Cenário interessante nos próximos dias. Hoje temos um dia típico de verão, sem predomínio de áreas de pressão relevantes em todo o território nacional, e com ação pura e simples da termodinâmica. Na Argentina, uma alta pressão atua e empurra um pouco de ar frio pelo litoral da província de Buenos Aires. Amanhã, uma baixa pressão começa a se aprofundar ao largo do litoral de SC/RS com pouco avanço para o oceano, barrada pela mesma alta que amanhã também maritimiza. Os dois sistemas ganham força em alto mar, e a alta advecta ar frio para o leste da região Sul e São Paulo.
O ar frio e seco que chega afasta as chuvas mais para o norte, e mantém SP e boa parte do Sul em situação pós-frontal por vários dias. Enquanto isso, entre a atuação de uma alta e outra (a ASAS, que interfere mais ao norte), um corredor de umidade se forma entre a Amazônia e o ES, passando por Goiás e o centro de Minas Gerais. A partir do dia 01/02, a circulação em 850mb se torna convergente, orientada de noroeste para sudeste, e juntamente com a atuação da Alta da Bolívia e de um cavado na região Nordeste temos condições suficientes para a configuração da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Como consequência, as chuvas ganham força nas regiões citadas.
No Sul e em SP, uma nova área de alta pressão começa a atuar levando mais ar frio e mantendo as condições pós-frontais por mais tempo. Esta condição dá ainda mais gás para as chuvas em GO e MG. Fica o alerta para MG, principalmente, como alertado por vários aqui no BAZ. O período mais crítico deve ser entre 3 e 6 de fevereiro, quando deve cair uma quantidade absurda de chuva num curto espaço de tempo. A área de maior risco abrange inclusive a região metropolitana de Belo Horizonte e de Vitória. O ECMWF em sua última rodada coloca o canal de umidade mais ao norte, o que não é pretexto para tirar a RMBH da área em alerta tendo em vista a variação normal dos modelos. Na 12Z a área com maiores acumulados abrangem Paracatu, Pirapora, Montes Claros, Curvelo, Governador Valadares e centro-norte do ES.
Em São Paulo, as regiões com maiores acumulados nos próximos 10 dias devem ser o norte e o nordeste do estado, além do Vale do Ribeira e litoral norte. No Sul, praticamente nada de chuva, exceto no litoral do Paraná e encostas da Serra Geral entre o RS e SC. Na Campanha e oeste gaúcho os acumulados tendem a zero.
A atuação do ar frio torna as madrugadas mais frias no começo de fevereiro em praticamente todo o Sul, em grande parte de São Paulo e sul de Minas Gerais. Nos dias 3, 4 e 5 de fevereiro as baixadas de SC e RS vão ter mínimas abaixo de 10°C de forma generalizada, com algumas estações baixando até mesmo dos 5°C.
Vamos acompanhando!