Leandro A M Leite

A onda de frio de maio de 2022 não teve um caráter continental clássico, pois rasgou o país no meio, e não a oeste, chegando até o Tocantins, e o Acre foi muito desfavorecido, aquela foi bem favorável a BH, Goiânia e Brasília, com direito a geadas no DF, a onda de frio do começo de novembro, com o registro inédito de neve no País nesse mês em SC no Morro da Igreja, teve um começo continental clássico, com frio nublado, mas depois teve um caráter mais marítimo, ficando mais a leste e favorecendo Minas Gerais e parte do estado do Rio de Janeiro, com máxima sub-5 no PNI, ao mesmo tempo em que MT, RO e AC já esquentavam após o gélido 1 de novembro.

Agora sim, está começando a ficar mais interessante, pois, 2023 estava muito parado no fórum, se a onda de frio prevista se confirmar, junho será um mês muito movimentado, a princípio a onda de frio projetada é uma continental clássica, daquelas que gelam Cuiabá, enquanto BH, que normalmente é bem mais fresca, ficará sob um aquecimento pré-frontal, parece que Brasília também estará na mesma situação, enquanto o frio chega até o Acre e Rondônia.

1982 tinha 0,7 C no trimestre AMJ, 1997 tinha 0,8 C no mesmo trimestre, e 2015, 0,9 C.

Será que 2023 já está perdido? Se ao menos for só forte e não Super, talvez haja chance, 1991 teve ondas de frio fortes como a que provocou os -10 C em São Joaquim, só que naquele ano teve a ajuda do Vulcão Pinatubo.

Isso vale mais pra minha região, pois mais pro sul esfria bem todo ano.

Compre seu agasalho em 2023, e só comece a usar em 2024!

Pra ser Super El Niño as águas superficiais teriam que tá mais quente, Super El Niños levam de 15 a 20 anos pra ocorrerem, o menos tempo possível é 10, e agora ainda não tem 10 do último, talvez agora um El Niño de moderado a forte.

Bem que o análogo pra 2023 poderia ser 2009, e pra 2024 poderia ser 2010 com uma La Niña retornando, pois ambos fizeram muito frio, mas que não tenha seca aqui como em 2010.

A maioria dos modelos não chegam a prever um Super El Niño padrão 97/98 ou 2015/16, e a longo prazo preveem um resfriamento passando pra neutralidade, até com um leve viés frio no outono-inverno de 2024, de repente se for pra ter mais frio, só no próximo ano: https://www.cpc.ncep.noaa.gov/products/predictions/90day/tools/briefing/unger.pri.php

Em abril de 2002 teve uma onda de calor que elevou a temperatura pra uns 36 C em Washington DC.

Não é nem a conta matemática em si, mas é porque os anos subsequentes a um El Niño forte costumam ter ondas de frio marcantes, com potencial histórico, devido à La Niña, exemplos são 1975, 1984, 2000 e 2017, esse último o frio foi intenso, mas tiro curto no Sul em julho.

Não é uma regra, e entre 2000 e 2025 tem o período 2007-2013, marcado por fortes ondas de frio com direito a neve com acumulação, a exemplo de 2010 e 2013, também tem 2021, e entre 1975 e 2000 tem 1978, 79, 81, 84, 85, 88, 90, 93, 94, 96, 99, etc. Por uma questão de analogia, se em 2023 dá um El Niño mais forte, ele pode ser substituído por uma La Niña em 2024, que pode seguir em 2025 e influenciar o inverno desse ano.

1975+25=2000+25=2025

Anote aí: frio histórico em 2025, somente.

Nada mais interessante que os mapas das ondas de frio continentais clássicas, gosto muito de ver o Brasil contrastante com quadradinhos ou bolinhas azuis na metade sul e laranjas ao vermelho na metade norte, quando acesso o mapa de temperaturas do INMET, eu escolho os dias que tinham ondas de frio, até de décadas atrás, quando só se tinham dados de convencionais e aeroportos, eu também salvei nos meus documentos mapas do SIGMA postados na onda de frio do fim de junho de 2021, em que mostrava o Mato Grosso.

Percebi que o fórum ao longo do ano funciona como uma montanha russa, nos primeiros meses os tópicos têm poucas postagens e páginas, depois sobe até atingir um pico de postagens e páginas, podendo ser em maio, junho, julho ou agosto, depois vai diminuindo e nos últimos meses o movimento volta a ficar pequeno, isso mostra que a principal atração dos membros do fórum são as ondas de frio, se bem que ondas de calor também causam grande movimentação, e o mês com mais postagens é o da onda de frio mais importante do ano em território brasileiro, mas nem sempre o verão tem pouco movimento, até que teve muita postagem em dezembro de 2019, janeiro de 2020 ou janeiro de 2021 por exemplo, os tópicos com mais páginas até hoje são o de julho de 2013, em primeiro, e julho de 2021, em segundo, depois junho de 2016, parece, em 2022 maio lidera o ranking do ano.

Julho de 2009 mesmo com El Niño teve um frio surreal de tarde em Cuiabá e Campo Grande, Cuiabá teve 11 C/12 C no horário mais quente do dia, e Campo Grande baixou pra 4 C no fim da tarde com chuva, poderia ter ocorrido chuva congelada em pleno cerrado, pra São Paulo e Curitiba que o frio foi brando e úmido graças ao bloqueio atmosférico que estava sobre Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal, e Porto Alegre teve seu último 0 C no Jardim Botânico.

Realmente não dá pra esperar muito frio em 2023, um frio com potencial histórico pode ocorrer em 2025 por uma questão de analogia.

O Pacífico pode se resfriar de novo em 2024.

A La Niña garantiu tardes sub-10 em Sampa em 2020, 21 e 22, neve forte nas serras do Sul em 2021, neve inédita em novembro em SC em 2022, geadas no Mato Grosso, Goiás e até em Brasília em 2021 e 2022, em Primavera, além das geadas, até no perímetro urbano em maio último, tivemos tardes sub-15 nos 3 2020's: 23/05/2020 14,4 C 18 h UTC INMET 28/06/2021 14,X C Entre 18 h e 19 h UTC Centro de Pesquisas IHARA 01/11/2022 13 C 18 h UTC INMET 01/11/2022 12,4 C 18 h UTC Fazenda Ilha Grande-Rio Sapé 01/11/2022 13,8 C 18 h UTC Ceres Campo Experimental-Rio das Mortes Sampa-Mirante de Santana 18 h UTC: 21/08/2020 9,3 C 28/07/2021 9,6 C 19/08/2022 9,6 C Sampa-Sesc Interlagos 18 h UTC: 21/08/2020 8,7 C 28/07/2021 8,1 C 19/08/2022 8,8 C

Matam é a cidade mais quente do mundo, em 2022 a média máxima foi 38,5 C, a média média 30,6 C, e a média mínima 23,5 C, e oh que foi um ano mais ''fresco'', os dois anos anteriores foram mais quentes, fica a 15 N, coincidentemente a mesma latitude de Cuiabá, e a 15 metros de altitude, na verdade Cuiabá é amena se comparada com seus análogos latitudinais no Hemisfério Norte, pois, só 4 meses do ano têm registros de 40 C ou mais, só de agosto a novembro, Matam passa de 40 C qualquer mês do ano, chegando a picos de até 47 C/48 C nos meses mais quentes como maio.

https://metsul.com/como-o-brasil-fugiu-a-tendencia-mundial-do-clima-em-2022/ 2022 foi um ano frio para o Brasil e Austrália, os dois maiores países do Hemisfério Sul, no Brasil o frio se destacou com geadas no Mato Grosso, Goiás e Brasília em maio, tardes excepcionalmente frias como no sul de Minas Gerais em 18 de maio e sul do Mato Grosso em 1 de novembro também é algo pra se destacar, além da primeira neve que se tem registro no País em novembro no dia 1 no Morro da Igreja.

Já abriu a segunda página, ano passado foi tão devagar que a segunda página só se abriu em 24 de novembro.