JohnnyBoy Posted February 25, 2013 at 12:44 AM Share Posted February 25, 2013 at 12:44 AM Antes de começar a passar-lhes os dados, só digo uma coisa: ponto pra quem disse que o aquecimento global mudou o clima de PoA! Dados 1961 - 1990 [tabela]L=Mês&Janeiro&Fevereiro&Março&Abril&Maio&Junho&Julho&Agosto&Setembro&Outubro&Novembro&Dezembro&Ano L=Temperatura Média Máxima&30,2°C&30,1°C&28,3°C&25,2°C&22,1°C&19,4°C&20,3°C&20,4°C&21,8°C&24,4°C&26,7°C&29,0°C&24,8°C L=Temperatura Média Compensada&24,6°C&24,6°C&23,1°C&19,9°C&16,9°C&14,3°C&14,4°C&15,2°C&16,8°C&19,1°C&21,2°C&23,3°C&19,5°C L=Temperatura Média Mínima&20,5°C&20,8°C&19,3°C&16,3°C&13,0°C&10,7°C&10,7°C&11,5°C&13,1°C&15,0°C&17,0°C&18,9°C&15,6°C L=Precipitação&105,9mm&99,2mm&104,7mm&77,3mm&90,0mm&138,4mm&118,5mm&137,1mm&142,2mm&121,3mm&92,4mm&93,4mm&1320,2mm L=Insolação&239,0h&208,1h&200,7h&180,3h&166,1h&136,0h&148,6h&151,1h&151,2h&201,9h&216,6h&245,2h&2244,8h[/tabela] Fonte: disponível para download em http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=clima/normaisClimatologicas Dados 2000 - 2012 [tabela]L=Mês&Janeiro&Fevereiro&Março&Abril&Maio&Junho&Julho&Agosto&Setembro&Outubro&Novembro&Dezembro&Ano L=Temperatura Média Máxima&30,8°C&30,6°C&29,5°C&26,4°C&22,4°C&20,4°C&19,6°C&21,6°C&22,5°C&25,3°C&27,7°C&29,7°C&25,5°C L=Temperatura Média Compensada&25,0°C&24,8°C&23,8°C&20,6°C&17,0°C&15,1°C&13,9°C&15,6°C&16,9°C&19,8°C&21,7°C&23,6°C&19,8°C L=Temperatura Média Mínima&20,8°C&20,8°C&19,9°C&16,7°C&13,6°C&11,7°C&10,2°C&11,5°C&13,1°C&15,8°C&17,3°C&19,2°C&15,9°C L=Precipitação&112,0mm&110,7mm&98,6mm&92,8mm&124,6mm&129,0mm&137,6mm&127,0mm&171,2mm&134,4mm&104,9mm&109,5mm&1452,3mm L=Insolação&242,5h&212,5h&204,9h&168,7h&141,2h&120,5h&139,4h&148,6h&147,1h&181,6h&218,2h&240,7h&2165,9h[/tabela] Fonte: BDMEP (INMET) Link to comment Share on other sites More sharing options...
Caco Posted February 25, 2013 at 02:44 AM Share Posted February 25, 2013 at 02:44 AM É incrível os dados de POA. Parece que nada ocorreu da Normal de 61-90 para 2000-2010, embora houve uma discreta elevação das temperaturas. Mas nada comparado à Sampa, Curitiba, BH e Goiânia. Queia saber o porquê disso. Não afetada pela "alteração da dinâmica climática" que tanto estamos falando no tópico de Curitiba?. Neste caso, porque POA não foi afetada? É o ponto que defendo: não está sujeita à desvios, pois é 100% subtropical, Não está numa área de transição entre tropical de altitude e subtropical, como Curitiba e São Paulo, por exemplo. Se o problema for urbanização, vai ver que POA da década de 70 era parecida com hoje, diferente de Curitiba, por exemplo. Já Sampa vai aumentando suas temperaturas médias a cada Normal: 31-60 era inferior à 61-90, que é inferior à 81-2010, devido à crescente urbanização. Link to comment Share on other sites More sharing options...
Melo Posted February 25, 2013 at 08:55 AM Share Posted February 25, 2013 at 08:55 AM É incrível os dados de POA. Parece que nada ocorreu da Normal de 61-90 para 2000-2010, embora houve uma discreta elevação das temperaturas. Mas nada comparado à Sampa, Curitiba, BH e Goiânia. Queia saber o porquê disso. Não afetada pela "alteração da dinâmica climática" que tanto estamos falando no tópico de Curitiba?. Neste caso, porque POA não foi afetada? É o ponto que defendo: não está sujeita à desvios, pois é 100% subtropical, Não está numa área de transição entre tropical de altitude e subtropical, como Curitiba e São Paulo, por exemplo. Se o problema for urbanização, vai ver que POA da década de 70 era parecida com hoje, diferente de Curitiba, por exemplo. Já Sampa vai aumentando suas temperaturas médias a cada Normal: 31-60 era inferior à 61-90, que é inferior à 81-2010, devido à crescente urbanização. Caco, belo trabalho. - Na "normal" 2000-2010 caiu a média de Julho em Porto Alegre! - O quadro todo me parece que confirma a hipótese de mudança geral do padrão atmosférico, com baixas e ciclones se formando mais ao sul do continente. Nessa hipótese, por ter uma posição mais setentrional, Curitiba teria ficado mais exposta aos bloqueios. - O fato de os climas estarem ou não em zonas de transição não tem determinado a constância e nem o aquecimento das temperaturas. Pelo contrário. Buenos Aires sofreu um aquecimento brutal. Assim como Mendoza aqueceu. Por outro lado, outros lugares na Argentina, Chile e Uruguai - esses, localizados mais ao interior - mostraram estabilidade nas médias nas últimas décadas. É um enigma isso. Esse aquecimento nos centros maiores teria sido resultante só da urbanização? Pode ser. Não sei se você já teve a oportunidade de analisar esse texto e link da Metsul, é bem interessante: http://www.metsul.com/secoes/visualiza.php?cod_subsecao=33&cod_texto=557 Abraços. Link to comment Share on other sites More sharing options...
Marcos Posted March 2, 2013 at 01:20 AM Share Posted March 2, 2013 at 01:20 AM O principal ponto de aquecimento em POA está nas máximas, e não nas mínimas. Isso mostra que a ilha de calor urbano, que se destaca pela retenção de calor à noite, não é tão sentida por aqui, ao menos no INMET. Destaque também, claro, para julho, que ESFRIOU, mesmo no meio da área urbana em adensamento! Minha hipótese é de que o clima daqui não só não mudou como não sofreu flutuação que, se houve, foi mínima. Isso que a normal 2000-2012 inclui o maldito 2012 que, sozinho, causou estrago em agosto e dezembro nessa normal. Tirem 2012 e haverá alteração, PELO MENOS, nesse dois meses e, possivelmente, noutras normais. E mesmo tendo alguns fevereiros tórridos, a normal do mês só mudou na máxima, prova de que tivemos verões compensatórios. Mas confesso que dói ver janeiro bater em 25,0°. Quanto à discussão sobre o impacto da urbanização, resgato o que já escrevi em outros tópicos, de que a Grande POA NÃO configura uma enorme mancha urbana contínua como Curitiba, SP, Buenos Aires e derivados. É só ver no mapa e comparar essas cidades. A diferença na malha urbana é gritante. E ainda temos o Guaíba, que ajuda a "naturalizar" nosso clima. Link to comment Share on other sites More sharing options...
Marcos Posted March 2, 2013 at 01:33 AM Share Posted March 2, 2013 at 01:33 AM Outro fator que pode contribuir para essa não alteração é a posição da estação ao pé da face sul de um morro. A ilha de calor destaca-se pela retenção de calor. Se não há sol ou a radiação é menor, caso das faces sul dos morros e de nossa latitude (somos a capital brasileira mais ao sul), a retenção de calor é menor e, na perda noturna, ocorre uma maior homogeneização das temperaturas entre áreas verdes e urbanas. Creio que esse fator acaba se impondo um pouco sobre a urbanização, tanto é que já observei temperaturas menores nessas áreas à noite no inverno do que aqui em casa, mesmo em áreas densamente urbanizadas. Nesse caso, o acúmulo de ar frio onde está o INMET deve ajudar a temperatura no local a ficar comportada no inverno e em períodos de menor radiação, mesmo com um maior adensamento urbano nos últimos anos. Não sei, mas penso que seja uma hipótese que ajude a explicar PARTE da situação. O que tem de microclima aqui não é brincadeira. Link to comment Share on other sites More sharing options...
Joao Posted March 2, 2013 at 01:41 AM Share Posted March 2, 2013 at 01:41 AM Eu acho que Porto aqueceu menos porque é uma metrópole estabilizada há anos, décadas. É urbanização. Eu não tenho os dados, mas chutaria que RS é o estado que menos cresceu no Brasil nos últimos 40 anos. Tirando alguns polo no norte, tipo Caxias, o estado é muito estabilizado e alguns lugares como o Sul perderam população. O próprio gaúcho preferiu migrar pro norte para abrir o centro oeste do Brasil, ao invés de ficar no Sul. O grande boom do RS foi antes dos 1950s. Abs Link to comment Share on other sites More sharing options...
Caco Posted March 2, 2013 at 08:19 AM Share Posted March 2, 2013 at 08:19 AM Eu acho que Porto aqueceu menos porque é uma metrópole estabilizada há anos, décadas. É urbanização. Eu não tenho os dados, mas chutaria que RS é o estado que menos cresceu no Brasil nos últimos 40 anos. Tirando alguns polo no norte, tipo Caxias, o estado é muito estabilizado e alguns lugares como o Sul perderam população. O próprio gaúcho preferiu migrar pro norte para abrir o centro oeste do Brasil, ao invés de ficar no Sul. O grande boom do RS foi antes dos 1950s. Abs Tenho a mema opinião João. Link to comment Share on other sites More sharing options...
Melo Posted March 2, 2013 at 12:00 PM Share Posted March 2, 2013 at 12:00 PM Primeiramente, eu queria parabenizar o JohnnyBoy pela tabela. Agora, Caco, Marcos e João: vocês viram como o post da Metsul questiona o aquecimento de várias estações ao mostrar outras onde não houve aquecimento? E o interessante é que as estações onde não foi registrado esse aquecimento são de localidades menores, no interior argentino. Link to comment Share on other sites More sharing options...
Marcos Posted March 2, 2013 at 03:08 PM Share Posted March 2, 2013 at 03:08 PM Sim, vi a postagem da MetSul. Isso vai de encontro com o que eu disse a respeito da malha urbana da Grande POA em relação às outras grandes regiões metropolitanas. Esse foi meu comentário no tópico sobre Curitiba: "Na comparação POA X Curitiba a respeito da urbanização, há uma coisa que ninguém fala: a Grande POA é alongada, no sentido N-S, e as cidades conurbadas (Alvorada, Canoas e Viamão) estão esparramadas nos limites N e E da cidade. Isso que a malha urbana de Viamão é toda "errada", estando cheia de buracos verdes. Já boa parte da Grande Curitiba é uma enorme mancha urbana homogênea. Mesmo tendo 1 milhão de habitantes a menos, a ilha de calor ali é bem mais significativa por aglomerar todas as cidades numa malha só. Além do que POA ainda tem o Guaíba do lado, que "naturaliza" um pouco mais o clima da cidade." Link to comment Share on other sites More sharing options...
Melo Posted March 3, 2013 at 10:51 AM Share Posted March 3, 2013 at 10:51 AM Sim, vi a postagem da MetSul. Isso vai de encontro com o que eu disse a respeito da malha urbana da Grande POA em relação às outras grandes regiões metropolitanas. Esse foi meu comentário no tópico sobre Curitiba: "Na comparação POA X Curitiba a respeito da urbanização, há uma coisa que ninguém fala: a Grande POA é alongada, no sentido N-S, e as cidades conurbadas (Alvorada, Canoas e Viamão) estão esparramadas nos limites N e E da cidade. Isso que a malha urbana de Viamão é toda "errada", estando cheia de buracos verdes. Já boa parte da Grande Curitiba é uma enorme mancha urbana homogênea. Mesmo tendo 1 milhão de habitantes a menos, a ilha de calor ali é bem mais significativa por aglomerar todas as cidades numa malha só. Além do que POA ainda tem o Guaíba do lado, que "naturaliza" um pouco mais o clima da cidade." Olá Marcos, Nesse caso parece que, apesar de conhecido há décadas, o efeito "ilha de calor" tem sido subestimado e mal compreendido em aspectos específicos como o tipo da mancha urbana, a sua composição e até mesmo a presença de lagos ou outras superfícies aquáticas. Link to comment Share on other sites More sharing options...
Marcos Posted March 5, 2013 at 05:11 PM Share Posted March 5, 2013 at 05:11 PM Sim, Melo. Penso o mesmo. Dá uma olhada no Google Earth, por exemplo, a mancha urbana de Viamão, aqui ao lado de POA, no lado leste. A cidade é alongada, se espalha numa grande área, tem muitos espaços verdes não ocupados e praticamente não há prédios. Isso reduz bastante o efeito da ilha de calor, especialmente nas mínimas. Link to comment Share on other sites More sharing options...
Bruno Posted March 16, 2013 at 01:21 PM Share Posted March 16, 2013 at 01:21 PM Esse estudo do Alexandre é revelador. Porto Alegre tem mais ou menos o mesmo tamanho já há um bom tempo. Quando nasci em 81 já tínhamos 1 milhão de habitantes. Hj temos 1,4 milhão de habitantes. Pouca mudança! Aqui não fazemos filhos! O resultado é o baixo crescimento da malha urbana e, consequentemente, da temperatura média da cidade. Já falei inúmeras vezes aqui no fórum, em termos térmicos o GW é quase impeceptível para mim. Os invernos e verões tem tido o mesmo comportamento médio desde que nasci, muito embora tenha visto algumas aberações (tanto para o frio como para o calor) nesse período. O caso de curitiba é clássico. Tenho frequentado a cidade no inverno. Já tenho uma bela noção do clima da cidade, especialmente pq gosto de fazer cooper na rua. Os parques de Ctba são muito mais gelados que a sua malha urbana. Entrar num parque curitibano é como entrar numa geladeira. Por estar a quase 1000 metros de altura, o clima da cidade é caracterizado pela perda de radiação noturna rápida e incessante. Contudo, o maior inimigo da perda de radiação é o concreto. Esse permanece quente por muito tempo, fato esse que não ocorre nas áreas verdes da cidade. Lá fica gelado rápido com o pôr-do-sol. Porto Alegre nunca foi caracterizada por ter perda de radiação noturna. Aqui temos um mega lago ao lado da cidade e estamos ao nível do mar. Aqui só faz frio por um único motivo: a entrada de massas de ar polar. Só assim para fazer frio aqui. Se não tiver massa de ar frio, pode ter UR de 25% a tarde em junho que no dia seguinte fará mínima de 14C e máxima de 30C. Isso é calor. Link to comment Share on other sites More sharing options...
Caco Posted March 16, 2013 at 03:24 PM Share Posted March 16, 2013 at 03:24 PM Esse estudo do Alexandre é revelador. Porto Alegre tem mais ou menos o mesmo tamanho já há um bom tempo. Quando nasci em 81 já tínhamos 1 milhão de habitantes. Hj temos 1,4 milhão de habitantes. Pouca mudança! Aqui não fazemos filhos! O resultado é o baixo crescimento da malha urbana e, consequentemente, da temperatura média da cidade. Já falei inúmeras vezes aqui no fórum, em termos térmicos o GW é quase impeceptível para mim. Os invernos e verões tem tido o mesmo comportamento médio desde que nasci, muito embora tenha visto algumas aberações (tanto para o frio como para o calor) nesse período. O caso de curitiba é clássico. Tenho frequentado a cidade no inverno. Já tenho uma bela noção do clima da cidade, especialmente pq gosto de fazer cooper na rua. Os parques de Ctba são muito mais gelados que a sua malha urbana. Entrar num parque curitibano é como entrar numa geladeira. Por estar a quase 1000 metros de altura, o clima da cidade é caracterizado pela perda de radiação noturna rápida e incessante. Contudo, o maior inimigo da perda de radiação é o concreto. Esse permanece quente por muito tempo, fato esse que não ocorre nas áreas verdes da cidade. Lá fica gelado rápido com o pôr-do-sol. Porto Alegre nunca foi caracterizada por ter perda de radiação noturna. Aqui temos um mega lago ao lado da cidade e estamos ao nível do mar. Aqui só faz frio por um único motivo: a entrada de massas de ar polar. Só assim para fazer frio aqui. Se não tiver massa de ar frio, pode ter UR de 25% a tarde em junho que no dia seguinte fará mínima de 14C e máxima de 30C. Isso é calor. Por essas e outras que digo que Curitiba é mais similar com Sampa do que com Poa; possui um frio mais parecido com São Paulo: por perda de radiação noturna, ao passo que POA é mais por MP mesmo. Não que Curita não seja por MP! É! E mais que que Sampa, porém não tanto quanto POA. Link to comment Share on other sites More sharing options...
Melo Posted March 16, 2013 at 03:28 PM Share Posted March 16, 2013 at 03:28 PM Então, realmente Porto Alegre tem um padrão bem específico de mancha urbana (descontínuo e com a presença do Guaíba) e, além disso, o município não registrou um padrão de crescimento urbano acelerado. E lembrando que, além do Guaíba, existem outras superfícies líquidas ao redor da região metropolitana, incluindo o vale do Sinos, o delta do Jacuí. Entre Porto Alegre e Cachoeirinha, por exemplo, passei por um banhado imenso, não sei se era um arrozal. Aliás, o que tem de arrozal ao redor da cidade não é mole. E além de tudo a cidade é baixa, como frisou o Bruno. Curitiba é o oposto: urbanização concentrada, homogênea e acelerada nas últimas décadas. E alta. Sobre a urbanização avassaladora de Curitiba, eu sou testemunha. Morei lá no começo da década de 80 e posso dizer, o que tem lá hoje é outra cidade, completamente. Curitiba era uma cidade quase sem favelas, com trânsito calmo e ordenado. E provinciana. Depois da 19 horas a impressão era a de que o Curitibano foi ver TV e dormir. Era ponto final. O adensamento dos bairros e dos municípios ao redor foi simplesmente avassalador nas últimas décadas. Enfim, é outra cidade. É impressionante como o fator humano transformou a cidade e até mesmo o seu clima! Link to comment Share on other sites More sharing options...
Bruno Posted March 16, 2013 at 05:42 PM Share Posted March 16, 2013 at 05:42 PM Melo, tens total razao. Temos o Guaíba a oeste e, a leste, temos um monte de plantacoes de arroz que mantem os terrenos alagados. Link to comment Share on other sites More sharing options...
Aldo Santos Posted March 16, 2013 at 06:42 PM Share Posted March 16, 2013 at 06:42 PM Esse estudo do Alexandre é revelador. Porto Alegre tem mais ou menos o mesmo tamanho já há um bom tempo. Quando nasci em 81 já tínhamos 1 milhão de habitantes. Hj temos 1,4 milhão de habitantes. Pouca mudança! Aqui não fazemos filhos! O resultado é o baixo crescimento da malha urbana e, consequentemente, da temperatura média da cidade. Na verdade, o crescimento absurdo da população da região metropolitana de Sampa deu-se mais pela migração do que pelo crescimento vegetativo. São Paulo cresceu mais rapidamente entre 1960 e 1980 (No município da capital: 3,78 milhões [1960] => 8,49 milhões [1980]). Depois, a velocidade diminuiu: 8,49 milhões em 1980 para 11,25 milhões em 2010. Já a região metropolitana cresceu muito: 4,74 milhões (1960) => 12,59 milhões (1980) => 19,68 milhões (2010). :shok: Algumas cidades da RM literalmente explodiram: Embu: 18 mil (1970) => 156 mil (2000) Itaquaquecetuba: 29 mil (1970) => 273 mil (2000) Guarulhos: 236 mil (1970) => 1,07 milhão (2000) Taboão da Serra: 41 mil (1970) => 198 mil (2000) Escolas estaduais estão sendo fechadas em várias regiões da capital paulista por falta de alunos, pasmem! Na minha região, de 6 escolas estaduais, temos apenas 3 funcionando atualmente. As outras estão sendo usadas por órgãos da administração estadual, polícia, delegacias de ensino, etc. É que numa geração (Cerca de 25 anos), o número de filhos por mulher caiu drasticamente. Caiu inclusive (Em menor velocidade, claro) nos bairros mais carentes. A quantidade de gente que foi para a escola particular nem de longe cobre essa diferença. Mesmo porque o ensino particular está tão caro por aqui que ocorre um importante movimento inverso: pessoal está migrando de volta para a escola pública. Hoje em dia, sustentar um filho numa metrópole como Sampa sai muito caro... Link to comment Share on other sites More sharing options...
Silvio Coletty Posted March 16, 2013 at 07:31 PM Share Posted March 16, 2013 at 07:31 PM Curitiba é o oposto: urbanização concentrada, homogênea e acelerada nas últimas décadas. E alta. Sobre a urbanização avassaladora de Curitiba, eu sou testemunha. Morei lá no começo da década de 80 e posso dizer, o que tem lá hoje é outra cidade, completamente. Curitiba era uma cidade quase sem favelas, com trânsito calmo e ordenado. E provinciana. Depois da 19 horas a impressão era a de que o Curitibano foi ver TV e dormir. Era ponto final. O adensamento dos bairros e dos municípios ao redor foi simplesmente avassalador nas últimas décadas. Enfim, é outra cidade. É impressionante como o fator humano transformou a cidade e até mesmo o seu clima! Melo, concordo plenamente, era outra cidade, provinciana, muito organizada, mas meio bucólica e um pouco "depressiva" para os jovens! Me lembro de 1992/1993, era muito pacata a cidade, não tinha muito o que fazer. Mas o progresso trouxe também fatores positivos! O Paraná deixou de ser um polo agroexportador e se transformou numa potência industrial também! A região de Curitiba nem se fale, se industrializou fortemente. Quanto ao clima, apesar de toda a urbanização, não foi ela que causou os seguintes comentários aqui no Forum: "Bloqueio desviando alta polar para o mar na altura do RS"!!! :mosking: "Mp apesar de forte, chega maritimizando na altura do Paraná, provocando tardes frias no Paraná, com tempo úmido". :sarcastic: "Com El Niño e bloqueio atmosférico, país tem inverno com mais calor e ar seco em 30 anos" Carlos Madeiro Do UOL, em Maceió 05/09/2012 Essa última foi a menos de 1 ano. :good2: Sds. Link to comment Share on other sites More sharing options...
Melo Posted March 16, 2013 at 07:55 PM Share Posted March 16, 2013 at 07:55 PM Perfeitamente, Silvio Coletty! No texto eu me ative à urbanização e não citei a mudança do padrão atmosférico. A combinação desses dois fatores foi nefasta pro inverno da cidade. Abraço. Link to comment Share on other sites More sharing options...
Marcos Posted March 29, 2013 at 01:51 PM Share Posted March 29, 2013 at 01:51 PM Esse estudo do Alexandre é revelador. Porto Alegre tem mais ou menos o mesmo tamanho já há um bom tempo. Quando nasci em 81 já tínhamos 1 milhão de habitantes. Hj temos 1,4 milhão de habitantes. Pouca mudança! Aqui não fazemos filhos! O resultado é o baixo crescimento da malha urbana e, consequentemente, da temperatura média da cidade. Na verdade, o crescimento absurdo da população da região metropolitana de Sampa deu-se mais pela migração do que pelo crescimento vegetativo. (...) É que numa geração (Cerca de 25 anos), o número de filhos por mulher caiu drasticamente. Caiu inclusive (Em menor velocidade, claro) nos bairros mais carentes. Nós provavelmente veremos a DIMINUIÇÃO da população brasileira, e provavelmente antes disso a diminuição da população nas grandes metrópoles, particularmente POA, SP, Recife e Rio, que são as que menso crescem, proporcionalmente. Pensando no temperatura, ficaria mais frio, porque haveria um freio na expansão e no adensamento urbano em função do decréscimo do mercado consumidor. Talvez isso até reverta a expansão urbana. É difícil imaginar tamanha infra-estrutura sendo mantida com uma população em descréscimo. A não ser que haja um grande enriquecimento do país. Talvez o futuro urbano seja mais verde... e mais frio. Abraços demográficos! Link to comment Share on other sites More sharing options...
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