localiza, ali no sul da Suíça, no Cantone Ticino, em um piccolo vilarejo que se chama Arogno, quase na Itália, já havia sido o destino de uma das viagens do fotografo enólogo! O Marco revirou os arquivos, espanou a poeira e nos presenteou com as fotos dessa viagem e um lindo post em seu site narrando essa mesma aventura, vista lá de Encruzilhada do Sul. Leia aqui. Para fechar com chave de ouro esperamos em breve a visita do Gabriele ao Brasil para celebrarmos esse grande encontro proporcionado por uma garrafa de Cabernet Franc.

Fonte: http://www.laboratoriodesommelier.com.br/fulvia-cabernet-franc-2010-o-vinho-brazuca-que-bateu-um-bolao-na-suica/

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A princípio eu iria escrever sobre os vinhos da uva Cabernet Franc, que é uma das minha preferidas.

 

Mas hoje eu tive experiência de provar uma garrafa do Marselan 2011 da vinícola Terragnolo, do Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves (RS).

 

O que posso dizer além de "sensacional"?

 

Posto aqui a análise sensorial do Terragnolo Marselan, mas da safra 2009 (uma das melhores de todas), já esgotado:

 

"Rubi profundo com reflexo púrpura. Nariz poderoso e crocante, aromas concentrados de geléia de frutas negras (amoras e ameixas), coco, especiarias, chocolate escuro e algo lácteo sobre um fundo terroso. Na boca subscreve plenamente o nariz com frutado exuberante, suculento e gostoso. Taninos potentes contrabalançados por acidez de viés gastronômico a formar um vinho de perfil moderno e que demonstra o potencial da região."

 

O exemplar Marselan safra 2011, no mínimo, esteve muito próximo da análise sensorial do exemplar da safra 2009. Os aromas de geleias de frutas, toques de chocolate e coco, além de um "nariz" exuberante, suculento e "gostoso" ficaram, ao menos para mim - é lógico - muito evidentes mesmo.

 

Sensacional.

 

E sensacional mesmo é conhecer a vinícola como eu tive a oportunidade. E se hospedar na pequena pousada deles, num dos apartamentos com hidromassagem. Com vista para os parreirais.

 

A Terragnolo fica no Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves. É uma das "pequenas" do roteiro das vinícolas, mas a qualidade dos vinhos deles, a pousada e o profissionalismo e simpatia da equipe familiar, inclusive na administração da pousada, são realmente excepcionais.

 

Todas essas maravilhas ficam muito próximas ao grande complexo da Casa Valduga, que também faz maravilhas. Mas a comparação entre ambas é a própria demonstração de que "tamanho não é documento".

 

Aí vai o link da vinícola: http://www.terragnolo.com.br/

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Fico me perguntando: por que é tão difícil (ou praticamente impossível) achar em São Paulo vinhos top do Sul? Hoje mesmo passei num supermercado em Aldeia da Serra (St. Marche) e, apesar da imensa variedade de vinhos franceses, portugueses, argentinos, espanhóis, australianos e chilenos, o gerente que me atendeu disse que não trabalham com vinhos nacionais.

 

Por lá acabei comprando um Borgonha: Louis Latour Bourgogne Rouge "Cuvée Latour" 2011 (essencialmente um Pinot Noir).

 

Minha preferência recai sobre vinhos franceses e portugueses. Tenho péssima experiência com chilenos e argentinos de toda espécie, especialmente quando se trata dos malbec.

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Fico me perguntando: por que é tão difícil (ou praticamente impossível) achar em São Paulo vinhos top do Sul? Hoje mesmo passei num supermercado em Aldeia da Serra (St. Marche) e, apesar da imensa variedade de vinhos franceses, portugueses, argentinos, espanhóis, australianos e chilenos, o gerente que me atendeu disse que não trabalham com vinhos nacionais.

 

Por lá acabei comprando um Borgonha: Louis Latour Bourgogne Rouge "Cuvée Latour" 2011 (essencialmente um Pinot Noir).

 

Minha preferência recai sobre vinhos franceses e portugueses. Tenho péssima experiência com chilenos e argentinos de toda espécie, especialmente quando se trata dos malbec.

 

 

Evandro,

 

Na Santa Luzia (Alameda Lorena) você encontra muitos vinhos Brasileiros. Fiquei impressionado que a seleção era bem grande e eles só vendem coisas de primeira! :good:

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Evandro,

 

Na Santa Luzia (Alameda Lorena) você encontra muitos vinhos Brasileiros. Fiquei impressionado que a seleção era bem grande e eles só vendem coisas de primeira! :good:

 

Opa, valeu! :good2:

 

Difícil eu passar naquela região por causa do trânsito mas, assim que eu tiver oportunidade, dou um pulo lá. Na semana passada passei numa loja especializada em sneakers em Pinheiros (Rua Harmonia).

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Evandro,

 

Na Santa Luzia (Alameda Lorena) você encontra muitos vinhos Brasileiros. Fiquei impressionado que a seleção era bem grande e eles só vendem coisas de primeira! :good:

 

Opa, valeu! :good2:

 

Difícil eu passar naquela região por causa do trânsito mas, assim que eu tiver oportunidade, dou um pulo lá. Na semana passada passei numa loja especializada em sneakers em Pinheiros (Rua Harmonia).

 

Eu passei na Santa Luzia hoje. Estava com pressa, daí nem passei na parte de vinhos... Uma pena, pois deveria ter tirado uma foto pra você dar uma olhada no que está disponível, mas faço isso na próxima vez!

 

Fiquei bem curioso pra provar os nacionais topo de linha!

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Eu passei na Santa Luzia na Semana passada fui direto no "gueto" dos vinhos nacionais.

 

Só fiquei horripilado pelo preço que eles cobram pelo Faces, do Lídio Carraro. Acho que tava umas 60 pilas!

 

Aliás, olha ele mesmo aqui: http://www.meuvinho.com.br/shop/produtoview.asp?var_chavereg=1051&nome=Faces%20Tinto%20FIFA%20World%20Cup%202012

 

O site "meu vinho" eu recomendo, principalmente se der pra comprar de 2 caixas pra mais, pra baratear o frete. Tem Casa Valduga, Lidio Carraro, Miolo e Salton. Tem Dom Laurindo também, mas eu não gosto dessa.

 

Se alguém não conhece, eu recomendo também a Luiz Argenta, a "pequena maravilhosa" de Flores da Cunha: http://www.boutiqueluizargenta.com.br/site/

 

Dá um bico só na arquitetura da sede: http://www.luizargenta.com.br/site/index.php?lang=pt&i=n

 

A Almaúnica é uma das minhas preferidas. Devo confessar que o Merlot deles não é do tipo "fácil", mas depois que eu saquei qual era a dele, virou um dos meus preferidos. Pra mim é um dos melhores brasileiros e ainda pouco conhecido. A sede da vinícola fica em pleno Vale dos Vinhedos. A casa é nova, fundada pelo Márcio Brandelli, filho do dono da Dom Laurindo, que resolveu apostar tudo o que tinha e sabia em um conceito muito elevado de viticultura, com muita autenticidade e nada de máscaras e falseamentos: http://www.almaunica.com.br/

 

A loja virtual: http://www.almaunica.com.br/loja-virtual/produtos/

 

A Terragnolo é outra "pequena notável", o Marselan deles eu provei outro dia e vou te falar...http://www.terragnolo.com.br/

 

Sem falar na Casa Valduga, que também tem vários vinhos "top" e outros que não são tão caros, mas têm um custo/benefício muito bom (é o caso do Cabernet Franc, feito com uvas da região dos Pampas). Esse tem no Meu Vinho.

 

Mas o melhor mesmo é ir de carro pras Serras Gaúchas e trazer pelo menos uma seis "caixinhas", hehehe... E nada de frete.

 

Abraços.

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  • 4 weeks later...
Eu passei na Santa Luzia na Semana passada fui direto no "gueto" dos vinhos nacionais.

 

Só fiquei horripilado pelo preço que eles cobram pelo Faces, do Lídio Carraro. Acho que tava umas 60 pilas!

 

Paguei 31 pila semana agora no makro. Deverei abrir hoje ou uma espumante espanhola que tem aqui na fila. Semana passada abri duas garrafas do nobrese da Sanjo, achei muito estranho a diferença de sabor entre elas.

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  • 2 weeks later...
Eu passei na Santa Luzia na Semana passada fui direto no "gueto" dos vinhos nacionais.

 

Só fiquei horripilado pelo preço que eles cobram pelo Faces, do Lídio Carraro. Acho que tava umas 60 pilas!

 

Paguei 31 pila semana agora no makro. Deverei abrir hoje ou uma espumante espanhola que tem aqui na fila. Semana passada abri duas garrafas do nobrese da Sanjo, achei muito estranho a diferença de sabor entre elas.

 

E aí, abriu?

É bom?

 

Hoje, subindo mais uma vez até Aldeia da Serra - aqui ao lado - o concorrente do St. Marche (Arboreto), além de ter incrementado o estoque com chocolates Lindt, trouxe os Faces dessa Lídio Carraro (branco, tinto e rosé). Por lá tá R$ 39,90.

 

Bom custo-benefício ou não? :russian: Acabei não levando, já que por lá tinha o alentejano Terras de Xisto por um preço ligeiramente mais em conta (também não levei). Como subo lá quase todos os dias, gostaria de uma opinião de vocês.

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Eu passei na Santa Luzia na Semana passada fui direto no "gueto" dos vinhos nacionais.

 

Só fiquei horripilado pelo preço que eles cobram pelo Faces, do Lídio Carraro. Acho que tava umas 60 pilas!

 

Paguei 31 pila semana agora no makro. Deverei abrir hoje ou uma espumante espanhola que tem aqui na fila. Semana passada abri duas garrafas do nobrese da Sanjo, achei muito estranho a diferença de sabor entre elas.

 

E aí, abriu?

É bom?

 

Hoje, subindo mais uma vez até Aldeia da Serra - aqui ao lado - o concorrente do St. Marche (Arboreto), além de ter incrementado o estoque com chocolates Lindt, trouxe os Faces dessa Lídio Carraro (branco, tinto e rosé). Por lá tá R$ 39,90.

 

Bom custo-benefício ou não? :russian: Acabei não levando, já que por lá tinha o alentejano Terras de Xisto por um preço ligeiramente mais em conta (também não levei). Como subo lá quase todos os dias, gostaria de uma opinião de vocês.

 

Olá Evandro, já abri. Não sou um especialista em vinho, então prefiro não opinar muito, mas ele me pareceu intenso (persistente). No entanto, comprei mais 3 garrafas hoje por R$ 26,90.

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  • 8 months later...

Desencavei esse vídeo aqui, com o ponto de vista do Oz Clarke sobre a produção de vinhos no Brasil. Mais precisamente sobre a Serra Gaúcha, mas também abordando a Serra do Sudeste (do Rio Grande do Sul, região centralizada por Encruzilhada do Sul) e Santa Catarina.

 

O cara até que entende alguma coisa de vinho :sarcastic: , inclusive de vinho brasileiro.

 

A visão dele sobre o vinho nacional, bem no final do vídeo, é realmente interessante. Quem olha de fora vê melhor.

 

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