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Brasil Abaixo de Zero

Lugares Estranhos...


Pcacella
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Depois que consertei o bug no programa que impedia a visibilidade de dados de diversas estacoes fui dar uma espiada em alguns locais que sabia serem interessantes e olhem só :

 

LA QUIACA (Cidade argentina na fronteira da Bolivia)

 

A amplitude termnica diaria no inverno é de estarrecer. Que tal acordar com -10 e a tarde está 20 graus !!! E isso todo dia...

 

laq.JPG

 

ALICE SPRINGS (aAustralia, latitude de Sao Paulo e 500m de altura). que diferença de inverno em minimas e maximas !

 

ali.JPG

 

MT HOTHAM AIRPORT (AUstralia)

 

Observem a diminuicao da amplitude termica no inverno (neve nao derrete) e as maximas baixas, mesmo as minimas nao sendo extremas

 

hot.JPG

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Uma coisa que o inverno da austrália tem de bom é a constância do ar frio, pois eles não tem uma cordilheira dos andes à oeste atrapalhando a vida deles. Caso não tivéssemos os andes aqui na américa do sul, o inverno do sul do Brasil seria o inverno mais frio, disparado, entre os locais com a mesma latitude no hemisfério sul.

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Uma coisa que o inverno da austrália tem de bom é a constância do ar frio, pois eles não tem uma cordilheira dos andes à oeste atrapalhando a vida deles. Caso não tivéssemos os andes aqui na américa do sul, o inverno do sul do Brasil seria o inverno mais frio, disparado, entre os locais com a mesma latitude no hemisfério sul.

 

Perfeito!

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Oi Bruno,

 

Nao sei de onde voce supoe tal coisa. Vamos extender a analise de uma forma global e nao apenas olhando continentes que terminam no mar ao Sul.

 

Existem nos continentes dois "lados" com caracteristicas climaticas diferentes. Os lados leste como a Costa Leste dos EUA, A China, o leste da Australia e O sul do Brasil e Argentina pertencem a uma classe (mais invasoes polares). O oeste da Australia, a Africa do Sul, a Costa do Chile, a costa da Europa e a da California a um outro (maior efeito das correntes frias e climas oceanicos).

 

A America do Sul é um cone invertido, e por isso o efeito de continentalidade é bastante diminuido quando voc vai pro Sul. Essa é uma das razoes das pifias medias de inverno em toda a America do Sul. É duro achar uma cidade com media inferior a zero no inverno, como por exemplo Nova Iorque.

 

Assim, é minha opiniao que, contrariamente ao que dissestes, o Sul do Brasil é provavelmente e seria de qualquer jeito um dos locais mais quentes do mundo em sua latitude, comparando-se a Africa do Sul, já que o efeito de continentalidade é minimo, o que impacta na intensidade das massas polares. Veja os dados de Shangai na China ao nivel do mar. Veja os dados de Mobile (ja deu -17 e a media de inverno é de 10) na latitude de Porto Alegre no Golfo do Mexico.

 

Gostaria que fosse ao contrario, mas me parece que o problema nao se restringe a cordilheira dos Andes. :twisted: Veja o caso da Africa do Sul e da Australia. A costa de Durban e Brisbane sao mais quentes que a de Cape Town e Perth pela influencia das correntes oceanicas e da baixa continentalidade. O mesmo se daria aqui caso a Cordilheira nao existisse. A continentalidade é que exerce o peso nas costas "leste" dos continentes. Assim, a cordilheira, de fato, seca a patagonia e a torna mais fria do que seria sem ela, em termos de extremos.

 

Temos a ilusão do frio por causa da variabilidade de temperatura. Mas é só observar os dados que coloquei aqui e perceberá que as Maximas aqui no inverno sao muito elevadas, comparando-se com outros locais de mesma latitude. Como gostamos de frio os nossos olhos estao sempre nas minimas e nos parcos momentos em que a temperatura baixa proximo de zero grau.

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Temos a ilusão do frio por causa da variabilidade de temperatura. Mas é só observar os dados que coloquei aqui e perceberá que as Maximas aqui no inverno sao muito elevadas, comparando-se com outros locais de mesma latitude. Como gostamos de frio os nossos olhos estao sempre nas minimas e nos parcos momentos em que a temperatura baixa proximo de zero grau.

 

Faço minhas as palavras de Cacella, em Houston e Nova Orleans ocorrem máximas inferiores a 10° em quase todos os invernos.

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Não fiz nenhuma comparação com as cidades de mesmo paralelo no hemisfério norte. Fiz comparação com as cidades do Hemisfério Sul. Disse que o nosso inverno seria melhor pq sem os andes as MPs entrarima sem ter que enfrentar obstáculos, assim como ocorre na austrália. Lá o inverno muito mais constante que o nosso.

 

Sobre o nosso frio, nós mesmo costumamos categorizar o frio do paralelo 30ºS da américa do sul como sendo o clima de Porto Alegre, que diga-se de passagem, é o pior de toda a linha. Se pegarmos como exemplo Bagé e Livramento 31ºS nesta duas cidades ocorrem máximas abaixo dos 10ºC com a mesma frequência q Houston er New Orleans e suas médias serão muito abaixo do que seus correspondentes na Austrália. Comparando Buenos Aires com Sydney, cidades com praticamente a mesma latitude, a média de Buenos Aires é de 3ºC mais baixa. Se pegarem Ctba e compararem sua média com Johanesburgo, veremos que Ctba não deve nada para a capital sul-africana se levarmos em consideração que ela está a 1700 metros. Colocássemos 800 metros a mais em Ctba e sua média de inverno ficaria na casa dos 9ºC.

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Sobre o nosso frio, nós mesmo costumamos categorizar o frio do paralelo 30ºS da américa do sul como sendo o clima de Porto Alegre, que diga-se de passagem, é o pior de toda a linha. Se pegarmos como exemplo Bagé e Livramento 31ºS nesta duas cidades ocorrem máximas abaixo dos 10ºC com a mesma frequência q Houston er New Orleans e suas médias serão muito abaixo do que seus correspondentes na Austrália. Comparando Buenos Aires com Sydney, cidades com praticamente a mesma latitude, a média de Buenos Aires é de 3ºC mais baixa. Se pegarem Ctba e compararem sua média com Johanesburgo, veremos que Ctba não deve nada para a capital sul-africana se levarmos em consideração que ela está a 1700 metros. Colocássemos 800 metros a mais em Ctba e sua média de inverno ficaria na casa dos 9ºC.

 

No inverno retrasado Houston registrou 5 dias com máxima abaixo de 10°, (sendo 2 deles com máxima abaixo de 5°). Nova Orleans realmente empata com Bagé e Livramento: 2 dias pra cada lado.

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Uma pergunta para ficar no ar:

 

O quê faz o ar frio ir até o sul da amazônia em fortes invasões de ar frio? Inclusive fazendo à curva para oeste depois que passa da Bolívia!

 

Será que isso ocorre com a mesma magnitude na África e na Oceania? Acho que não.... e pode ser até que os Andes nos favoreçam neste aspecto, formando um corredor de frio no pé da cordilheira. Estou errado?

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Uma pergunta para ficar no ar:

 

O quê faz o ar frio ir até o sul da amazônia em fortes invasões de ar frio? Inclusive fazendo à curva para oeste depois que passa da Bolívia!

 

Será que isso ocorre com a mesma magnitude na África e na Oceania? Acho que não.... e pode ser até que os Andes nos favoreçam neste aspecto, formando um corredor de frio no pé da cordilheira. Estou errado?

Está certíssimo! A questão é que a Cordilheira dos Andes desorganiza e atrapalha a entrada do ar frio na América do Sul. Se não tivéssemos a cordilheira, a alta polar atravessaria o continente direto e se esparraramaria no centro-sul do continente, atingindo a região com maior impacto. A área continental seria um pouco mais ampla.

 

Com a cordilheira, o ar frio tem dificuldade de manter-se em terra firme e, por efeito das montanhas, da Bacia do Paraná e da rotação da alta pressão, joga o ar frio para o S da Amazônia. Imaginem: ar de origem polar penetrando na floresta tropical e, em casos extremos, mesmo na equatorial! É um caso único na Terra.

 

Abraços!

Edited by Guest
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Já estive em La QUiaca.. é na Puna argentina, perto de 3300 metros de altitude.. por isso a amplitude tao alta, está numa zona já de cordilheira.. é praticamente como san antonio de los cobres.

La quiaca chega a ter neve no inverno... o problema é que é quase desertica. Peguei neve caindo a 150 kms ao sul de La Quiaca, entre Salta e Jujuy.... numa altitude bem mais baixa que a cidade, perto de 1200 metros, se nao me engano.

 

Abs

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Uma pergunta para ficar no ar:

 

O quê faz o ar frio ir até o sul da amazônia em fortes invasões de ar frio? Inclusive fazendo à curva para oeste depois que passa da Bolívia!

 

Será que isso ocorre com a mesma magnitude na África e na Oceania? Acho que não.... e pode ser até que os Andes nos favoreçam neste aspecto, formando um corredor de frio no pé da cordilheira. Estou errado?

Está certíssimo! A questão é que a Cordilheira dos Andes desorganiza e atrapalha a entrada do ar frio na América do Sul. Se não tivéssemos a cordilheira, a alta polar atravessaria o continente direto e se esparraramaria no centro-sul do continente, atingindo a região com maior impacto. A área continental seria um pouco mais ampla.

 

Com a cordilheira, o ar frio tem dificuldade de manter-se em terra firme e, por efeito das montanhas, da Bacia do Paraná e da rotação da alta pressão, joga o ar frio para o S da Amazônia. Imaginem: ar de origem polar penetrando na floresta tropical e, em casos extremos, mesmo na equatorial! É um caso único na Terra.

 

Abraços!

 

Quer dizer que, se não fosse a cordilheira, as massas polares chegariam com mais intensidade no centro sul, mas não haveria friangem na Amazônia?

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Michel, não que não houvessem friagens na Amazônia sem os Andes, mas elas ficariam muito menos frequentes sem a indução da Cordilheira. Ainda assim, a vastidão continental da América do Sul e a Bacia do Paraná (expremido entre o Altiplano da Bolívia e o Planalto Central) poderiam ajudar no processo.

 

Quanto à maior intensidade do ar frio sobre o centro-sul do continente, pode-se dizer que ele seria mais intenso porque haveria uma área mais vasta em que o ar frio pudesse se "esparramar" melhor. Em outras palavras, o ar frio poderia cruzar a América do Sul diretamente sem encontrar grandes obstáculos e manter sua integridade.

 

Claro, isso é especulação. Também não podemos esquecer que, por exemplo, os Andes fortalecem os ventos em altitude (o jato) o que provavelmente influi na dinâmica de massas de ar. Enfim, ainda há outra variáveis que implicam no processo.

 

Abraços!

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Que emaranhado de bobagens. Dizer que a Cordilheira dos Andes não altera o fluxo do ar frio na América do Sul é um desconhecimento extremo. Por que as pessoas não se interessam em pesquisar antes de falar asneiras e contestar quem estudou o tema, casos do Ronaldo que é da Meteorologia operacional e o Marcos que é geógrafo formado pela UFRGS. Uma monografia explica à exaustão como o efeito da altitude da Cordilheira repercute no fluxo do ar frio no continente a partir do episódio de abril de 99 (neve mais precoce até hoje no Sul do Brasil):

 

http://www.dgf.uchile.cl/rene/PUBS/andes_11.pdf

 

Uma outra pesquisa se interessar a leitura:

 

http://www.dgf.uchile.cl/rene/PUBS/cusrges_clima_MWR.pdf

 

O Alexandre Pezza também tem um trabalho em que aborda a influência dos Andes na dinâmica das massas de ar no continente.

 

http://gemini.dpi.inpe.br/col/cptec.inpe.br/adm_conf/2005/09.29.06.00/doc/1909-1918.pdf

 

A continentalidade é o fator para primário para as médias menores na comparação com latitudes semelhantes no hemisfério norte (mesmo fator que leva o aquecimento global a ser menos pronunciado no hemisfério sul), mas os Andes tem uma enorme importância nas trajetórias das massas de ar frio na América do Sul. Ignorar o fato ou minorá-lo é puro desconhecimento.

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Pelos trabalhos citados e pelo texto abaixo ...

 

The Andes Cordillera produces a significant disruption to the structure and evolution of the weather

systems that cross South America. In particular, cold fronts tend to be “channeled” to the north immediately

to the east of the Andes, fostering the advance of cold air incursions (cold surges) well into subtropical,

and sometimes tropical, latitudes. In contrast, active cold fronts hardly reach subtropical latitudes along the

western side of the Andes (Pacific sea border). Instead, as a cold front moves equatorward along the east

side of the Andes, a marked low-level warming tends to appear along the west side of the subtropical Andes,

 

'E de se supor que, se nao fossem os Andes, os eventos de frio aqui seriam mais raros.

Mas o que se observa 'e que o comportamento medio eh alterado de forma muito sutil, ja que os eventos mais fortes sao raros e de curta duracao.

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Michel, não que não houvessem friagens na Amazônia sem os Andes, mas elas ficariam muito menos frequentes sem a indução da Cordilheira. Ainda assim, a vastidão continental da América do Sul e a Bacia do Paraná (expremido entre o Altiplano da Bolívia e o Planalto Central) poderiam ajudar no processo.

 

Quanto à maior intensidade do ar frio sobre o centro-sul do continente, pode-se dizer que ele seria mais intenso porque haveria uma área mais vasta em que o ar frio pudesse se "esparramar" melhor. Em outras palavras, o ar frio poderia cruzar a América do Sul diretamente sem encontrar grandes obstáculos e manter sua integridade.

 

Claro, isso é especulação. Também não podemos esquecer que, por exemplo, os Andes fortalecem os ventos em altitude (o jato) o que provavelmente influi na dinâmica de massas de ar. Enfim, ainda há outra variáveis que implicam no processo.

 

Abraços!

 

Abraços igualmente, Marcos. Além de alterar a dinâmica das massas de ar, eu acho que sem os andes, as ondas polares trariam muito mais umidade do pacífico. Talvez isso favorecesse uma maior quantidade de neve na Patagônia, mas tornasse os nossos invernos muito mais chuvososo, mas menos extremados.

Acredito que os Andes contribuam para tornar as MPs mais secas.

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Sobre a influência dos Andes na atmosfera da América do Sul, podemos citar¹:

 

- Forte influência na distribuição das massa de ar;

- Impede que a massa de ar à oeste da montanha passe para o lado leste;

- Canaliza a massa de ar tropical marítima a leste da montanha na direção sul.

 

Imagino que os Andes tenham papel fundamental na ocorrência dos LLJs responsáveis pelo transporte de umidade na América do Sul.

 

Sds.,

 

¹ Notas de aula, meteorologia Sinóptica, IAG/USP.

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