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Brasil Abaixo de Zero

História das Medições Meteorológicas em São Paulo/SP


Rodolfo Alves
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Hoje a cidade de São Paulo faz 469 anos de idade, e apesar da estação meteorológica oficial, o Mirante de Santana, ter uma série que começa apenas em 1943, o que é curto frente a outras cidades como Porto Alegre (1913), Florianópolis (1921), Curitiba (1910), Belo Horizonte (1910) ou Rio de Janeiro (1917), pouca gente sabe que na verdade há uma série que começou há muito tempo atrás, ainda ao fim do reinado de Dom Pedro II.

 

Aproveitando o aniversário da cidade hoje, irei abordar aqui a história de forma resumida neste tópico de forma cronológica:

 

1886: CRIAÇÃO DA COMISSÃO GEOGRÁFICA E GEOLÓGICA DE SÃO PAULO E O COMEÇO DE TUDO:

Neste ano é criada a Comissão Geográfica e Geológica de São Paulo, pelo Presidente da Província de São Paulo, em decorrência de necessidades de cafeicultores paulistas. A Comissão era presidida pelo geólogo norte americano Dr. Orville Adalbert Derby (1815-1915). Ele elencou o sueco Dr. Alberto Loefgren (1854-1918) como responsável pela seção de "Botânica e Meteorologia" desta Comissão. Esta seção é o “embrião” do que viria a ser o primeiro serviço meteorológico do estado paulista.

 

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Alberto Loefgren (azul) e Orville A. Derby (vermelho) em destaque

 

LOEFGREN INICIA A PRIMEIRA SÉRIE REGULAR DE DADOS METEOROLÓGICOS EM SÃO PAULO:

No mesmo ano de 1886, o Dr Loefgren, como responsável pela seção de Meteorologia, resolve dar início as primeiras medições meteorológicas regulares em São Paulo, ainda de forma improvisada em sua residência, na Rua da Consolação, altura do número 38.  As observações iniciais constavam elementos como temperatura do ar, umidade do ar, nebulosidade, vento e pressão atmosférica. Em 1888, a estação de Loefgren, passou a contribuir os dados para o Serviço Internacional de dados meteorológicos organizado nos EUA.

 

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Primeira série meteorológica anual feita por Alberto Loefgren em sua estação na Rua da Consolação para a Comissão

 

 

1888: ESTAÇÃO METEOROLÓGICA MUDA PARA O ANTIGO JARDIM BOTÂNICO (ATUAL PARQUE DA LUZ):

Neste ano, o Dr. Loefgren percebe que sua residência já não seria o local mais adequado para a continuidade das medições, e com isso, resolve transferir a estação para um local mais adequado, sendo escolhida a Torre da Luz no antigo Jardim Botânico da cidade, onde hoje é atualmente o Parque da Luz. Na época o local ficou conhecido como  "Observatório Meteorológico do Jardim da Luz".

Loefgren permaneceu no comando da estação meteorológica até 1892, quando decidiu se dedicar exclusivamente a botânica, no entanto antes, lançou o livro “Instruções práticas para Observações Meteorológicas”, o que viria ser o primeiro livro sobre meteorologia publicado no Brasil.

 

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Local onde ficava a estação meteorológica na Torre da Luz (Atual Parque da Luz)

 

1895: ESTAÇÃO METEOROLÓGICA TEM UM NOVO LOCAL - PRAÇA DA REPÚBLICA:

Neste ano, novamente a estação meteorológica sofreu uma mudança de local, indo para o teto da Escola Normal da Praça da República, no centro da Capital Paulista. Atualmente, este prédio é a sede da Secretaria Estadual da Educação. A mudança do local da estação visava também, o ensino da Meteorologia (somente a homens), na Escola Normal, conforme orientação de Loefgren, o que posteriormente favoreceu a formação de observadores meteorológicos naquela época. A estação também ficaria conhecida como Estação Meteorológica do Observatório Central.

 

Apesar de a estação meteorológica ter se mudado para a Praça da República, observações de chuva continuaram sendo feitas até 1949 ao menos no Parque da Luz, construindo, portanto uma importante série sobre as chuvas na cidade de São Paulo no começo do século passado. 

 

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Estação Meteorológica no teto do prédio da Escola Normal na Praça da República

 

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Estação Meteorológica vista do teto da Escola Normal.

 

 

RECORDE CALOR:

Foi na Praça da República, que São Paulo teve o seu recorde de calor da sua série meteorológica antiga. No dia 29/12/1895, a estação registrou uma máxima de 38.5ºC. Este recorde se considerado todas as medições, seria a maior temperatura já registrada até hoje, entretanto, a forma como a estação meteorológica era instalada (em cima do teto de um prédio) e com uma estrutura diferente das convencionais atuais, abre margens para desconsideração.

 

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Registro da Comissão Geográfica e Geológica da temperatura máxima de 38.5ºC em 29/12/1895 na Praça da República

 

 

1897: CRIAÇÃO DO SERVIÇO METEOROLÓGICO DO ESTADO DE SÃO PAULO

É reconhecido por meio de decreto o Serviço Meteorológico do Estado de São Paulo, uma espécie de INMET paulista, (note que ainda não existia um órgão nacional de meteorologia naquele ano, o que só viria a acontecer em 1909). Seu primeiro diretor é o maranhense Dr. José Nunes Belfort (1862-1926). A Estação da Praça da República passa a ser de responsabilidade do novo órgão. Naquele ano São Paulo era o único estado brasileiro que tinha uma rede meteorológica organizada, o que foi alvo de elogios de cientistas estrangeiros à época.

 

 

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Posto Meteorológico do Horto Florestal em 1902

 

1902: UM NOVO POSTO DE MEDIÇÕES METEOROLÓGICAS É CRIADO EM SÃO PAULO

Neste ano, o então diretor do Serviço Meteorológico, José Belfort, passa a achar o local da Estação da Praça da República inapropriado devido ao crescente número de edifícios que vinham sido erguidos no centro de São Paulo, mas como não poderia mudar a estação de lugar, resolve criar com meios próprios, um segundo posto de medição, em sua residência, na Avenida Paulista (Atualmente do lado do MASP). As medições eram feitas por ele e por sua família que foi treinada por ele próprio para isso, o que permitia que as medições não tivessem “buracos”.

 

Belfort ficaria conhecido mais tarde como o "pai" da meteorologia em São Paulo, em razão da construção de um importante Observatório em sua casa, modernizando na época os serviços meteorológicos, que além de observações diárias e ininterruptas, fazia previsões meteorológicas com 24h de antecedência, além de modernizar outras áreas como a astronomia e a sismologia.

 

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José Nunes Belfort 

 

1910: CONSTRUÇÃO DE UM NOVO OBSERVATÓRIO NA CIDADE DE SÃO PAULO

Dr Belfort decide que um Observatório seria construído em sua residência na Avenida Paulista. O Observatório abrigaria além das medições meteorológicas, as de astronomia e sismologia, além de ser o local que forneceria a Hora Oficial de São Paulo. O observatório seria inaugurado 2 anos depois. Na época, era considerado o local ideal para observações meteorológicas em São Paulo, por conta da altitude, tranquilidade e ausência de edifícios, algo que a Praça da República já não oferecia mais.

 

 

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Residência de José Nunes Belfort na Avenida Paulista

 

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Avenida Paulista em torno de 1910

 

 

1912: OBSERVATÓRIO DE SÃO PAULO É INAUGURADO. ESTAÇÃO METEOROLÓGICA SE MUDA PARA A AV. PAULISTA

Em 30 de abril daquele ano é inaugurado o Observatório de São Paulo ou Observatório da Avenida, na residência do Dr. Belfort. Com isso a então estação meteorológica que ficava na Praça da República é transferida para o local na Avenida Paulista. Houve uma grande festa de inauguração na época, que contou com a presidência do Governador Paulista. Ainda sim, medições continuaram sendo feitas na Praça da República até 1921, quando daí em diante sem manutenção devida, os aparelhos foram se deteriorando até se tornarem inutilizáveis em 1927. Os dados anotados por Belfort a partir de 1902 são reaproveitados para compor a série juntamente com os dados da Estação do Observatório Central. 

 

 

Embora, a série regular de dados meteorológicos em São Paulo comecem em 1886, é somente em 1912, que as medições se assemelham ao que é feito hoje, com uma estação convencional similar a usada atualmente (ver imagens), diferentemente das estações usadas antes, além do que as estações de antes ficavam em lugares elevados (caso da Luz numa torre, e da Praça da República no alto do prédio da Escola Normal). 

 

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Imagens do Observatório de São Paulo na Avenida Paulista

 

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Reprodução em 3D do local do Observatório de São Paulo

 

 

1918: A NEVE FAKE

No dia 25/06/1918 muitos comentários da época relataram que nevou na Avenida Paulista, em meio a uma forte neblina. Neste dia, a temperatura chegou a -1,2ºC no Observatório da Avenida Paulista (há relatos de -3ºC em outros pontos). Mas segundo a caderneta de observações meteorológicas da então estação do Observatório, houve registro de Geada, e a nebulosidade era "0", o que tornaria impossível qualquer neve. Fato é que muitos relatos de jornais da época chamaram a atenção para a camada de gelo que chegou a 50cm na várzea do Rio Tietê.

 

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Registro da Observação Meteorológica na Av. Paulista em 25/06/1918

 

 

1926: MORTE DO DR. BELFORT

Morreu aos 64 anos, o Dr José Nunes Belfort, então diretor ainda do Serviço Meteorológico de São Paulo e do Observatório de São Paulo. Ele fez observações meteorológicas na estação da Avenida Paulista até praticamente os seus últimos dias de vida. Na época causou grande comoção na cidade, o seu falecimento. Para o seu lugar, assumiu Alypio Leme de Oliveira (1886-1956) no ano seguinte. 

 

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Alypio Leme de Oliveira (a esquerda em seu escritório em 1927, e a direita na entrada do Observatório de São Paulo em 1930)

 

 

1928: AVENIDA PAULISTA JÁ NÃO ERA MAIS APROPRIADA PARA AS OBSERVAÇÕES METEOROLÓGICAS

A Avenida Paulista apresentava aumento significativo de trafego de veículos, bem como bondes, e também se observava o crescimento dos primeiros edifícios, além disso, a Prefeitura à época pretendia construir um túnel passando por debaixo do Belvedere (atual MASP), o que viria ser a Avenida 9 de Julho nos dias atuais. Com isso o então diretor do Observatório de São Paulo, Alypio Leme, já não via mais o local como ideal para a continuidade da Estação Meteorológica, bem como o Observatório. 

 

Diante disso, 7 locais foram avaliados por ele para a mudança do Observatório (e da então estação meteorológica de São Paulo), sendo eles: Pinheiros, Alto da Lapa, Alto de Santana, Alto de Vila Maria, Alto da Mooca, Morro do Jaraguá e Parque do Estado na Zona Sul da cidade, sendo escolhido o último. A construção só começaria em 1932.

 

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Avenida Paulista no começo da década de 1930

 

 

 

1930: CRESCE O MEDO DA ENCAMPAÇÃO DO SERVIÇO METEOROLÓGICO DE SÃO PAULO PELO GOVERNO FEDERAL

As crescentes revoltas que cresciam sobre o Estado de São Paulo naquele ano (e que se intensificariam depois, sobretudo em 1932), contribuíam para a perda de poder do governo estadual, inclusive com intervenções do Governo Federal sobre o estado paulista. Nesse sentido, aumentava-se o medo da encampação (tomada de posse) do Serviço Meteorológico do Estado de São Paulo pelo Governo Federal. Naquela época São Paulo por ter o seu serviço próprio de meteorologia, não era vinculado ao INMET, e o então diretor do Observatório de São Paulo e do Serviço Meteorológico, Alypio Leme, tentou evitar isso ao máximo, vinculando o órgão a Instituições de Ensino como a Escola Politécnica e a USP durante a década, algo que surtiu efeito naquele momento.

 

 

 

 

1931: ACABA A COMISSÃO GEOGRÁFICA E NASCE O "EMBRIÃO" DO IAG

Naquele ano, o então governo do Estado de São Paulo decide acabar com a Comissão Geográfica e Geológica. Chega ao fim o órgão que começou as primeiras medições meteorológicas em São Paulo. No lugar, entra o Instituto Astronômico e Geográfico, uma espécie de embrião do IAG atual.  Entretanto o nome da antiga Comissão segue aparecendo nos boletins diários do Serviço Meteorológico.

 

 

 

 

1932: ESTAÇÃO DA AVENIDA PAULISTA É TRANSFERIDA PARA O PARQUE DO ESTADO

No dia 22/11/1932, a então estação meteorológica do Observatório da Avenida Paulista, é transferida para o Parque do Estado. Porém as medições regulares só começariam em 01 de Janeiro de 1933, prosseguindo assim até os dias de hoje (conhecida com Estação do IAG), tornando esta estação meteorológica a mais antiga em operação até os dias atuais.

 

Apesar da mudança, observações meteorológicas continuaram sendo feitas no antigo Observatório da Av. Paulista para fins de comparação, com o pensamento de que a então série de dados de lá não fosse perdida. 

 

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Inauguração da atual Estação do IAG, com a presença do então diretor do Observatório de São Paulo Alypio Leme

 

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Estação no seus primeiros dias de operação em 1933

 

 

1935: CRIAÇÃO DO IAG

O então Instituto Astronômico e Geográfico é extinto, e no lugar é criado o atual IAG (Instituto Astronômico e Geofísico), porém ainda não ligado a USP (Universidade de São Paulo). O então Serviço Meteorológico de São Paulo é incorporado ao IAG. 

 

 

1936: ENCERRAMENTO DAS OBSERVAÇÕES NA AVENIDA PAULISTA

Em abril daquele ano, o Serviço Meteorológico de São Paulo decide encerrar as observações na Avenida Paulista. Com isso todos os equipamentos são retirados, e o prédio do antigo Observatório, aonde residia o Dr. Belfort, é demolido. 

 

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Última observação meteorológica da estação da Avenida Paulista  (Jornal "O Estado de S. Paulo")

 

 

1941: GOVERNO FEDERAL ENCAMPA O SERVIÇO METEOROLÓGICO DE SÃO PAULO

O então presidente Getúlio Vargas promulga o decreto-lei 3.742/41 que autoriza a unificação dos serviços meteorológicos do país, no sentido de centralizar os serviços e transferir os mesmos para a União. Com isso a rede de estações meteorológicas do Serviço Meteorológico de São Paulo passa a ser de posse do Governo Federal, o que levou a extinção do órgão paulista de meteorologia. Entretanto, a então estação meteorológica oficial de São Paulo, no Parque do Estado (IAG), não foi vinculada a rede do Governo Federal, ficando apenas como uma estação meteorológica isolada com finalidade de pesquisas desde então.

 

Com o então decreto-lei de Getúlio Vargas, finalmente o INMET "entrou" em São Paulo. Como a então estação oficial no Parque do Estado foi desvinculada a rede, o INMET decidiu abrir uma nova estação na cidade de São Paulo, para ser o seu ponto oficial de observações meteorológicas. Esta estação foi aberta no final de 1941, na Rua das Palmeiras, no bairro de Santa Cecília, na área central de São Paulo. No mesmo ano a estação do Horto Florestal que havia sido aberta em 1902 pela Comissão Geográfica e Geológica passa a ser operada pelo INMET, entretanto a série antiga é descartada, e uma nova estação é aberta na Faculdade de Higiene na região central.

 

 

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Decreto-Lei 3.742/1941

 

 

1943: INMET MUDA A ESTAÇÃO METEOROLÓGICA PARA O MIRANTE DE SANTANA

O INMET deixa de operar a estação na Rua das Palmeiras, provavelmente após verificar que o local é inadequado para observações meteorológicas, e resolve abrir um novo local para sua estação meteorológica oficial, que seria no Mirante de Santana, na Zona Norte. Apesar de instalada em 1943, a estação só se tornaria operacional no final de 1945. De acordo com o jornal "O Estado de S. Paulo", o local surgiu ‘por acaso’, uma vez que o Governo Federal não tinha na época nenhuma outra área disponível para abrir a estação meteorológica, e que havia aceitado a doação do terreno pela Prefeitura.

 

Desde então é a estação oficial da Cidade de São Paulo nos dias atuais, e como podemos ver, só começou tardiamente na década de 1940, por conta do serviço meteorológico ter sido estadual até a publicação do decreto-lei do Governo Federal. Por isso a série de São Paulo do INMET é curta em relação a outras capitais brasileiras.

 

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Mirante de Santana em 01/12/1945 

 

1946: IAG É VINCULADO A USP

Somente nesse ano é que o Instituto Astronômico e Geofísico é vinculado a Universidade de São Paulo, o que segue até os dias atuais. 

 

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Estação Meteorológica do IAG em 1947 com o Observatório Astronômico construído

 

1955: ALYPIO DEIXA COMANDO DO IAG

Neste ano, Alypio Leme se aposenta e deixa o comando do IAG, no seu lugar assume o astrônomo Abrahão de Moraes, conhecido por ser o fundador da moderna astronomia brasileira. Ele fica no cargo até o seu falecimento em 1970.

 

No mesmo ano, São Paulo é atingida por uma forte onda de frio no começo de agosto, tendo suas menores temperaturas desde o início nas medições na Avenida Paulista, chegando a -2,1ºC no Mirante de Santana e -1,2ºC no IAG (igualando ao valor da Avenida Paulista em 1918, e da própria estação em 1942). No Horto Florestal a mínima chegou a -3,9ºC, sendo a menor temperatura já registrada por uma estação oficial na cidade (superando -2,5ºC em 1898 na Praça da República).

 

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Matéria do jornal "O Estado de S. Paulo" de 03/08/1955

 

1956: INMET ABRE UMA NOVA ESTAÇÃO EM SÃO PAULO

Neste ano o INMET abriu uma nova estação meteorológica na Zona Sul, no bairro de Santo Amaro.

 

 

1958: MIRANTE DE SANTANA DE CIMA E DE BAIXO

 

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Mirante de Santana em 1958 

 

 

1965: INMET FECHA DUAS ESTAÇÕES

Naquele ano o INMET decidiu encerrar as operações nas estações meteorológicas de Santo Amaro e Faculdade de Higiene.

 

 

 

1978: MARISE COMEÇA SEUS TRABALHOS NO MIRANTE DE SANTANA

Naquele ano, com apenas 19 anos de idade, Marise Basílio, estreava como observadora meteorológica da estação do Mirante de Santana.

 

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Mirante de Santana em 1980 (Google)

 

 

1982: ESTAÇÃO DO HORTO FLORESTAL É FECHADA

INMET decide encerrar as operações em outra estação meteorológica, agora sendo o Horto Florestal no mês de Julho.

 

 

1988: CHUVÃO EM SÃO PAULO

Entre os dias 20 e 21 de Dezembro daquele ano uma chuva forte deixou São Paulo debaixo d’água, causando caos e mortes. A estação do Mirante de Santana registrou seu maior volume de chuva em 24 horas, desde a sua fundação, batendo os 151,8mm. Recorde que segue até os dias atuais.

 

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Mirante de Santana em 1988 (Youtube)

 

1994: RECORDE DE FRIO EM JULHO

Naquele ano, o Mirante de Santana viria a registrar o que é a sua menor temperatura até hoje para o mês de Julho.

 

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Matéria do jornal "O Estado de S. Paulo".

 

1998-1999: SUPOSTO SOBREAQUECIMENTO NO MIRANTE DE SANTANA

Entre Julho de 1998 e Agosto de 1999, um suposto sobreaquecimento afetou a estação meteorológica do Mirante de Santana, interferindo especialmente nas temperaturas máximas, que da qual ficaram muito destoadas. Na época um relatório IAG emitiu um estudo que apontava tal sobreaquecimento, o que sempre foi negado pelo INMET.

 

 

2001: SÃO PAULO NO SÉCULO XXI

São Paulo começa o Século XXI com apenas duas estações meteorológicas em operação: Mirante de Santana (forma convencional) e o IAG-Parque do Estado.  Além dessas duas, contava com boletins dos aeroportos do Campo de Marte e Congonhas. Na Grande São Paulo, o INMET operava outra estação meteorológica convencional em Guarulhos (aberta em 1983 e fechada em 2014), além de contar com boletins do Aeroporto Internacional.

 

No mesmo ano é criado o Parque da Ciência e Tecnologia (CIENTEC), dentro do Parque do Estado, no local aonde fica a estação meteorológica do IAG.

 

 

 

2004: CETESB INICIA MEDIÇÕES METEOROLÓGICAS EM SÃO PAULO

Em julho daquele ano, a CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), órgão vinculado ao Governo do Estado de São Paulo, instala uma estação medidora de Qualidade de ar em sua sede, no bairro de Pinheiros. Esta estação também fornecia dados de temperatura, umidade do ar e vento de forma automática.

 

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Estação medidora de Qualidade do Ar/Meteorologica da CETESB em 2011 

 

 

2006: PRIMEIRA ESTAÇÃO AUTOMÁTICA DO INMET DE SÃO PAULO

Em agosto, o INMET instala a sua primeira estação automática no Mirante de Santana, ao lado da estação convencional. Apesar de ser uma novidade na época, São Paulo recebeu sua primeira estação apenas 6 anos depois da primeira estação automática instalada no país, em Brasília.

 

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Estação Automática (a direita) no Mirante de Santana

 

 

2009: ESTAÇÃO AUTOMÁTICA INSTALADA NO IAG/PARQUE DO ESTADO

Naquele ano o IAG-USP instala uma estação meteorológica automática, junto à estação convencional no Parque do Estado.

 

 

 

2011: CGE  INSTALA PRIMEIRAS ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS AUTOMÁTICAS

O Centro de Gerenciamento de Emergências, órgão vinculado a Prefeitura de São Paulo, e operado pelo FCTH (Fundação Centro Técnica Hidráulica), criado em 1999, instala suas primeiras estações meteorológicas automáticas em São Paulo. A rede é expandida gradualmente ao longo dos anos.

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Estação Meteorológica Sé-CGE localizada no topo do prédio da CET no bairro da Bela Vista

 

 

2012: PRIMEIRAS PWS EM SÃO PAULO

Primeiras estações meteorológicas particulares (PWS) começam a operar na cidade de São Paulo. Sendo uma delas, no Hangar ABC (divisa com São Caetano do Sul), esta opera até os dias atuais. O número deste tipo de estações se expande a cada ano.

 

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Estação Meteorológica Particular (PWS) - Marca Davis - instalada no Hangar ABC 

 

2013: UM DIA EXTREMAMENTE FRIO

No dia 24 de julho daquele ano, uma tarde extremamente fria (e atípica) para os padrões atuais, fez São Paulo ter a sua menor temperatura máxima da história, chegando a apenas 8,5ºC na estação automática, batendo o antigo recorde (9,6ºC de 1979). Na estação do IAG a máxima de 8,6ºC só perdeu para 1942 (quando ainda não existia o Mirante de Santana), naquele ano fez 7,2ºC.

 

 

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Matérias dos jornais "O Estado de S. Paulo" e "Folha de S. Paulo".

 

2014: RECORDE DE CALOR EM SÃO PAULO

Em 17 de Outubro daquele ano, São Paulo teve o seu dia mais quente já registrado desde o início das medições na Avenida Paulista, com a temperatura chegando aos 37.8ºC na estação convencional do Mirante de Santana, porém esse valor alcançou os 38.4ºC na estação automática.

 

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Matéria do jornal "O Estado de S. Paulo"

 

2015: UM ANO SEM MÍNIMAS SUB 10

Pela primeira vez na história do Mirante de Santana, um ano terminou sem nenhuma temperatura abaixo de 10 graus.

 

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Resumo das temperaturas minimas e máximas na estação do Mirante de Santana (Aut) em 2015.

 

2018: INMET INAUGURA UMA NOVA ESTAÇÃO METEOROLÓGICA

Em março daquele ano o INMET inaugura uma segunda estação meteorológica automática, no SESC Interlagos (Zona Sul). A inauguração da estação contou com uma cerimônia na época.

 

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Estação Meteorológica SESC Interlagos em 2018

 

2020: PANDEMIA SUSPENDE AS OPERAÇÕES DO MIRANTE DE SANTANA

No começo do ano, o mundo enfrenta uma pandemia de Covid-19, obrigando os países a fazerem  isolamento social. Com isso, pela primeira vez na história do Mirante de Santana, as observações da estação convencional são suspensas, o que fez o INMET passar a considerar os dados da estação automática como oficial, conforme comunicado divulgado abaixo.

 

"INFORME SOBRE AS OBSERVAÇÕES DAS ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS DO MIRANTE DE SANTANA Devido às medidas de precaução relacionadas ao Coronavírus/COVID-19, informamos que, a partir do dia 24/mar/2020, a estação convencional 83781 – operada manualmente e que conta com observadores para ler, aferir, regular e manter os instrumentos, além de fazer observações meteorológicas visuais – tiveram de interromper por tempo indeterminado sua operação. Para suprir a falta dos dados, serão utilizados, sempre que possível, os dados correlatos das estações automáticas do mesmo local ou município. A estação que substituirá as observações ausentes é a de São Paulo - também no Mirante de Santana - A701/86910. Para fins de divulgação de pesquisas de histórico e de séries temporais, os dados disponíveis das estações automáticas substituirão os dados ausentes, porém, nos bancos de dados, as bases continuarão distintas até nova resolução."
 

 

2021: EXISTÊNCIA DO MIRANTE DE SANTANA É AMEAÇADA

A construção de um prédio residencial de 23 andares nas proximidades do Mirante de Santana ameaça a continuidade da operação da estação meteorológica. Uma mobilização de moradores do bairro é realizada a fim de impedir a construção do edifício.  INMET também emite um documento se declarando contra a construção do prédio. A Prefeitura de São Paulo afirmou à época que não iria conceder o alvará para a construção do prédio.

 

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Matéria do "G1" sobre a construção do edifício 

 

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 Posicionamento do INMET contrário a construção

 

 

No mesmo ano, após 43 anos de trabalho, a observadora mais antiga do Mirante de Santana, Marise Basílio se aposenta. A Estação Convencional volta a operar parcialmente com apenas 1 observador (Nelson Miese) no mesmo ano, após diminuição da Covid-19.

 

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Marise Basílio que trabalhou por 43 anos nas leituras de estação Convencional do Mirante de Santana

 

 

2022: VOLTA DA OPERAÇÃO INTEGRAL DA ESTAÇÃO CONVENCIONAL DO MIRANTE DE SANTANA 

No final daquele ano, o INMET volta a operar a Estação Meteorológica Convencional  de forma integral com observações interruptas, além de passar a exibir em seu site os dados da estação do IAG. 

 

 

 

E assim São Paulo chega ao começo de 2023 com uma grande rede de estações meteorológicas:

 

- Mirante de Santana/INMET - Oficial da cidade (estações automática e convencional);  

 

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- SESC Interlagos/INMET (Estação Automática);

 

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- IAG/Parque CIENTEC (Estação Convencional e Automática);

 

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- Aeroportos de Congonhas e Campo de Marte, além de Guarulhos na Grande São Paulo;

 

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Estação Automática Automática do Aeroporto Campo de Marte

 

- Mais de 30 Estações Automáticas operadas pelo CGE, sendo algumas em pontos remotos da cidade como Marsilac, Perus e São Mateus, porém algumas delas com condições de instalação questionáveis;

 

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Estação Meteorológica Automática do CGE em São Mateus

 

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Rede de Estações Meteorológicas do CGE atualmente

 

- Dezenas de estações particulares operam em diversas plataformas (Wunder, Ambient Weather, Weatherlink);

 

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Estação Meteorológica Particular (PWS) no bairro do Jaguaré 

 

- CETESB possui estações meteorológicas em pontos da cidade, como no Pico do Jaraguá;

 

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Estação de Qualidade do Ar/Meteorológica da CETESB no Pico do Jaraguá

 

- Além disso há uma dezenas de pluviômetros operados pelo SAISP e Cemaden espalhados pela cidade.

 

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Pluviômetro Automático da rede SAISP no Parque da Aclimação 

 

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Pluviômetro Automático do CEMADEN no Jabaquara

 

 

 

 

Uma evolução inegável na história das medições meteorológicas em São Paulo que completa 469 anos hoje.

 

 

 

Fontes:

https://www.parquecientec.usp.br/historia-do-parque/historia-do-parque-completa

http://www.estacao.iag.usp.br/historia.php

Acervo "O Estado de S. Paulo"

Marques dos Santos, Paulo. Instituto Astronômico e Geofísico da usp: Memória sobre sua Formação e Evolução/ Paulo Marques dos Santos. – São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2005.

SANT’ANNA NETO, João Lima. História da Climatologia no Brasil: gênese, paradigmas e a

construção de uma Geografia do Clima. Tese de Livre-Docência. Presidente Prudente:

FCT/UNESP, 2001.

https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2021/06/25/predio-de-23-andares-em-obras-ao-lado-do-mirante-de-santana-pode-afetar-medicoes-da-principal-estacao-meteorologica-de-sp-diz-inmet.ghtml

https://serieavenidapaulista.com.br/2020/09/12/o-observatorio-da-avenida/

http://antigaavenidapaulista.blogspot.com/2014/01/a-avenida-paulista-e-um-dos-logradouros.html

 

 

 

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AQUI O RESUMO DE DADOS DA ANTIGA SÉRIE METEOROLÓGICA DE SÃO PAULO (1888-1936)

 

DADOS COMPILADOS DO ACERVO DO GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO (COMISSÃO GEOGRÁFICA E GEOLOGIA), E DOS BOLETINS METEOROLÓGICOS PUBLICADOS NO JORNAL O "O ESTADO DE SÃO PAULO". ALGUNS ANOS ESTÃO COM BURACOS NOS DADOS, O QUE REFLETE NA MÉDIA.

 

SÓ RESSALTANDO OS DADOS POR ANO:

1887-1888: RUA DA CONSOLAÇÃO

1889-1895: TORRE DA LUZ

1895-1901: PRAÇA DA REPÚBLICA

1902-1936: AVENIDA PAULISTA

 

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ANTIGA SÉRIE PLUVIOMÉTRICA DA ESTAÇÃO DA LUZ:

 

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O mais interessante dessa série pluviométrica, é que julho de 1942 além de ter sido o mês mais frio, também teve outro recorde: foi o julho mais chuvoso da série da Luz(e talvez da cidade toda - medições oficiais - por muitos anos até ser quebrado décadas mais tarde). 

 

No Mirante o janeiro mais chuvoso foi o de 2011 e ficou perto de 500mm, mas em todo o histórico pluviométrico foi o de 1929, o único a ter superado 500mm em medições oficiais. Foi nesse mês que São Paulo teve a sua maior enchente (há relatos de que pode ter sido uma forte ZCAS na época, não tenho certeza). 

 

A marca de 600mm, que quase foi superada nessa antiga medição(fevereiro de 1940), foi superada pela primeira vez em março de 2006 no Mirante. E em janeiro de 2010 no IAG(na qual choveu praticamente toda a média de chuva anual no IAG no trimestre DJF 09-10)

Edited by Darley
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Existem alguns anos com grandes diferenças entre os totais anuais de chuva do Jardim da Luz e do IAG...

Ocorre em 5 anos seguidos, de 1938 até 1942, com alguns totais mensais totalmente discrepantes entre as duas estações.

Qual seria a explicação ?

 

 Ano          Luz       IAG  (mm)

1933 =>   844,2 |   849,8

1934 => 1.429,5 | 1.071,7

1935 => 1.012,3 | 1.282,7

1938 => 1.955,5 | 1.247,4

1939 => 1.734,5 | 1.059,7

1940 => 1.884,1 | 1.043,7

1941 => 1.998,8 | 1.123,0

1942 => 1.808,4 | 1.143,9

1943 => 1.175,8 |  1.071,5

1944 => 1.052,5 | 1.067,6

1945 => 1.473,2 | 1.317,4

1946 => 1.297,6 | 1.086,7

1947 => 1.689,2 | 1.573,4

1948 => 1.236,5 | 1.152,7

1949 => 1.243,1  | 1.303,9

 

Edited by Aldo Santos
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Os dados de chuva de 1929 (552,3 mm em janeiro e 322,8 mm de fevereiro) batem com a histórica enchente ocorrida em fevereiro daquele ano.

A grande enchente de 1929 é, até hoje, a maior de que se tem registro na cidade de São Paulo.

 

Abaixo, algumas fotos:

 

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Bairro da Luz, centro, rua próxima ao rio Tamanduateí

 

Enchente1929d.jpg

Vale do Anhangabaú, centro.

 

Enchente1929b.jpg

Avenida Cidade Jardim, alagada pelo rio Pinheiros

 

Enchente1929e.jpg

Uma rua do bairro do Bom Retiro, próximo ao centro.

 

Edited by Aldo Santos
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