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Brasil Abaixo de Zero

kevin cassol

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Posts posted by kevin cassol

  1. Em 05/12/2020 em 11:36, Eclipse disse:

     

    Sensação térmica de POA ontem à tarde:

    obs.: Explicações técnicas mais detalhadas e confiáveis estão no post do @kevin cassol. Não tenho a pretensão de complementar o que ele já tão brilhantemente nos explicou, mas quero relatar a vocês o que senti ontem à tarde ao estar na rua naquele período.

     

    Sexta-feira com variação de 19 °C a 28,6 °C em POA. Na segunda metade da tarde a sensação térmica era de maior frescor que as temperaturas indicam, pois o ar foi secando.

    Pontualmente às 15h já tínhamos atingido 37 % de umidade mínima, e em seguida veio a queda ainda mais brusca relatada pelo kevin, na qual atingimos 17 % de umidade entre 16h e 17h.

    A temperatura máxima neste intervalo entre 16h e 17h, quando atingiu umidade mínima de 17 %, era de 28 °C (e a mínima 25,6 °C no mesmo intervalo).

    Eu estava na rua neste horário, e nem imaginei que as temperaturas estavam nessa faixa de 25,6 °C e 28 °C registradas. A sensação térmica era de maior frescor. Não frio, obviamente, mas nessa época, uma faixa de temperaturas assim, com umidade de verão, já causaria bastante desconforto pelo abafamento, ainda mais naquele período da tarde. Mas sentia-se um frescor que aliviou muito o abafamento tão presente nos últimos dias. Tanto que eu pensei na hora que era a massa de ar polar chegando mais cedo que o previsto.

    Como a micro-massa de ar seco foi passageira, tal como definido e explicado pelo kevin cassol, uma hora depois a umidade rapidamente voltou a ficar acima dos 45 %, e nos intervalos seguintes as diferenças entre máxima e mínima em cada intervalo voltaram a se estreitar mais, e não parecia mais tão fresco, porém seguiu agradável como segue até agora.

     

    Obrigado ao kevin pelas explicações brilhantes e bastante esclarecedores nas análises que ele faz aqui ao fórum!

     

     

     

    OBRIGADO PELAS CONSIDERAÇÕES.

    MUITO INTERESSANTE SEU RELATO, EU SENTI AUSÊNCIA TOTAL DE ABAFAMENTO NA PARTE DA TARDE DE UM MODO GERAL, MAS ESTE PICO EXTREMO NA UR / PONTO DE ORVALHO EU ESTAVA MUITO DISTRAÍDO NO HORÁRIO, E INCONSCIENTEMENTE NÃO PERCEBI.

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  2. Em 05/12/2020 em 18:25, Lucas Centurion disse:

    Interessante esse fenômeno. Como o Renan disse antes, também não sabia que podia formar (ou se desprender) micro-massas errantes assim. Nesse caso, essa micro massa seca que acertou em cheio POA é oriunda da massa polar, correto? 

     

    SIM, AR CONTINENTAL SECO FEZ AQUELE RASANTE EM TODO O LESTE, A INSTANTES DE VIRAR DE DIREÇÃO E RECUAR, O SUFICIENTE PARA SE REGISTRAR O PICO.

     

    A ORIGEM DESTA MICRO BOLHA DE AR SECO, ACREDITO QUE SEJA DA ALTA ATMOSFERA, UMA VEZ QUE NA SONDAGEM MOSTRA QUE EM UMA CERTA ALTITUDE NÃO MUITO ELEVADA, SE ENCONTRA ORVALHOS SUPER NEGATIVOS E MUITO BEM PONTUAIS, TALVEZ UMA PARTE DESTE TENHA TOCADO A SUPERFÍCIE.

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  3. PORTO ALEGRE - 04/DEZ/2020 - 15:30 ÀS 17:00

    UMIDADE RELATIVA = 17%

    PONTO DE ORVALHO = 1.0°C

     

    DETECÇÃO DE QUEDA PONTUAL BIZARRA NO PONTO DE ORVALHO NA REGIÃO METROPOLITANA DE PORTO ALEGRE.

     

    O QUE SIGNIFICA: PASSAGEM DE MICRO MASSA DE AR ISOLADA DE BAIXÍSSIMA CONCENTRAÇÃO DE VAPOR DE ÁGUA. 

     

    EFEITO DISSO: REPENTINA SENSAÇÃO DE FRESCOR MOMENTÂNEA.

     

    NESTE GIF, PODE-SE NOTAR A MUDANÇA NA DIREÇÃO DO VENTO DE "SW" PARA "S", E ENTÃO "SE". EIS QUE AO LONGO DA MUDANÇA, A BOLHA DE AR SECO ACERTA ESPECIFICAMENTE PORTO ALEGRE, EM CHEIO.

     

    APÓS VIRADA, MARITIMIDADES INVADEM TODO O LESTE, ALAVANCANDO A UR DE VOLTA PARA +70%

     

    PERCEBE-SE TAMBÉM O EFEITO OROGRÁFICO DA ALTITUDE, FORÇANDO RESFRIAMENTO DA MASSA DE AR MARÍTIMA, E UR SOBE AINDA MAIS NA REGIÃO DA SERRA GERAL.

     

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    SONDAGEM DO SALGADO FILHO, ÀS 09:00 DA MANHÃ (12 UTC) MOSTRAM QUE HÁ SECURA FORTÍSSIMA EM NÍVEIS PRÓXIMOS DE 800 HPA (2100 METROS), COM PONTO DE ORVALHO EM -26°C.

     

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    ABAIXO DADOS DA ESTAÇÃO DO INMET, LOCALIZADO NO JARDIM BOTÂNICO, E DA PWS LOCALIZADA NO BAIRRO AUXILIADORA, EM TERRAÇO, CONFIRMANDO O DADO. POTENCIALMENTE HISTÓRICO.

     

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    ABAIXO, MAIS DADOS DE ESTAÇÕES CONFIÁVEIS NA REGIÃO METROPOLITANA EMBASANDO A BOLHA DE AR SECO:

     

    AEROPORTO SALGADO FILHO (28°C / P.O. 3°C = UR CALCULADA 20%)

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    BASE AÉREA DE CANOAS (27°C / P.O. 5°C = UR CALCULADA 25%)

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    NOVA SANTA RITA - QUINTA SÃO JOSÉ/BAIXADA

    DADOS DO DATALOGGER, POIS A ESTAÇÃO PERDEU SINAL, EXATAMENTE NA HORA DO EVENTO.

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    SÃO LEOPOLDO - CRISTO REI

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    CAMPO BOM - QUATRO COLÔNIAS

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    TAQUARA - HELLER & JUNG OBSERVATÓRIO

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    MORRO REUTER - MATO COMPRIDO

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    TEUTÔNIA - LINHA WELP

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    TEUTÔNIA - MORRO DAS ANTENAS - 595 METROS

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    TRÊS COROAS - ITAMAR

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    BARRA DO RIBEIRO - LINHA CAVALHADA

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    BARRA DO RIBEIRO - MATE DOCE

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  4. Por aqui na minha região, esta MP foi exceente para topos, mas flop em baixadas. 

    Antes dela, ja vinha tendo mínimas ótimas abaixo dos 13°C. No dia 02/nov, tive uma mínima com estabilização perfeita a madrugada toda. Nos demais dias, algum ventinho ou outro travaram a minima.

    No dia 05/nov, a mínima tinha enorme potencial e foi barrada por entrada de maritimidade e até chuva de stratus causou.

    Hoje 06/nov boa estabilização porém não das melhores.

     

    Mínimas nov 2020 em Nova Santa Rita/RS, estação da Quinta São José/Baixada:

    Dia 01: 11.8

    Dia 02: 9.0

    Dia 03: 10.7

    Dia 04: 10.1

    Dia 05: 8.9

    Dia 06: 10.5

     

    Sequência absurda de mínimas prolongadas e excelentes, porém sem recordes. Tenho um 8.8°C de 2017 e possivelmente houve menor em 2016.

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  5. 10 horas atrás, Wallace Rezende disse:

    Torcendo para o RS finalmente conseguir superar seu recorde jurássico de calor (42,6ºc, eu acho, em 1917 e 1943), e quem sabe sair da “rabeira” entre os estados da Região Sul. Potencial existe, pois no interior uruguaio já fez 44ºc, e na área da capital uruguaia 42,8ºc (não chega a ser uma surpresa, nos mesmos anos dos recordes gaúchos, registrados perto da fronteira em Alegrete e Jaguarão).

     

    O Paraná registrou recentemente um novo recorde oficial, com 42,9ºc em Morretes (mas nas terras mais baixas entre o norte do PR e SP pode ter chegado aos 43ºc, inclusive uma estação não oficial do Simepar em condições que desconheço registrou este valor).  Evidentemente desconsidero os vários anos de dados malucos em Antonina/Simepar.

     

    Santa Catarina tem um recorde não-Inmet (mas, segundo os locais aqui do fórum, e ainda não tive motivos para discordar, aparentemente confiável) de 43,8ºc em Criciúma.  Desconsiderando os 44,6ºc de Orleans e seu “clima de deserto” em janeiro de 1963; dados muitos suspeitos com provável superaquecimento das máximas, e mínimas fora da realidade.

     

     

    De fato. Estes 42.9°C de Morretes/PR (recorde absoluto histórico) é mais uma evidência concreta do adiabático atuante no leste.

  6. ESTAÇÃO INSTALADA COM SUCESSO !

     

    Primeira missão cumprida, graças à união de todos que ajudaram neste projeto.

     

    A estação foi instalada na tarde do dia 16/out, localizada em uma encosta, sob gramado e distante de obstáculos, com cerca de 10 a 20 metros de desnível do Rio Maquiné, que corre no ponto mais baixo do vale. Não é recomendado que a estação fique em baixada, pois o rio pode subir e invadir as ruas e casas do distrito, conforme relatado por alguns moradores do local.

     

    Os proprietários da área gostaram bastante da estação, e se disponibilizaram de cuidar ela, além de oferecer suporte para melhorias da estrutura para a estação, inclusive com a possibilidade de se colocar o anemômetro a 10 metros, que é a situação ideal, recomendada pela OMM.

     

    A estação já está programada para coletar dados com o seu datalogger, porém está sem comunicação remota, somente indo no local. Ela está offline por enquanto, mas assim que conseguirmos arrecadar a verba para o Wifilogger, ela terá seus dados online. Ainda é necessário um cabo maior, para tirar o console do atual galpão da vaca, e colocar dentro de outro galpão mais seguro, além de trazer para mais perto da captação de sinal de Wifi.

     

    Até o momento (22/out) restam cerca de 500 reais para fechar o montante para o Wifilogger. Se vc ainda não contribuiu, ainda é possível fazer sua doação. Além de contribuir na qualidade do monitoramento, a verba é utilizada para deslocamento, compra de pilhas, acessórios e peças de reposição necessários para sua operação e manutenção.

     

    https://www.vakinha.com.br/vaquinha/estacao-para-maxima-absoluta-do-rs

     

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  7. 3 horas atrás, Felipe Backendorf disse:

    Pra variar um excelente trabalho @kevin cassol

     

    Só estranhei essa calibração de UR pra 100%, acho que não ficou adequada pra situação, não funcionou muito bem com os dados experimentais do gráfico. Tem certeza que a UR era mesmo 100%?

     

    Primeiramente obrigado pelas considerações.

     

    O sensor calibrado nos dois primeiros meses atingia quase que diariamente valores entre 96 e 99%, assim como nos antigos registros da Quinta São José (baixada) lá em 2018. O local tem como característica fácil condensação e raros os dias em que a UR máxima era inferior a 90%. Quando acontecia, era somente em noites sob efeito de ventanias e ainda dependia do timing pra fechar as 24h.

     

    O que vem sido observado de agosto pra cá (cerca de 60 dias) é que ele nao atingiu mais +96% desde então, o que confirna limitação do sensor, uma vez que a saturação ocorre quase que diariamente ali. Então, adotei como referencial situações reais de saturação observadas in loco. O período do teste ainda me favoreceu testar a saturacão sob aguaceiros e resfriamento, que são as duas principais maneiras de se atingir 100%.

     

    Logo mais anexo aqui alguns dados que tenho para ilustrar.

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  8. CALIBRAGEM DE TERMOHIGRÔMETRO ATRAVÉS DE EQUAÇÃO MATEMÁTICA

     

    O datalogger HOBO modelo UX 100-011 antigo que ficava na estação da Quinta São José desde o início dos registros em out/2017 começou a ter desvio grave de Umidade Relativa, não atingindo valores acima de 80%, e foi enviado para manutenção, na qual retornou em final de agosto. Lá foi feita limpeza na placa, através de um processo chamado banho químico e troca do sensor de UR. Porém mesmo após feito isso, foi observado que o datalogger ainda apresentava um pequeno desvio na UR e na temperatura devido à corrosão residual na placa. Este desvio final, então, pode ser corrigido através de equações matemáticas.

     

    Primeiramente, para saber qual era o valor do erro, e também verificar se este erro era linear para todas URs, foi colocado o datalogger com desvio dentro do mesmo suporte e do mesmo abrigo que o datalogger calibrado, junto ainda da La Crosse, durante alguns dias, registrando simultaneamente dados de temperatura e umidade relativa.

     

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    As condições do tempo foram as seguintes: iniciou-se o dia 14 após um longo período de chuvas e atmosfera totalmente saturada (UR=100%) na madrugada quando repentinamente o umidade dá lugar à secura, com a entrada de advecção polar (vento minuano). No dia seguinte (15) a mínima absoluta é registrada com céu limpo e estabilidade total do vento. Na tarde, tem entrada de ar quente e à noite retorna a ocorrência de nevoeiro, garoa, e novamente situação de umidade em saturação (UR=100%). Esta condição de saturação se mantém até o final do dia 16/set.

     

    Os dados abaixo mostram o desenvolvimento da T e UR dos 3 sensores ao longo dos dias 14 a 16/set em intervalo de 1 minuto (La Crosse = 5 min). Os dados de UR estão representados como média móvel de 10 leituras para suavizar vibrações do gráfico no período da tarde e melhor exibição.

    La Crosse

    HOBO calibrado

    HOBO com desvio

     

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    Referência adotada

    Temperatura

    Fica claro que os dados de temperatura enviados para o Wunderground pela La Crosse concordam com os dados do HOBO calibrado. Logo, os dois sensores podem ser considerados como temperatura de referência. Mais adiante neste post, será feita a análise dos dados de temperatura, e com isso, é esperado que os dados corrigidos do HOBO com desvio sejam idênticos aos outros dois.

     

    Umidade Relativa

    A umidade relativa da La Crosse tem dificuldade de acompanhar e atingir os extremos que os sensores HOBO conseguem, portanto, esta será desconsiderada (sim, é possível corrigir também!). Apenas os dados de temperatura da La Crosse serão considerados, sendo assim, a UR de referência considerada será a do HOBO calibrado.

     

    CORREÇÃO DA UMIDADE RELATIVA

     

    Dados observados

    Zona de saturação (90 a 100%)

    Em todas situações de saturação em que a sua UR deveria ter atingido 100%, a UR máxima informada pelo sensor HOBO calibrado foi de 94.7%. Este extremo será analisado à parte, ou seja, quando o sensor informar 95%, este será considerado o equivalente a uma situação real de UR=100% observada, uma vez que ele está há mais de 1 mês mostrando máximas de 94 a 95% com nevoeiro, chuviscos, aguaceiros, etc.

     

    Nessa zona de umidade, a referência será o valor máximo exibido por cada datalogger, relativo ao valor de 100% em uma condição real absoluta de saturação, como nevoeiros e longas chuvas.

     

    Valores máximos registrados nos sensores em condição extrema de saturação:

    Real - UR máx = 100.0%

    HOBO calibrado - UR máx = 94.7% (adotado 95%)

    HOBO com desvio - UR máx = 96.2% (adotado 97%)

     

    Fazendo as diferenças (y) entre HOBO calibrado e HOBO com desvio é obtido o gráfico abaixo, em preto. Porém dá pra perceber que, se o datalogger HOBO calibrado saturasse em 100% ao invés de 95%, o gráfico observado seria o vermelho. O erro nunca poderá ser maior que -2.5% (±0.5%), pois o máximo erro possível que poderá ocorrer na saturação absoluta (UR máx = 97%) é quando a UR real for de 100%. Ou seja, y = 97% - 100% = -3% (DADO).

     

    Entre 80 e 90%, o erro muda de sentido e passa a ser negativo, acertando em algum ponto (y=0). Então, será considerado que para valores entre 80 e 90% o erro é próximo de zero (DADO), para fazer a integração dos erros reais das duas zonas de umidade.

     

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    Zona de normalidade (50 a 90%)

    Para valores de UR de até 90% o sensor do HOBO calibrado mostra perfeito funcionamento, e com isso, continua sendo a melhor referência. Os valores de UR do HOBO com desvio mostram pouco desvio nessa faixa de umidade. Porém esse erro não é linear, e se agrava quando os valores de UR vão secando mais, principalmente para valores abaixo dos 50%. Esse desvio cresce à medida que seca mais.

     

    Zona seca (abaixo de 50%)

    Os dados coletados mostram que a UR do sensor HOBO com desvio marca acima do real em todos os valores de UR. Como não houve naturalmente uma situação de extrema secura na atmosfera, o teste foi feito em laboratório. Dados da calibragem feita em ambiente controlado mostram que quando se estabiliza em UR em 20% e 37%, o sensor exibe, respectivamente, 28.7% e 41.9% (média das leituras), ou seja, neste valor, o seu respectivo erro é de 8.7% e 4.9% (DADO).

     

    Não foi possível coletar mais pontos nessa zona pois 20% era o mínimo que a câmara do laboratório conseguia atingir (alguém do Centro Oeste poderia me ajudar nisso!).

     

    Análise dos erros na UR

    Para cada um dos 100 valores percentuais de Umidade Relativa do sensor HOBO com desvio, tem-se um valor de erro (y) diferente. Para corrigir cada um destes erros, deve ser adicionado no valor da UR algum valor que cancele o maior número de erros possíveis.

     

    Ao plotar um gráfico de dispersão X e Y com os valores de "erros versus UR" invertidos (sinal trocado), para todos os pontos registrados no período testado (14 a 16/set), tem-se um agrupamento de pontos em azul, onde é possível estimar uma linha de tendência em vermelho, obtida através de uma média móvel bidimensional (centro de gravidade) dos pontos. Com ela, será possível elaborar uma equação genérica para corrigir qualquer valor de UR. Note como há bastante vibração do sensor em ambiente seco durante o dia (turbulência).

     

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    Lembrando que estes são os erros calculados através da diferença entre as séries de dados hobo.png.e1143affd53b2922d1c4dafcfed34c33.png e essa curva média será considerada no intervalo representado (DADO).

     

    Ao inserir ainda no gráfico as informações coletadas pertinentes às zonas seca e de saturação (dados), temos os seguintes dados para a elaboração da curva de erros para todo o intervalo de URs:

     

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    Adicionando estes dados, temos a seguinte estimativa de erro a buscar, representado pelos dados coletados, em vermelho. O objetivo agora é criar um sistema de equações que acerte, na medida do possível, TODOS os pontos do gráfico abaixo, idealizado pela linha verde.

     

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    Cálculo da equação:

    A elaboração de uma equação que represente a linha verde é a parte mais difícil, pois requer conhecimento de PROPRIEDADE de função matemática, como curvas exponenciais, logarítmicas, quadráticas, etc. Este é um recurso que o Excel dispõe de maneira simples, porém não é possível concatenar duas ou mais linhas de tendência para uma representação mais fiel de comportamento de uma função específica.

     

    Por isso, a melhor maneira de se obter a curva exata foi unindo 3 segmentos de parábola de 2° grau.

     

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    Cada segmento tem diferentes coeficientes pois as concavidades e declividades mudam. Os pontos chaves escolhidos para segmentar a linha foram:

    1 - Zona seca até 55%, pois esta tem um comportamento mais linear, logo, o coeficiente de concavidade (a) deverá ser menor.

    2 - Zona intermediária entre 55% e 73%, onde a concavidade se intensifica no início, até atinge um ponto de inflexão, invertendo o sentido da concavidade.

    3 - Zona úmida, onde a concavidade é positiva acima de 73% e valores próximos da saturação tem tendência de linearização.

     

    Após algumas iterações utilizando o recurso "Atingir meta" manualmente no Excel, foi ajustado os seguintes coeficientes:

     

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    Fórmula no Excel para determinar o erro de UR:

    =SE(x>73;0.0082*x^2-1.252*x+46.8;SE(x<55;-0.00225*x^2+0.447*x-19.68;-0.0061*x^2+0.837*x-29.48))

    Onde x é a célula com o valor da UR com desvio a ser corrigida.

     

    Para converter diretamente a UR com desvio para a UR corrigida, basta adicionar a parcela da UR inicial ao erro:

    =x+SE(x>73;0.0082*x^2-1.252*x+46.8;SE(x<55;-0.00225*x^2+0.447*x-19.68;-0.0061*x^2+0.837*x-29.48))

     

    Pronto, a ferramenta de conversão está pronta, sendo este um OFFSET DO BEM não-linear.

     

    Abaixo o gráfico plotado das 3 parábolas, sobrepostas aos dados informados pelos testes. Note que o ponto final de uma parábola é o ponto inicial da próxima, para não haver descontinuidade.

     

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    Aplicação nos dados brutos

    Executando esta função de correção de erros na amostra de dados registrados nos dias 14 a 16/set, temos o seguinte:

     

    574985189_CORREO.thumb.png.80a8cd5b03331a9768e960ac1f0e743a.png

     

    Em azul, os dados do HOBO calibrado, cujos extremos máximos de umidade não passam de 95%. Em vermelho, os dados brutos do HOBO com desvio. Em verde, os dados do HOBO com desvio corrigidos apresentando as condições reais de umidade na saturação, e acertando perfeitamente nas zonas secas e intermediárias.

     

    CORREÇÃO DA TEMPERATURA

     

    Análise dos erros observados

    Os dados de temperatura são mais simples de se fazer correção, uma vez que é perceptível o erro apenas em situação de saturação. As temperaturas se mantém exatas em todas as faixas de UR abaixo de cerca de 85%.

     

    O mesmo gráfico de dispersão X e Y para os erros de temperatura com a sua respectiva média móvel bidimensional pode ser obtido e verificado onde ocorrem os desvios, assim como o seu comportamento matemático.

     

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    Desvios extremos de -0.9°C foram observados nestes três dias de dados, logo, será considerado um estado limite último de y = -1.2°C para uma possível UR calculada em 100%.

     

    Cálculo da equação

    Nesse caso a curva apresenta comportamento exponencial, e para ser determinada a sua equação da linha de tendência é utilizado o método dos mínimos quadrados. Esta é uma técnica de otimização matemática que procura encontrar o melhor ajuste para um conjunto de dados tentando minimizar a soma dos quadrados das diferenças entre o valor estimado e os dados observados. O Excel dispõe deste recurso embutido nas configurações de gráfico de dispersão. Mas como o software dispõe de coeficientes limitados, é explicado aqui como são determinados.

     

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    A equação se resume em coeficientes "a" e "b" definidos por um sistema de duas equações lineares:

     

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    Sendo:

    n = número de pontos da amostra de dados

    x = valores de UR com desvio corrigida

    Y = valores do desvio da temperatura

     

    A solução deste sistema de equações nos dá os coeficientes da equação exponencial que representa a linha de tendência para esta amostra de dados. Fazendo também ajustes manuais e adicionando incrementos para que faça uma passagem forçada pelo ponto (100;-1.2) dado anteriormente como estado limite último de desvio extremo, é definida a seguinte equação de correção:

     

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    Onde:

    x = valor de UR corrigida.

    y = valor do desvio de temperatura.

     

    Fórmula no Excel para determinar o erro de temperatura:

    =-1.28E-06*EXP(0.137*x)-x/7000

    Onde x é a célula com o valor da UR corrigida.

     

    Abaixo, a curva exponencial representada pela equação em verde, sobreposta aos dados em azul e média dos pontos em vermelho.

     

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    Aplicação nos dados brutos

    Na amostra de dados de temperatura para os 3 dias do teste, temos o seguinte:

    La Crosse

    HOBO calibrado

    HOBO com desvio

    HOBO com desvio corrigido

     

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    Verificação de eficiência da equação

    Para verificação da precisão da equação nos dados de temperatura, foi feita 2 verificações (Referencial: La Crosse).

    - Média e extremos de temperaturas de cada uma das 24 horas;

    - Soma dos quadrados das diferenças.

     

    Abaixo, todas as diferenças registradas entre os dados corrigidos e a La Crosse (referencial) em média móvel para 10 leituras:

     

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    Em todas as condições adversas, mínima extrema, secura e saturação, o desvio máximo absoluto ficou em 0.33°C, o que é muito bom.

     

    Abaixo os valores extremos e média de temperatura para cada sensor:

     

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    E para concluir, o valor da soma dos quadrados das diferenças (resíduos), que é o melhor parâmetro para explicar a precisão da equação de linha de tendência, dado um referencial confiável.

     

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    Fica claro que em dias estáveis com secura (15/set) e também menor número de horas em situação de saturação incorrem em menor desvio, e consequentemente, maior acerto dos sensores de um modo geral. 

     

    Como baixadas têm como característica principal o acúmulo de ar frio e, consequentemente a saturação forçada do ar em 2 metros, existe ali uma tendência a danificar os sensores com mais rapidez que nos topos.

     

    O sensor HOBO da estação de TOPO, em Portão/RS, está há 2 anos em perfeito funcionamento, sem desvio algum, e ainda com o sensor de UR eventualmente atingindo 100% quando ocorre, pois lá o sensor passa um menor número de horas em condições de saturação, que danificam os componentes eletrônicos. Logo, sua vida útil e resistência a corrosão são maiores.

     

    Considerações

    - Está convencionado o ponto (.) como separador decimal.

    - Os valores de UR de entrada nas equações são na forma inteira, e não centesimal. Ou seja, 95% = 95.

     

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  9. ESTAÇÃO RESERVADA PARA A COMPRA!

     

     

    Já conseguimos até o momento (04/out) 1495 reais, sendo estes, 1510 (vakinha) + 100 (via transf. CAIXA) - 115 (taxas) para a compra da estação, e a verba já está em mãos. Graças ao esforço de cada um que contribuiu, o projeto sairá do papel.

     

    A estação será uma DAVIS PRO2 6152C (Cabeada) que já está reservada, e aguardando testes de revisão.

     

    Quero aproveitar para ressaltar o objetivo do projeto desta estação, com relação ao que vem sendo observado pelo Brasil nesta onda de calor histórica. Muitos recordes absolutos de máxima estão sendo quebrados. Temos uma bolha de ar quente em altura (nível 925 e 850 hPa) muito mais aquecida que o normal. Isso dá suporte para que estas máximas absolutas recordes sejam registradas.

     

    Aqui vai um compilado de razões pela qual precisamos URGENTE da estação em Barra do Ouro.

     

    Onda de calor que paira sobre o Centro-Oeste/Sudeste que hesita em ser advectada para o RS nos próximos dias, com valores +30°C em 850 hPa.

     

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    Anomalia de temperatura em superfície, para as 15h de quinta-feira 01/out segundo o GFS chegando dar anomalias de +16/+18°C em regiões que sofrem de aquecimento adiabático, que é o caso de Barra do Ouro. Para ilustrar, isso seria 33/35°C de madrugada ou 42/44°C durante o a tarde, quebrando o recorde absoluto da história do RS.

     

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    Na prática, os modelos erraram devido a situação limítrofe que se encontrava a região metropolitana de Porto Alegre. A massa de ar quente não chegou a descer nessa tarde, mas sim à noite, atingindo em cheio locais como a Serra Gaúcha, Aparados, região do Vale do Caí, e o extremo norte do Vale do Sinos. E sim, estas anomalias absurdas FORAM REGISTRADAS e muitos locais registraram suas temperaturas máximas pouco antes da meia-noite. Abaixo, o registro de como foi a noite de 01/out nos respectivos locais:

     

    São Francisco de Paula - TOPO - 925 metros - 23h24

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    Morro Reuter - TOPO - 720 metros - 22h15

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    Gramado - 22h37

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    Campo Bom - TOPO - 290 metros - 23h36

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    Adiabático ocorrendo com força total no leste do RS - 21:37

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    Lembrando que Barra do Ouro fica a apenas 29 km em linha reta da estação do Sítio Água da Rainha, em São Francisco de Paula. Imaginou se isso desce pra lá e acerta na mosca?

    Para isso, a estação já está reservada e o local será escolhido a dedo, em campo, zona rural, respeitando rigorosamente as normas estabelecidas pela OMM. Pretendo fazer a instalação com URGÊNCIA, porém, precisamos do Wifilogger, para o registro em datalogger dos dados medidos, e para que não haja perda de dados, caso ocorram temporais que causem quedas de luz e internet no local. Este instrumento tem o valor de R$ 1100,00 e toda ajuda é bem vinda, em nome do BAZ e da comunidade meteorológica do Brasil.

     

    Segue link da Vakinha para doações:

    https://www.vakinha.com.br/vaquinha/estacao-para-maxima-absoluta-do-rs

     

    Caso alguém queira contribuir via depósito ou transferência pela Caixa, a doação estará isenta de quaisquer taxas. Para isso, pode me mandar um whatsapp que mando os dados (51) 98102-4289.

     

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  10. INTERFERÊNCIA DE SUPERAQUECIMENTO POR PROXIMIDADE DE ÁRVORES/MATA EM FUNDO DE BAIXADA

     

    A massa polar do período de 19 a 25/set teve as condições meteorológicas ideais para se verificar, em um importante teste, os efeitos de uma grande adversidade nas principais estações particulares E INCLUSIVE OFICIAIS: o superaquecimento causado pela presença de árvores, muitas vezes invisível para alguns instrumentos mais simples, e também aos olhos de alguns teimosos.

     

    O objetivo do teste é simples, e tem duas finalidades:

    - Verificar o potencial de mínima absoluta no extremo fundo da baixada.

    - Verificar a interferência nas máximas em ambiente próximo de mata ciliar de córregos no fundo de vale/baixadas.

     

    Para isso foi colocada a segunda estação (em vermelho) a 66 metros mais adiante no campo, à uma distância de 17 metros da borda de uma área de mata fechada, na qual tem cerca de 150 metros de diâmetro na encosta, com um desnível de cerca de 1 metro da estação atual da Quinta São José (em azul), que está no seu local definitivo.

     

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    As condições do tempo foram de advecção polar no dia 19/set, auge da MP em 20 e 21/set com mínima absoluta flopada (não estabilizou), e infiltração de ar quente em altitude com frio raso residual estável nos dias finais. As condições do tempo foram de dias razoavelmente ventosos de leste, com céu praticamente limpo e sem nuvens, sendo as três últimas tardes com cirrus, e bastante insolação de modo geral. As umidades relativas mínimas no período da tarde ficaram entre 40 e 50%. 

     

    As duas estações ficaram por 6 dias registrando as temperaturas instantâneas em um intervalo programado de 60 segundos entre leituras. Os dados registrados foram os seguintes:

     

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    Abaixo, o gráfico mostra as leituras instantâneas e o comportamento das duas estações ao longo destes 6 dias:

     

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    Mínimas

    Fica claro que as mínimas são mais agressivas pelo fato de estar mais no fundo do vale que a estação definitiva. Ali, o acúmulo de ar frio é mais forte e sua diferença média na madrugada costuma ser CONSTANTE, em cerca de -0.5°C (±0.1°C), não mais que isso. A madrugada de 23/set (mais estável do período) mostra com clareza que a estação do fundo mantém A MESMA diferença de temperatura durante a madrugada inteira. Uma diferença de -0.6°C indica ser um limitador no potencial de acúmulo de ar frio daquele ponto na mínima absoluta de uma MP estável (exemplo 15/jul/2020), ou seja, ESTE SERÁ O POTENCIAL MÁXIMO, não existe milagre.

     

    As mínimas não necessariamente devem ser 0.5°C mais baixas, pois esta é uma diferença média que ocorre ao longo da madrugada, não tendo que ocorrer especificamente no instante da mínima no amanhecer. A temperatura mínima dessa massa polar ocorreu no dia 21/set, e sua diferença entre as estações foi de 0.43°C (4.19°C e 4.62°C). 

     

    Máximas

    Por outro lado, as máximas durante o dia mostram claro superaquecimento devido ao bloqueio da ventilação causado pelas árvores. Esse padrão de interferência é observado em TODOS OS DIAS, com ou sem vento, e inclusive quando o céu está nublado. Nos dias ensolarados e sem vento, situação em que o superaquecimento é mais grave, a temperatura pode desviar em até +0.9°C (±0.3°C) relativo à estação melhor ventilada.

     

    Diferença

    As diferenças simultâneas entre as duas estações está ilustrada no gráfico abaixo:

     

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    Perceba que a temperatura cai muito rápido ao entardecer. Assim que o sol se aproxima do poente, o fundo da baixada não recebe mais incidência de sol, e o acúmulo de ar frio começa alguns minutos antes da estação mais acima. A maior diferença entre as duas é registrada neste momento, em que a estação do fundo imediatamente pára de receber luz solar. A maior diferença instantânea observada foi de 1.6°C (18.2°C e 16.6°C) às 17:35 de 21/set.

     

    Padrão Observado

    Ao fazer a média instantânea dos 6 dias da amostra de dados coletados, foi possível perceber o seguinte padrão de superaquecimento:

     

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    Outro detalhe que é possível perceber: quando se tem obstáculos a OESTE da estação, o superaquecimento se dá, em média, ANTES do meio-dia solar. Quando foi feito o teste de interferência e superaquecimento da estação de casa, os obstáculos (casas) estavam a LESTE e SUL da estação, logo, o superaquecimento observado ocorria DEPOIS do meio-dia solar.

     

    Nesse caso, cria-se uma própria ilha de calor em torno da mata, que afeta diretamente os dados da estação. Mínimas são mais acentuadas pelo efeito do maior acúmulo de ar frio do fundo do vale, e máximas proporcionalmente agravadas de acordo com a absorção de calor do sol ao longo do dia, com o seu pico exatamente ao meio-dia solar.

     

    Observação:

    A estação do fundo estava a 2,00 m de altura, enquanto que a atual se encontra a 1,50 m. Isso agrava ainda mais o estudo, pois se ambas estivessem a 1,50m, os desvios dos extremos seriam potencializados mais ainda. No dia que instalei tive uma certa dificuldade de fazer o furo no solo para cravar o ferro de suporte, devido ao solo muito mole, por isso ficou mais alta.

     

    Lembrando que o teste anterior comprova que os abrigos e os instrumentos utilizados neste teste encontram-se perfeitamente calibrados.

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  11. ENCERRAMENTO DOS REGISTROS DA ESTAÇÃO DE CASA E TESTE DE ILHA DE CALOR

     

    Nesta semana, decidi dar um novo rumo à minha estação de casa, no município de NOVA SANTA RITA/RS, após 4 verões e 5 invernos de operação ininterrupta (1630 dias), localizada nas coordenadas -29.86407,-51.26062 na altitude de 42 m. O motivo do desligamento é o aperfeiçoamento do monitoramento, pois será feita a troca de lugar do abrigo e dos sensores.

     

    Imagem 01: Estação de casa (15/mar/2020)

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    O novo local do abrigo será um topo em Nova Santa Rita (ainda a definir), e também incluirá a aquisição de um novo sensor com datalogger de melhor precisão e qualidade, igual os outros 3 sensores das demais estações (HOBO UX 100-011A), assim sendo uma nova estação no município.

     

    O antigo registrador de dióxido de carbono irá para a estação da Quinta São José/Baixada, para auxiliar no monitoramento de acúmulo de gases pesados, na qual o acúmulo de ar frio das mínimas absolutas se enquadra, vide análise abaixo.

     

     

    Outro motivo é a consulta dos dados online em tempo real da Quinta São José/Baixada, que está a apenas 633 metros de casa em linha reta e dispensa o monitoramento in loco, uma vez que os dados são correspondentes.

    https://www.wunderground.com/dashboard/pws/INOVAS2

     

    E ainda, o local onde foi coletada esta série de dados, não é o ideal. A inclusão de casas e pavimentação nos arredores do ambiente, causando interferência na ventilação e formação de ilhas de calor, faz com que os dados não tenham tanta qualidade quanto às demais estações, provocando máximas artificialmente maiores que naturalmente teriam.

     

    Imagem 02: Localização da estação no Loteamento Recanto da Quinta, em Nova Santa Rita/RS, indicada pelo círculo vermelho (18/mai/2020):

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    Imagem 03: Situação de relevo de onde ficou a estação operando no período, indicada no ponto vermelho.

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    Início dos registros: 11/mar/2016

    Término dos registros: 27/ago/2020

     

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    Alterações e ajustes pertinentes no monitoramento ao longo do período que tiveram interferência nos dados obtidos:

    01/mai/2019 - Afastamento da estação da casa de 2,80m para 8,30m. Resultado: mínimas até 1.0°C mais baixas.

    15/ago/2019 - Remoção de uma chapa interna que cobria o datalogger. Resultado: agravou-se os extremos, e dados ficaram excessivamente amplitudinosos.

    09/jun/2020 - Substituição da base de chapa metálica do abrigo por tábua de madeira. Resultado: máximas superaquecidas foram corrigidas.

     

    Ainda assim, foi comprovado que o Loteamento onde fica a estação de Casa tem efeito de ilha de calor das edificações da volta.

    O teste é simples, foi feito apenas colocando o abrigo lado a lado com a estação da Quinta São José/Baixada e aferindo possível desvio de temperatura. Com um sensor em cada abrigo, em um dia ensolarado e quente, foi aferida temperatura máxima mais alta em Casa quando o sol incide sobre o oeste/noroeste. Porém, ao colocar os abrigos lado a lado, tiveram temperaturas idênticas em todos os instantes, com boa ventilação e sem interferência.

     

    Imagem 04: Localização dos dois pontos testados:

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    Imagem 05: Quinta São José com os dois abrigos sendo testados em 29/ago/2020

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    Nos dois experimentos foi utilizado o sensor da LaCrosse no abrigo de Casa, e sensor Hobo no abrigo da Quinta São José.

     

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    O teste foi importante para comprovar além da existência da ilha de calor nas proximidades das casas do loteamento. Foi possível comprovar também que ambos abrigos se encontram em perfeitas condições de operação, mesmo após 4 anos e meio de uso.

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  12. 6 horas atrás, Eclipse disse:

    bom dia

     

    ótima análise, @kevin cassol

     

    Me corrija caso eu esteja enganado, mas esse dia, 16/07, tem muitas similaridades com a quarta-feira dessa última semana (dia 12/08), em termos da dinâmica da atmosfera, ou nem tanto?

     

    Diferentes.

     

    No dia 12/ago tivemos virada de calor pré frontal através da passagem de uma frente fria que trouxe muito ar frio raso junto com a instabilidade. Esta não chegou avançar o suficiente para limpar o tempo.

     

    Já no dia 16/jul estávamos sob forte MP com muito ar frio sobre os vales. A passagem de uma frente quente trancou este ar muito frio e, combinado com a instabilidade, manteve este frio o dia todo até perder força no dia seguinte (17/jul).

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  13. ANÁLISE DA MENOR MÁXIMA REGISTRADA EM 16 JUL 2020

     

    Ao final da MP que trouxe a mínima absoluta de jul/2020, a chegada de ar mais aquecido em altura, fez ar frio ficar aprisionado em baixos níveis da atmosfera, em especial em zonas de vales e próximo das bordas da serra.

     

    Em Nova Santa Rita, a madrugada foi de céu aberto, mas logo ao amanhecer, a linha de nebulosidade entrou e trancou o ar gelado em superfície. A ausência de radiação e aumento da espessura de nuvens foi favorável para que a temperatura não subisse ao longo do dia. Tudo isso em meio a uma grande inversão térmica nas camadas atmosféricas.

     

    Foto: Nova Santa Rita/Quinta São José às 14:00 com chuva e 10.2°C

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    Comportamento da atmosfera na região:

    - Madrugada/regiões de baixa altitude (até 200 m): 

    Forte ar frio residual da MP sob resfriamento radiativo, ou seja, havia frio de baixada e condensação, porém em processo de enfraquecimento devido à invasão de ar quente em altura. Nestes locais, as mínimas foram próximas da meia noite. A temperatura subiu até a chegada da instabilidade na tarde e no fim do dia, quando foram registradas as máximas.

     

    - Madrugada/regiões de altitude média (200 a 700 m):

    Advecção de ar quente e seco atuando com mais intensidade, ou seja, sem perda de calor radiativo e distante da condensação. Com a chegada das instabilidades, a temperatura caiu, e na tarde as temperaturas se mantiveram similares à baixitude. Nesta faixa de altitude, máximas puderam ser registradas no período da manhã, sob efeito do ar quente, logo antes da instabilidade chegar.

     

    Ocorrência dos extremos:

    - Baixitude (até 200 m):

    Mínimas ocorreram no início da madrugada em baixadas e madrugada/manhã em topos, por perda de calor radiativo e acúmulo de ar frio nos vales. Máximas ocorreram ora a tarde, ora no final da noite, dependentes do ar quente após passagem da instabilidade da frente quente. 

    Ex: grande maioria das estações da RMPOA.

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    - Altitude média (200 a 700m):

    As máximas e as mínimas ocorreram em horário variável/híbrido, podendo ser de manhã ou à tarde, pois em determinada altura havia equilíbrio entre o resfriamento radiativo e o ar quente em altitude. Este equilíbrio estaria em torno dos 400 metros. Abaixo disso, o frio radiativo era mais relevante, mínimas poderiam acontecer na madrugada. Acima disso, com advecção quente, a mínima era mais provável de ocorrer à tarde, no momento da instabilidade. O inverso é válido para as máximas.

    Ex: Campo Bom/Quatro Colônias (296 m).

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    - Altitude (acima de 700 m):

    Máximas correram durante a madrugada, pois o ar quente e seco que soprava na madrugada manteve alta a temperatura na madrugada, entre 9°C e 12°C. Já as mínimas, obrigatoriamente a tarde, sob efeito da instabilidade. À noite, a temperatura voltou a subir para o patamar dos 8°C aos 10°C

    Ex: Morro Reuter/Mato Comprido (720 m) e São Francisco de Paula/Sítio Água da Rainha (925 m).

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    Foco do ar frio:

    Durante a tarde chuvosa, horário em que se registrava a incomum temperatura, as temperaturas se mantiveram similares nas estações próximas, sendo apenas o efeito puro da altitude para haver distinção da temperatura em estações próximas. Foi perceptível que o ar frio diurno se concentrou com mais força próximo da encosta da serra. Na região de Porto Alegre e Guaíba, a massa de ar foi levemente menos fria e a temperatura ficou acima dos 10°C o dia todo.

     

    De acordo com as estações confiáveis da região, foi possível ver com clareza a posição do foco do ar gelado em superfície. Abaixo, as temperaturas registradas às 15:00 (HBR) de 16/jul/2020 nas seguintes estações:

    6.6°C - Morro Reuter/Mato Comprido - 720m

    6.9°C - Campo Bom/Quatro Colônias - 296m

    7.7°C - Portão/Topo - 158m

    8.5°C - Taquara/Observatório Jung - 45m

    8.6°C - Campo Bom/INMET - 25m

    8.8°C - Portão/Vale - 50m

    8.8°C - Três Coroas/Itamar - 82m

    9.3°C - São Leopoldo/Cristo Rei - 33m

    9.5°C - Nova Santa Rita/Quinta São José - 26m

    10.5°C - Canoas/Base Aérea - 8m

    11.1°C - Porto Alegre/INMET - 47m

    11.4°C - Porto Alegre/Aeroporto Salgado Filho - 3m

    11.7°C - Barra do Ribeiro/Mate Doce - 6m

     

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    Para que as temperaturas máximas fossem baixas na totalidade da duração do dia, foi preciso que houvesse um equilíbrio entre 3 fatores determinantes:

    - Frio residual da MP ainda sobre as regiões de baixa altitude;

    - Altitude suficiente para manter a temperatura baixa durante a instabilidade (topos), de modo que não sofresse com a advecção quente da madrugada;

    - Localização mais próxima possível do foco do ar frio (região de Novo Hamburgo/Campo Bom).

     

    Esta linha de equilíbrio deu-se nos topos entre 100 e 250 metros de altitude, na qual a estação de Portão/Topo está situada. Esta teve a máxima (24h) mais baixa de todas as estações.

     

    As temperaturas máximas registradas no período das 0:00 às 23:59 nas mesmas estações foram as seguintes:

    8.6°C - Portão/Topo - 158m

    9.3°C - Portão/Vale - 50m

    9.4°C -Campo Bom/INMET - 25m (UTC)

    9.5°C - Taquara/Observatório Jung - 45m

    9.6°C - Campo Bom/Quatro Colônias - 296m

    9.9°C - São Leopoldo/Cristo Rei - 33m

    10.6°C - Nova Santa Rita/Quinta São José - 26m

    11.0°C - Três Coroas/Itamar - 82m

    11.8°C - Porto Alegre/INMET - 47m (UTC)

    12.2°C - Porto Alegre/Aeroporto Salgado Filho - 3m (UTC)

    12.5°C - Barra do Ribeiro/Mate Doce - 6m

    13.7°C - Morro Reuter/Mato Comprido - 720m

     

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    Dados registrados em Nova Santa Rita e Portão:

    Como todas as estações de baixitude, não houve instante onde a UR se mostrasse baixa. Condição de saturação ocorreu em todos os instantes do dia.

     

    Abaixo os dados de temperatura e umidade para as 3 estações de monitoramento:

    Nova Santa Rita - Quinta São José (Baixada)

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    Portão - Topo

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    Portão - Vale

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    Temperaturas simultâneas:

    Nova Santa Rita/Baixada

    Portão/Topo

    Portão/Vale 

     

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    Estes valores de máxima do dia foram recordes absolutos de menor máxima das 3 estações para qualquer mês. Certamente a máxima mais baixa desde a MP de 17/jul/2017, onde teve máxima de 9.1°C em Casa. Esta estação, desta vez, teve máxima de 11.0°C.

     

    Os recordes anteriores a este, se deram na advecção polar de 05/jul/2020 nas 3 estações. Este dia foi um dia ensolarado, muito ventoso, com chegada de instabilidade ao final do dia, que causou queda de neve fraca sem acúmulo nas serras gaúchas e catarinense.

    10.62°C (anterior: 11.06°C) - Nova Santa Rita/Quinta São José/Baixada

    8.62°C (anterior: 10.45°C) - Portão/Topo

    9.34°C (anterior: 11.93°C) - Portão/Vale

     

    A temperatura diurna das 2 estações de Portão foi ainda menor, visto que suas máximas foram registradas à noite, após a passagem da instabilidade:

    8.15°C (11:15) - Topo

    9.09°C (12:28) - Vale

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  14. EM BOM JARDIM DA SERRA JÁ TEMOS MAIS UMA NOITE DE FORTE ESTABILIZAÇÃO E ACÚMULO DE AR FRIO NAS BAIXADAS:

     

    ÀS 20:35 TINHAMOS -0.6°C NA ESTAÇÃO DO QUIOSQUE FRIO DA SERRA, A MAIS FRIA DO BRASIL DESTA MADRUGADA, PORÉM +0.8 MAIS QUENTE QUE ONTEM NO MESMO HORÁRIO.

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    MEIA HORA DEPOIS, ÀS 21:00 JÁ TEMOS -1.3°C

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    TEMPERATURA AFERIDA AO VIVO DO LADO DA ESTAÇÃO DO QUIOSQUE ÀS 21:00 CONFERE O DADO DA ESTAÇÃO, CONFIRMANDO INTENSO ACÚMULO DE AR FRIO NO LOCAL:

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    SENSOR DE RELVA ÀS 21:05 INDICAVA -3.0°C

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    ENQUANTO ISSO, NA ESTAÇÃO DA VISTA ALEGRE, TEMPERATURA ACOMPANHANDO QUEDA ACENTUADA. NO MESMO HORÁRIO, 21:00 A TEMPERATURA ERA DE 0.6°C.

     

    EXTREMOS DE HOJE EM BOM JARDIM:

    -8.3/25.9 QUIOSQUE - AMPLITUDE DE 34.2°C

    -6.7/25.3 VISTA ALEGRE

    -5.8/26.3 MESCALERO RANCH 

    -5.0/24.7 RIO PORTEIRA

    4.1/24.5 FAZENDA SANTA RITA

    5.9/22.2 ECO RESORT

    13.8/20.8 - UR MÍN 3% - MENSAGEIRO DA MONTANHA (MIRANTE)

     

    AMANHÃ, NOVAS MÍNIMAS EXPRESSIVAS DEVIDO AO AR EXTREMAMENTE SECO EM ALTITUDE.

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