Allef Matos

Realmente uma tempestade severa. Impressionante os estragos. Aquele video do Praia de Belas é chocante! Rodolfo, legal sua análise. Só um detalhe, não havia Jato de Baixos Níveis sobre Porto Alegre. Apenas o escoamento do anticiclone no mar. O transporte de norte estava mais sobre noroeste argentino, Paraguai e parte do Centro-Oeste brasileiro. ------------------------------ Vento forte também em outros pontos do RS. Rajadas de 92 km/h em Rio Pardo e 81 km/h em Cruz Alta.

Conversando com alguns professores especialistas na área me relataram que quando o Pacífico equatorial vai se encaminhando para El Niño ou La Niña os mecanismos que estão causando essa mudança já podem influenciar na circulação atmosférica antes mesmo do fenômeno estar configurado. Então não é de espantar que nesse processo de enfraquecimento do El niño a atmosfera não responda mais tão dogmaticamente a ele. Aliás no verão, o Atlântico Sul exerce mais influência sobre o regime de prepicitação em parte da região sul, que as condições de ENSO.

Mesmo que não saia a máxima no INMET, é quase certeza que sempre estará no OGIMET. Por lá indica 40,4º como máxima de ontem: http://www.ogimet.com/cgi-bin/gsynres?ind=83423&decoded=yes&ndays=31&ano=2015&mes=10&day=18&hora=18 Nessa URL, é só trocar no número synop da estação, dias para visualizar, ano, mês, dia e hora para ver dados de outras datas e estações. ogimet.com/cgi-bin/gsynres?ind=83423&decoded=yes&ndays=31&ano=2015&mes=10&day=18&hora=18 É verdade. O código synop aí ja esta decodificado. Os dados são da estação convencional! Isso mostra que oficialmente Goiânia entrou para o time das quarentonas. Pena o INMET ter omitido no seu site.

A loucura toda é desse padrão de onda longa na atmosfera. O cavado, em 250hpa, contornado pelo jato subtropical e pelo jato polar norte tem estado mais amplificado, e frequentemente ondulando sobre o centro-norte da Argentina. Por isso desse frio que tem feito fora de época. A crista desse anticiclone em altos níveis, sobre o Brasil central, não tem descido tanto de SC pra baixo. Neste ano de el niño com a subsidência da célula de Walker sobre o nordeste do país talvez o anticiclone esteja mais forte que o normal. ------------------------------------- Na quinta-feira, com a Lagoa dos Patos cheia e o vento leste/nordeste, a água invandiu parte de Arambaré, São Lourenço do Sul e outros pontos da costa doce. Em Pelotas invadiu a colônia Z3 e a praia do Laranjal deixando famílias desabrigadas. Ontem com a entrada do ar frio e o vento sul, foi a vez de São José do Norte. Depois muitos locais de Rio Grande, que já estava tendo transtorno desde o nordestão de quinta. No domingo de noite, na segunda e terça o nordestão volta a se fazer presente com rajadas que podem passar dos 60 km/h na Lagoa.

É São Paulo esta escapando do recorde. Mas outubro costuma reservar surpresas desagradáveis. Aqui no RS finalmente uma trégua depois de 9 dias. Rio Grande decretou situação de emergência por conta da destruição causada pelo granizo e as fortes chuvas. Em Carazinho também houve prejuízos. Em Passo Fundo o vento forte provocou muitos estragos. Em Pedro Osório o rio Piratini estava próximo de trabsbordar. Fora o fato de que dezenas de cidades tiveram registros ou relatos de granizo. Alguns maiores outros menores. Teve granizo praticamente todos os dias no período de 16-24. Em Pelotas choveu de segunda a ontem entorno de 178 mm e neste intervalo houve pelo menos quatro quedas de granizo. Fora as descargas elétricas, em especial a tempestade elétrica da madrugada de quarta. Agora um breve alívio.

Sim, Bruno. Amanhã vai ser mais certeiro. Alguns pontos do estado pode alcançar ou passar dos 35°C.

Caiu granizo em várias cidades do sul do estado ontem. Em Pelotas caiu granizo três vezes ontem. No Fragata, o maior bairro da cidade as pedras eram do tamanho de bolas de ping pong, até maior um pouco. Em Rio Grande o granizo gigante provocou muitos estragos. Já não estava tendo mais lona, ontem de noite, pra doar aos atingidos. As células subiram pelo lagoa dos Patos despejando granizo. Caiu até na grande Porto Alegre e pontos mais do centro do estado. Ja faz uma semana de chuva moderada a forte, com trovoadas, e eventuais quedas de granizo em diferentes pontos do estado. Muito longe de algo isolado ou pontual.

Hoje é um dia que a atmosfero trollou a previsão do tempo de muitos institutos para o RS. Confundiu os modelos. A chuvarada que era pra se concentrar no sul e na campanha, esta concentrada bem mais pra cima. No centro, região da grande Porto Alegre e nordeste do estado. Sendo que pra estas áreas esperava-se uma tendência de melhora, até com um certo aquecimento. Já aqui no sul do estado tem até um pouco de sol em alguns pontos. Mesmo que caia o mundo mais pra tarde ou noite, mais da metade do dia já se foi. Acontece, faz parte do constante aprendizado. Atmosfera não conhece os modelos.

A temperatura mínima média de julho em Brasilia fica em 12,9°C. Em Porto Alegre 10,7°C. Não sei onde são iguais, mas ta bom. A julgar pela sensação de frio nem precisa ir tão longe. Cuiabá sova Brasilia em dias de friagem. A capital do MT tem anualmente dias com máximas entre 13/17°C. Qual a frequência de dias assim na capital federal?

Aqui em Pelotas fez 1,8ºC, sendo a menor para um mês de setembro desde 2006. Pelo menos em alguns locais que olhei fez 3/4ºC em setembro de 2002. Na estação da embrapa fez 2,1ºC sendo a menor pra qualquer mês, nessa estação, desde 8 de julho de 2012 Agora faz 13ºC ponto de orvalho é de -3ºC e umidade 33%.

Pelotas teve céu claro na maior parte do dia. No fim da manhã e tarde teve presença de algumas nuvens. As rajadas de vento oeste/sudoeste chegaram a 59 km/h. Máxima chegou a 14°C e a mínima a 5°C. Umidade chegou em 29% e -5°C ponto de orvalho (Td).Agora faz 4°C. Segue uma brisinha.

Capaz deividibecker. Obrigado. Sou apenas mais um apaixonado pela atmosfera. Vitor e Mafili, Tempo é o que esta acontecendo na atmosfera em qualquer momento. Clima é a média das condições de tempo ao longo de um período de décadas. É convencionada 30 anos. Como disse Mark Twain: " Clima é o que esperamos; tempo é o que sentimos". Vou ver se consigo modelar um cenário onde só exista temperatura e mais nada. Talvez variação dela, sem consequência como mudança em outras variáveis de estado. Vou ver se obtenho algo, seguindo pensamento de uns. Longe de qualquer bairrismo. Até porque se assim fosse defenderia o Centro-Oeste. Só estou apenas tentando contribuir com o pouco que sei.

Estava fazendo um post sem querer apagou...deu um trabalhão, infelizmente perdi. O fator climático principal é sem dúvida alguma a latitude! Ela esta ligada diretamente ao balanço de radiação solar. A radiação dentro do Sistema Terra-Atmosfera é transformada em outras formas de energia, como calor por exemplo, em obediência a lei de conservação da energia. A curvatura da Terra faz com que altura do Sol (ângulo de elevação acima do plano do horizonte) varie com a latitude! Isso influi diretamente na intensidade da radiação solar! No Equador a altura é maior, é mais vertical, é como se tivesse menos atmosfera pra atravessar até chegar a superfície. Nos pólos como é mais oblíquo, há mais atmosfera pra atravessar, assim pode sofrer maior espalhamento, absorção ou reflexão! Essa distribuição desigual faz com que aja um aquecimento diferencial da superfície, consequentemente diferença de pressão e assim vento e correntes oceânicas. Eis o motivo da circulação geral da atmosfera. Pólos e equador buscam incessantemente atingir o equilíbrio térmico, em obediência a lei zero da termodinâmica! Claro que esse equilíbrio nunca é atingido. Acho que a maioria aqui esta considerando apenas a grandeza termodinâmica temperatura como único elemento climático. Mas existe outros importantíssimos, como precipitação!!! Se houvesse apenas a altitude ocorreria uma diminuição da temperatura a uma taxa de 6,5ºC por quilômetro (lapse rate da atmosfera padrão) até chegar a base da tropopausa (camada intermediária entre a troposfera e estratosfera) onde a temperatura pararia de cair e passaria a aumentar com altura ao adentrar a estratosfera, devido a presença do ozônio. Em tempos cidades baixas do sul do RS tem médias em meses de inverno muito parecidas e talvez menores (em certas ocasiões) que cidades da serra, em virtude da latitude e da dinâmica atmosférica! Altitude, continentalidade/maritimidade, cobertura vegetal, relevo e circulação geral da atmosfera, sem dúvida são fatores determinantes no clima de uma região...são importantes. Mas a principal é sem dúvida a latitude!!!

Verdade, Vinicius. Estava comentando isso com uns colegas. Torcer pra que na noite do dia 10 já não esteja estável sobre a região.

Muita gente querendo comparar maças com bananas na tentativa de se apegar puramente a objetividade dos números é errônea. Querer dizer que 8ºC em Belo Horizonte em dia seco é a mesma coisa que 8ºC com chuva em Curitiba é um disparate. Você sente os efeitos da umidade relativa, da radiação solar e do vento. Todas essas variáveis em conjunto com a taxa metabólica e com as vestimenta do indíviduo, podem ser relacionadas por meio de equações que vão nos dar o conforto térmico humano. É claro que a maioria das equações existentes não leva em conta todas essas variaveis, o ideal é que fosse! Também tem o fato de que foram criadas para certas condições meteorológicas! Mesmo assim nos oferece uma razoável aproximação. Com os índices do conforto térmico é possível estimar o risco temporal de congelamento da pele exposta. É também possível identificar picos de problemas respiratórios que ironicamente acabam por coincidir com períodos de desconforto térmico por frio. Estava ajudando um professor em um trabalho nesse sentido. Identificamos picos de internação hospitalar, cujos os pacientes foram diagnósticos com pneumonia não especificadas (J189 no CID), no inverno de 2014 em uma cidade da grande Porto Alegre. Os dias com mais internações eram justamente os que se apresentavam como desconfortavel por frio e umidade. Identificando esses picos é possivel futuramente que aja uma prevenção! Isso pode ser feito com outras doenças relacionadas a outras condições meteorológicas. Há muitos trabalhos sendo publicado nessa parte da biometeorologia....trabalhos envolvendo inclusive desconforto em ambientes internos. Sim, as casas e estabelecimentos sentem esse reflexo....as que não possuem preparo viram uma geladeira ou um forno. Isso também impacta na saúde. Por aí vai.... Quem quiser desconsiderar a sensação térmica bem como conforto térmico em geral comece retirando a estrutura tegumentar do corpo ou melhor, o hipotálamo.

[highlight=yellow][/highlight] Bruno, Concordo em gênero, número e grau. São realidades totalmente distintas. Isso que a minha região, oeste do MT, é atingida por eventos de friagem, que provocam frio diurno também. Só que é tudo de maneira pontual! Quando a parte interna dos ambientes começavam a resfriar ou quando começava a ficar frio de verdade ja aquecia. O único evento que trouxe uma sensação de frio maior, que inclusive deixou desconfortavel dentro das casas foi a de Julho de 2010, porque além de intensa durou uns 8 dias. Mas é exceção e não regra. Sem esquecer que na maioria das vezes é um frio seco, ataca o sistema respiratório, mas não é tão desconfortável. Aqui em Pelotas são dias e dias de nevoeiro, de vento frio e umido. De máximas baixas. Até brinco com alguns colegas que a cidade é imune ao vento noroeste, só os mais intensos pegam ao passo que de Camaquã pra cima torra. Não é raro nessas situações de bloqueio, a grande Porto Alegre estar fervilhando com 30/32ºC enquanto Pelotas e o sul do estado com 18/20ºC. Os ambientes são gelados, o vento incomoda, é bem diferente! Uma coisa é termos um dia ou dois com mínimas entre 5/7ºC como ocorria la ou uma máxima entre 15/16ºC, outra é ter médias mensais assim como eu tive em julho e agosto de 2013: 7/16º nos dois meses. Boa parte do sul é assim, dinâmico, apenas com uns locais um pouco mais frios e chuvosos que outros, mas no geral com bastante dinamismo. Fruto de uma atmosfera mais baroclínica. Alias duvido muito que o sudeste seja distinto do Centro-Oeste, com exceção da Mantiqueira e das áreas altas do sul de SP que devem ter uma sensação de frio mais continua.

Marcos, 2012 teve um julho interessante para o RS e uma bomba polar no início de Junho. O espírito 2015 é muito pior.

Interessante ver uma alta de 1049/1050 hpa dentro do mar e a baixa térmica no norte da Argentina com 990/992 hpa. Imagina o fluxo de nordeste como não vai ser. Com essa configuração, se a alta ficar um pouco mais a oeste que o previsto não quero nem imaginar o nordestão no litoral de SC e RS!! Legal que o GFS mostra um ciclone no sul da Argentina com 975 hpa, relativamente próximo da alta. Se isso ocorrer, na região entre os dois sistemas em alto mar, ocorreria ventos com intensidade de um furacão!

Nenhuma censura ao que escreveste. Concordância sobre o tema foco e tuas projeções de milímetros. Ah sim. Perfeito. Situação complicada e que pode se agravar. Aqui em Pelotas choveu quase 70 mm ontem.

Desculpa a honestidade. Estou cagando e andando pra frio, neve ou geada. Quem aqui deste forum vive no RS e viu no Jornal do Almoço a matéria de como as pessoas pobres vivem estes dias sob as águas deve ter ficado arrasado. De chorar! Indigno. Desumano. Cruel. E vem muita chuva neste começo de semana para estas áreas já em quase calamidade. E, pior, vai ser um segundo semestre terrivel. Por isso, ao menos o que toca ao RS, não há outro foco exceto chuva e ajudar quem precisa. Sim, Alexandre. Concordo. Me interpretou mal! Digo foco da maioria aqui. Tenho acompanhado também o drama.

Apesar do foco no anticiclone, as chuvas podem novamente causar transtornos em em parte do RS, de domingo a terça. Os acumulados podem alcançar ou mesmo superar os 150 mm em alguns pontos.

Hahaha vão quebrar a terceira lei da Termodinâmica instalando na baixada cuiuda de Plutão.

Isso, Murilo, quando tiver oportunidade trabalhe com ele. Só to precisando dar uma afiada nas linguagem de programação.hehe Belíssimo e intenso Jato de Baixos Níveis. Aliás esse jato não se caracteriza apenas pela intensidade do vento em 850 hpa, onde costuma registrar seu máximo, mas também pelo cisalhamento superior a 6 m/s entre este nível e o nível de 700 hpa. Hoje de madrugada o nível de 700 registrou seu máximo de vento neste evento, com picos de até 130 km/h. Acumulado passa de 170 mm na automática do INMET de Campo Bom entre ontem e hoje. Eu possuo uma estação aqui no NE de SC exatamente em 850 hPa..mesmo sendo pouco atingida pelos temporais, dá para ver pelo histórico, pelos ventos e rajadas, a atuação fantástica do jato...ah e o calor trazido por ele também heheheh http://www.findu.com/cgi-bin/wxpage.cgi?call=PP5CRE-13&units=metric e http://aprs.fi/weather/a/PP5CRE-13 Muito show, Diego. Rajadas acima dos 30 m/s. Vou começar a acompanha-la. :good2:

Isso é bom meu querido? Saudades das nossaa discussões. Preciso aprender logo a mexer no grads. Abraço

Interessante, Vinicius. Gosto deste tópico. Renan, Certa vez vi um estudo de um ilustre professor ( trabalha com climatologia) mostrando anomalias de algumas variáveis entre 1980/2010 na América do Sul e juntamente com teste de significância a respeito destas variáveis. O teste de significância nos permite rejeitar ou não uma hipótese estatística com base nos resultados de uma amostra. Assim foi mostrado que em parte da Argentina, do cone sul e do oeste do continente houve uma redução na temperatura mínima, ao passo que houve um aumento sobre parte do norte/nordeste do Brasil. O que aumentava numa parte, diminuia na outra. É compensatório! A atmosfera é um fluido preso ao campo gravitacional terrestre.....como um balão cheio de ar, onde tu aperta de um lado infla do outro. Abraços.