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Brasil Abaixo de Zero

"Normal" 1991-2011 - São Paulo-SP (Mirante)


Aldo Santos
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Utilizando dados de médias já processados, do Banco de Dados Meteorológicos para Ensino e Pesquisa-BDMEP, do INMET, calculei a "normal" 1991-2011 para a estação do Mirante de Santana, na capital paulista.

Para o cálculo das médias anuais foram usados dados de 1991 a 2011, já para as médias mensais peguei dados de 1991 a 2012 de janeiro a setembro, já que a diferença é mínima.

 

1. Chuva

Médias mensais (mm) (Entre parênteses, para comparação, as normais 1931-1960 e 1961-1990)

 

Jan - 306,0 mm (253,4 - 238,7)

Fev - 256,8 mm (226,8 - 217,4)

Mar - 228,7 mm (173,0 - 159,8)

Abr - 88,4 mm ( 80,6 - 75,8)

Mai - 66,3 mm ( 54,3 - 73,6)

Jun - 54,2 mm (52,8 - 55,7)

Jul - 47,2 mm (43,4 - 44,1)

Ago - 30,5 mm (38,8 - 38,9)

Set - 85,8 mm (64,2 - 80,5)

Out - 137,8 mm (126,8 - 123,6)

Nov - 145,4 mm (131,2 - 145,8)

Dez - 234,6 mm (180,2 - 200,9)

 

Média anual

1.674,7 mm (1.425,3 - 1.454,8)

 

2. Médias das temperaturas máximas mensais(°C)

Jan - 28,3 (27,7 - 27,3)

Fev - 29,0 (27,6 - 28,0)

Mar - 28,0 (26,6 - 27,2)

Abr - 26,5 (24,6 - 25,1)

Mai - 23,4 (22,9 - 23,0)

Jun - 22,8 (21,8 - 21,8)

Jul - 22,9 (21,2 - 21,8)

Ago - 24,6 (23,4 - 23,3)

Set - 24,9 (24,5 - 23,9)

Out - 26,3 (24,8 - 24,8)

Nov - 26,9 (25,2 - 25,9)

Dez - 28,0 (25,9 - 26,3)

 

3. Médias das temperaturas mínimas mensais (°C)

Jan - 19,3 (17,6 - 18,7)

Fev - 19,5 (17,9 - 18,8)

Mar - 18,8 (17,2 - 18,2)

Abr - 17,4 (14,8 - 16,3)

Mai - 14,5 (12,9 - 13,8)

Jun - 13,2 (11,0 - 12,4)

Jul - 12,7 (10,1 - 11,7)

Ago - 13,3 (11,3 - 12,8)

Set - 14,6 (12,7 - 13,9)

Out - 16,2 (14,4 - 15,3)

Nov - 17,2 (15,0 - 16,6)

Dez - 18,4 (16,2 - 17,7)

 

4. Médias compensadas (°C)

Mensais

Jan - 22,9 (21,6 - 22,1)

Fev - 23,3 (21,7 - 22,4)

Mar - 22,5 (20,8 - 21,7)

Abr - 21,1 (18,7 - 19,7)

Mai - 18,2 (15,9 - 17,6)

Jun - 17,3 (15,6 - 16,5)

Jul - 17,1 (14,6 - 15,8)

Ago - 18,0 (16,2 - 17,1)

Set - 18,8 (17,3 - 17,8)

Out - 20,2 (18,6 - 19,0)

Nov - 21,2 (19,2 - 20,3)

Dez - 22,3 (20,2 - 21,1)

 

Média compensada anual

20,3°C (18,4 - 19,3)

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Muito bem, Aldo! Algumas observações mais evidentes que chegam de imediato em nosso raciocínio:

 

1- Sâo Paulo tornou-se mais chuvosa, especialmente no verão;

2- TODOS os meses do ano tiveram um aquecimento nas médias, mas Julho foi quem sofreu o golpe mais duro;

3- Impressionante as antigas médias de inverno na normal 31-60. O inverno de Sampa já foi rigoroso!

 

Na minha opinião, essas transformações são: 80% culpa da urbanização e 20% culpa das mudanças climáticas

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Muito bem, Aldo! Algumas observações mais evidentes que chegam de imediato em nosso raciocínio:

 

1- Sâo Paulo tornou-se mais chuvosa, especialmente no verão;

2- TODOS os meses do ano tiveram um aquecimento nas médias, mas Julho foi quem sofreu o golpe mais duro;

3- Impressionante as antigas médias de inverno na normal 31-60. O inverno de Sampa já foi rigoroso!

 

Na minha opinião, essas transformações são: 80% culpa da urbanização e 20% culpa das mudanças climáticas

 

 

Triste o que SP esquentou! O clima antes era bem melhor!!

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Muito bem, Aldo! Algumas observações mais evidentes que chegam de imediato em nosso raciocínio:

 

1- Sâo Paulo tornou-se mais chuvosa, especialmente no verão;

2- TODOS os meses do ano tiveram um aquecimento nas médias, mas Julho foi quem sofreu o golpe mais duro;

3- Impressionante as antigas médias de inverno na normal 31-60. O inverno de Sampa já foi rigoroso!

 

Na minha opinião, essas transformações são: 80% culpa da urbanização e 20% culpa das mudanças climáticas

1. Quanto às transformações, acho que é mais ou menos isso que você colocou, pois estações meteorológicas na área rural da região metropolitana, como Juquitiba e São Lourenço da Serra (Ambas a SO da RM) têm médias mínimas ainda baixas no inverno, mesmo com a mudança de padrão climático.

Veja as médias das mínimas de Juquitiba, que faz divisa com Sampa, lá no fim da zona sul :laugh: , de 2008 (Abertura da estação) até 2012 (CIIAGRO):

abr - 15,0°C

mai - 11,9°C

jun - 9,4°C

jul - 9,6°C

ago - 10,3°C

set - 12,2°C

 

2. Quanto ao frio rigoroso, observe as médias de Porto Alegre na normal 1931-1960:

mai - 12,9 / 22,4

jun - 11,0 / 20,0

jul - 9,9 /19,6

ago - 10,9 / 20,8

set - 12,8 / 21,7

As médias mínimas são praticamentes idênticas às de Sampa naquela normal.

É por isso que, às vezes, eu ouvia pessoas da geração de meus avós dizerem que em São Paulo fazia quase tanto frio quanto em PoA.

Hoje, quem falar tal coisa será considerado doido e maluco. :laugh:

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Interessante é que a urbanização não surtiu tanto efeito em POA quanto fez em cidades

com um tamanho parecido com a capital gaúcha. Curitiba é um exemplo disso.

 

Por que será?

 

Isso me leva a crer nos fatores macros da atmosfera. Não somente a urbanização, mas, houve uma mudança de dinâmica que

favoreceu o aquecimento nas latitudes mais baixas aqui do Brasil, em especial no inverno.

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Excelente essa comparação Aldo .

Eu moro na Zona Sul no bairro de Pedreira (vc conhece ?) a 25 km do Centro de São Paulo ,metade do bairro é urbanizado é a outra metade é mata ou represa .Aqui ao longo do tempo foi nítido o aquecimento de nosso inverno (ainda que bem menor que nas regiões centrais ) no verão a mudança maior foi a redução das tempestades de verão que são "roubadas " pelas ilhas de calor .As noites claras e sem vento de inverno são bem mais frias aqui ,até o Aeroporto de Congonhas não serve como base para a nossa região .A garoa e as neblinas/nevoeiros são ainda muito comum ,ainda que em menor quantidade do que no passado .Acredito que os extremos da cidade ainda guardam um clima mais paulistano ,mas mesmo nesses o aquecimento já chegou ...

 

Abs

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Excelente essa comparação Aldo .

Eu moro na Zona Sul no bairro de Pedreira (vc conhece ?) a 25 km do Centro de São Paulo ,metade do bairro é urbanizado é a outra metade é mata ou represa .Aqui ao longo do tempo foi nítido o aquecimento de nosso inverno (ainda que bem menor que nas regiões centrais ) no verão a mudança maior foi a redução das tempestades de verão que são "roubadas " pelas ilhas de calor .As noites claras e sem vento de inverno são bem mais frias aqui ,até o Aeroporto de Congonhas não serve como base para a nossa região .A garoa e as neblinas/nevoeiros são ainda muito comum ,ainda que em menor quantidade do que no passado .Acredito que os extremos da cidade ainda guardam um clima mais paulistano ,mas mesmo nesses o aquecimento já chegou ...

 

Abs

 

Conheço. É mais próximo ao Grajaú onde mora minha namorada. Aí é mais frio do que Congonhas. A infiltração marítima pega pra valer. Tenho a impressão que garoa mais. De noite sempre está mais frio do que Congonhas uns 2ºC em média. Com céu aberto uns 3ºC menos. Essa situação vai aumentando conforme vai indo mais para o Sul (Grajaú, 30 Km Sul Pça Sé); Parelheiros (50 Km Sul Pça Sé) e Marsilac (70 Km Sul Pça Sé).

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Interessante é que a urbanização não surtiu tanto efeito em POA quanto fez em cidades

com um tamanho parecido com a capital gaúcha. Curitiba é um exemplo disso.

 

Por que será?

 

Isso me leva a crer nos fatores macros da atmosfera. Não somente a urbanização, mas, houve uma mudança de dinâmica que

favoreceu o aquecimento nas latitudes mais baixas aqui do Brasil, em especial no inverno.

 

 

Acredito que SP e Curitiba, por serem mais dependentes de atmosfera limpa e frio "seco" (noites claras) perde muito mais com a urbanização do que POA. Tem ajuda da altitude também. POA por estar mais ao Sul, recebe mais porretes polares e não sofre tantos efeitos da urbanização. Acho que é mais isso mesmo.

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Excelentes dados Aldo! O Renan resumiu muito bem. Esquentou todos os meses. Mas chama a atenção o aumento das chuvas bem no miolo do inverno (mais concreto, aquecimento, evapotração = chuva). Queda progressiva das mínimas num patamar elevado especialmente no outono/inverno decorrente do concreto também e poluição.

 

Mas basta "viajar 25 Km" da malha urbana que tem o mesmo clima de 50 anos atrás. Embora dependendo da direção que tomar, 25 km você ainda sofra influência da ilha de calor. Itapevi, Granja Viana, Vargem Grande Paulista mantem o clima de SP antiga ainda. Para mim, é efeito puro da urbanização; aquecimento local, não global).

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Interessante é que a urbanização não surtiu tanto efeito em POA quanto fez em cidades

com um tamanho parecido com a capital gaúcha. Curitiba é um exemplo disso.

 

Por que será?

 

Isso me leva a crer nos fatores macros da atmosfera. Não somente a urbanização, mas, houve uma mudança de dinâmica que

favoreceu o aquecimento nas latitudes mais baixas aqui do Brasil, em especial no inverno.

 

 

Acredito que SP e Curitiba, por serem mais dependentes de atmosfera limpa e frio "seco" (noites claras) perde muito mais com a urbanização do que POA. Tem ajuda da altitude também. POA por estar mais ao Sul, recebe mais porretes polares e não sofre tantos efeitos da urbanização. Acho que é mais isso mesmo.

 

Hmmm, é provável que seja isso. Acabei de lembrar de outro detalhe importante também: POA é uma cidade altamente arborizada e cheia de parques! Eu pude facilmente

perceber isso quando estive lá. :good2:

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Acredito que SP e Curitiba, por serem mais dependentes de atmosfera limpa e frio "seco" (noites claras) perde muito mais com a urbanização do que POA. Tem ajuda da altitude também. POA por estar mais ao Sul, recebe mais porretes polares e não sofre tantos efeitos da urbanização. Acho que é mais isso mesmo.

 

Hmmm, é provável que seja isso. Acabei de lembrar de outro detalhe importante também: POA é uma cidade altamente arborizada e cheia de parques! Eu pude facilmente

perceber isso quando estive lá. :good2:

São Paulo é absurdamente carente de áreas verdes.

Sampa tem parques, alguns até grandes, mas que são insuficientes para o tamanho da cidade.

 

Outro fenômeno que vem acontecendo, e que acho importante, é um grande "adensamento".

Nos bairros mais antigos, surgidos até a década de 1960, normalmente os terrenos mediam 10m x 40m, 10 x 50... Terrenos grandes que possibilitavam que toda casa tivesse um jardim, pés de frutas, etc, compensando um pouco a falta de parques.

Quando eu era criança, houve uma época em que meu pai criava galinhas no terreno de casa, dentro da cidade, vejam vocês!

 

Como eu já comentei antes, essas casas antigas vão sendo progressivamente derrubadas, substituídas por sobrados geminados ou prédios, com solo quase ou totalmente impermeabilizado com pisos, lajotas, etc.

Esse fenômeno vem se acentuando de fins da década de 90 para cá, quando a especulação imobiliária começou a ficar absurda. Justamente a época em que as mínimas baixas (Inferiores a 6°C), cuja frequência já vinha diminuindo lentamente, começaram a desaparecer.

 

Em 1994, Sampa já estava próxima dos 10 milhões de habitantes e mesmo assim o Mirante ainda registrou 0,8°C em 10/07 e várias mínimas de 5°C ou menos.

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No BDMEP, do INMET, existem médias mensais processadas para várias estações meteorológicas.

É possível calcular médias 1991-2011 para BH, Curitiba, Floripa, etc.

 

Eu trabalhei muito com planilhas Lotus antigamente e, modéstia à parte, era até "craque" nelas.

Porém , já faz muito tempo. E não domino o Excel. Já fiz algumas planilhas "na raça" mas perco muito tempo.

Na verdade, eu precisava fazer um curso ou, pelo menos, ter as apostilas... :bad:

 

Talvez o Carlos e/ou outros participantes do BAZ pudessem fazer. O INMET traz instruções de como passar os dados para o Excel.

Acho que, para quem domina, não deve ser difícil.

Edited by Guest
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No BDMEP, do INMET, existem médias mensais processadas para várias estações meteorológicas.

É possível calcular médias 1991-2011 para BH, Curitiba, Floripa, etc.

 

Eu trabalhei muito com planilhas Lotus antigamente e, modéstia à parte, era até "craque" nelas.

Porém , já faz muito tempo. E não domino o Excel. Já fiz algumas planilhas "na raça" mas perco muito tempo.

Na verdade, eu precisava fazer um curso ou, pelo menos, ter as apostilas... :bad:

 

Talvez o Carlos e/ou outros participantes do BAZ pudessem fazer. O INMET traz instruções de como passar os dados para o Excel.

Acho que, para quem domina, não deve ser difícil.

 

Onde eu baixo as informações? Posso elaborar essa planilha.

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No BDMEP, do INMET, existem médias mensais processadas para várias estações meteorológicas.

É possível calcular médias 1991-2011 para BH, Curitiba, Floripa, etc.

 

Eu trabalhei muito com planilhas Lotus antigamente e, modéstia à parte, era até "craque" nelas.

Porém , já faz muito tempo. E não domino o Excel. Já fiz algumas planilhas "na raça" mas perco muito tempo.

Na verdade, eu precisava fazer um curso ou, pelo menos, ter as apostilas... :bad:

 

Talvez o Carlos e/ou outros participantes do BAZ pudessem fazer. O INMET traz instruções de como passar os dados para o Excel.

Acho que, para quem domina, não deve ser difícil.

 

Onde eu baixo as informações? Posso elaborar essa planilha.

http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=bdmep/bdmep => acessar o BDMEP (Se já tiver senha)

 

Se não tiver senha => Novo Cadastro

 

No começo, o INMET não pôs nenhuma restrição e muita gente cadastrou senha (Inclusive eu, que continuo acessando normalmente). Não sei se já "inventaram alguma moda" para limitar o acesso....

Como justificativa eu coloquei simplesmente que era para consumo próprio e... passou. O INMET enviou a senha automaticamente.

 

Entrando no link => "Série Histórica - Dados Processados - Mensal"

 

São muitos dados, é necessária uma dose de paciência... :laugh:

 

São médias mensais de temperaturas (Mínimas, máximas, compensada...), total mensal de chuvas, etc, etc, de várias estações meteorológicas convencionais no país.

Lançando estes dados numa planilha, dá para obter as médias mensais e anuais do período 1991-2011 (E outros desde 1961, quando começam os dados.).

Eu calculei as de Sampa "na unha", com calculadora, mas é muito demorado...

 

Em todo caso, eu descobri que dá para pegar umas aulas de Excel on-line, através do youtube. Já assisti algumas... :laugh:

Mas acho que seria interessante calcular as médias deste período para cidades como São Paulo, BH... onde a normal 1961-1990 está completamente superada.

 

Se mais pessoas tiverem disponibilidade, dá para fazer mais rápido.

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Interessante é que a urbanização não surtiu tanto efeito em POA quanto fez em cidades

com um tamanho parecido com a capital gaúcha. Curitiba é um exemplo disso.

 

Por que será?

 

Isso me leva a crer nos fatores macros da atmosfera. Não somente a urbanização, mas, houve uma mudança de dinâmica que

favoreceu o aquecimento nas latitudes mais baixas aqui do Brasil, em especial no inverno.

 

 

Acredito que SP e Curitiba, por serem mais dependentes de atmosfera limpa e frio "seco" (noites claras) perde muito mais com a urbanização do que POA. Tem ajuda da altitude também. POA por estar mais ao Sul, recebe mais porretes polares e não sofre tantos efeitos da urbanização. Acho que é mais isso mesmo.

 

Hmmm, é provável que seja isso. Acabei de lembrar de outro detalhe importante também: POA é uma cidade altamente arborizada e cheia de parques! Eu pude facilmente

perceber isso quando estive lá. :good2:

Nesses dias andei meditando um pouco sobre o aquecimento que se vê em SP e Curitiba, mas não aqui. Creio que a dinâmica tem a ver, isso nos últimos anos. Mas uma coisa ninguém até agora disse: a contiguidade da conurbação das áreas urbanas que se vê nas regiões metropolitanas do Brasil, mas NÃO em POA!

 

Se vocês verem a Grande SP, Grande Curitiba, mesmo a Grande Rio (que é recortada pelo litoral) e todas as demais regiões metropolitanas do Brasil, como Fortaleza, Recife, BH, mesmo Salvador, (fora Floripa e Brasília), as áreas urbanas são uma massa compacta de concreto. A cidade de SP está no meio da região metropolitana. O Mirante Santana não sofre apenas com a urbanização da cidade, mas de toda a Grande SP. Não são 11, mas 20 milhões de pessoas!!

 

A Grande POA não cresceu em torno da cidade principal, urbanamente falando, mas sim ao longo da BR-116. Também há o obstáculo do Guaíba e da Crista de Porto Alegre, que são os morros que cortam o município ao meio no sentido SO-NE. Não tinha como as cidades vizinhas crescerem junto da capital. Também há muitos banhados e áreas de difícil habitação. Nós não sofremos do efeito da ilha de calor no nível das outras regiões metropolitanas. Nosso efeito é basicamente da cidade de POA, que se adensou urbanamente nos últimos 10-15 anos.

 

Abraços urbanísticos!

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Nesses dias andei meditando um pouco sobre o aquecimento que se vê em SP e Curitiba, mas não aqui. Creio que a dinâmica tem a ver, isso nos últimos anos. Mas uma coisa ninguém até agora disse: a contiguidade da conurbação das áreas urbanas que se vê nas regiões metropolitanas do Brasil, mas NÃO em POA!

 

Se vocês verem a Grande SP, Grande Curitiba, mesmo a Grande Rio (que é recortada pelo litoral) e todas as demais regiões metropolitanas do Brasil, como Fortaleza, Recife, BH, mesmo Salvador, (fora Floripa e Brasília), as áreas urbanas são uma massa compacta de concreto. A cidade de SP está no meio da região metropolitana. O Mirante Santana não sofre apenas com a urbanização da cidade, mas de toda a Grande SP. Não são 11, mas 20 milhões de pessoas!!

 

A Grande POA não cresceu em torno da cidade principal, urbanamente falando, mas sim ao longo da BR-116. Também há o obstáculo do Guaíba e da Crista de Porto Alegre, que são os morros que cortam o município ao meio no sentido SO-NE. Não tinha como as cidades vizinhas crescerem junto da capital. Também há muitos banhados e áreas de difícil habitação. Nós não sofremos do efeito da ilha de calor no nível das outras regiões metropolitanas. Nosso efeito é basicamente da cidade de POA, que se adensou urbanamente nos últimos 10-15 anos.

 

Abraços urbanísticos!

Faz bastante sentido.

São Paulo tem a serra da Cantareira, é verdade, mas é só um lado (Norte). Para oeste, sul e leste praticamente não há obstáculos ao crescimento e à conurbação.

 

Eu moro na zona norte de Sampa, numa área completamente urbanizada mas a cerca de 4 km do Horto Florestal (Hoje Parque Alberto Loefgren), que é anexo à reserva florestal da serra da Cantareira.

O Horto é um parque muito frequentado pelo pessoal aqui da região. E é nítida a variação de temperatura que a gente sente quando chega lá. Está sempre mais fresco.

 

O INMET teve uma estação meteorológica auxiliar lá no Horto. Não sei o período que ela funcionou.

Só sei que já operava em 1955 (Registrou -3,9°C no dia 02/08/55, mesmo dia em que o Mirante registrou -2,1°C) e ainda estava ativa na década de 90.

Na época só tínhamos acesso aos dados que saíam na imprensa (Geralmente nos dias frios...) e, normalmente, as mínimas no Horto eram sempre 2, 3, 4°C mais baixas que no Mirante, mesmo antes da década de 1990.

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Aldo, qual a mínima absoluta de todos os tempos em Sampa? Não apenas do INMET, mas de qualquer medição confiável já feita.

É esta mesma, na antiga estação do INMET no Horto Florestal: -3,9°C no dia 02/08/1955.

Neste mesmo dia:

Mirante: -2,1°C

IAG: -1,2°C

Aeroporto de Cumbica: -4,2°C (Na época, o aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, era uma simples base aérea, em área semi-rural)

 

A 1ª estação meteorológica da cidade (Com observações regulares) começou a operar em 1888, no Jardim da Luz, no centro, pertencente ao então "Serviço Meteorológico de São Paulo".

Em 1895, mudou para a Praça da República, também no centro, onde funcionou até 1912.

Em 1912, mudou para a avenida Paulista, onde já havia uma estação funcionando desde 1902.

Em 1933, mudou da Paulista para o antigo Parque do Estado (Hoje Parque Estadual das Fontes do Ipiranga), na zona sul de Sampa. Mais tarde, passou a pertencer ao IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo), onde está até hoje.

 

A estação da Praça da República tem um registro de -2,5°C em 24/08/1898.

A da av. Paulista: -2,0°C em 19/08/1902, -1,2°C em 25/06/1918.

A do IAG: -1,2°C em 06 e 12/07/1942 e 02/08/1955; -1,1°C em 18/07/1975.

Na do Horto, além da marca de 1955, eu tenho alguns dados que saíram na imprensa na época: -1,6°C (18/07/1975) e -1,8°C (01/06/1979).

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Aldo você sabe qual a mínima e máxima absoluta do Aeroporto de Congonhas ?

Infelizmente não tenho esse dado.

 

Sempre tive curiosidade em saber qual foi a mínima no aeroporto Campo de Marte em 02/08/1955, mas nunca vi em lugar nenhum.

Imagino que, por ficar num baixada (Várzea do rio Tietê), tenha registrado temperatura mais baixa que os -2,1°C do Mirante (Que fica num topo).

 

No site da REDEMET, http://www.redemet.aer.mil.br, no link http://www.redemet.aer.mil.br/prod_clima/sp.php, existem dados de Congonhas e Cumbica de 1981 até 1990, apenas (Ver em "Tabelas Climatológicas").

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Aldo, então esta MP de Agosto-55 deve ter sido mastodônica heim! Reparei que, pelo menos pra minha cidade,

a década de 60 não foi uma boa década para frio extremo.

Foi histórica, talvez uma das 4 ou 5 mais potentes do século XX.

 

Só que teve uma particularidade: gelou todo o sul, o estado de SP, a região serrana do RJ, todo o Centro Oeste, chegou na Amazônia, etc, etc, mas mal chegou a Belo Horizonte.

A mínima em BH, se não me engano, foi 11,3°C naqueles dias. Ela pegou de raspão apenas o sul mineiro.

 

Uma descrição daquela histórica onda de frio está aqui: viewtopic.php?f=101&t=24.

Encontrei sem querer, uma vez, consultando o Google, quando ainda não participava do BAZ...

 

Sou fascinado por essa onda de frio, desde a 1ª vez que li algo sobre ela, ainda adolescente.

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Galera! 1994! Eu tinha 16 anos. Gente, foi incrível aqui em Sampa, na Granja Viana. 0ºC NO MIrante do Santana... Vocês sabem o que é isso??? Imagina aqui na Granja Viana. Deve ter ido à uns -2/-3º!!!

 

E como o Aldo postou em outro tópico, em 94, tivémos no Mirante uns 10 registros de 6ºC para baixo aqui em Sampa! Uns 3 registro de 1ºC!

 

1994 é HISTÓRIA DE FRIO (embora dizem que foi um inverno quente por aqui no BAZ, hehehe). Inverno quente com direito a mais de 20 cm de neve em São Joaquim, com mais de 80% do RS onde tenha nevado, hehehe

 

SOU MAIS 94 IRREGULAR DO QUE 2000!

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Galera! 1994! Eu tinha 16 anos. Gente, foi incrível aqui em Sampa, na Granja Viana. 0ºC NO MIrante do Santana... Vocês sabem o que é isso??? Imagina aqui na Granja Viana. Deve ter ido à uns -2/-3º!!!

 

E como o Aldo postou em outro tópico, em 94, tivémos no Mirante uns 10 registros de 6ºC para baixo aqui em Sampa! Uns 3 registro de 1ºC!

 

1994 é HISTÓRIA DE FRIO (embora dizem que foi um inverno quente por aqui no BAZ, hehehe). Inverno quente com direito a mais de 20 cm de neve em São Joaquim, com mais de 80% do RS onde tenha nevado, hehehe

 

SOU MAIS 94 IRREGULAR DO QUE 2000!

Quanto teriam registrado Juquitiba e São Lourenço da Serra em 1994, se tivessem estações meteorológicas?

 

Em 2000, a estação do CIIAGRO em São Roque, vizinha à RM de Sampa, a oeste (Estação convencional, que eles chamam de "mecânicas". E que junto com várias outras convencionais do CIIAGRO, "Estão com a coleta de dados temporariamente paralisada por falta de suporte financeiro".) registrou:

-3,0°C (17/07/2000)

-2,2°C (18/07/00)

-2,0°C (21/07/00)

-1,2°C (22/07/00)

-1,0°C (19/07/00)

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  • 2 weeks later...

Talvez o Carlos e/ou outros participantes do BAZ pudessem fazer. O INMET traz instruções de como passar os dados para o Excel.

 

Me cadastrai lá e não venho senha nenhuma...

 

Eu uma vez tentei também mas sem sucesso. :cray:

É... Aconteceu aquilo que eu já desconfiava... :sad:

 

Parece que o INMET restringiu o acesso. Acho que no começo talvez eles ainda não tivessem um controle completo...

Só espero que não tenham a idéia de fazer uma triagem entre o pessoal que conseguiu senha...

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É... Aconteceu aquilo que eu já desconfiava... :sad:

 

Parece que o INMET restringiu o acesso. Acho que no começo talvez eles ainda não tivessem um controle completo...

Só espero que não tenham a idéia de fazer uma triagem entre o pessoal que conseguiu senha...

 

Acho difícil eles começarem a restringir quem já tem acesso, isso iria causar certo constrangimento ao instituto, mas ainda bem que temos amigos assim como você. :good2:

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  • 4 weeks later...

 

Acredito que SP e Curitiba, por serem mais dependentes de atmosfera limpa e frio "seco" (noites claras) perde muito mais com a urbanização do que POA. Tem ajuda da altitude também. POA por estar mais ao Sul, recebe mais porretes polares e não sofre tantos efeitos da urbanização. Acho que é mais isso mesmo

 

Hmmm, é provável que seja isso. Acabei de lembrar de outro detalhe importante também: POA é uma cidade altamente arborizada e cheia de parques! Eu pude facilmente

perceber isso quando estive lá. :good2:

 

Curitiba também é repleta de parques e de áreas verdes. Quanto a ser mais dependente de frio "seco", há que se observar que

há dois tipos de frio "seco". O frio polar seco, ou seja, queda de temperatura por advecção à noite e sem o aumento excessivo da temperatura durante o

dia. E o frio seco já tropicalizado, com significativa queda de temperatura à noite devido à irradiação e forte aquecimento diário,

o chamado "frio vampiro". Esse segundo tipo de "frio"

tem se tornado muito mais frequente no Paraná e centro-sul, uma vez que os bloqueios estão mais fortes e prolongados. E se houver frente fria no RS,

pior, pois o Paraná tende a ficar com aquecimento pré-frontal, e muitas vezes fica mais quente até do quê o Sudeste!

Sendo assim, o frio seco que está faltando para o Paraná e para o Sudeste, é o frio de origem POLAR, e de ADVECÇÃO, pois o frio meramente de irradiação

até pode trazer mínimas baixas, mas por outro lado, provoca um forte aumento nas temperaturas máximas.

Por isso eu creio que embora a urbanização tenha sim uma parte de influência no aquecimento, a questão relacionada à dinâmica climática é

muitíssimo mais relevante!

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Na verdade, para que a questão fosse desvendada seria necessarário voltarmos à dinâmica dos anos 80 ate 2000 no máximo. O fato é que vc afasta 10 Km do Inmet de Curitiba já tem um clima bem mais frio e 25 Km Inmet SP idem. Isso é efeito puro de UBANIZAÇÃO nos centros expandidos.

 

Ou seja, o ideal era que tivessemos nos últimos 50 anos, pelo menos (para abranger ao menos a normal 1961/1990),

uma estação a 10km do INMET de Curitiba e outra a 25km do INMET de São Paulo. O mais próximo que podemos chegar

a isso, seria uma coleta dos dados de Pinhais e de algum local de São Paulo, como Parelheiros, por exemplo.

E aí compararmos a evolução climática em ambos os locais, e depois a compararmos com os respectivos congêneres

do INMET. Teríamos uma idéia do tamanho da influência da urbanização, e da mudança na dinâmica climática, e também

um comparativo mais confiável nas características climáticas de cada local.

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Na verdade, para que a questão fosse desvendada seria necessarário voltarmos à dinâmica dos anos 80 ate 2000 no máximo. O fato é que vc afasta 10 Km do Inmet de Curitiba já tem um clima bem mais frio e 25 Km Inmet SP idem. Isso é efeito puro de UBANIZAÇÃO nos centros expandidos.

 

Ou seja, o ideal era que tivessemos nos últimos 50 anos, pelo menos (para abranger ao menos a normal 1961/1990),

uma estação a 10km do INMET de Curitiba e outra a 25km do INMET de São Paulo. O mais próximo que podemos chegar

a isso, seria uma coleta dos dados de Pinhais e de algum local de São Paulo, como Parelheiros, por exemplo.

E aí compararmos a evolução climática em ambos os locais, e depois a compararmos com os respectivos congêneres

do INMET. Teríamos uma idéia do tamanho da influência da urbanização, e da mudança na dinâmica climática, e também

um comparativo mais confiável nas características climáticas de cada local.

O pior de tudo é que, na região metropolitana de Sampa, o INMET já teve estações convencionais em Mogi das Cruzes, Cotia e mesmo a do Horto Florestal, na zona norte da capital paulista, no limite entre a zona urbana e o Parque Estadual da Cantareira. Esta estação do Horto costumava, nas noites de céu limpo, registrar mínimas 3, 4 e até 5°C inferiores às do Mirante.

 

Todas elas foram desativadas e nenhuma está no BDMEP (Banco de dados do INMET). A do Horto já operava em 1955 (Registrou -3,9°C em 02/08 daquele ano, como já comentado várias vezes aqui) e foi desativada nos anos 90.

Seriam dados interessantes para serem observados...

 

A convencional de Guarulhos (1983) e a de Barueri (2011), além de recentes, já estão em áreas afetadas pela urbanização (Principalmente Guarulhos, que não raro tem mínimas mais altas que a do Mirante).

 

P.S.: Conheço Curitiba e Porto Alegre. Já estive várias vezes nas duas. Também acho estranho dizer que PoA tem muito mais verde que Curitiba. Porém, como faz mais de 15 anos que não vou à capital gaúcha, acho melhor ficar quieto... :pleasantry:

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Eu também estranho, pois, muito mais verde que Curitiba, garanto que POA não tem!

Eu também conheço as duas cidades, e estive em ambas muito recentemente (em 2013).

A diferença é que POA tem mais verde nas regiões centrais, ao passo que a região central

de Curitiba, com exceção de algumas praças como a Osório, e o Passeio Público, não é tão arborizada.

Mas no resto da cidade, há reservas ecológicas enormes para um centro urbano, como nos arredores de

em Santa Felicidade, há muitos parques e vários bosques de mata ombrófila mista com araucária (e

muitas araucárias belíssimas e muito bem desenvolvidas), como se pode ver no Parque Barigui, e em

muitos outros locais.

No geral, eu acho que Curitiba ganha de POA no que se refere ao quesito área verde por habitante,

pois POA é uma cidade que tem muitos bairros espalhados, e fora do centro e da orla do Guaíba,

não há tanta área verde assim.

Não sei qual das duas tem mais área verde, mas acho que, ou Curitiba tem mais ou no máximo

as duas se equivalem. Muito mais área verde que Curitiba, garanto que POA não tem!

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