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Brasil Abaixo de Zero

Caio César

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Everything posted by Caio César

  1. Gostei da abordagem do meteorologista. Em suma os principais ponto que ele levantou para questionar a virada para um Super El Nino estamos discutindo no outro tópico específico: o comportamento e influência da SOI e da PDO nesse tabuleiro. Uma coisa que ele não mencionou sobre a SOI e que o colega Flávio Feltrim havia alertado é que o índice demora um pouco mais a responder as mudanças do pacífico equatorial. Ou seja, o comportamento da atmosfera não acopla imediatamente com o do oceano. Há um conhecido delay entre a temperatura do pacífico e a resposta da atmosfera. O meteorologista Joe D'Aleo costumava mencionar o lag de alguns meses, possivelmente de 4 a 5 para o acoplamento. Nesse sentido, a SOI ainda dá mostras de resistência a resposta do oceano, com algumas quedas e subidas vai mantendo uma neutralidade. Mas ele fez muito bem em apontar no vídeo a influência da PDO, que no meu entendimento é o fator chave que poderá segurar o ímpeto desse menino que está chegando.
  2. Rodada 12Z do modelo Europeu veio bem forte e muitíssima interessante para o próximo pulso de ar frio indicado para meados da próxima semana. É projetado um cavado em altos níveis (Upper Level Low) passando por cima dos estados do sul, trazendo um desenho sinótico incomum e consequentemente um episódio de ar frio forte para a época do ano. O cavado é melhor visualizado olhando o nível de 500mb, aonde ar muito frio estará concentrado em uma latitude incomum simetricamente, mostrando se tratar de uma baixa fechada neste nível da atmosfera. Em 700mb o ar frio que acompanha o sistema faz com que a isoterma de 0°C alcance até o PR, com valores baixos e raramente observados em abril. Ainda assim há um longo prazo até que essa projeção se concretize, valendo neste momento como mera curiosidade e com maiores chances de se tratar de uma saída extremada do modelo. Faltando também convergência e suporte de outras rodagens que não apresentaram ainda cenário semelhante. Seguimos acompanhando o que poderia ser um evento bastante singular para o período.
  3. Afunilando um pouco a minha avaliação dos análogos, começo a focar em três anos em especial: 1965, 1972 e 2009. Quais as principais analogias? Considerado um dos principais senão o principal driver do clima mundial, o fenômeno ENSO. Ambos os anos marcaram a transição de um fenômeno La Nina para um El Nino em formação em meados do ano. Outro fator que selecionei foi o comportamento da PDO, negativa até pelo menos essa época do ano, e também o MEI que seguiu mesmo comportamento. Considerando esses fatores e refinando os análogos para esses três anos teríamos o seguinte comportamento médio das anomalias para o inverno climático junho a agosto. Sobre a normal 81-10: Sobre a 91-20: Ou seja, um inverno climático acima da média no centro-sul utilizando a normal climatológica mais antiga, e entre normal a ligeiramente acima utilizando a normal mais recente.
  4. @edsr97 há de fato uma leitura em abril de 1983 com +2.9 e abril de 1998 com +2.8 de anomalia em Nino 1+2. Entretanto fiz menção aos anos com El Nino em formação, como o fenômeno ainda não estabelecido. Em abril de 1983 e 1998 o fenômeno já estava caracterizado em Nino 3.4, quando ainda neste abril a região continua em neutralidade. Ou seja, para os anos de virada sem El Nino formado, essa leitura é recorde. Chamo a atenção para a previsão de um possível WWB (westerly winds Burst) indicado para o final de abril, situação que pode finalmente levar ao aquecimento de Nino 3.4.
  5. A anomalia de +2,7 em Nino 1+2 não é apenas um salto absurdo mesmo em uma região tão volátil, mas acaba por se tornar o desvio positivo recorde para abril desde 1982. https://www.cpc.ncep.noaa.gov/data/indices/wksst9120.for Até então os maiores desvios em Nino1+2 para abril em um ano com El Nino em formação eram: 2015 +1.3 1997 +1.3 2002 +1.1 2009 +0.6
  6. Caco, resumidamente a PDO é um índice que combina as condições da SST e pressão atmosférica no pacífico norte, a partir da latitude 20N. Existem duas grandes áreas de anomalias avaliadas, uma próxima a costa oeste americana e outra no pacífico norte. Quando há anomalias negativas ao norte e positivas ao longo da costa pacífica americana e a pressão fica abaixo da média sobre o pacífico norte, temos uma valor positivo da PDO. Do contrário um valor negativo. Desde 2018/2019 estamos num longo período de fase negativa da PDO.
  7. Última atualização da leitura da PDO -1,56 em março após -1,1 na leitura anterior. Dado que pode estar influenciando um pouco na lenta evolução das anomalias a oeste do pacífico equatorial. Outra informação curiosa é o comportamento da SOI nos últimos dias. Uma explosão positiva em um momento que já se esperava um patamar negativo mais constante. Se um El Nino moderado a forte está vindo aí, como é projetado pela maioria dos modelos, ele ainda está encontrando certa resistência, especialmente pelo recente dado da PDO.
  8. CFS 12Z veio com uma saída bastante fria para os próximos 30 dias. Com um período bastante frio na segunda quinzena do mês, e que pela trajetória claramente indica anticiclones continentais Sinceramente, acredito se tratar de uma saída bastante extremada. Nos modelos determinísticos de curto prazo já é possível observar a tendência de avanço de alguns anticiclones na grade de dez dias, mas ainda nada que tenha o potencial para causar essas anomalias sugeridas. Vamos acompanhar.
  9. Últimas rodadas próximos 30 dias nos principais modelos e CFS mensal para abril em sua última rodada.
  10. Europeu é sabidamente péssimo para ENSO, apresenta "warm bias" ainda mais forte no começo do ano. Olha a previsão de El Nino forte em abril de 2017 e a realidade:
  11. Excepcional explicação, Flávio. Importante observação quanto a queda da SOI, o que começa de fato a demonstrar a atmosfera iniciando uma resposta a mudança que vem sendo observada no pacífico equatorial. Outro índice que eu acompanho e acho bastante interessante é o MEI (Multivariate ENSO Index) que além da SST utiliza a SLP, vento zonal e meridional, além da OLR (Radiação terrestre liberada no espaço, cobertura de nuvens e vapor na atmosfera). Acho mais completo e reflete melhor o acoplamento da atmosfera ao comportamento do pacífico.
  12. Essas são as anomalias para os próximos 30 dias de acordo com as últimas rodadas do Euro, GFS e CFS: Chama a atenção a similaridade entre a projeção do modelo europeu e a do americano para o período.
  13. Mais uns ingredientes na mesa. Anomalia de precipitação para todos os anos sugeridos como possíveis análogos: Somente os anos pré-1990: Anos pós-1990:
  14. Obrigado Flávio pela deferência, especialmente vindo de um profissional do seu gabarito. Concordo com a sua opinião de que o último cenário de análogos, sobre a normal 81-10 se coloca como o mais provável. E os fatores foram todos pontuados por você de maneira certeira: El Nino clássico em evolução, fase da AMO (bem lembrada), condição do Atlântico de difícil reversão. Fatores que deixam os adoradores das frentes-frias invernais, acompanhadas de um potente e vigoroso anticiclone polar continental, sem muitas expectativas. A única coisa que resta acompanhar é a SOI que ainda não mergulhou em padrão de El Nino, e torcer por um comportamento da AAO favorável pra tentar mitigar um pouco as condições desfavoráveis que o menino impõe a nossas latitudes brasileiras.
  15. Agora somente com os anos pós 1990 em relação a normal 81-10 a coisa já muda de figura, e piora consideravelmente para o Brasil em relação ao post anterior:
  16. Dando continuidade as análises dos análogos, eles podem também ser comparados a normal anterior 81-10 e chega-se aos seguintes resultados: Anomalia temperatura 1000mb Anomalia temperatura 2m Anomalia temperatura mínima Anomalia temperatura máxima Diante desse quadro geral as notícias podem ser piores para a Argentina do que para o Brasil, e até relativamente positivas para o sudeste do Brasil. Nesse contexto é possível sugerir uma influência maior do ASAS atuando nas anomalias observados no centro e sudeste do Brasil para os anos análogos. Condição que "premia" o sul com temperaturas acima da média e, como se verifica nas imagens, sendo ainda pior para o centro do país vizinho. Com exceção ao sul da Patagônia que geralmente vivencia frio mais intenso que o normal em condições de El Nino.
  17. O padrão da SOI será decisivo, se ela mergulhar antes de maio e adentrando junho, acredito que o padrão atmosférico de El Nino já poderá se estabelecer desde o começo do inverno climático.
  18. Por sugestão do colega Guto no grupo de WhatsApp plotei os anos pós 1990, mais quentes no geral e compreendidos pela normal climatológica que se utiliza como base de comparação. Para as temperaturas temos o seguinte resultado: Novamente um padrão próximo a normal, com tendência ligeiramente acima da média pelas anomalias em parte do sul e sudeste do Brasil. Para a SST ficamos: Dentro da normal no A.S e El Nino no pacífico equatorial.
  19. Alguns membros passaram a indicar um evento de El Nino forte e até um Super El Nino começa a aparecer.
  20. Alguns dos principais análogos do momento se formos considerar a condição e projeções para Nino 3.4: Se plotarmos as condições de anomalia de temperatura de junho a agosto destes anos chegamos a essa projeção: Um ponto interessante é a anomalia da superfície do mar, que para os mencionados anos com analogia apontada me causou surpresa e esperança quanto as condições no atlântico sul junto ao conesul. O que se observa no geral: - Nino 1+2 bem aquecido - Atlântico sul resfriado (que pelas condições atuais terá que haver um duvidoso mergulho profundo nas anomalias) - Meses de inverno próximos a normal climatológica. Será mesmo?
  21. As águas subsuperficiais no pacífico equatorial apontam na direção de um cenário cada vez mais aquecido. Com a SOI ainda rodando flat, sem mergulhar no terreno negativo, a questão que fica é o tamanho do aquecimento que virá quando a SOI despencar. O que poderá ocorrer mais para o final de abril quando a MJO deverá retornar a uma fase mais favorável a El Nino.
  22. Isso é um péssimo sinal. Apesar de ainda estarmos em uma época considerada a zona de imprevisibilidade de ENSO, já começamos a entrar em uma fase com saídas mais confiáveis. A propósito hoje tivemos mais uma atualização: Atualização ENSO (variação semana anterior): NINO 1+2: 1.4 (-0.1) NINO 3: 0.6 (+0.2) NINO 3.4: 0.1 (+0.2) NINO 4: -0.1 (+0.1) Fonte: CPC - NOAA
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