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Brasil Abaixo de Zero

Projeção de El Niño / La Niña da Climatologia até 2010


Alexandre Aguiar
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Algo, ao nosso ver, sensacional para quem estuda o clima. A seguir o gráfico com a projeção que estamos adotando, realizada com base em estatística e atividade solar, de El Niño e La Niña até 2010:

 

enso7xt.gif

 

- Possibilidade de invernos mais rigorosos em 2006 e 2007, reforçando a tendência que apontamos aqui em 2003.

 

- Possibilidade maior de estiagem em 2006 e 2007.

 

- Possibilidade de grande enchente no Rio Grande do Sul e/ou sul do Brasil em 2008 e/ou 2009

Edited by Guest
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O tempo aqui em Maringá apresenta-se seco como de costume. Agora, 14:00 horário local, a umidade relativa do ar encontra-se já na casa dos 25%. Confiram no gráfico abaixo o andamento da U.R. nos últimos meses. Percebam que os picos de umidade intercalam-se em períodos de 15 dias, o que me permite concluir que teremos período úmido ao redor do dia 26 (11+15=26) o que confere com o modelo de previsão por ENSEMBLE (probabilístico) do CPTEC.

 

humidall6su.th.png

 

Sds.,

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a sensação que fica quanto a esses prognósticos de longa data é mais ou menos como ocorre no Brasil em seu todo, principalmente quanto a economia e a politica..o futuro sempre será melhor q o presente....os bons anos estão por vir...2006 será melhor q 2005...e assim vai....

 

a grande nevasca está por chegar....vai acumular em Ctba, etc.....

 

é....esse é o país do futuro mesmo......

 

saudações........

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Algo, ao nosso ver, sensacional para quem estuda o clima. A seguir o gráfico com a projeção que estamos adotando, realizada com base em estatística e atividade solar, de El Niño e La Niña até 2010:

 

enso7xt.gif

 

- Possibilidade de invernos mais rigorosos em 2006 e 2007, reforçando a tendência que apontamos aqui em 2003.

 

- Possibilidade maior de estiagem em 2006 e 2007.

 

- Possibilidade de grande enchente no Rio Grande do Sul e/ou sul do Brasil em 2008 e/ou 2009

 

Não vejo, sinceramente grandes coisas! O que me parece é que teremos mais uma vez um verão frio (a fase fria duraria do final deste ano até o outono de 2006) e um inverno novamente com o pacífico quente, e tome bloqueio!!!! Além disso, a duração da fase fria não seria suficiente para levar a PDO para o campo negativo.

 

É incrível como esta alternância louca do ENSO só esfria no verão (para ferrar com a agricultura de soja, os vinhos finos entretanto agradecem) e sempre esquenta no inverno!!!

 

 

Os gráficos mostram para mim a continuidade dos ciclos dos últimos anos, apenas com oscilação bem mais intensa desta vez (ou seja, vamos realmente ter uma mini niña, e não ficar patinando a caminho dela)!!

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Obrigado pelas informações Climatologia. Sao fundamentadas tambem. Meu feeling de ignorante, baseado em palpite puro, porem, me diz que o aquecimento vai persistir cada vez mais forte, sem descanso. Se pudesse, apostaria que dos proximos 5 invernos, 4 serao acima ou na media, um poderia ser abaixo da media. Considerando o trimestre jun/jul/ago.

 

abraço

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Obrigado pelas informações Climatologia. Sao fundamentadas tambem. Meu feeling de ignorante, baseado em palpite puro, porem, me diz que o aquecimento vai persistir cada vez mais forte, sem descanso. Se pudesse, apostaria que dos proximos 5 invernos, 4 serao acima ou na media, um poderia ser abaixo da media. Considerando o trimestre jun/jul/ago.

 

abraço

 

Mas por quê isto ocorre somente com o nosso inverno, Tucci? Até onde sei os invernos no hemisfério norte, devido ao aquecimento global, têm sido cada vez mais rigoros com episódios impressionantes de neve. Poderíamos ter o aquecimento global ao nosso favor, não acha? :idea:

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Obrigado pelas informações Climatologia. Sao fundamentadas tambem. Meu feeling de ignorante, baseado em palpite puro, porem, me diz que o aquecimento vai persistir cada vez mais forte, sem descanso. Se pudesse, apostaria que dos proximos 5 invernos, 4 serao acima ou na media, um poderia ser abaixo da media. Considerando o trimestre jun/jul/ago.

 

abraço

 

Mas por quê isto ocorre somente com o nosso inverno, Tucci? Até onde sei os invernos no hemisfério norte, devido ao aquecimento global, têm sido cada vez mais rigoros com episódios impressionantes de neve. Poderíamos ter o aquecimento global ao nosso favor, não acha? :idea:

 

Olhe as latitudes mais baixas!! Não adianta acompanhar o inverno de NY e Londres e ver que continua frio!! É o mesmo que ver se Bahia Blanca está aquecendo!!! Lembrem-se: bloqueio em cima, ar frioi represado logo abaixo!!! Vamos ver como tem sido Houston, Dallas, Orlando, Los Angeles, extremo sul da Europa, etc...

 

O que eu posso dizer é que este último inverno foi o primeiro um pouco mais frio após uma sequencia de invernos mornos em Portugal e Espanha!!! Mas em Portugal foi anormalmente seco!! Por lá as pessoas também comentam que não faz mais o frio de antes!!

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O que considero grande coisa Zé e a possibilidade de se estimar ENSO pros próximos 5 anos e ver que o padrão década de 90 se repete. Se as consequências agradam ou não é outra história. Abração, Alexandre.

 

Tomara que pelo menos o padrão da década de 1990 se repita. Entretanto, isso não resolve para nós, que amamos o frio!!! Só uma forte e longa sequencia de Niñas poderia colocar a PDO em campo negativo e fazer com que os bloqueios de nossos El Niños ficassem mais acima, como ocorria no início da década de 1990. Uma coisa é ter ENSO de um determinado jeito na décda de 1990, depois de uma sequencia fantástica de La Niñas fortes, Outra é ter a mesma situação de ENSO depois de uma bando de micro El Ninõs!!

 

Cara, sabe o que eu começo a pensar: A idéia do Niño permanente não é louca!!!! Isso faria os invernos das área mais temperadas serem mais frios, e quem pagaria o pato seria o pessoal da Zona Subtropical, ou seja, nós!!!!!

 

Tomara que eu esteja errado!!! Mas não há como deixar de considerar que, por mais que tentemos e conheçamos o que falamos aqui no BAZ, temos todos, profissionais ou amadores, algo em comum!!! SOMOS TODOS AMANTES DO FRIO, E CONSEQUENTEMENTE, TORCEDORES!!!!!! NÓS TORCEMOS PELO FRIO!!!! OU SEJA, NOSSAS ANÁLISES SEMPRE TERÃO, DE UM JEITO OU DE OUTRO, UM VIÉS DE OTIMISMO!!!!!!!!!

 

 

 

A idéia do terreno não morreu!! Mas do jeito que vãos as coisas vamos ter de botar o canhão de neve no orçamento, he he he!!!

 

Abração, brother!!

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O que considero grande coisa Zé e a possibilidade de se estimar ENSO pros próximos 5 anos e ver que o padrão década de 90 se repete. Se as consequências agradam ou não é outra história. Abração, Alexandre.

 

Tomara que pelo menos o padrão da década de 1990 se repita. Entretanto, isso não resolve para nós, que amamos o frio!!! Só uma forte e longa sequencia de Niñas poderia colocar a PDO em campo negativo e fazer com que os bloqueios de nossos El Niños ficassem mais acima, como ocorria no início da década de 1990. Uma coisa é ter ENSO de um determinado jeito na décda de 1990, depois de uma sequencia fantástica de La Niñas fortes, Outra é ter a mesma situação de ENSO depois de uma bando de micro El Ninõs!!

 

Cara, sabe o que eu começo a pensar: A idéia do Niño permanente não é louca!!!! Isso faria os invernos das área mais temperadas serem mais frios, e quem pagaria o pato seria o pessoal da Zona Subtropical, ou seja, nós!!!!!

 

Tomara que eu esteja errado!!! Mas não há como deixar de considerar que, por mais que tentemos e conheçamos o que falamos aqui no BAZ, temos todos, profissionais ou amadores, algo em comum!!! SOMOS TODOS AMANTES DO FRIO, E CONSEQUENTEMENTE, TORCEDORES!!!!!! NÓS TORCEMOS PELO FRIO!!!! OU SEJA, NOSSAS ANÁLISES SEMPRE TERÃO, DE UM JEITO OU DE OUTRO, UM VIÉS DE OTIMISMO!!!!!!!!!

 

 

 

A idéia do terreno não morreu!! Mas do jeito que vãos as coisas vamos ter de botar o canhão de neve no orçamento, he he he!!!

 

Abração, brother!!

Concordo! Tirando o pessoal mais tecnico, a maioria aqui é de torcedor. O pessoal é bom tambm, mas acho que as analises acabam sendo um pouco viesadas sim!

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Conversei com o pessoal do Inmet, haverá uma reunião,nesta semana entre o Inmet e Cptec para analisar a possibilidade ou não de La Niña este ano.

 

Estes dois órgãos realizam reuniões mensais para elaboração de prognósticos climáticos trimestrais de consenso. Mas nem te estressa esperando o resultado da reunião. Já te antecipamos. Não vão dizer que terá La Niña. Os norte-americanos não estão dizendo. Ninguém está dizendo. Só os "doidos" da Climatologia Urbana e da Climaterra. Tu acha que eles vão falar em La Niña ? Vão falar em condições neutras ou próximas da normalidade nos próximos meses, pode anotar.

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Conversei com o pessoal do Inmet, haverá uma reunião,nesta semana entre o Inmet e Cptec para analisar a possibilidade ou não de La Niña este ano.

 

Estes dois órgãos realizam reuniões mensais para elaboração de prognósticos climáticos trimestrais de consenso. Mas nem te estressa esperando o resultado da reunião. Já te antecipamos. Não vão dizer que terá La Niña. Os norte-americanos não estão dizendo. Ninguém está dizendo. Só os "doidos" da Climatologia Urbana e da Climaterra. Tu acha que eles vão falar em La Niña ? Vão falar em condições neutras ou próximas da normalidade nos próximos meses, pode anotar.

 

E vero, soh vao falar em La Nina quando este estiver completamente definido!

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O que considero grande coisa Zé e a possibilidade de se estimar ENSO pros próximos 5 anos e ver que o padrão década de 90 se repete. Se as consequências agradam ou não é outra história. Abração, Alexandre.

 

Tomara que pelo menos o padrão da década de 1990 se repita. Entretanto, isso não resolve para nós, que amamos o frio!!! Só uma forte e longa sequencia de Niñas poderia colocar a PDO em campo negativo e fazer com que os bloqueios de nossos El Niños ficassem mais acima, como ocorria no início da década de 1990. Uma coisa é ter ENSO de um determinado jeito na décda de 1990, depois de uma sequencia fantástica de La Niñas fortes, Outra é ter a mesma situação de ENSO depois de uma bando de micro El Ninõs!!

 

Cara, sabe o que eu começo a pensar: A idéia do Niño permanente não é louca!!!! Isso faria os invernos das área mais temperadas serem mais frios, e quem pagaria o pato seria o pessoal da Zona Subtropical, ou seja, nós!!!!!

 

Tomara que eu esteja errado!!! Mas não há como deixar de considerar que, por mais que tentemos e conheçamos o que falamos aqui no BAZ, temos todos, profissionais ou amadores, algo em comum!!! SOMOS TODOS AMANTES DO FRIO, E CONSEQUENTEMENTE, TORCEDORES!!!!!! NÓS TORCEMOS PELO FRIO!!!! OU SEJA, NOSSAS ANÁLISES SEMPRE TERÃO, DE UM JEITO OU DE OUTRO, UM VIÉS DE OTIMISMO!!!!!!!!!

 

 

 

A idéia do terreno não morreu!! Mas do jeito que vãos as coisas vamos ter de botar o canhão de neve no orçamento, he he he!!!

 

Abração, brother!!

 

 

Zé,

 

 

A posição do normal do jato seria ao sul do estado de SP passando por Londrina? Seria esta posição predominante até meados dos anos 90?

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Ahh bom.Por isto que eu busquei informações à respeito do assunto e nada...

Bom, méritos da Climatologia e Climaterra então :wink:

Ele (meteorologista do Inmet)me deu uma explicação, sobre a seca deste verão passado, é que o El Niño ocorreu em águas mais à oeste do que normalmente ocorre quando em evento de El Niño". :-k

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Simples, porque nenhuma instituição internacional está indicando La Niña. Só os doidos da Climatologia Urbana e da Climaterra. Tu já viste o INPE arrojar e lançar uma posição diferente em clima de centros como o IRI, ECMWF, NOAA ?

 

Alexandre, é isso que eu não consigo entender. Vocês da Climatologia e mais o Ronaldo batendo firme (infelizmente) que haverá estiagem e será um caos para parte da agricultura aqui do sul, e o resto dos institutos irão vir com uma projeção de normalidade.

É claro que confio em vocês e estou dentro do possível me preparando para mais um ano difícil. O que não dá para entender é como os outros não conseguem vislumbrar isso!! Afinal, volta e meia vocês afirmam que em todos ou quase todos os institutos existem grande experts em meteorologia. Mas afinal, eles não são tão bons assim?

Abraços!

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Acho que sermos torcedores do frio não deve nos tornar incapazes de ter críticas mais científicas. Vejam bem no inverno atual:todo mundo tinha jogado a toalha e...fez frio!. Pode até não ter sido Aquele Inverno; mas foi uma seqüência de dias frios em julho. Depois, esquentou e todo mundo já diz:Não faz mais frio.

Acredito mais nos ciclos climáticos. Analisemos melhor o que houve com o PDO nos últimos 1000 anos. Analisar dados imediatos é fazer aquilo que fazem os leitores de mapas disponibilizados AGORA. A estatística deve ser levada em conta. Por isso acredito que ainda verei(tenho 44) invernos muito frios. A não ser que eu esfrie antes dos 60 ou 70...

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Simples, porque nenhuma instituição internacional está indicando La Niña. Só os doidos da Climatologia Urbana e da Climaterra. Tu já viste o INPE arrojar e lançar uma posição diferente em clima de centros como o IRI, ECMWF, NOAA ?

 

Alexandre, é isso que eu não consigo entender. Vocês da Climatologia e mais o Ronaldo batendo firme (infelizmente) que haverá estiagem e será um caos para parte da agricultura aqui do sul, e o resto dos institutos irão vir com uma projeção de normalidade.

É claro que confio em vocês e estou dentro do possível me preparando para mais um ano difícil. O que não dá para entender é como os outros não conseguem vislumbrar isso!! Afinal, volta e meia vocês afirmam que em todos ou quase todos os institutos existem grande experts em meteorologia. Mas afinal, eles não são tão bons assim?

Abraços!

 

NAS PALESTRAS QUE DEI EM PATO BRANCO JÁ ESTOU ALERTANDO, APENAS AMENIZANDO UM POUCO O QUADRO, PARA OS TÉCNICOS APENAS DIGO...SE FOR IGUAL AO ANO PASSADO JÁ SERÁ LUCRO.... PODES VER QUE O QUADRO DO FIM DO TUNEL NÃO SERÁ NADA "AZUL".

 

QUANTO AOS ORGÃOS OFICIAIS, ELES COMEÇARÃO A FALAR NISTO A PARTIR DE NOVEMBRO, EMBORA O QUADRO JÁ ESTEJA NA FRENTE DO NARIZ DELES.

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Meu Deus Ronaldo!

Suas palavras me assustam muito!

Se isso ocorrer, acho que haverá um baque tão violento no setor aqui no RS ao menos que não consigo vislumbrar a reativação do mesmo.

Digo isso porque observo as enormes dificuldades que muitos conhecidos se encontram atualmente. Se vier uma estiagem igual ou pior, não vejo como esse pessoal (e quem sabe até eu) venha a dar a volta por cima.

Apocalíptico!!!

Sds!

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Se já se sabe de antemão o que virá pela frente (e pelo jeito isso já é dado como certo) só resta uma alternativa: preparemo-nos.

Quanto aos órgãos oficiais acho que estão prestando um desserviço à população.

Cabe aos demais institutos regionais (privados ou não) cobrir essa deficiência e alertar os agricultores e governos estaduais e municipais. O planejamento é o melhor instrumento para amenizar prejuízos.

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AN - 15.08.2005

 

Previsão pessimista ao campo

 

Clima seco e chuvas inconstantes levam preocupação aos agricultores que ainda não se recuperaram dos prejuízos da estiagem

 

Lages ­

 

A previsão de um clima seco, com chuvas inconstantes e mal distribuídas até o final do ano está preocupando o agricultor catarinense, que ainda não se recuperou dos prejuízos da estiagem do início de 2005 e começa a preparar a terra para o plantio da safra de verão. Os indicativos de que o fenômeno conhecido como La Niña comece a mostrar seus sinais já no final do ano amplia a aflição no campo. De acordo com o agrônomo da Climaterra Assessoria e Planejamento em Meteorologia e Agronomia, Ronaldo Coutinho do Prado, o La Niña proporciona uma menor ocorrência de chuvas em Santa Catarina, que afeta diretamente a produção agrícola.

Para enfrentar um quadro pessimista nos próximos meses, a recomendação é de que o produtor rural opte por diversificar a época de plantio e por técnicas que ajudem a preservar a umidade do solo. O agrônomo orienta aos agricultores para que adotem desde já medidas de economia de água e se possível, mantenham açudes em suas propriedades para que nos períodos de seca, possam lançar mão da irrigação artificial

.

"No caso da fruticultura, a única alternativa para se combater os efeitos da estiagem é a irrigação dos pomares, por isso é necessário se economizar água a partir de agora", defende o agrônomo.

 

Sofrimento antigo

 

Desde 2003, o clima em Santa Catarina não tem sido bom para os agricultores, intercalado com estiagem prolongada e temporais com potencial de danos as lavouras. Nos últimos meses, o quadro se agravou. Meteorologistas do Centro de Informações Ambientais e de Hidrometeorologia (Ciram/Epagri) lembram que desde abril as chuvas têm ocorrido de forma irregular tanto no espaço quanto no tempo e que algumas regiões catarinenses, principalmente em áreas do Oeste, apresentam déficit hídrico.

 

O Ciram/Epagri aponta que os meses de setembro e outubro vão seguir a mesma tendência. Os meteorologistas explicam que as frentes frias (principal sistema responsável pela chuva no Estado) vão ficar bloqueadas na altura do Uruguai, sem atingir o Sul do Brasil. Em conseqüência disso, uma intensa massa de ar seco e quente vai manter o tempo firme com pouca chuva em Santa Catarina.

 

As previsões iniciais indicam que esta condição de irregularidade se mantém com períodos de até uma semana ou mais, sem chuva, intercalados por períodos chuvosos, de um a três dias, deixando algumas regiões do estado com precipitação acima da média e outras abaixo.

 

Os meteorologistas do Ciram/Epagri ressaltam que apesar de poucos eventos de chuva, não se descarta a possibilidade de ocorrência de temporais isolados com chuva forte, granizo e ventania, principalmente em setembro e outubro, devido aos chamados complexos convectivos de mesoescala (CCM), que se desenvolvem durante a madrugada no Norte da Argentina e Paraguai, e se deslocam no sentido do Oeste para o litoral, entre o final da madrugada e início da manhã, atingindo o Estado de Santa Catarina.

 

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Medidas ajudam na prevenção

 

Lages ­

 

Caso as previsões meteorológicas se confirmem, os agricultores terão de tomar algumas medidas para evitar prejuízos maiores com a falta de água. O agrônomo e professor do Centro de Ciências Agroveterinárias (Cav/Udesc) e especialista em manejo e fertilidade do solo, Álvaro Luiz Mafra, afirma que a medida mais importante é diversificar a época de plantio e utilizar sementes de variedades diferentes.

 

Ele explica que o agricultor deve obedecer à época indicada para o plantio de sua lavoura, mas intercalar de dez a 15 dias a cobertura completa da área. "O ideal é dividir a área em lotes e plantar em cada um numa época diferente. Assim, se a estiagem ocorrer, a possibilidade de parte da safra ser salva aumenta", explica Mafra. Sua opinião é compartilhada pelo agrônomo da Epagri e pesquisador de grãos e agroecologia, João Cláudio Zanatta. "No milho, por exemplo temos cultivares precoces e superprecoces que podem ser utilizadas por um mesmo agricultor".

 

O agrônomo da Epagri lembra que a perspectiva de falta de chuvas em Santa Catarina foi debatida no início do mês em Chapecó, quando o escalonamento do plantio foi apontado como principal alternativa para minimizar eventuais efeitos da estiagem.

 

Outra medida apontada pelos dois pesquisadores é a semeadura ocorrer num terreno pouco compactado. "Quanto mais compactada está a terra, menor é a absorção de água e isto é prejudicial às plantas", conta Mafra. Zanatta lembra que o plantio direto, com a manutenção da palhada da lavoura anterior, ajuda a evitar o ressecamento do solo e a evaporação da água.

 

Outras alternativas para se minimizar os efeitos da falta de água na agricultura são a rotação de culturas, com o plantio de espécies com raízes mais profundas e que permitem um solo menos compacto. Neste ponto, Mafra indica para o inverno o plantio de nabo forrageiro ou aveia, e no verão o guandu.

 

"Este é um processo que leva anos para apresentar efeitos positivos. Nos casos emergenciais a descompactação mecânica é mais recomendada", diz Mafra.

 

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Poços, fontes e cisternas para garantir água

 

Pinheiro Preto ­

 

São três as alternativas para os produtores rurais escaparem da falta de água, caso ocorra uma nova estiagem, como está sendo previsto: a abertura de poços artesianos, a construção de cisternas e de fontes caxambu. Esta última, que aproveita a água superficial disponível nas propriedades, tem sido a mais procurada em Pinheiro Preto e Iomerê, duas das cidades mais atingidas pela seca deste ano, no Meio-oeste catarinense.

 

Apesar do problema sofrido no início do ano, segundo o secretário de Agricultura de Pinheiro Preto, Aldir Rech, falta interesse dos produtores em se precaver do problema. "Eles não tiram o tempo para fazer a fonte. Mas acho que isso deve mudar com a chegada do verão".

 

As fontes caxambu são construídas de forma simples, utilizando pedras pulmão e pedrisco. O baixo custo deveria incentivar a sua proliferação, mas não é isso que acontece. "Em um dia ela pode ser construída e o produtor tem a garantia de água em quantidade para atravessar os períodos de estiagem", afirma Rech. Além das fontes, geralmente são disponibilizados reservatórios que são abastecidos de forma continuada pela água que dela excede.

 

"É uma alternativa que garante a água para o consumo humano e, muitas vezes, até dos animais, mas há pouco interesse em construí-la", lamenta o secretário. No caso de Pinheiro Preto, a prefeitura incentiva a abertura de fontes caxambu doando as pedras, os tubos e a escavação. Desde a última estiagem, apenas 15 famílias aderiram ao programa oferecido através do Microbacias 2.

 

Em Iomerê, foram seis fontes abertas. "Oferecemos material, a escavação e orientação para a sua viabilização e acreditamos que o interesse deve se ampliar a partir do momento que os produtores souberem que há possibilidade de nova estiagem", explica o secretário de Agricultura, Márcio Santini. Uma das fontes vai ser comunitária, servindo a seis famílias de Linha São Roque.

 

O custo das fontes caxambu também é atrativo. O investimento não passa de R$ 150,00, que são gastos geralmente em canos, areia e cimento. O restante é oferecido pelas prefeituras como forma de incentivo.

Os poços artesianos têm um custo superior a R$ 10 mil e a garantia de dar água não existe. A sua viabilização tem sido garantida somente de forma particular.

 

Tranqüilidade

 

Na propriedade do agricultor Nilson Jair Tonetta, em Linha União, a construção de uma fonte caxambu oferece certa tranqüilidade para enfrentar novos períodos de seca. "Ela deve dar conta do abastecimento da casa e dos animais nos períodos mais críticos", explica ele, que disponibilizou um reservatório de cinco mil litros abaixo da fonte.

 

Tonetta tem um sistema de terminação de suínos onde sempre estão alojadas cerca de 600 cabeças. Além disso, ele cria gado em sistema de confinamento, o que aumenta o consumo de água. "Eu estou contente com o resultado, principalmente porque é uma segurança a mais para o produtor", justifica.

 

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Plantio de milho é antecipado

 

Chapecó/Guatambu ­

 

Para tentar reduzir eventuais prejuízos causados pela seca prevista pelos meteorologistas catarinenses, os agricultores do Oeste do Estado estão antecipando ou escalonando o plantio das lavouras. Em Águas de Chapecó e Guatambu, a semeadura do milho já iniciou em algumas propriedades.

Produtor rural em Linha Fazenda Zandavalli, interior de Guatambu, Bruno Bodanese, 42 anos, pretende iniciar no final do mês o plantio dos 48 hectares de milho. Ele confirma que antecipou a semeadura em pelo menos duas semanas depois que descobriu que o verão deve ser quente e seco.

 

Em Linha Sede Trentin, interior de Chapecó, Ademir Baggio, 41 anos, optou por iniciar na semana passada o plantio de milho de forma escalonada. Ele pretende cultivar seis hectares, uma quantidade pequena, mas fundamental para reduzir os custos com a suinocultura. "Acho que em dezembro já terei milho seco, pronto para o consumo", planeja Baggio.

O engenheiro agrônomo e chefe do Centro de Pesquisa para a Agricultura Familiar (Cepaf) na Epagri em Chapecó, Haroldo Tavares Elias, diz que o plantio da safra de milho já ganhou corpo em alguns municípios do Oeste onde a altitude em relação ao mar é menor, como em Águas de Chapecó. O plantio precoce, segundo ele, é uma alternativa viável, mas que também apresenta risco. "Há preocupação com a formação de uma geada tardia, o que pode prejudicar o produtor".

 

Tavares ensina que o escalonamento (em etapas) do plantio é uma técnica que pode auxiliar os agricultores que estão temerosos com o verão seco. O sistema possibilita uma condição de crescimento e desenvolvimento diferenciado entre as lavouras, o que pode reduzir prejuízos causados pelo clima desfavorável.

 

O engenheiro agrônomo cita ainda como exemplo viável o uso de plantio direto e adubação verde para tentar garantir a umidade da terra por um período maior e evitar parte dos problemas causados pela seca.

Na safra 2004/2005, o Estado destinou 796 mil hectares ao cultivo do milho. A Epagri/Cepa ainda não tem uma estatística oficial, mas estima que a área plantada deve crescer 5%, em algumas regiões, neste ano. O engenheiro agrônomo e analista de mercado Simão Brugnago Neto comenta que o aumento na área plantada pode ser reflexo da baixa cotação de mercado da soja e de uma expectativa positiva de recuperação de preço para o milho no final do ano.

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o resfriamento do pacifico esse ano não representou um inverno rigoroso...

 

Porque esse resfriamento enorme (gráfico) ocorreu na região NINO3 agora em agosto, além do que a região que nos influencia fortemente aqui é NINO3+4. Ademais, há o tempo de repercussão e o resfriamento na base do Pacífico só começou a se operar no final de julho.

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Atenção baz, estive verificando o nível de alguns rios da região,me impressionou,estão bem abaixo da média para a época do ano.Alguém tem que fazer alguma coisa, deve haver uma maneira de armazenar as águas de setmbro e outubro,pois depois a coisa enfeia mesmo :o:o:o

 

 

Paulo, aqui no Paraná a situação já está ficando crítica também, principalmente no Norte do Estado!!! O luiz vai poder dar mais detalhes, mas em jandaia do sul, cidade próxima a Maringá, o rio marumbizinho já está seco em alguns trechos!!!!

Eu sinceramente nunca tinha visto isto no Paraná, até porquè, jandaia do sul já foi um dos maiores produtores de café do mundo nos anos 60!!!!

Sds.

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Se confirmar uma niña a coisa pode ficar muito, mas muito feia. PAra algumas regiões poderia significar a junção de secas por causa dos bloqueios (SOI negativa) com seca por causa de rápida passagem de frentes (SOI positiva). Essas alternâncias loucas e rápidas podem provocar uma seca sem rpecedentes em algumas regiões!!!!!

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