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Brasil Abaixo de Zero

Fotos de Campos do Jordão


Pcacella
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Achei isso aqui

 

http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=228322

 

Tive lá algumas vezes, mas o que mais me chamou a atenção foram favelas. É, favelas ! Até lá tá cheio.

 

 

E verdade mesmo. Muito turista nem imagina a quantidade de favelas que tem la. Tem lugares em que apenas os moradores entram nas comunidades, e muitas delas sao controladas pelo PCC.

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O PCC em Campos do Jordão ? Está aí, mais uma vantagem de São Joaquim.

 

 

E incrivel. Mas e uma realidade em que temos que conviver, infelizmente.

Uma vez o dono de um restaurante contou que uma de suas funcionarias que mora em uma dessas favelas, disse a ele que e comum ocorrer tiroteios de noite la.

 

O que não retira a beleza singular de Campos. Mas pensando bem São Joaquim também tem o seu PCC. O Primeiro Comando do Coutinho. Só que ele não está nas ruas, mas aqui no BAZ.

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O PCC em Campos do Jordão ? Está aí, mais uma vantagem de São Joaquim.

 

 

E incrivel. Mas e uma realidade em que temos que conviver, infelizmente.

Uma vez o dono de um restaurante contou que uma de suas funcionarias que mora em uma dessas favelas, disse a ele que e comum ocorrer tiroteios de noite la.

 

O que não retira a beleza singular de Campos. Mas pensando bem São Joaquim também tem o seu PCC. O Primeiro Comando do Coutinho. Só que ele não está nas ruas, mas aqui no BAZ.

 

Com certeza nao tira.

O BAZ tem sorte de ter este "PCC".hehehe

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Tem uma coisa tambem. Os termometros de rua de antes(abaixo)

44460271oXDsbK_ph.jpg

 

registravam temperaturas absurdas, como -6 graus, enquanto o real era 0 grau. Os Jordanenses dizem que os termometros antigos eram alterados de proposito pelo prefeito para atrair turistas.

Porem, os atuais, estao certos(abaixo)

IMG_3970.jpg

 

 

 

 

Fotos postadas pelo Cacella

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Isso me impressionou, já entrou em operação?

 

 

Parece que tem 1600m2 e uma pista de snow. Foi o que eu li no forum.

 

snow_foto.jpg

 

Caio, isso foi so na temporada de inverno depois saiu, como em todos os anos que isso ocorre.

 

Se nao me engano tiveram dois lugares que fizeram isso. Uma era de Snowboard e o outro era uma especie de uma boia.

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Estive em CJ em dezembro de 2006, é muito bonita. Segue a sócio-lógica tunipiquim em todos os sentidos, apesar de condensar em um ponto a parte rica desta lógica, o que nos seduz a facilmente buscar uma representação exaltada e mistificada para naturalizar a bela realidade como um pólo de progresso aos moldes dos países desenvolvidos. Mas a cidade, em si, é bastante segregada e deve ser uma das maiores realizações do paradoxo e do drama nacional, na dialética entre realizar o sonho tupiniquim de buscar os valores legítimos dos países centrais, e ao mesmo tempo se opor e se distinguir destes numa pretensa "identidade nacional".

 

Seguindo esta lógica, é impressionante como se lê de tudo em CJ, menos português... é francês, inglês, italiano e um pouco de alemão, mas contei nos dedos os nomes de hotéis e conjuntos residenciais SEM referências à cultura legítima (euro-americana). É óbvio que é um modelo artificial, um pólo turístico, e que a cultura local não tem relação com o padrão urbanístico que se estruturou por lá, o que é diferente das regiões colonizadas de SC, por exemplo.

 

Tb foi engraçado que havia uma parada policial na entrada da parte rica da cidade e que, segundo eles, tratava-se de "vistoria de carros", na verdade, estavam evitando que as brasílias e os fuscas dos moradores da cidade (aqueles que deviam lá estar antes de se tornar pólo turístico) embaraçassem o sonho dos que fogem à CJ buscando uma Europa sem sair do Brasil, ainda mais saindo de SP, a cidade que mais e melhor ilustra a brutalidade e a miséria sociológica desta "grande" nação. Tal lógica deve ser análoga à das cidades nordestinas litorâneas recém tornadas pólos turísticos, em que os próprios moradores da cidade são segregados dos aparelhos urbanos de sua própria cidade, que passa a existir para o entretenimento de estrangeiros (e seus preços, também).

 

Apesar disso, a região é linda, e as construções em estilo europeu também, como é óbvio (apesar de achar que deveriam estar na Suíça, e não no BR). CJ, como se vê, é uma imensa baixada e é natural que as mínimas sejam tão baixas. É a região mais bonita que já visitei, até agora e, dentro do centro e redondezas, não parece Brasil - apesar de ser mais Brasil do que qualquer outra coisa.

 

abraços

Edited by Guest
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Seguindo esta lógica, é impressionante como se lê de tudo em CJ, menos português... é francês, inglês, italiano e um pouco de alemão, mas contei nos dedos os nomes de hotéis e conjuntos residenciais SEM referências à cultura legítima (euro-americana). É óbvio que é um modelo artificial, um pólo turístico, e que a cultura local não tem relação com o padrão urbanístico que se estruturou por lá, o que é diferente das regiões colonizadas de SC, por exemplo.

 

Confirmo o que o Zeocit diz... ao contrário dele, já estive em CDJ várias vezes, e numa delas fotografei isso aqui à noite em pleno Capivari, o "inferninho" de Campos:

 

DSC00111.jpg

 

Davos fica ao lado... :lol:

 

A qualidade da foto não está lá essas coisas porque a tirei com o meu celular, mas não deixa de ser um belo retrato do que é aquilo.

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O Brasil é bom, mesmo, :lol: : Um "L" a mais, além de um "I" tornado "Y" e temos uma capivari no melhor estilo inglês. Coisa de índio chique. E outro capivari reconfigurado aos formosos dotes franceses: Le Capivari.

 

Evandro, obrigado pela comprovação. Mas melhor ainda são os nomes dos hotéis. Lembro, só de cabeça, do Quatre Saisons, da Provence (apesar de linda, cá entre nós, não tem nada de frio...), do Le Mouton, Green Home... mas deve ter mais. Tinha tb aquelas galerias em estilo alemão/suíço, com tudo em alemão. CJ é linda pois é o sonho tupiniquim realizado em forma de cidade, sonho embaraçoso de querer ser o que não se é, cultivar os valores dos mesmos países dominantes contra os quais pretende-se se distinguir; é aquilo que a gente deixa tácito, sem explicitar, apesar de ostentado explicitamente. Quase como quando o Henry disse que o Brasil é bom (no futebol) porque o brasileiro nasce com uma bola nos pés, e não precisa "perder" tempo com livros. Aquelas verdades dissimuladas, tão explícitas que não podem ser tratadas como tal, sob a pena da totalidade "derreter" se alguém tocar no assunto.

O local não foi escolhido aleatoriamente, já que tudo na cidade se distancia da "imagem" de Brasil: hortências por todos os lados (mato em CJ são hortências), araucárias, PLÁTANOS, MUITOS, MUITOS Plátanos, meu deus, eu nunca vi tanto plátano e árvore temperada na minha vida. TUDO é estilo europeu, até mesmo os barracos das favelas tentavam imitar o estilo germânico (enchaimel? perdão por matar o alemão). A falta de calor tb contribui: peguei uns 24 graus e uns 12 de mínima enquanto o Brasil torrava. Num dos dias a máxima mal passou de 17 graus... dia chuvoso em CJ é dia de frente fria c/ infiltração marítima em Ctba. Vc realmente acha que está em outro país.

 

Para não sair do tópico, acho que deveriam postar fotos das cidades das redondezas, como aquela que fica num vale imenso a uns 1200m de altura rodeada por "picos" de uns 1900. Imagino as mínimas dali.

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Zeocit, não sei se você chegou a entrar numa favela de lá, por isso discordo de você quando diz que os barracos de favela são no estilo germânico. As favelas ficam bem afastadas e é difícil de ver e de chegar. Você deve estar confundindo com as casas mais simples, onde a maioria dos jordanenses moram. A favela é bem parecida com as das grandes cidades(menor, logicamente), e possuem, na maioria dos casos, os que não são nativos.

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A serra gaúcha, a "europa brasileira", também tem suas favelas, bem escondidas é verdade.

 

Eu mesmo vi um numa baixadinha perto do portal de Canela. Não era muito grande, mas era uma favelinha de algumas dezenas de barracos de madeira, parecidos com os da favela do Parolin em Curitiba.

Já em São Paulo e Rio, se constroem predinhos e sobradinhos nas favelas e não só barracos térreos, o que só aumenta a feiúra.

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A serra gaúcha, a "europa brasileira", também tem suas favelas, bem escondidas é verdade.

 

Eu mesmo vi um numa baixadinha perto do portal de Canela ou Bento Gonçalve, não me recordo. Não era muito grande, mas era uma favelinha de algumas dezenas de barracos de madeira, parecidos com os da favela do Parolin em Curitiba.

O interessante é que a favelinha ficava numa baixada e num lugar que só quem é mais observador ou que, por coincidência lança os olhos naquela direção, é que nota.

Já em São Paulo e Rio, se constroem predinhos e sobradinhos nas favelas e não só barracos térreos, o que só aumenta a feiúra.

A cidade é lindíssima, mas como o Zeo falou, reflete bem os valores tupiniquins, principalmente da elite.

Algumas coisas são um pouco forçadas, como aquela foto da linha de trem com granizo. Como não neva no perímetro urbano de Campos do Jordão (a não ser muito raramente), vai granizo mesmo. Ridículo isso, seriam melhor tirar uma foto de uma geada forte, que isso tem bastante por lá.

Mais ridículos são os comentários posteriores a foto, no site. Um dos caras postou umas fotos da neve em São Joaquim, e outro sugeriu que toda a população fosse tirada de São Joaquim para se construir uma vila suíça por lá. Bem raciocínio de brasileiro mesmo!

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Zeocit, não sei se você chegou a entrar numa favela de lá, por isso discordo de você quando diz que os barracos de favela são no estilo germânico. As favelas ficam bem afastadas e é difícil de ver e de chegar. Você deve estar confundindo com as casas mais simples, onde a maioria dos jordanenses moram. A favela é bem parecida com as das grandes cidades(menor, logicamente), e possuem, na maioria dos casos, os que não são nativos.

 

Não sabia que haviam favelas no melhor estilo tupiniquim, favelas de fato. Sim, eu me referi àquelas casas simples em que moram os reais habitantes de CJ, os jordanenses, sobretudo as casas no portal, na entrada da cidade, nos morros etc. São estas que imitam o estilo germânico - o que não deixa de ser engraçado, pois provavelmente só lá (um estudo da evolução das construções lá seria legal por isso, será que tinham este estilo antes do investimento turístico e da apropriação da cidade pela classe alta paulistana?).

 

Não cheguei a entrar numa favela jordanense, muito menos passei perto. O relevo da cidade contribui para escondê-las. Quem visita CJ acha que está realmente numa espécie de sonho. Bom saber que não existem redutos totalmente isentos da brutalidade tupiniquim no país mais feliz do mundo.

 

abraço

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TUDO é estilo europeu, até mesmo os barracos das favelas tentavam imitar o estilo germânico (enchaimel? perdão por matar o alemão).

 

Acho que os barracos de CDJ tem estilo sulista... casas simples de madeira com telhadinhos, só que em morros.

 

Para não sair do tópico, acho que deveriam postar fotos das cidades das redondezas, como aquela que fica num vale imenso a uns 1200m de altura rodeada por "picos" de uns 1900. Imagino as mínimas dali.

 

Será que essa que tirei quando fui à Pedra do Baú, em São Bento do Sapucaí, serve?

 

DSC08049.jpg

 

O local é muito bonito... esses vales em "U" são fodásticos!!! :mrgreen: :supz:

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IMG_3970.jpg

Fotos postadas pelo Cacella

 

Eu quero morrer quando vejo essas madames metidas à besta com casacos e roupas pretas embaixo do sol com calor de 23°C... ridículo, assim como os nomes estrangeiros dos lugares de CDJ, hehehehe... :twisted:

 

Envandro, vou defender as velhotas, hehehe. Esses maluquinhos digitais costumam superestimar as mínimas à noite, e a disparar nas máximas durante o dia.

Estava bem ensolarado no dia, céu limpo, mas pela profundidade do azul, a foto deve ter sido batida em dia de massa polar. Então, pode ser que a temperatura estivesse menos do que esses 23C, talvez uns 18C...

Um abraço!

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Um dos caras postou umas fotos da neve em São Joaquim, e outro sugeriu que toda a população fosse tirada de São Joaquim para se construir uma vila suíça por lá. Bem raciocínio de brasileiro mesmo!

 

Muito bom, vai pro meu livrinho de evidências da miséria tupiniquim.

 

abraço

 

Experimente entrar no fórum da SOMAR (do qual, após uma partricipação efêmera, me desliguei há mais de um ano por não agüentar tanta asneira), que vai faltar espaço no seu livrinho, heheheh

Abraço igualmente!

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IMG_3970.jpg

Fotos postadas pelo Cacella

 

Eu quero morrer quando vejo essas madames metidas à besta com casacos e roupas pretas embaixo do sol com calor de 23°C... ridículo, assim como os nomes estrangeiros dos lugares de CDJ, hehehehe... :twisted:

 

Envandro, vou defender as velhotas, hehehe. Esses maluquinhos digitais costumam superestimar as mínimas à noite, e a disparar nas máximas durante o dia.

Estava bem ensolarado no dia, céu limpo, mas pela profundidade do azul, a foto deve ter sido batida em dia de massa polar. Então, pode ser que a temperatura estivesse menos do que esses 23C, talvez uns 18C...

Um abraço!

 

Talvez não fosse MP, ano passado em julho, quando estavamos sobre aquele bloqueio, o céu ficava azul o dia inteiro, e quaze sempre sem núvens, e mesmo assim a temperatura baixava a 4°, e de dia voltava a subir. E eu também não entendo, as pessoas em plena luz do dia e do sol forte, com casacos e até gorros!!! No verão, aquelas pessoas que vem passar o dia aqui, quaze sempre estão de gorro, luva, casaco, calça, e a temperatura esta 23°

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Vales em "U" são típicos de lugares que abrigaram geleiras no passado.

 

E sobre as velhotas encasacadas, elas já fazem parte da paisagem, não só de CDJ :twisted:

Ou seja: POA.

 

E esse vale em "U" é fantástico! É uma rampa que permite o acúmulo e escoamento do ar frio. Tería de haver um desses no pampa gaúcho, virado na direção S-N, o que canalizaria o ar frio na entrada do ar de origem polar.

 

Abraços!

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Outro ponto. O que não gostei de Campos foi o clima da cidade. Quero dizer, não critico exatamente a artificialidade, mas o "clima" dali é de um "shopping a céu aberto", com um ar-condicionado natural ultra-potente, para que os consumidores possam vestir suas roupas caras enquanto desfilam pelas lojas e passeiam com seus carros importados, simulando estar na Europa, coisa que no Brasil faz parte do imaginário da população; tem-se a idéia de algo glorioso ou ao menos sinônimo de sucesso econômico, que é suprido emulando-se uma viagem à Europa (nada mais justo que Suíça, pois Suíça = Alpes na cabeça da maioria) diante da impossibilidade prática de se viajar até o além-mar todo final de semana.

 

Sei lá, só um pensamento.

 

Sds.,

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É exatamente este o local q eu estava falando! O vale em "U". Faz parecer que o vale tem pouca altitude, ou até mesmo é próximo ao nível do mar... no entanto, a gente estava a uns 1900m (ou era 2000?), e aquele vale tem uns 1200m! Venta pouco também, o que deve produzir mínimas fantásticas. As mínimas da região são realmente baixas.

 

No entanto, a sensação térmica não é lá essas coisas. CJ, em geral, é muito pouco ventosa.

 

Quanto às velhas, eu concordo com os que as criticam. Há muita "necessidade de afirmação" no que aparentemente parece somente a percepção climática subjetiva de cada um. Já cansei de ver dondoca suada desfilando de sobretudo. É uma questão estética (o princípio - levado ao extremo - de usar uma camisa social c/ elevado rendimento simbólico do que pura e simplesmente um pijama ou uma roupa de nylon - não se trata de suprir a função objetiva de vestir e proteger, mas de exprimir uma posição social, no caso, uma posição social dominante e, portanto, próxima dos padrões euro-americanos que determinam os estilos legítimos em nível global).

 

Porém, gostaria de salvar as pobres velhinhas e, pelo menos, levar em conta de que podem realmente sentir mais frio do que o normal. Apesar disso, mesmo não aparecendo na foto, tem uma grande parcela que segue esta lógica. Quando fui a Campos, em Dez., devia estar uns 17 graus qdo cheguei, céu claro, ar estático. Estava de bermuda e camiseta, já que em SP estava quente. Não troquei a roupa e passeamos pela cidade desse modo. Eu cheguei a ver gente de casaco de pele e cachecol. A maioria com casacos médios, moletons etc., gentes e mais gentes reclamando do frio. Era quase natal, e eu tinha certeza de que queriam simular a atmosfera invernal do natal euro-americano. Eu parecia estar impondo um imenso constrangimento, uma gafe imperdoável, um escrutínio, um imperdoável ataque pessoal, como se estivesse destruindo um mundo ideal europeizado, um sonho temperado alpino, utilizando uma abominável vestimenta tropical. Como que lembrando aos consumidores desta ilusão,tacitamente, através dos signos exalados de minha roupa, de que eram brasileiros e estavam no Brasil. Nestas horas, a totalidade social, fundada num imenso processo de mistificação e idealização coletivos, parece simplesmente derreter.

 

Apesar disso gostaria de reafirmar que é um sonho difícil de se resistir, hehehe.

 

abraços

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Parece que, neste país, quanto mais se cria riqueza mais se reproduz automaticamente a tal lógica tupiniquim q/ promove o que vemos em CJ e no resto do país (não é coincidência que as regiões ricas, mesmo do Sul, já sofrem de maneira clara e significativa dos típicos problemas tupiniquins - e como várias propriedades das relações sociais tipicamente brasileiras, a desigualdade moral, cultural e econômica, já se orientam as relações e manifestam-se nos índices sócio-econômicos, de violência etc.).

 

Parece mesmo! O Brasil teve um crescimento estrondoso entre 1930 e 1980, e foi precisamente neste período que os imensos blocões urbanos de miséria surgiu no Brasil, bem como o que conheçemos hoje por favelas, e a maldita rotina urbana de viver 100% do tempo com medo de ser assaltado. E aqui no Brasil, basta uma cidade crescer, para se tornar violenta!

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Encontrei alguns problemas na minha argumentação. Segue mensagem refeita.

 

Outro ponto. O que não gostei de Campos foi o clima da cidade. Quero dizer, não critico exatamente a artificialidade, mas o "clima" dali é de um "shopping a céu aberto", com um ar-condicionado natural ultra-potente, para que os consumidores possam vestir suas roupas caras enquanto desfilam pelas lojas e passeiam com seus carros importados, simulando estar na Europa, coisa que no Brasil faz parte do imaginário da população; tem-se a idéia de algo glorioso ou ao menos sinônimo de sucesso econômico, que é suprido emulando-se uma viagem à Europa (nada mais justo que Suíça, pois Suíça = Alpes na cabeça da maioria) diante da impossibilidade prática de se viajar até o além-mar todo final de semana.

 

Sei lá, só um pensamento.

 

Sds.,

 

Mas podes ter certeza que a idéia não será muito diferente caso a serra caterinense se "sofistique", quer dizer, torne-se pólo turístico. Não existe progresso atrelado a desenvolvimento "de fato" neste país, exceto, é claro, para os 1% da população que atualizam os ideais burgueses do 1º mundo para a realidade tupiniquim (isto é, justificam as nossas mazelas num kismo à brasileira de tal grau de desigualdade social e cultural que só existe aqui e, talvez, no resto da Am. Latina).

 

Nunca fui à Gramado, mas deve ser parecida com CJ. Com a diferença de, talvez, haver colonização real de europeus por ali. Mesmo assim, as culturas e as estruturas sociais "sulinas" divergem bastante das européias (e não é por menos que pelo menos os gaúchos considerem-se como um padrão cultural em si mesmo, irredutível às influências européias e sem a necessidade de afirmação, pelo menos explícita, de proximidade com as culturas européias legítimas, tal como em outras regiões do país sem uma unidade cultural tão definida). A meu ver, as culturas divergem pois, num nível, a cultura dos colonos já era relativa a um padrão cultural escasso mesmo na Europa, pois trata-se de cultura camponesa, e não das frações urbanas dos países europeus (isto explicaria, em parte, a falta de "espírito empreendedor" da maioria das cidades catarinenses, e seu capitalismo pouco desenvolvido (i.e.: pouco diferenciado, rico, complexo, baixo grau de divisão social do trabalho, especialização, tamanho e diversificação do mercado etc.). SC possui menos mazelas pois trata-se de uma cultura camponesa relativamente homogênea (que suprime a lógica do dom e da dádiva, isto é, o coronelismo e semelhantes, que, mesmo sem kismo desenvolvido, produz graves desigualdades de ordem cultural e também econômica), sem grandes fatores de produção de desigualdade - no entanto, não há muita geração de riqueza (relação entre baixa renda per capita, relativamente às regiões mais ricas do país, e baixa desigualdade social). O médio vale do Itajaí possui um capitalismo mais avançado precisamente pois as raízes culturais compõem-se mais de influências de frações burguesas e/ou empreendedoras, além da forte presença de protestantes (o que, como mostrou Weber, conjuga-se e impulsiona o espírito empreendedor (ou "ideologia empreendedora", como diria Marx, ou "cultura do trabalho" como diriam os culturalistas) q/ é condição de todos os kismos desenvolvidos). Já a maior parte da colonização tratou-se de camponeses, e não de típica cultura ocidental moderna, urbana etc. Parece que, neste país, quanto mais se cria riqueza mais se reproduz automaticamente a tal lógica tupiniquim q/ promove o que vemos em CJ e no resto do país (não é coincidência que as regiões ricas, mesmo do Sul, já sofrem de maneira clara e significativa dos típicos problemas tupiniquins - e como várias propriedades das relações sociais tipicamente brasileiras, a desigualdade moral, cultural e econômica, já orientam tais relações e manifestam-se nos índices sócio-econômicos, de violência etc.).

Por fim, num outro nível, pois houve adaptações de modo que vários elementos de outras culturas, principalmente latinas, que se conjugaram com à dos colonos europeus (seja isto tratado como bom ou ruim, apesar de ser prov. tratado como ruim). No entanto, basta uma análise mais rigorosa da natureza das relações sociais, do funcionamento das instituições, dos indicativos sócio-econômicos etc. p/ perceber que estamos bem longe dos europeus atuais, seja isto bom ou ruim.

 

abraços

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Outro ponto. O que não gostei de Campos foi o clima da cidade. Quero dizer, não critico exatamente a artificialidade, mas o "clima" dali é de um "shopping a céu aberto", com um ar-condicionado natural ultra-potente, para que os consumidores possam vestir suas roupas caras enquanto desfilam pelas lojas e passeiam com seus carros importados, simulando estar na Europa, coisa que no Brasil faz parte do imaginário da população; tem-se a idéia de algo glorioso ou ao menos sinônimo de sucesso econômico, que é suprido emulando-se uma viagem à Europa (nada mais justo que Suíça, pois Suíça = Alpes na cabeça da maioria) diante da impossibilidade prática de se viajar até o além-mar todo final de semana.

 

Sei lá, só um pensamento.

 

Sds.,

 

 

Faço minhas as palavras do Luiz em relação a Gramado/Canela. Temo que outros lugares possam perder seu ar rústico, descambando do turismo para a pura e simples ostentação, onde as pessoas iriam para lá apenas para dizer que tem dinheiro.

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Seria interessante deletar a mensagem, e deste modo deixar mais clara a censura. Não existem boas alternativas de "meia censura", como uma espécie de saída para se manter a lei dissimulando o rigor da lei. Lei tem de ser violenta, tal é a natureza da ordem, e tanto mais democrática na medida em que não se dissimula como violenta.

 

abraços anti-democráticos

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É exatamente este o local q eu estava falando! O vale em "U". Faz parecer que o vale tem pouca altitude, ou até mesmo é próximo ao nível do mar... no entanto, a gente estava a uns 1900m (ou era 2000?), e aquele vale tem uns 1200m! Venta pouco também, o que deve produzir mínimas fantásticas. As mínimas da região são realmente baixas.

 

No entanto, a sensação térmica não é lá essas coisas. CJ, em geral, é muito pouco ventosa.

 

Quanto às velhas, eu concordo com os que as criticam. Há muita "necessidade de afirmação" no que aparentemente parece somente a percepção climática subjetiva de cada um. Já cansei de ver dondoca suada desfilando de sobretudo. É uma questão estética (o princípio - levado ao extremo - de usar uma camisa social c/ elevado rendimento simbólico do que pura e simplesmente um pijama ou uma roupa de nylon - não se trata de suprir a função objetiva de vestir e proteger, mas de exprimir uma posição social, no caso, uma posição social dominante e, portanto, próxima dos padrões euro-americanos que determinam os estilos legítimos em nível global).

 

Porém, gostaria de salvar as pobres velhinhas e, pelo menos, levar em conta de que podem realmente sentir mais frio do que o normal. Apesar disso, mesmo não aparecendo na foto, tem uma grande parcela que segue esta lógica. Quando fui a Campos, em Dez., devia estar uns 17 graus qdo cheguei, céu claro, ar estático. Estava de bermuda e camiseta, já que em SP estava quente. Não troquei a roupa e passeamos pela cidade desse modo. Eu cheguei a ver gente de casaco de pele e cachecol. A maioria com casacos médios, moletons etc., gentes e mais gentes reclamando do frio. Era quase natal, e eu tinha certeza de que queriam simular a atmosfera invernal do natal euro-americano. Eu parecia estar impondo um imenso constrangimento, uma gafe imperdoável, um escrutínio, um imperdoável ataque pessoal, como se estivesse destruindo um mundo ideal europeizado, um sonho temperado alpino, utilizando uma abominável vestimenta tropical. Como que lembrando aos consumidores desta ilusão,tacitamente, através dos signos exalados de minha roupa, de que eram brasileiros e estavam no Brasil. Nestas horas, a totalidade social, fundada num imenso processo de mistificação e idealização coletivos, parece simplesmente derreter.

 

Apesar disso gostaria de reafirmar que é um sonho difícil de se resistir, hehehe.

 

abraços

 

AQUI EM 17/12/2001, SE NÃO ME ENGANO, PREGUIÇA DE OLHAR OS DADOS, ASSISTIMOS UMA APRESENTAÇÃO DE CORAL, NA PREFEITURA, +-21 HORAS. ESTAVA DE SOBRETUDO E CACHECOL. TINHA ALGUNS UM POUCO MAIS A VONTADE, DE CERTO ERAM UNS A LÁ VICENTE (POA), MAS COM CERTEZA DE TÃO PURGAS NÃO DARIAM O BRAÇO A TORCER, E APESAR DE VER ELES TREMEREM QUE NEM BAMBÚ E DE ESTAR COM OS LÁBIOS MEIO ROXOS, DIRIAM QUE ERA EXAGERO ESTAR DE SOBRETUDO....DETALHE; ESTAVA COM +-8ºC COM VENTO...NO OUTRO DIA O ADEMAR PERDEU UMA LAVOURA DE FEIJÃO DEVIDO A GEADA.... MAS O QUE É UNS 8ºC COM VENTO EM 17/12/01 PARA OS PURGAS....NÃO RESISTÍ A CUTUCADA...

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Outro ponto. O que não gostei de Campos foi o clima da cidade. Quero dizer, não critico exatamente a artificialidade, mas o "clima" dali é de um "shopping a céu aberto", com um ar-condicionado natural ultra-potente,

 

mas o outro clima, o da natureza, deve ter gostado, conforme comentou no carro aquela vez que íamos a SJ. passou frio em dezembro lá, é luiz? 8)

 

sobre o clima de economia nas ruas, natural para a cidade com um gigantesco poder de elite. é cidade para se gastar e muito. vive de status, de luxo, de glamour.

 

olha, só em CJ para se ter congestionamento com várias ferraris, embora não me ufane disso, muito pelo contrário.

 

o guarujá era assim. hoje é muito pouco.

 

e gramado não é diferente de CJ. a diferençá é que é menor, com menor poder aquisitivo. mas ambas são belíssimas.

 

acerca da artificialidade da cidade quanto à cultura européia, trata-se de uma maioria de descentes de italianos, seguindo a regra do estado de SP, com o maior contingente de descendentes e imigrantes de todos os países localizados no brasil, principalmente italianos e alemães. não era de se esperar o contrário dos proprietários destas orígens.

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Mas apesar de toda essa crítica da lógica e dos valores tupiniquins e da falta e de uma certa artificialidade burguesa em CJ e mesmo em Gramado, sabem que eu preferia que TODAS as cidades do Brasil fossem limpas, floridas e com uma arquitetura bonita como a delas. Não estou nem falando em estilo germânico não. Falo de bom gosto e de uma paisagem mais humana. Pois as cidades brasileiras estão se tornando desumanas!

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Mas apesar de toda essa crítica da lógica e dos valores tupiniquins e da falta e de uma certa artificialidade burguesa em CJ e mesmo em Gramado, sabem que eu preferia que TODAS as cidades do Brasil fossem limpas, floridas e com uma arquitetura bonita como a delas. Não estou nem falando em estilo germânico não. Falo de bom gosto e de uma paisagem mais humana. Pois as cidades brasileiras estão se tornando desumanas!

 

Concordo plenamente.

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AQUI EM 17/12/2001, SE NÃO ME ENGANO, PREGUIÇA DE OLHAR OS DADOS, ASSISTIMOS UMA APRESENTAÇÃO DE CORAL, NA PREFEITURA, +-21 HORAS. ESTAVA DE SOBRETUDO E CACHECOL. TINHA ALGUNS UM POUCO MAIS A VONTADE, DE CERTO ERAM UNS A LÁ VICENTE (POA), MAS COM CERTEZA DE TÃO PURGAS NÃO DARIAM O BRAÇO A TORCER, E APESAR DE VER ELES TREMEREM QUE NEM BAMBÚ E DE ESTAR COM OS LÁBIOS MEIO ROXOS, DIRIAM QUE ERA EXAGERO ESTAR DE SOBRETUDO....DETALHE; ESTAVA COM +-8ºC COM VENTO...NO OUTRO DIA O ADEMAR PERDEU UMA LAVOURA DE FEIJÃO DEVIDO A GEADA.... MAS O QUE É UNS 8ºC COM VENTO EM 17/12/01 PARA OS PURGAS....NÃO RESISTÍ A CUTUCADA...

 

Ah, mas aqueles que a gente discutiu estariam com tudo isso ai que vc disse com uns 17 graus, hehehe. E se tivesse vento, então, aí sim que tirariam as peles do guarda-roupa.

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