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Brasil Abaixo de Zero

klinsmannrdesouza

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  1. A Cordilheira dos Andes funciona como uma muralha que impede o espalhamento das massas polares sobre a parte oeste da América do Sul, como o relevo da mesma é mais baixo bem na porção central, acaba por facilitar um escoamento dos ventos frios para as latitudes próximas da linha do Equador. Funciona assim, altitudes elevadas sao obstáculos para as massas de ar e baixas altitudes são que nem avenidas rápidas. Porém isso não significa que todas as massas polares que entram na Patagônia cheguem ao Brasil acima do Trópico de Capricórnio, há outros fatores que tem que contribuir para a ocorrência das ondas de frio, como os cavados atmosféricos (ondulações na corrente de jato) e os ciclones extratropicais, que são como imãs, a dinâmica de interação baixa+alta espalha e muito os ventos gelidos sobre o continente.
  2. Graças aos Andes é que as massas polares em anos normais resfriam grande parte da América do Sul combinando com o baixo relevo no meio do continente. Agora a ideia de colocar mais terras nas áreas ao sul do paralelo 20 é muito boa, deixaria nossos invernos mais frios e teríamos neve nas latitudes mais baixas.
  3. Para as latitudes tropicais (entre 10 e 20 ou 23 dependendo do local) a característica do inverno é ter vários dias ensolarados sem nebulosidade, as chuvas na maioria das vezes ocorrem no período mais quente do ano. Tempo nublado com frio pode ocorrer nós climas quentes só que com menos frequência, geralmente no começo da entrada do ar polar. Outro fator é que nas baixas latitudes a frequência das frentes frias é menor, dificultando a manutenção da umidade, diferente dos climas subtropical e temperado onde passam muitos sistemas frontais que sempre fazem chover.
  4. A instabilidade da frente fria chegou aqui em Campo Grande MS, hoje de manhã ocorreram rajadas de vento de moderada intensidade. Pelas cartas sinoticas, este sistema frontal é bem continental já que mal chegou ao litoral de Santa Catarina, enquanto que pelo interior já alcança o Sul da Bolívia.
  5. Pacífico entrando em modo La Nina, apesar de que a atmosfera está se comportando como se estivéssemos em uma desde julho do ano passado.
  6. Esse especificamente eu não sei, porém nos modelos numéricos normais tanto o vcs quanto o ecmwf hoje indicaram uma intensa e ampla onda de frio entre os dias 2 e 7 de julho; metade do Brasil teria mínimas abaixo dos 10 graus, possíveis geadas generalizadas por todo sul, SP, MS, região serrana do Rio de Janeiro, sul de Minas, triângulo e Zona da Mata. Mais intensa que a do ano passado.
  7. Se esse frio extremo se manter até pelo menos o primeiro dia de julho, dá pra acender o alerta e avisar os conhecidos. É uma projeção bizarra porém tudo é possível.
  8. No final do século XIX e início do século XX (entre 1885 a 1915 aproximadamente) vivemos num ciclo mais frio de temperaturas; uma das ondas de frio mais intensa que se tem registro (alguns) ocorreu em 1892, relatos diziam a respeito de um vento de nordeste frio (!), a cidade de São Paulo ainda era relativamente pequena, deveriam ocorrer fortes geadas todos os anos. Tenho uma dúvida: é possível que já tenha nevado na capital paulista (neve mesmo, de cair os flocos e as pessoas verem) no passado mais remoto, ou até mesmo há cem anos atrás? Em anos mais recentes, 2000 e 2013, São Paulo teve máximas de 8/9 graus com tempo nublado, vira e mexe registra valores baixos mesmo em anos quentes; como antes os eventos de frio eram mais extremados, uma massa polar intensa com bom suporte em altura poderia favorecer precipitações infernais.
  9. Outra coincidência é que no ano passado houve uma massa polar de fraca intensidade que esfriou o Sul, parte de São Paulo, MS e oeste/sul do MT nesta mesma semana que vai esfriar nestas regiões. Só que o frio que teremos a partir de quinta até o fim do mês será mais intenso e amplo sobre a América do Sul, inclusive está nevando bastante em áreas da Argentina. Se continuar nesta tendência poderemos ter a onda de frio mais intensa do século até agora; quem sabe um revival de 1994.
  10. Se tivéssemos um pouco mais de terras ao sul do paralelo 30 neste continente os invernos seriam mais extremado, por exemplo teríamos picos de calor antes das frentes frias em compensação as quedas de temperatura seriam bem maiores. Mudando apenas a quantidade de terra ao sul do Trópico de Capricórnio, todo ano mais da metade do Brasil registraria mínimas abaixo dos 10 graus, a neve seria comum a todo ano na Mantiqueira, a cidade de São Paulo teria geadas fortes por toda mancha urbana e Curitiba teria neve todo ano, pelo menos de fraca intensidade. As serras sulinas ficariam frequentemente coberta de neve, dando até pra fazer bonecos.
  11. Para Belo Horizonte, o inverno de 2000 foi melhor do que o de 2013, porque naquele ano a mínima na estação mais urbanizada da cidade foi de 8 graus, pode ser que tenha geado nos pontos menos povoados e nos arredores da cidade. Não foi um frio extremo para os padrões da capital mineira, porém não pode ser considerado ruim pois é difícil a temperatura baixar dos 10 graus no centro da cidade.
  12. Obrigado pela postagem, interessante a predominância das anomalias negativas de temperatura no Atlântico Sul no outono e inverno; o pacífico equatorial estava apenas com uma mancha quente em abril mas depois foi sumindo em maio até desaparecer, o resto também estava mais frio do que o normal. Pelos dados postados aqui desta área do pacífico neste ano, o cenário está realmente parecido com 2000.
  13. Alguém tem imagens da anomalia de temperatura dos oceanos pacífico e Atlântico de 2000, entre abril e julho? Este ano está muito semelhante, até mesmo porque em 2000 houve uma onda de frio intensa em maio antes do período mais quente. Seria interessante fazermos uma comparação.
  14. Acabei de olhar as reanálises sinoticas de junho 2000 e naquele mês houve uma massa polar até que forte entre os dias 19 e 22, inclusive no YouTube tem uma reportagem sobre o frio intenso nesse episódio, citando uma mínima de -2C registrada em Curitiba (no vídeo mostra algumas imagens de geada forte na capital paranaense). Porém logo em seguida esquentou de novo, e o período mais frio do ano só começou na segunda semana de julho. Como esse ano está bem parecido com 2000, pode ser que venha alguma massa polar intensa mas de curta duração agora e no mês que vem pelo menos duas históricas.
  15. Nesse caso a mudança foi da circulação atmosférica, que até os anos 1980 era favorável as frandes ondas de frio que provocavam geadas e mínimas inferiores a 5 graus em toda a cidade de São Paulo, na época já era densamente urbanizada e possuía ilhas de calor no centro do perímetro urbano. Esse padrão mais aquecido aumentou e muito as médias térmicas de várias cidades brasileiras a partir dos anos 1990, por isso a discrepância entre os dados antigos e os novos.
  16. Esse de Itu foi o primeiro do país a ser divulgado amplamente nos jornais e televisão, na época chegou a ser classificado como F4 e até entrou no livro dos records como o mais intenso tornado ocorrido no Brasil. Com certeza já ouviram antes e após dele tornados igualmente destrutivos ou superiores na velocidade do vento.
  17. Os registros de tornados no Brasil só começaram a serem levados a sério depois do que aconteceu em Itu-SP lá por 1991, durante a passagem de uma frente fria sobre o centro-sul brasileiro uma célula de tempestade produziu um funil de categoria F4, talvez tenha sido o mais intenso documentado no nosso país. Infelizmente os danos foram terríveis para a cidade porque não havia o conhecimento que temos hoje sobre tornados, a partir daí a meteorologia nacional começou a estudar melhor as catástrofes naturais. A principal preocupação é se juntarem as condições propícias para um tornado sobre uma grande cidade, como os radares detalhados são mais escassos e as informações sobre mudanças bruscas no tempo demorarem mais para chegar até as pessoas leigas, o resultado pode ser trágico. Cmo exemplo um tornado que ocorreu no Pantanal do MS (Porto Murtinho), se formou rapidamente e virou um barco mediano que navegava na região, foi meio que ''do nada''.
  18. Nós precisamos de mais radares espalhados na porção meridional do Brasil, imagina se um tornado desse porte toque o solo na cidade de São Paulo ou mesmo Curitiba e Florianópolis, os danos seriam muito mais severos.
  19. A região da América do Sul entre o oeste do Mato Grosso até o Uruguai, passando por parte dos estados do Mato Grosso do Sul, interior de São Paulo, Triângulo Mineiro e metade oeste da região Sul possui um relevo mais plano; sendo um combustível pra super células quando uma frente fria encontra o ar quente tropical. Muitos tornados no Brasil ocorrem justamente nesta área, e poucos se aproximam das capitais desses estados em parte pelo relevo delas serem mais altos e ondulados, com exceção talvez de Campo Grande e Porto Alegre, onde a altitude é mais homogênea e mais baixa (Campo Grande é um pouco alta, entre 550/660 metros, porém não ha grandes ondulações no seu relevo).
  20. Um bom caminho seria estudar quais áreas do Brasil é mais favorável a ocorrência de tornados, depois instalar equipamentos meteorológicos mais detalhados que detectam a formação de supercélulas e incentivar as pessoas a construírem abrigos subterrâneos nas casas. Porque senão algum dia um ou outro tornado vai passar no meio de uma cidade grande, tipo Curitiba, Florianópolis, daí sem qualquer preparo os estragos serão bem grandes, sorte que esses eventos recentes estejam ocorrendo em áreas menos populosas.
  21. A Austrália recebe mais massas polares que o Brasil no outono e inverno, porém lá não ocorre eventos extremos de frio que nem aqui de vez em quando, a constância de baixas temperaturas naquelas bandas é satisfatória para quem gosta de frio. Nas médias anuais, lá é mais quente que aqui por causa dos picos de calor no verão australiano serem medonhos (42/43 graus em muitas áreas do país), felizmente isso não ocorre no Brasil nos meses mais quentes do ano (novembro, dezembro e janeiro).
  22. A área de maior ocorrência de tornados na América do Sul inclui o centro-sul do Mato Grosso do Sul, grande parte do estado de São Paulo, todo o Sul do Brasil, Paraguai, Uruguai e metade da Argentina. Dá pra dizer que todo ano ocorre tornados no Brasil, alguns são vistos e divulgados pela população e outros passam despercebidos porque ocorrem em regiões despovoadas/pouco habitadas. Os locais dentro desse ''corredor dos tornados'', ao meu ver, precisam de avisos sobre tempo severo mais acessíveis a fim de prevenir maiores perdas materiais e fatalidades envolvendo pessoas.
  23. Lamentável os estragos causados pelos tornados no Sul do país, uma região favorável a ocorrência desse tipo de fenômeno é carente de monitoramentos mais detalhados para prevenir cenas como essas. Toda a área entre o centro-sul do Mato Grosso do Sul, São Paulo, região Sul além doParaguai, centro-norte da Argentina e Uruguai precisam de observações mais específicas porque é um local naturalmente propício para tempo severo (o encontro do ar quente e úmido amazônico mais os sistemas frontais antárticos); parecido com o que fazem no interior daa América do Norte.
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