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Brasil Abaixo de Zero

Discussão e Análise Sinóptica - INVERNO DE 2010


Marcelo
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Análise Sinótica de 23/06/2010 - 18 UTC

 

47464510.gif

 

Centro de Alta pressão tangenciando o litoral do sudeste e sul do Brasil. Baixa pressão com centro de 960 hpa na terra do Fogo. Uma área de baixa pressão 1004 hpa de maneira extendida estimulando formação de áreas de instabilidade sobre o Uruguai e nordeste da Argentina, se deslocando para o centro-sul do Rio Grande do Sul.

 

Abraços,

 

Elder

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Essa alta de 1020 tá com uma cara de filhote de ASAS... pra cá (Mauháboro-SP), marasmo atmosférico e térmico até 4/7. Pelo menos não fará calor.

 

Lá na frente em 114 horas tem uma alta de 1028 hpa, bem continental, trazendo frio. Por volta de 28 a 30/06. Vamos ver se o GFS sustenta isso. e Antes tem uma alta de 1032 hpa no rumo de Sampa.

 

abraços

 

Elder

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57503366.gif

fonte e créditos: CPTEC-INPE-GPT

 

 

 

Carta das 12 UTC produzida pelo CPTEC. Mostrando uma alta pós-frontal adquirindo característica de ASAS. Alta no Centro Oeste dando sustentação ao tempo seco e quente. Estas condições se expandem até a metade norte da Região Sul. Os ventos norte fizeram com que a temperatura aumentasse. Em níveis médios tem subsidência e estímulos para aumento da temperatura em superfície. O modelo GFS desvia esta frente fria para o Mar. As próximas 48 horas caem na baixa previsibilidade, pois não há consenso.

 

O tempo deve ficar bochorno (abafado) nestes próximos dias.

 

Abraços,

 

Elder

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Buenas!

 

O modelo GFS desvia esta frente fria para o Mar. As próximas 48 horas caem na baixa previsibilidade, pois não há consenso.

 

O tempo deve ficar bochorno (abafado) nestes próximos dias.

 

34t1qaa.jpg

 

Creio que sim sobre o "bochorno"... Porém as próximas 48h estão colocadas... Tanto que "O modelo GFS desvia esta frente fria para o Mar"... Neste "empuxo" teremos até uma possibilidade de tempo severo em algumas regiões do RS... Confere???...

 

Honestamente não gosto quando estas linhas "laranja" e vermelha se alinham com altas entre elas...

 

syS!

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Zeca,

 

Confere! tempo severo em algumas localidades do RS. Principalmente centro-sul. Quantos as linhas vermelhas e amarelas, também não gosto delas da maneiras que se alinham com altas. Este inicio de "inverno bochorno" tá recebendo o trato do ENSO de abril. Ainda quente lá, respinga aqui nestes 15 primeiros dias. Os grandes extremos de temperatura vieram após fim de el nino e no meio de uma la nina. (1923, 1955,1975, 1985, 1990, 2000).

 

abraço

 

Elder

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Mafili, as médias de julho para POA para os anos que citaste:

 

1955: 10,8C (mais frio da série iniciada em 1949)

1975: 13,6C

1985: 15,2C (ficou acima da média)

1990: 12,7C (ficou em 13º na série iniciada em 1949, perdendo, em ordem de mais frio para mais quente, para 1955, 1953, 1996, 2000, 1992, 1994, 2009, 1956, 1964, 2007, 1989 e 1962)

2000: 11,3C (4º mais frio da série, ficando atrás de 1955 (10,8C), 1953 (11,2C) e 1996 (11,2C))

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Mafili, as médias de julho para POA para os anos que citaste:

 

1955: 10,8C (mais frio da série iniciada em 1949)

1975: 13,6C

1985: 15,2C (ficou acima da média)

1990: 12,7C (ficou em 13º na série iniciada em 1949, perdendo, em ordem de mais frio para mais quente, para 1955, 1953, 1996, 2000, 1992, 1994, 2009, 1956, 1964, 2007, 1989 e 1962)

2000: 11,3C (4º mais frio da série, ficando atrás de 1955 (10,8C), 1953 (11,2C) e 1996 (11,2C))

 

Nestes anos foram bons:

 

1955: julho/agosto

1975: julho

1985: junho

1990: maio/junho/julho/setembro

2000: julho e parte de agosto

 

Por aqui, todos os meses dos referidos anos antes das Tsar-bombas polares, foram quentes...até o fim de julho/55 foi quente e seco, 1975 teve maio e junho mornos, 1985 maio quente, 1990 teve o início do ano bem quente, até abril, 2000 teve abril, maio e junho quentes e secos.

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Essa alta de 1020 tá com uma cara de filhote de ASAS... pra cá (Mauháboro-SP), marasmo atmosférico e térmico até 4/7. Pelo menos não fará calor.

 

Lá na frente em 114 horas tem uma alta de 1028 hpa, bem continental, trazendo frio. Por volta de 28 a 30/06. Vamos ver se o GFS sustenta isso. e Antes tem uma alta de 1032 hpa no rumo de Sampa.

 

abraços

 

Elder

 

 

Elder era disso que eu estava falando, os modelos há uns dois dias começava a mostrar um pulso de ar frio e seco atingindo parte do País já entre dia 28 á 30 deste mês. Vamos ver o que realmente vai ocorrer.

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Allef Caetano,

 

Realmente há um pulso para o Centro Oeste, mas não sustenta como uma onda de frio mais severa. É algo mais ligado a uma incursão polar rápida. O bloqueio está aí firme novamente. Há necessidade de trânsito mais fluentes das MPS. De qualquer forma é um ensaio para o Centro Oeste. ACW mudou, pode ter mais "invernos" ao longo dos próximos anos com maior fluência destas polares para o Centro Oeste.

 

abraços

 

Elder

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Fernandomafili

 

Gostei da sua colocação. Você tem razão. Não dá para analisar situações sinóticas e de estação por dados isolados de uma só cidade ou algumas localidades. É preciso ter mais substância para se analisar. Também não gosto de ficar comparando invernos no Brasil, uma vez que aqui as temperaturas são comparadas por décimos de ano para ano (e não acrescenta nada na análise). Eu creio que cada inverno tem a suas peculiaridades, nãos são iguais e são ímpares. Os invernos de períodos bem anteriores são bem suspeitos, devido a imensos fatores já relatados por vários amigos do fórum, lá na sala de ENSO e PDOS e também em monitoramento meteorológicos. Colocações como a sua, do Vinícius e do Bruno me fazem pensar sobre a dinâmica de cada inverno e a busca de estudo fundamentados que possa esclarecer o comportamento da estação mais fria nas regiões subtropicais e próximas ao trópico de Capricórnio.

 

Abraços

 

Elder

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As automáticas do Cptec tem uns brinquedos interessantes, como a do PESM-Curucutu, no sul da Paulicéia e a 800m de altitude. Pena que só fornece dados quebrados a cada 0,5 grau.

Lá, pelo menos por enquanto, ainda não tem ilhas de calor doentias.

O problema é que é uma estação baby, de 2007.

 

Não se preocupe que por lá ilha de calor nunca vai ter. É área de preservação ambiental permanente. 8-)

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Vini, Vi tua resposta.

 

Solicito como sempre...(este garoto vai longe...é o mais jovem e competente baziano). Qual a razão de não termos uma estação no estado de São Paulo livre de ilhas de calor urbanos doentias(caso de sampa).

 

Valeu

 

Obrigado Mafili :D

 

Então, quanto ao baziano mais novo, creio que seja o Xoão Delai. (com X mesmo) kkkkkkkkkk'

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As automáticas do Cptec tem uns brinquedos interessantes, como a do PESM-Curucutu, no sul da Paulicéia e a 800m de altitude. Pena que só fornece dados quebrados a cada 0,5 grau.

Lá, pelo menos por enquanto, ainda não tem ilhas de calor doentias.

O problema é que é uma estação baby, de 2007.

 

Não se preocupe que por lá ilha de calor nunca vai ter. É área de preservação ambiental permanente. 8-)

 

Tomara que não! Mas certeza não dá pra ter: a idéia pro espaço que hoje é ocupado pelo Heliópolicity, era transformar lá num parque. Masss... independente se foi por motivos justos ou não, o fato é que os invasores chegaram lá antes.

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Campo de Pressão - 25/06/2010 - 12 Z - Fonte: NOAA

 

apres25062010.png

 

 

01/07/2010 - 00Z - Fonte: NOAA

 

apres01072010.png

 

Parece que teremos um filme só. ASAS próxima ao litoral do Brasil, frentes frias sendo desviadas, chuva retida na altura do RS. Continuidade do padrão de bloqueio! Será que se desenha a manutenção de padrão de veranico? ou a polar que entra dia 28/07 quebrando um pouco estas altas temperaturas? Pela simulação e análise tudo indica que a próxima massa fria fará apenas uma incursão rápida sobre território Brasileiro e logo volta aos padrões de tempo morno...

 

 

Elder

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Bruno eu não gosto de comparações entre invernos no Brasil, devido a diferença pequena entre um e outro, devido a natureza geográfica do Brasil. Geralmente os invernos no sul do Brasil não diferenciam um do outro por graus e sim por décimos de grau. As regiões subtropicais estão em região de transição. Aí ficamos a mercê do jogo de forças entre o que é tropical e o que vem das regiões temperadas. Pela proximidade do trópico, a nossa região está vulnerável aos vários períodos de tropicalidade. O que tenho observado e anotado nos últimos 10 anos é a diminuição do número de ingressos de Massas Polares até o trópico de Capricórnio. O Brasil passa por uma "seca de MPS".

 

Década de 90: (média) - Massas Polares moderadas a forte

maio - 2

junho - 2 a 3

julho - 2 a 3

agosto - 2

setembro - 1

 

Década atual: 2001-2010

 

maio - 1

junho - 2

julho - 1

agosto - 1

setembro -1

 

As décadas de 70 e 80 - o ingresso de MPS ao centro-sul do Brasil ainda são maiores.

 

Segundo estudo do NOAA existe uma certa semelhança desta década com a década de 60.

 

O tempo e o clima se comportam muito parecido com o mercado financeiro. Ele tem memória (em estudo de análise gráfica e fundamentalista pode se ver isto). As vezes ele busca eventos próximos que não se resolveu a questão e dá continuidade. Exemplo 2007. Taí porque este inverno (2010) poderá ser um pouco parecido com 2007. Caso não encontrando alguma relação com as condições climáticas mais próximas, o tempo ou clima vai buscar situações parecidas ao longo de um período, até buscar o seu auge (dentro de um determinado período - talvez 10 anos, 20 anos, ...). Quando há uma saturação de um determinado padrão, o próprio tempo ou clima quebram os padrões e põem uma nova situação. Esses elementos são mais claros quando se caminha para regiões temperadas. Mas ele tem uma dinâmica parecida com o mercado financeiro ou semelhante a análise gráfica do mercado. O tempo busca topos e fundos. Ex: 23, 55, 75 e 2000, são topos de um gráfico frio. Na atual década temos 2007 e 2004, no conjunto da região sul e sudeste, como topos da década. O ano de 2008 (inverno) pode ter sido topo no RS (ou específicamente julho - não sei se no trimestre todo). Mas, no conjunto subtropical, 2008 (inverno) não foi um ano de topo que pode figurar entre invernos mais frios desta última década.

 

Abraços

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Tentando ilustrar onde o querido Élder quer chegar.

 

No endereço abaixo vamos encontrar uma ilustração do "efeito borboleta" e matutar um cadinho sobre a natureza caótica do clima.

 

http://to-campos.planetaclix.pt/fractal/lorenz_eng.html

 

 

Quando você olhar para figura que se forma verá dois núcleos ( que são os atratores das equações colocadas, isso não é importante no momento). Interprete um atrator como VERÂO e outro como INVERNO. Considerando que, pelo menos, até 2012 teremos invernos e verões.

 

a- Observem que os invernos serão sempre diferentes (muito cuidado aqui, diferentes com pequenas variações. Então, diferentes.) em uma escala de tempo pequena.

 

b- Podemos sempre complicar para procurar padrões. Assim vou adicionando as condições ENSO, depois PDO.....etc...etc.

 

Podemos tentar interpretar a animação como sendo um atrator "ERA GLACIAL" e o outro "PERÍODOS QUENTES".....e consideramos efeitos orbitais de longo prazo.

 

ou Uma La-Niña com um El-Niño.

 

Conclusão: Observe que estes sistemas estão sempre "convivendo" juntos. Temos um El-Niño recém falecido.....uma neutralidade na ativa e um La-Niña já retocando a maquiagem.

 

Não sei se ajudei.

 

A foto abaixo da nome a coisa,

300px-Lorenz_attractor_yb.svg.png

 

MAFILI!

Pra ser sincero ainda não ficou muito claro pra mim; caso vc possa mastigar mais, eu agradeço! ;)

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Meteotempo, concordo que comparar invernos no Brasil é uma atividade dificil quando a amplitude térmica anual é pequena. Veja que, quando registramos uma anomalia positiva de +3C em julho, a maioria das cidades do sul do Brasil tem um mês de primavera/outono. Se a mesma anomalia é registrada em NYC, o mês continuará sendo muito frio, afinal, ao invés de 0C, a média do mês (no caso deles é janeiro) fica em 3C, ainda algo extremamente frio e com característica de mês de inverno. Aqui no sul do Brasil pequenas anomalias determinam se o mês de inverno é frio ou primaveril (nunca é quente).

 

Sobre o número médio de massas de ar frio que atingem o sul do Brasil a cada mês de inverno, eu desconhecia dos números apresentados por vc, porém confio, afinal vc é um cara do meio. Eu, sicenramente, não vejo uma mudança no padrão térmico aqui no RS em relação aos invernos que vivenciei quando era guri e adolescente (anos 80 e 90). A temperatura aqui em POA continua a mesma. Temos os mesmos extremos de frio e calor dos invernos das décadas de 80/90. A única coisa que percebo estar diferente (põe diferente nisso) é o regime nival. Eu, como observador do tempo, cresci vendo imagens de neve na serra gaúcha na RBSTV todo santo inverno. Lembro de ir para o colégio de manhã cedo escutando a Rádio Gaúcha com o meu pai e ouvir o Mendelski (radialista local) dizer: "nesse momento neva em Bom Jesus, Ausentes, São Joaquim e Cambará). Isso não foi uma vez. Foram algumas tantas vezes. Fora quando a neve acontecia em Garibaldi e Nova Petrópolis e o meu pai resolvia me levar para Nova Petrópolis para ver neve. Eu disse Nova Petrópolis!!!! Cidade de 580 metros de altitude!! Hj essa cidade não é nem cogitada para receber qualquer evento de neve aqui no BAZ. Nos anos 80 e 90 e ia até lá para ver neve, afinal chegava notícias aqui em POA de neve nessa acumulada nessa cidade, tal como em 1988, 1991, 1993 e 1994.

 

O que eu mais quero é a neve de volta, pois o padrão térmico segue inalterado no "case gaúcho".

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Bruno,

 

Se for ficar apenas com o RS e no máximo parte de SC o número médio de polares aumenta. Pois muitas delas não atingem estados mais ao norte, que estão em torno do trópico de Capricórnio. Já polares moderadas a fortes atingem até o sul-amazônico. É destas polares moderadas a forte que está o levantamento médio acima. A pesquisa tem como fonte bibliográfica: NOAA, INMET e CPTEC.

 

Eu tenho um amigo de infância que nasceu e morou até 20 anos em Lagoa Vermelha. Lembro que na escola ele contava e mostrava as fotos da neve no RS e SC que a familia tirava. Foram tirando fotos com o passar do tempo. Nesta década, eu olhando o album dele, a neve sumiu. Ele voltou a morar na cidade onde nasceu.

 

Meu antigo professor de Geografia Física também tem um album que o acompanha. Ele tira fotos do Inverno da região da neve desde a década de 50. Todos os anos tira fotos dos meses mais frios, para fazer comparações. Também ele tem fotos anteriores de neve com acúmulos, tiradas pela família. Esta última década esta fechando e a neve devendo para todos nós

 

abraços,

 

Elder

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Bruno,

 

Se for ficar apenas com o RS e no máximo parte de SC o número médio de polares aumenta. Pois muitas delas não atingem estados mais ao norte, que estão em torno do trópico de Capricórnio. Já polares moderadas a fortes atingem até o sul-amazônico. É destas polares moderadas a forte que está o levantamento médio acima. A pesquisa tem como fonte bibliográfica: NOAA, INMET e CPTEC.

 

Eu tenho um amigo de infância que nasceu e morou até 20 anos em Lagoa Vermelha. Lembro que na escola ele contava e mostrava as fotos da neve no RS e SC que a familia tirava. Foram tirando fotos com o passar do tempo. Nesta década, eu olhando o album dele, a neve sumiu. Ele voltou a morar na cidade onde nasceu.

 

Meu antigo professor de Geografia Física também tem um album que o acompanha. Ele tira fotos do Inverno da região da neve desde a década de 50. Todos os anos tira fotos dos meses mais frios, para fazer comparações. Também ele tem fotos anteriores de neve com acúmulos, tiradas pela família. Esta última década esta fechando e a neve devendo para todos nós

 

abraços,

 

Elder

 

S.JOAQUIM

 

DE 1970/1990 A MÉDIA ANUAL ERA 23 CM

 

DE 1999/2009; 0,5 CM

 

A ÚTIMA NEVE, DECENTE, QUE VÍ, EM MAIO DE 1999 COM MAIS DE 5 CM E JULHO DE 2000 PERTO DOS 5 CM.

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Bruno,

 

Se for ficar apenas com o RS e no máximo parte de SC o número médio de polares aumenta. Pois muitas delas não atingem estados mais ao norte, que estão em torno do trópico de Capricórnio. Já polares moderadas a fortes atingem até o sul-amazônico. É destas polares moderadas a forte que está o levantamento médio acima. A pesquisa tem como fonte bibliográfica: NOAA, INMET e CPTEC.

 

Eu tenho um amigo de infância que nasceu e morou até 20 anos em Lagoa Vermelha. Lembro que na escola ele contava e mostrava as fotos da neve no RS e SC que a familia tirava. Foram tirando fotos com o passar do tempo. Nesta década, eu olhando o album dele, a neve sumiu. Ele voltou a morar na cidade onde nasceu.

 

Meu antigo professor de Geografia Física também tem um album que o acompanha. Ele tira fotos do Inverno da região da neve desde a década de 50. Todos os anos tira fotos dos meses mais frios, para fazer comparações. Também ele tem fotos anteriores de neve com acúmulos, tiradas pela família. Esta última década esta fechando e a neve devendo para todos nós

 

abraços,

 

Elder

 

Gostaria que tu conhecesses meu a´lbum pessoal de neve, são dezenas de fotos. :D

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Meteotempo, concordo que comparar invernos no Brasil é uma atividade dificil quando a amplitude térmica anual é pequena. Veja que, quando registramos uma anomalia positiva de +3C em julho, a maioria das cidades do sul do Brasil tem um mês de primavera/outono. Se a mesma anomalia é registrada em NYC, o mês continuará sendo muito frio, afinal, ao invés de 0C, a média do mês (no caso deles é janeiro) fica em 3C, ainda algo extremamente frio e com característica de mês de inverno. Aqui no sul do Brasil pequenas anomalias determinam se o mês de inverno é frio ou primaveril (nunca é quente).

 

Sobre o número médio de massas de ar frio que atingem o sul do Brasil a cada mês de inverno, eu desconhecia dos números apresentados por vc, porém confio, afinal vc é um cara do meio. Eu, sicenramente, não vejo uma mudança no padrão térmico aqui no RS em relação aos invernos que vivenciei quando era guri e adolescente (anos 80 e 90). A temperatura aqui em POA continua a mesma. Temos os mesmos extremos de frio e calor dos invernos das décadas de 80/90. A única coisa que percebo estar diferente (põe diferente nisso) é o regime nival. Eu, como observador do tempo, cresci vendo imagens de neve na serra gaúcha na RBSTV todo santo inverno. Lembro de ir para o colégio de manhã cedo escutando a Rádio Gaúcha com o meu pai e ouvir o Mendelski (radialista local) dizer: "nesse momento neva em Bom Jesus, Ausentes, São Joaquim e Cambará). Isso não foi uma vez. Foram algumas tantas vezes. Fora quando a neve acontecia em Garibaldi e Nova Petrópolis e o meu pai resolvia me levar para Nova Petrópolis para ver neve. Eu disse Nova Petrópolis!!!! Cidade de 580 metros de altitude!! Hj essa cidade não é nem cogitada para receber qualquer evento de neve aqui no BAZ. Nos anos 80 e 90 e ia até lá para ver neve, afinal chegava notícias aqui em POA de neve nessa acumulada nessa cidade, tal como em 1988, 1991, 1993 e 1994.

 

O que eu mais quero é a neve de volta, pois o padrão térmico segue inalterado no "case gaúcho".

Poxa. É isso mesmo!! Tanto no que se refere às médias quanto aos relatos! Também cansei de ver "neva na cidade X, Y e Z". Em praticamente todos os invernos tínhamos isso! Agora a neve tornou-se evento de luxo: cai um punhado aqui e ali e uma multidão sobe a serra para pegar um frio mais seco. A dinâmica está bem diferente, mas as temperaturas estão nos padrões, talvez com exceção dos meses mais quentes como 2001 e 2002. Fora o ano 2000, o início dessa década foi uma porcaria.

 

Abraços sem neve!

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O que tenho observado e anotado nos últimos 10 anos é a diminuição do número de ingressos de Massas Polares até o trópico de Capricórnio. O Brasil passa por uma "seca de MPS".

 

Década de 90: (média) - Massas Polares moderadas a forte

maio - 2

junho - 2 a 3

julho - 2 a 3

agosto - 2

setembro - 1

 

Década atual: 2001-2010

 

maio - 1

junho - 2

julho - 1

agosto - 1

setembro -1

 

As décadas de 70 e 80 - o ingresso de MPS ao centro-sul do Brasil ainda são maiores.

 

Segundo estudo do NOAA existe uma certa semelhança desta década com a década de 60.

 

O tempo e o clima se comportam muito parecido com o mercado financeiro. Ele tem memória (em estudo de análise gráfica e fundamentalista pode se ver isto). As vezes ele busca eventos próximos que não se resolveu a questão e dá continuidade. Exemplo 2007. Taí porque este inverno (2010) poderá ser um pouco parecido com 2007. Caso não encontrando alguma relação com as condições climáticas mais próximas, o tempo ou clima vai buscar situações parecidas ao longo de um período, até buscar o seu auge (dentro de um determinado período - talvez 10 anos, 20 anos, ...). Quando há uma saturação de um determinado padrão, o próprio tempo ou clima quebram os padrões e põem uma nova situação. Esses elementos são mais claros quando se caminha para regiões temperadas. Mas ele tem uma dinâmica parecida com o mercado financeiro ou semelhante a análise gráfica do mercado. O tempo busca topos e fundos. Ex: 23, 55, 75 e 2000, são topos de um gráfico frio. Na atual década temos 2007 e 2004, no conjunto da região sul e sudeste, como topos da década. O ano de 2008 (inverno) pode ter sido topo no RS (ou específicamente julho - não sei se no trimestre todo). Mas, no conjunto subtropical, 2008 (inverno) não foi um ano de topo que pode figurar entre invernos mais frios desta última década.

 

Abraços

 

Perfeito amigo, é exatamente o resumo da impressão que eu tenho dos invernos da atual década, monitorando o tempo nesses 7, 8 anos aqui no BAZ. Tive oportunidade de vivenciar os invernos do final dos anos 80, início dos anos 90. A diferença no Paraná é brutal, aliás até os verões em curitiba estão um pouco mais quentes, pouca coisa, perto dos invernos no Paraná que esquentaram violentamente...

Por esses dados acima, a década de 90 teve uma média de 15 MPS moderadas a fortes, e atual década 6 MPS moderadas a fortes. Vê-se por aí que o feeling das pessoas comuns, alguns não tão leigos quanto nós julgamos, está correto sobre os invernos da atual década.

Sds.

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Marcos, as vezes fico a imaginar se será possível novamente assistirmos o RBS notícias com uma repórter ao vivo falando de Caxias do Sul com a Praca Dante Alighieri atolada na neve. Hoje em dia isso não acontece nem mesmo em Sao Joaquim....

 

Ou então, voltar a subir a serra e pegar neve forte em Gramado e Canela como em agosto de 1999. Meu, era todo ano ou no máximo de dois em dois anos que um grande evento de neve ocorria.

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Com intensidade semelhante a essa de 1994 eu lembro de Gramado ter tido nevadas em 1988, 1991, 1993 e 1999. Em 2000 e 1996 a intensidade foi menor, mas acumulou uns 2cm. As demais da década de 80 eu não lembro ao certo em que ano foram pq eu era pequeno e não anotava dados, mas acontecia certamente numa frequência muito boa.

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Tá, repetições em pequena escala temporal e térmica de um padrão, dentro de um período mais longo onde este padrão de comportamento térmico se repete de modo mais extremado (ou seja, o desenho da latinha de pó Royal dentro de um círculo que ficava dentro de outra latinha de pó Royal, etc).

Mas... então estaríamos ainda dentro de um mínimo solar que vai até 2020, mas dentro de um ciclo mais amplo onde, na média, a radiação solar poderia aumentar ainda mais em direção a, por exemplo, 2100? E onde os invernos proto-históricos do Cento Oeste entrariam nesta história? Dentro do valezinho térmico mais profundo, que por sua vez estaria dentro de um valezão? E nós? Digo, PR. SP e MS. Será que, em outras palavras, ainda teríamos mais coisa pra subir na serra térmica nas próximas décadas? Digo, mais uma vez, num horizonte que poderia transcender a duração de nossas vidas.

Não consta que as araucárias de Caçador tenham morrido em massa com o frio sub -10 de 19XX. Então, será que nossa araucária não teria mais coisa em comum com a araucana no quesito resistência ao frio?

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Mafili adoraria ter ralatos da região Centro-Oeste anterior ao século XX, mas na verdade do próprio século XX já é um sacríficio conseguir qualquer dado por mais isolado que seja o que dirá anterior a isso? Quem sabe em algum museu ou biblioteca espalho pelo país tenha algo referente ao clima do centro-oeste no séculos passados, vai saber. Também acredito que a região deve ter sofrido grandes mudanças no passado. Quem sabe algum dia venhamos conseguir estes relatos. :?

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Mafili adoraria ter ralatos da região Centro-Oeste anterior ao século XX, mas na verdade do próprio século XX já é um sacríficio conseguir qualquer dado por mais isolado que seja o que dirá anterior a isso? Quem sabe em algum museu ou biblioteca espalho pelo país tenha algo referente ao clima do centro-oeste no séculos passados, vai saber. Também acredito que a região deve ter sofrido grandes mudanças no passado. Quem sabe algum dia venhamos conseguir estes relatos. :?

Acho difícil, a povoação foi mais no final do século XX, aqui no oeste do PR NÃO existem dados anteriores a 1950, talvez no Aero de Foz tenham alguns, porém não existia NADA aqui antes da década de 50, quanto mais no século passado.

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Acho bacana o campo da paleoclimatologia... No site Altamontanha.com, uma vez vi um texto sobre como teria sido o clima brasilias na última glaciação, e fala de uma presença maior do ar polar naquela época, e não apenas de uma mera diminuição das temps com participação das massas de ar semelhante à atual. Ou seja, supõem que o Minuano, Pampeiro e afins davam mais as caras aqui. Mas naquela época, ainda sem manteiga de cacau pra curar fissuras labiais causadas pelo ar seco...

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Ou seja, Mafili, enquanto os dados Marsilaquianos (by PESM Curucutu) ainda guardam coerência com os relatos anchietanos, os atuais dados rurais do CO não guardariam a mesma correlação com os relatos dos bandeirantes... esto? Será que a chave estaria num fluxo mais privilegiado de ar polar continental no passado, enquanto o presente estaria sendo caracterizado por um fluxo privilegadamente marítimo?

E pro leste, este tipo de coisa não traria grande alteraçao nas médias anuais, mas faria estrago nas anuais do CO.

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Coutinho e Syvio Colety:

 

Interessante o dado que se coloca, quanto a São Joaquim e outras cidades que registraram o fenômeno neve nos últimos 60 anos. Há uma dimimuição substancial da neve em São Joaquim nos ultimos anos. Esta amostra se estende por todo o planalto da neve. O planalto da neve não é uma região pequena; ele engloba uma área maior que vários países da Europa. Mesmo a neve não sendo ampla no planalto, ela se comporta de forma esparsa ou isolada, mas suficiente para não se negar ou olhar o fenômeno com descaso.

 

Não sou especialista em neve e nem estou apto para dizer se a neve é um fenômeno raro ou ocasional no sul do Brasil, como já ouvi alguns estudiosos afirmarem categoricamente. Só sei que nós temos no mínimo 80 anos de história com registros científicos. Como também temos relatos do senso comum, depoimentos, fotos, reportagens de muitos, sobre o fenômeno no sul do Brasil (Não aos moldes de regiões temperadas). O material é rico e pode apontar todo um histórico que venha reforçar que o planalto da neve passa por um período mais quente ou de estiagem, mas não podemos afirmar taxativamente quem é o vilão da história.

Creio que vocês que moram no "core da região da neve no Brasil" têm condições, com segurança traçar um histórico e afirmar o acontecido. Vocês são testemunhas oculares da década de 80, 90 e esta, alguns oculares da década de 70.

 

É por isso que depoimentos como do Coutinho, Bruno, Sylvio, Allef, Paulo Henrique e muitos outros do fórum me fazem refletir sobre a climatologia de inverno da região. Creio que cada um coloca o seu trabalho, depoimentos e experiências, que podem ser cruzados e acabam gerando teses.

Eu sou daqueles que considero e muito as normais climatológicas, pois precisamos de parâmetros (sim) para analisar o passado, o corrente e projetar o futuro. Se elas estão erradas, não posso afirmar categoricamente. Respeito o trabalho de quem as fizeram. É a ferramenta que eu tenho para trabalhar e creio que muitos aqui utilizam esta ferramenta. As normais são um documento (registro) que temos para analisar. Lá nas normais tem todo um histórico climático do inverno do sul que pode ser um norte para debatermos e aprofundarmos a questão. No contexto de país tropical representa pouco, no contexto de outros países subtropicais e temperados representa pouco. Mas no contexto de uma região, que é o caso da região sul, que tem uma área grande - representa muito! Por isso vejo que o trabalho ocular e documentado por todos aqui tem uma importância muito grande! que me induz a estudar cada vez mais sobre o assunto.

 

Os boletins agroclimatológicos que pesquisei e os que tenho comigo apontam para isto que vocês estão colocando aqui. São 60 anos de boletins falando de neve e comprovando o que vocês estão dizendo a respeito do que se estabelecera sobre a região sul e do que está ocorrendo hoje. Aliás vocês reportam melhor do que está escrito e resumido em forma de boletins e sínteses climatológicas. (Claro! sem querer diminuir o que foi documentado e validado por diferentes órgãos de meteorologia, respaldado pela OMM - pois tem todo um trabalho aprovado sobre moldes científicos)

 

abraços,

 

Elder

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Exatamente João. Mas temos cidade no Centro-Oeste muito antigas, fundadas por bandeirantes em busca do ouro. Cuiabá, Corumbá e Cáceres eram tidas como importantes portos fluviais sem falar que Cuiabá também tinha muito ouro na região da Prainha( córrego de Cuiabá). Acredito que deve ter em alguns relatos, de padres jesuítas ou propriamente de bandeirantes, algum diário, carta, sei lá algo que conte um pouco melhor do clima do Centro-Oeste. Deve estar em alguma biblioteca. Todo e qualquer relato do clima é importante mas que eu consideraria um importantíssimo achado seria alguma menção de neve em alguma região do MS. O clima com certeza deveria ser bem mais frio.

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Mafili, alternância de frio e calor sempre existiu em nossos invernos, assim com existiram invernos que o frio foi constante, em outros menos frio, todos sabem que há variabilidade.O que está diferente é quanto ao número de geadas/ano, e neve/ano que em média era maior.O problema está justamente na formação de gelo.Hoje mesmo percebi a presença de muitas (moscas)ou mosquitos como diz o pessoal do interior, isto ocorre geralmente depois do inverno, ou no final dele...

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A pedido do Mafilli, posto aqui a mensagem novamente:

 

Talvez alguns conheçam o livro Viagem ao Rio Grande do Sul, de Auguste de Saint-Hilaire, francês que visitou o Brasil no século 19. Há relatos incríveis. Que desfazem o mito do "inverno sempre foi frio no Rio Grande..." " o frio começa em março e vai até novembro...""No meu tempo os invernos eram...sempre frios"

 

O livro fala em viagens a Porto Alegre. Aliás, há outros livros em que fala de idas a Goias,RJ, ES, nascentes de Sao Francisco, Curitiba e SC.

 

Alguns relatos em que fala do clima:

 

19 de junho de 1820

 

Mau grado a friagem do momento notei que todas portas e janelas estavam abertas. Os moradores desta região são menos esníveis ás intempéries que nós. Apesar das geadas quotidianas não há aquecimento artificial nas casas, nem meio de o fazer...15 de junho de 1820

 

...Hoje predomina o vento oeste, e o frio não decresceu. Ao vento desse quadrante dão aqui o nome de minuano, e informam que ele não dura nunca menos de 3 a 4 dias...

 

Porto Alegre, 26 de junho

 

Depois do dia 21 o minuano cessou. O tempo mostra-se perfeitamento calmo. O céu sem nuvens e o termômetro marca cerca de 74 °F, ao meio dia. Nesta época as chuvas caem ordinariamenteo com abundancia; os mais antigos moradors da região dizem não terem memória de seca semelhante á deste ano.Ela obriga os agricultores a adiarem os plantios do trigo e dos laranjais, que fazem normalmente na estação atual para ter-se a colheita do trigo em dezembo....

 

Porto Alegre, 4 de julho

 

Durante vários dias o tempo manteve-se frio. Hoje está sombrio, como em França, ants de nevar, tendo chovido em grande parte do dia. Há geada quase todas as noites e o Conde mandou juntar muito gelo para fazer sorvete...

Acostumado, como já estou, às altas temperaturas da zona tórrida, sofro muito com o frio. Ele tira-me toda espécie de atividade, privando-me quase da faculdade de pensar.

 

esse frio repete-se todos os anos. Toda a gente se queixa dele, sem, contudo, procurar meios eficazes de defesa contra o inverno. Apenas cuidam de agasalhar o corpo com vestes pesadas. Todos os habitantes de Porto Alegre usam em casa um espesso capote que, impedindo-lhes até os movimentos, não os impede de tremer de frio...Ninguém tem a idéia de aquecer os quartos, trazendo-os bem fechados e munidos de lareira.

Há aqui grande número de casas muito bonitas, bem construídas e bem mobiliadas, mas não há uma sequer, que possua lareira ou chaminé. Os quartos são altos, as portas e janelas fecham-se mal; estas têm, frequentemente, as vidraças quebradas e há casas em que se não pode procurar um objeto sem primeiro abrir os postigos das janelas e até mesmo as portas.

Essa falta de precaução contra o frio parece ter sido introduzida pelos portugueses, pois asseguram-me que em Lisboa as chaminés são objetos de luxo

 

29 de julho de 1820

 

Durante minha permanência em Porto Alegre pude experimentar calores elevados seguidos, imediatamente, de excessivo frio

 

Talvez não seja o lugar mais adequado para colocar esters textos. Mas, não ahcei nao que correlacionasse com esse assunto.

 

 

 

Mas, conseguimos verificar que mesmo no século 19 o clima aqui já era um samba maluco.

 

Em 1989, no dia 12 de julho eu casei. Morava no Maranhão e vim a Porto Alegre para casar. Acostumado com o calor de São Luiz, passei calor em Porto Alegre, também. Estava muito quente. Nada impediu que fizesse frio naquele também. Logo, teremos frio, sim. Não tenho dúvida.

 

Agora, estamos com um enorme bloqueio sobre o RS. na verdade, a grande massa de ar seco no centro do país impede que cheguem as Mps aqui, desviam para o mar. As Asas fizeram voar nosso frio para o oceano atlantico.

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O tempo mostra-se perfeitamento calmo. O céu sem nuvens e o termômetro marca cerca de 74 °F, ao meio dia. Nesta época as chuvas caem ordinariamenteo com abundancia; os mais antigos moradors da região dizem não terem memória de seca semelhante .

 

74°F equivale a 23°C.

 

Ou seja, após nosso amigo Saint Hilaire ter sentido muito frio, houve uma melhora substancial da temperatura. Ficou igual á temperatura que estamos tendo nesses dias em Porto Alegre, em torno dos 2o ou acima. Hoje, tivemos 27°C.

 

Logo, nossa região é assim mesmo. Normal esse veranico.

 

Claro, não vamos desconsiderar que naquela época estávamos na pequena era do gelo, a qual terminou em torno do início do século 20.

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Ou seja, após nosso amigo Saint Hilaire ter sentido muito frio, houve uma melhora substancial da temperatura. Ficou igual á temperatura que estamos tendo nesses dias em Porto Alegre, em torno dos 2o ou acima. Hoje, tivemos 27°C.

 

Logo, nossa região é assim mesmo. Normal esse veranico.

 

Claro, não vamos desconsiderar que naquela época estávamos na pequena era do gelo, a qual terminou em torno do início do século 20.

 

Exato Gamboa, sem falar que em 1820 o mundo ainda sofria as influências de um inverno vulcânico causado pela Erupção do vulcão Tambora, a mais forte dos últimos 1.000 anos, e que provocou o ano de 1816, o ano sem verão na Europa e américa do norte.Eram outros tempos, muito diferentes dos atuais. O mundo todo era bem mais frio...

 

Porém, veja que ele relata 15 dias ou mais de frio, dizendo que há geadas quase todas as noites, e que, com vento minuano por no mínimo 3 a 4 dias.

 

 

 

19 de junho de 1820

 

Mau grado a friagem do momento notei que todas portas e janelas estavam abertas. Os moradores desta região são menos esníveis ás intempéries que nós. Apesar das geadas quotidianas não há aquecimento artificial nas casas, nem meio de o fazer...

 

15 de junho de 1820

 

...Hoje predomina o vento oeste, e o frio não decresceu. Ao vento desse quadrante dão aqui o nome de minuano, e informam que ele não dura nunca menos de 3 a 4 dias...

Porto Alegre, 26 de junho

 

Depois do dia 21 o minuano cessou. O tempo mostra-se perfeitamento calmo. O céu sem nuvens e o termômetro marca cerca de 74 °F, ao meio dia. Nesta época as chuvas caem ordinariamenteo com abundancia; os mais antigos moradors da região dizem não terem memória de seca semelhante á deste ano.Ela obriga os agricultores a adiarem os plantios do trigo e dos laranjais, que fazem normalmente na estação atual para ter-se a colheita do trigo em dezembo....

 

Porto Alegre, 4 de julho

 

Durante vários dias o tempo manteve-se frio. Hoje está sombrio, como em França, ants de nevar, tendo chovido em grande parte do dia. Há geada quase todas as noites e o Conde mandou juntar muito gelo para fazer sorvete...

Acostumado, como já estou, às altas temperaturas da zona tórrida, sofro muito com o frio. Ele tira-me toda espécie de atividade, privando-me quase da faculdade de pensar.

 

esse frio repete-se todos os anos. Toda a gente se queixa dele, sem, contudo, procurar meios eficazes de defesa contra o inverno. Apenas cuidam de agasalhar o corpo com vestes pesadas. Todos os habitantes de Porto Alegre usam em casa um espesso capote que, impedindo-lhes até os movimentos, não os impede de tremer de frio...Ninguém tem a idéia de aquecer os quartos, trazendo-os bem fechados e munidos de lareira.

Há aqui grande número de casas muito bonitas, bem construídas e bem mobiliadas, mas não há uma sequer, que possua lareira ou chaminé. Os quartos são altos, as portas e janelas fecham-se mal; estas têm, frequentemente, as vidraças quebradas e há casas em que se não pode procurar um objeto sem primeiro abrir os postigos das janelas e até mesmo as portas.

Essa falta de precaução contra o frio parece ter sido introduzida pelos portugueses, pois asseguram-me que em Lisboa as chaminés são objetos de luxo

 

29 de julho de 1820

 

Durante minha permanência em Porto Alegre pude experimentar calores elevados seguidos, imediatamente, de excessivo frio

 

Talvez não seja o lugar mais adequado para colocar esters textos. Mas, não ahcei nao que correlacionasse com esse assunto.

 

 

É loucura comparar aquela época com o período atual, mas só por curiosidade, quando foi a última vez que geou por 5 dias seguidos em Porto alegre?? julho de 2000?? Quando foi a última vez que teve minuano por 5 dias seguidos??

Sds.

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É loucura comparar aquela época com o período atual, mas só por curiosidade, quando foi a última vez que geou por 5 dias seguidos em Porto alegre?? julho de 2000?? Quando foi a última vez que teve minuano por 5 dias seguidos??

 

Silvio, é uma colocação correta.

Na minha análise desse livro - o qual é muito conhecido aqui no RS, tendo gerado até uma minisérie da RBS com o título "Viajantes"(deve ter no youtube)-acredito na mudança do clima.Falamo de um período de quase dos séculos. Porém, há similaridades: o calor alternado com frio intenso. Algo que ocorre frequentemente desde que me conheço por gente.

 

Quero levantar uma tese, embora , talvez, precária, de que houve alterações.Mas, não foram tão contundentes a ponto de se dizer que antigamente tínhamos mais inverno do que nos dias atuais. Há, mudanças significativas.

 

Sem falar que o Aquecimento Global nem sequer era cogitado. Não havia carros, nada que poluisse além das queimadas. Que, cá entre nós, era realizada por um número muito menor de pessoas.

 

é um relato histórico dos mais completos que já li. É caminhar pela história do RS. Fala no centro de Porto Alegre. Cita os rios e considera o Guaiba um Lago, já naquela época, conceito que definiram agora no RS. Causando grande polêmica.Pois há os que afirmam ser um rio.

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Gamboa: Em 1820 a pequena idade do gelo já tinha ido para o espaço.

 

Mafilli. Que eu saiba a pequena idade do gelo terminou lá por 1900 e poucos..

 

reproduzo aqui uma blogada da Metsul:

 

Muito frio até durante à tarde

 

A temperatura à tarde nesta terça-feira deve ser muito baixa. As máximas hoje no leste gaúcho podem ser excepcionalmente baixas para o mês de maio com valores entre 10ºC e 12ºC, dependendo da localidade. Na Serra do Sudeste, os termômetros sequer devem indicar 10ºC. A magnitude de uma máxima tão baixa nesta época pode ser avaliada se considerado o contexto histórico e levando em conta que a menor máxima em maio no período 1910-1948 em Porto Alegre foi apenas 10,8ºC em 28 de maio daquele ano. A cidade era muito menos urbanizada e o planeta vivia um período muito frio à medida que recém deixava a chamada Pequena Era do Gelo (1600-1900). As máximas devem ser muito baixas também na Serra, onde em algumas localidades os termômetros sequer devem indicar mais que 5ºC nos Aparados e Planalto Sul Catarinense. Mais para o oeste do Rio Grande do Sul e Santa Catarina a tarde de hoje também será fria, mas com valores maiores devido à presença do sol e o ar seco

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É loucura comparar aquela época com o período atual

 

Respeitosamente Silvio, Discordo.....estou falando de clima....aliás, o que são 180 anos em clima??

 

Lembre-se o aquecimento global de 0,7ºC nos últimos 150 anos.

 

Gamboa: Em 1820 a pequena idade do gelo já tinha ido para o espaço. A colocação do Tambora anos antes, é pertinente. (não sei como causa verânicos).

 

Se sempre comentamos sobre variabilidade climática. Qual a razão de não olharmos a variações multidecadais com carinho.

 

Abraços

 

 

Mafili, 180 anos em termos de clima é muito pouco, porém a diferença nas temperaturas era muito grande, algo realmente inimaginável nos dias atuais, que são tão quentes!!

 

station.gif

 

Sds.

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