Caio César
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O mais recente valor da SOI (-64) nessa onda de queda é o menor desde junho de 2010! O que vai mostrando nos últimos dias que a atmosfera segue acoplando com vigor as condições de El Nino presentes. Com o treshold do menino já ultrapassado, é possível que essa queda abrupta da SOI reflita em um aquecimento mais rápido das águas de Nino 3.4 de agora em diante. É o menino se instalando de vez.
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CFS rodando os próximos 30 dias nas últimas rodadas. O controle é mais forte para maio Cenário que no geral é acompanhado pelo CFS mensal. Nos principais modelos ainda nada interessante que sustente essas saídas do CFS, apenas persistente fluxo marítimo de anticiclones tangenciando o centro-sul. O que não sustenta essas anomalias continentais mais a oeste, entre o Chaco e o Paraguai. Chama a atenção o comportamento da SOI nos últimos dias. Em padrão positivo, com anomalia em neutralidade neste mês de abril, indicando ainda que a atmosfera não está acoplada ao El Nino em formação, e que deve ganhar um impulso neste mês de maio com um provável evento de WWB.
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CFS pegando algo interessante no início de maio. Europeu por ora ainda divergindo para a data.
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Valeu @SandroAlex ! Este foi mais um evento em que aprendemos muito. As condições muito limítrofes impediam de que fosse possível sugerir o fenômeno em alguma medida. Entretanto, o cavado extremamente forte como os modelos apresentavam, de fato, trouxe as surpresas que poderia trazer, propiciando a passagem de nuvens muito desenvolvidas gerando instabilidades, raios e até granizo miúdo junto ao pico da adveção de frio em cidades da serra. As nuvens de topos altos ocorrem em ambientes de muito frio e podem gerar microclimas, o que neste caso em meio a uma atmosfera já fria até a superfície propiciou condições localizadas de chuva congelada e neve misturada em pontos isolados, e que felizmente foi flagrado por poucos sortudos. Não tivesse sido por episódios muito localizados como foi, teríamos mais registros. Por algumas vezes alertei sobre a vorticidade intensa, e alí moravam a surpresas que ocorreram sob condições muito difíceis para a formação de flocos de neve.
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O modelo Europeu é o único modelo projetando neve, embora apresente a temperatura mais fraca entre 850 e 800mb dentre as principais rodagens. A 18Z trouxe neve em 3 intervalos, também teve neve na 12Z de ontem. 18Z Na 00Z reduziu um pouco, mas segue projetando o fenômeno sob condições de temperatura por ele mesmo praticamente impossíveis de ocorrer 00Z Ainda assim mostra mais neve, inclusive, do que o memorável evento de setembro do ano passado. A história recente mostra que há que se ter muita cautela ao analisar o fenômeno exclusivamente por essas projeções. Espero que agosto e setembro do ano passado tenham ensinado alguma coisa a pessoas e institutos.
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O Europeu voltou a incrementar ligeiramente em altura o potencial do Polar Vortex. Isso é reflexo também da elevada vorticidade que acompanhará o sistema. Nesse caminho o modelo voltou com pixels de neve sobre ponto isolado da serra catarinense. Apesar de apresentar neve no seu campo, permanece a condição propícia a chuva com temperatura baixa, entre 6C e 2C nas estações serranas a depender da altitude. Um fator a ser observado é o nível da instabilidade que se formará com essa vorticidade embebida em ar gelado a partir dos 750mb. Altos índices podem trazer por vezes surpresas interessantes em que pese condições além de limítrofes nas projeções de temperatura.
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É isso! Embora também tivemos notórios casos no ano passado com institutos renomados nacionalmente. Seja ele grande ou pequeno, é a responsabilidade técnica deixada de lado pelo péssimo hábito de caçar cliques e compartilhamentos.
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Bom dia! Euro com ligeira reduzida em 800mb. GFS agora um pouquinho mais forte nessa camada. Eventual janela de precipitação invernal é mínima, não podendo ser considerada para fins de previsão. Servindo nesse momento somente a curiosidade e avaliação da intensidade/trajetória do sistema. Chuva muito gelada nos topos da serra (+1.600/1700m) com 1/2C de temperatura. O que é notável para a época. Cavado é forte e vai trazer ar muito seco e continental na retaguarda. Garantindo geada sexta e final de semana em baixadas de serra nos três estados do sul. Obs: ouvi relato de que páginas/meteorologistas levaram a possibilidade de neve a público. Não fui atrás e não pesquisei quem o fez, mas a ser verdade se junta a mais um capítulo da lamentável banalização da previsão de neve no Brasil.
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Ligeira reduzida na 00Z Euro, coisa mínima que afeta (diminui) apenas a mínima chance de alguma precipitação invernal. É o posicionamento do Polar Vortex fazendo os ajustes. Canadense e Europeu continuam simétricos. GFS continua mais marítimo, portanto, menos intenso o cavado, mas está dando uma boa aproximada agora na 06Z, seguindo o EuroKing.
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Nas cidades serranas do Brasil é muito difícil de organizar uma viagem pra curtir frio intenso. Nosso clima subtropical vive de ondas de frio, alternadas com momentos úmidos e alguns períodos de calor que podem até se estender durante o inverno. Mas no geral os meses de junho e principalmente julho (não foi o caso ano passado) registram os principais eventos de frio, além de possuírem as menores médias e registros do ano. Contudo, sugiro acompanhar as previsões e tendências, marcando um passeio mais encima do laço, com uma dose maior de certeza de que há chances de se pegar um pulso de ar frio mais interessante.
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CFS, Europeu e CMC muito bem alinhados e convergentes no posicionamento do "Polar Vortex". Apenas o GFS que vem mantendo o seu padrão de um posicionamento menos continental e, portanto, mais fraco. E temos um fator que está colaborando para esse fenômeno. A recente fase negativa da AAO. CMC e Europeu vieram ligeiramente mais fortes na tarde de hoje. Agora é aguardar o refinamento dos ajustes que vão ocorrendo até o evento.
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Muito interessante! Europeu impressionante nas duas últimas rodadas, com -5 em 700mb, 0 em 800 associado a precipitação sobre os pontos mais elevados da serra catarinense. CMC veio na mesma balada. Não é neve ainda, mas é borderline para precipitação invernal nos picos. GFS reduziu e veio mais fraco na 00Z. Os principais modelos seguem trocando papéis na intensidade e trajetória. Mas o Europeu agora alcançou uma estabilidade para um evento muito forte, como demonstrado. No RS poderia chegar a -7 em 700mb. Incrível! Ainda poderá variar nos detalhes, e os detalhes contam muito, mas a tendência está mantida.
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Em se tratando de meteorologia há sim as rodadas fora da casa, mas há também o acompanhamento de uma tendência, e que deve ser respeitada. E seguimos acompanhando...
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Cenário mais do que interessante se formando para o próximo pulso de ar frio. O modelo Europeu ajustou um pouco a posição do cavado, posto que estava em uma trajetória muito anômala deslocado a oeste, entrando agora em uma quase que perfeita sincronia com o GFS. Nas camadas mais abaixo alguns valores projetados impressionam para a época do ano. Na rodada das 00Z o modelo Europeu projeta uma grande área de -5°C em 700mb sobre boa porção do RS e SC, com pico de -7 no RS, associado a chuva na passagem da baixa pressão em altos níveis entre quarta e quinta. A manter esse prognóstico, um evento incomum pode estar a caminho, com uma configuração que aproximaria as partes mais elevadas de breves momentos limítrofes para observação de alguma precipitação invernal. Ainda não se pode afirmar que há essa oportunidade, até porque o modelo vem realizando ajustes e diminuiu ligeiramente em relação a extremamente intensa rodada das 12Z de ontem. Assim, novos ajustes podem afastar ou aproximar esse cenário. Vamos acompanhar!
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Gostei da abordagem do meteorologista. Em suma os principais ponto que ele levantou para questionar a virada para um Super El Nino estamos discutindo no outro tópico específico: o comportamento e influência da SOI e da PDO nesse tabuleiro. Uma coisa que ele não mencionou sobre a SOI e que o colega Flávio Feltrim havia alertado é que o índice demora um pouco mais a responder as mudanças do pacífico equatorial. Ou seja, o comportamento da atmosfera não acopla imediatamente com o do oceano. Há um conhecido delay entre a temperatura do pacífico e a resposta da atmosfera. O meteorologista Joe D'Aleo costumava mencionar o lag de alguns meses, possivelmente de 4 a 5 para o acoplamento. Nesse sentido, a SOI ainda dá mostras de resistência a resposta do oceano, com algumas quedas e subidas vai mantendo uma neutralidade. Mas ele fez muito bem em apontar no vídeo a influência da PDO, que no meu entendimento é o fator chave que poderá segurar o ímpeto desse menino que está chegando.
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Rodada 12Z do modelo Europeu veio bem forte e muitíssima interessante para o próximo pulso de ar frio indicado para meados da próxima semana. É projetado um cavado em altos níveis (Upper Level Low) passando por cima dos estados do sul, trazendo um desenho sinótico incomum e consequentemente um episódio de ar frio forte para a época do ano. O cavado é melhor visualizado olhando o nível de 500mb, aonde ar muito frio estará concentrado em uma latitude incomum simetricamente, mostrando se tratar de uma baixa fechada neste nível da atmosfera. Em 700mb o ar frio que acompanha o sistema faz com que a isoterma de 0°C alcance até o PR, com valores baixos e raramente observados em abril. Ainda assim há um longo prazo até que essa projeção se concretize, valendo neste momento como mera curiosidade e com maiores chances de se tratar de uma saída extremada do modelo. Faltando também convergência e suporte de outras rodagens que não apresentaram ainda cenário semelhante. Seguimos acompanhando o que poderia ser um evento bastante singular para o período.
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Afunilando um pouco a minha avaliação dos análogos, começo a focar em três anos em especial: 1965, 1972 e 2009. Quais as principais analogias? Considerado um dos principais senão o principal driver do clima mundial, o fenômeno ENSO. Ambos os anos marcaram a transição de um fenômeno La Nina para um El Nino em formação em meados do ano. Outro fator que selecionei foi o comportamento da PDO, negativa até pelo menos essa época do ano, e também o MEI que seguiu mesmo comportamento. Considerando esses fatores e refinando os análogos para esses três anos teríamos o seguinte comportamento médio das anomalias para o inverno climático junho a agosto. Sobre a normal 81-10: Sobre a 91-20: Ou seja, um inverno climático acima da média no centro-sul utilizando a normal climatológica mais antiga, e entre normal a ligeiramente acima utilizando a normal mais recente.
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@edsr97 há de fato uma leitura em abril de 1983 com +2.9 e abril de 1998 com +2.8 de anomalia em Nino 1+2. Entretanto fiz menção aos anos com El Nino em formação, como o fenômeno ainda não estabelecido. Em abril de 1983 e 1998 o fenômeno já estava caracterizado em Nino 3.4, quando ainda neste abril a região continua em neutralidade. Ou seja, para os anos de virada sem El Nino formado, essa leitura é recorde. Chamo a atenção para a previsão de um possível WWB (westerly winds Burst) indicado para o final de abril, situação que pode finalmente levar ao aquecimento de Nino 3.4.
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A anomalia de +2,7 em Nino 1+2 não é apenas um salto absurdo mesmo em uma região tão volátil, mas acaba por se tornar o desvio positivo recorde para abril desde 1982. https://www.cpc.ncep.noaa.gov/data/indices/wksst9120.for Até então os maiores desvios em Nino1+2 para abril em um ano com El Nino em formação eram: 2015 +1.3 1997 +1.3 2002 +1.1 2009 +0.6
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Caco, resumidamente a PDO é um índice que combina as condições da SST e pressão atmosférica no pacífico norte, a partir da latitude 20N. Existem duas grandes áreas de anomalias avaliadas, uma próxima a costa oeste americana e outra no pacífico norte. Quando há anomalias negativas ao norte e positivas ao longo da costa pacífica americana e a pressão fica abaixo da média sobre o pacífico norte, temos uma valor positivo da PDO. Do contrário um valor negativo. Desde 2018/2019 estamos num longo período de fase negativa da PDO.
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Última atualização da leitura da PDO -1,56 em março após -1,1 na leitura anterior. Dado que pode estar influenciando um pouco na lenta evolução das anomalias a oeste do pacífico equatorial. Outra informação curiosa é o comportamento da SOI nos últimos dias. Uma explosão positiva em um momento que já se esperava um patamar negativo mais constante. Se um El Nino moderado a forte está vindo aí, como é projetado pela maioria dos modelos, ele ainda está encontrando certa resistência, especialmente pelo recente dado da PDO.
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CFS 12Z veio com uma saída bastante fria para os próximos 30 dias. Com um período bastante frio na segunda quinzena do mês, e que pela trajetória claramente indica anticiclones continentais Sinceramente, acredito se tratar de uma saída bastante extremada. Nos modelos determinísticos de curto prazo já é possível observar a tendência de avanço de alguns anticiclones na grade de dez dias, mas ainda nada que tenha o potencial para causar essas anomalias sugeridas. Vamos acompanhar.
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