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Mudanças Climáticas - Discussões Gerais
Mauro Dornelles replied to Carlos Dias's topic in Ciências Naturais
Estudo associa redução de nuvens baixas a aquecimento global: "A questão da lacuna de 0,2 grau Celsius em 2023 é atualmente uma das mais importantes na pesquisa climática", diz Helge Gössling, principal autor do novo estudo do AWI. Inicialmente, Gössling e sua equipe incluíram em seus cálculos uma atividade solar mais forte e a ausência de partículas de aerossol na atmosfera. No entanto, ainda havia uma lacuna. Então, a equipe do AWI, juntamente com o Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo (ECMWF), comparou dados de satélite da Nasa e constatações feitas pelo ECMWF a partir de dados de observação e modelos meteorológicos. Os pesquisadores compararam com dados coletados desde 1940 e também analisaram informações sobre a cobertura de nuvens em várias altitudes. Eles concluíram que 2023 foi, no período analisado, o ano com o menor albedo total médio da Terra. É o chamado albedo planetário, que descreve a quantidade de radiação solar que é refletida de volta ao espaço pela superfície e pela atmosfera da Terra. Se menos energia solar for refletida de volta para o espaço, isso alimentará o aquecimento global. Isso poderia explicar a falta de 0,2 grau Celsius no cálculo climático referente a 2023. Os pesquisadores fizeram as contas: se a reflexão da radiação solar tivesse permanecido estável a partir de dezembro de 2020, o ano de 2023 teria sido, em média, cerca de 0,23 grau Celsius mais frio do que foi. Nuvens baixas como resposta O albedo da superfície da Terra vem diminuindo desde a década de 1970 porque a neve e o gelo marinho no Ártico vêm diminuindo desde então, e a consequência são menos áreas brancas refletindo os raios solares. Desde 2016, o declínio do gelo marinho na Antártida tem contribuído para isso. "Entretanto, a análise dos conjuntos de dados mostra que o declínio nas regiões polares contribuiu apenas com cerca de 15% do declínio recente do albedo planetário", explica Helge Gössling. A redução da reflexão da radiação solar deve, portanto, ser causada por outro fator. De fato, a equipe de Gössling descobriu que menos raios solares estão sendo refletidos de volta ao espaço porque há cada vez menos nuvens baixas, ou seja, cumulus, stratus e stratocumulus. Nuvens baixas esfriam, nuvens altas aquecem a Terra As nuvens baixas diminuíram principalmente nas latitudes médias do norte, nos trópicos e no Atlântico. A região do Atlântico registrou temperaturas recordes em 2023. A cobertura de nuvens em altitudes altas e médias, por outro lado, apresentou pouca ou nenhuma diminuição, o que agrava o problema. Isso ocorre porque as nuvens em camadas altas e frias de ar também refletem parte da radiação solar. No entanto, elas também têm um efeito de aquecimento. O motivo: elas mantêm na atmosfera o calor que a superfície da Terra irradia – como um cobertor. As nuvens baixas não têm esse efeito. "Se houver menos nuvens baixas, perderemos apenas o efeito de resfriamento. Portanto, a atmosfera ficará mais quente", explica Gössling. Nos últimos dez anos, tem havido cada vez menos nuvens desse tipo na Europa. Aquecimento global faz nuvens desaparecerem? Para resumir: menos nuvens em baixas altitudes causam menos reflexão solar, o que, por sua vez, causa temperaturas mais altas na Terra. Não está muito claro, entretanto, por que há menos nuvens baixas. Um dos motivos pode ser o fato de que menos fuligem e outras partículas finas de poeira estão sendo liberadas no ar, por causa, por exemplo, de leis de controle da poluição do ar, como requisitos mais rigorosos para o diesel marítimo. Esses aerossóis atuam na atmosfera como chamados núcleos de condensação, em torno dos quais as gotículas de água se acumulam, formando nuvens. Variações naturais no oceano também podem ter causado a diminuição das nuvens em baixas altitudes. De acordo com o pesquisador do AWI Helge Gössling, no entanto, esses fatores não são suficientes como explicação. Ele suspeita de um terceiro mecanismo por trás do desaparecimento dessas nuvens: o próprio aquecimento global. Essa relação entre o aquecimento global e as nuvens também foi sugerida por alguns modelos climáticos. Se isso for de fato responsável pela redução do albedo, diz Gössling, "devemos esperar um forte aquecimento no futuro". "Poderemos atingir o limite de 1,5 grau mais cedo que o esperado" Isso não significa que a temperatura média global subirá em breve 8 graus Celsius ou algo do gênero, segundo Gössling. Entretanto, ele alerta que "dos vários modelos climáticos existentes, aqueles que preveem um aumento mais rápido das temperaturas têm maior probabilidade de serem precisos". Portanto, já podemos estar mais perto do que o esperado de um aquecimento global permanente de mais de 1,5 grau Celsius, na avaliação do cientista. Ele enfatiza que uma ação ainda mais rápida e decisiva contra a crise climática é, portanto, urgentemente necessária. Para cumprir o limite de aquecimento de 1,5 grau Celsius definido no Acordo Climático de Paris, é preciso emitir muito menos gases de efeito estufa. "As medidas para combater os efeitos dos eventos climáticos extremos esperados estão se tornando ainda mais urgentes", sublinha Gössling. Autor: Jeannette Cwienk Fonte: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/deutschewelle/2024/12/06/estudo-associa-reducao-de-nuvens-baixas-a-aquecimento-global.htm -
Só chuva, mesmo, mas vejam o que aconteceu com a temperatura em seis minutos de chuva:
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Um novo GIF com imagens de nuvens em Marte obtidas pela Mars Curiosity em 27/03/21. Apenas nuvens passando sobre uma montanha... só que em Marte! - - O rover Curiosity capturou essas nuvens de alta altitude passando sobre o monte ma.mp4
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"Há poucos anos, o Rio Grande do Sul foi o cenário perfeito para o acontecimento do derecho. Mas, o que é isso? O derecho é um fenômeno atmosférico que se manifesta em tempestades. Classificado de maneira mais precisa no final dos anos 80, um derecho pode ser compreendido como uma extensa massa de ventos associada a tempestades que se movem rapidamente e por uma longa extensão territorial. O nome do intenso vendaval de longa duração e que pode percorrer mais de 400 km origina-se de uma palavra espanhola que significa “direta”. Por isso, a palavra “derecho” tem sido usada para se referir aos ventos fortes que se movem em linha reta. Diferente dos tornados, fenômeno bastante presente em nosso imaginário como ventos extremamente destrutivos, o derecho não é composto por ventos “torcidos”, ou seja, não gira em torno de si. Aqui, na Universidade Federal de Santa Maria, o fenômeno atmosférico raro foi cientificamente documentado pelo meteorologista Eliton Lima de Figueiredo durante o doutorado, realizado no Programa de Pós-graduação em Meteorologia (PPGMet). No Brasil, o trabalho é considerado pioneiro na documentação e no estudo sobre o derecho. Orientado pelo meteorologista e professor do PPGMet Ernani de Lima Nascimento, o trabalho explora as tempestades que ocorreram em 29 de maio de 2013 e nos dias 18 e 19 de outubro de 2014, no Rio Grande do Sul. Com imagens captadas pelo radar meteorológico localizado em Santiago, cidade vizinha de Santa Maria, Eliton passou quatro anos estudando com o objetivo de mostrar que o fenômeno derecho aconteceu bem aqui, pertinho de nós. “O desafio foi bastante grande. No Brasil, são raros as pesquisas que falam sobre o fenômeno, então o trabalho foi muito baseado em estudos norte-americanos. Por isso, a oportunidade de estudar e documentar o derecho foi uma experiência muito boa”, lembra. Além da tese, a pesquisa deu origem a dois artigos científicos extremamente importantes para área. O primeiro deles intitulado “Analysis of two derecho events in Southern Brazil” foi publicado na edição impressa de outubro da revista Meteorology and Atmospheric Physics. É a primeira vez que um artigo científico sobre o tema é publicado. O segundo, ainda não publicado, trabalha com a simulação numérica da tempestade a partir de números e cálculos matemáticos. O trabalho publicado é de autoria de Eliton Lima de Figueiredo e teve a colaboração do orientador Ernani de Lima Nascimento e de Maurício Ilha de Oliveira, mestre egresso do PPG da UFSM e, atualmente, doutorando em Meteorologia pela Universidade de Oklahoma, nos Estados Unidos. A contribuição de Maurício na pesquisa diz respeito aos tornados, fenômeno que estuda há anos. “Trabalho entendendo os tornados, mas existem outros fenômenos atmosféricos muito interessantes. Então, nosso horizonte deve permanecer expandido porque sempre tem algo a ser descoberto”, conta o doutorando. Para ele, a observação desses fenômenos é essencial para a área da meteorologia, principalmente no Brasil, e deve continuar sendo feita. “Observar um fenômeno na nossa região é importante para a comunidade científica, já que podemos, por exemplo, enxergar algo que ainda não foi visto em região alguma”, explica. Vendaval pode chegar a 140 km/h Mas, se o “derecho” é raro, quais são as características que fazem dele um fenômeno tão especial? Primeiro, o vendaval é extremamente forte. Os ventos podem chegar a 140 quilômetros por hora. Segundo, a extensão territorial do fenômeno é bastante grande. O derecho pode começar um rastro de destruição em Uruguaiana e chegar até Santa Maria, por exemplo. E, terceiro, pode durar por horas, mas, é alta a velocidade com que as tempestades se deslocam. Logo, o potencial de destruição do derecho é intenso e causa, por exemplo, a derrubada de árvores, destelhamentos, quedas de energia e até fatalidades humanas. Segundo o coordenador do Curso de Graduação em Meteorologia da UFSM, Ernani de Lima Nascimento, toda a tempestade gera ventos. Porém, o pesquisador lembra que quando essas tempestades se organizam lado a lado, formam as linhas de instabilidade e as rajadas de vento se somam, como se fosse uma combinação. “Tem algumas situações que são raras em que esses ventos são extremamente intensos e podem ser comparados ao de um tornado. Mas, com a diferença que não tornam em si, não são ventos giratórios. São derechos, ventos de, em média, 140 quilômetros por hora”, ressalta Ernani. Além disso, o fenômeno possui um formato interessante que desperta curiosidade. No radar meteorológico de Santiago, foi possível visualizar a tempestade em formato de arco. O bow echo, como é conhecido na meteorologia, nada mais é que o retorno característico do radar de um sistema convectivo de mesoescala com a forma de um arco. Esses sistemas podem produzir ventos fortes em linha reta e, ocasionalmente, tornados, causando grandes danos. Podem também se tornar derechos, como foi o caso dos acontecimentos de maio de 2013 e outubro de 2014. E, ainda mais curioso, o radar captou uma formação extremamente rara: a tempestade em formato de arco e flecha. Foi a primeira documentação científica desta organização de tempestades em território brasileiro. Ernani lembra ainda que os derechos são linhas de instabilidade que podem ser em forma de ponta de lança ou em forma de arco. “Na meteorologia, usamos objetos conhecidos para associar às formações de tempestades. Assim, também são conhecidas como ecos de radar de ponta de lança ou ecos de proa”, conta o professor. Sobre os efeitos do derecho, o que se sabe sobre o rastro de destruição causado está relacionado aos acontecimentos observados nos Estados Unidos. Lá, o vendaval intenso é mais comum devido à largura do continente, característica que propicia este fenômeno. Em 2011, Chicago foi atingida por um derecho que deixou dezenas de milhares de residências sem energia elétrica. Além disso, afetam severamente os meios de comunicação e, devido aos estragos relacionados a queda de árvores, destelhamentos, alagamentos e etc, afetam também a mobilidade de uma cidade, por exemplo. Afinal, por que trabalhos como este são importantes para a sociedade? Os resultados apresentados na tese de Eliton e no artigo escrito em colaboração com Ernani e Maurício são fundamentais para o apoio à meteorologia operacional brasileira no tocante à emissão de alertas de tempo severo. Segundo os pesquisadores, é fundamental que tenhamos conhecimento sobre tempestades e outros fenômenos naturais já que somos diretamente afetados. Mesmo que não possam ser evitados, justamente pode se tratarem de manifestações da natureza, o investimento e o conhecimento tornam tais fenômenos mais previsíveis e, dessa forma, a sociedade pode se preparar a fim de reduzir ou evitar os possíveis danos. Repórter: Leandra Cruber, acadêmica de Jornalismo Ilustradora: Giovana Marion, acadêmica de Desenho Industrial Mídia Social: Nataly Dandara, acadêmica de Relações Públicas Editora de Produção: Melissa Konzen, acadêmica de Jornalismo Editor Chefe: Maurício Dias, jornalista Fonte: https://www.ufsm.br/midias/arco/vendaval-derecho
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Atualizando com imagens obtidas pela mesma sonda no dia 25/05/19. Fonte: NASA/JPL-Caltech.
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No último dia 13/05/2019, a sonda Curiosity captou imagens de nuvens em Marte, são oito imagens que foram montadas no formato de filme. Alguém se atreve a classificá-las? Ou dar nome a elas? Fonte: NASA/JPL-Caltech. Link: http://www.midnightplanets.com/web/MSL/sol/02405.html Clouds on Mars seen by NASAs Curiosity rover on Sol 2405 May 13,2019 -.mp4
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Não é mapa de população ou luzes das cidades à noite, trata-se de concentração de Dióxido de Nitrogênio (NO2) produzido pela queima de combustível não renovável. Dados coletados entre Agosto e Setembro de 2018 com auxílio do satélite Sentinel 5P da ESA. Fonte: https://medium.com/descarteslabs-team/what-we-burn-creates-an-eerily-navigable-map-of-earth-5e02fbe39f58