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Se a massa polar estiver acompanhada de um cavado ou ciclone extratropical eles induzem a formação de instabilidades, a alta fria por si só não é capaz disso.

Pode ter alguma coisa ainda na parte norte do RS, SC e parte do Paraná, a nebulosidade está densa do norte gaúcho até SP e MS.

Será que existe a chance de chuva congelada/sleet no Sul do MS e SP, se a nebulosidade persistir?

A massa polar está entrando pelo oeste, as temperaturas em 850 hpa estão mais frias na parte ocidental do RS e SC. Daqui a pouco chega a Urupema

Se essa massa polar tivesse ocorrido em julho haveria chance de neve em toda a cidade de Curitiba, e as mínimas e máximas no centro-sul do país seriam muito mais baixas.

Há uma espécie de divisor dos climas nas capitais Belo Horizonte e Campo Grande. Ao norte delas as características tropicais de pouca chuva em junho, julho e agosto são nítidas; ao sul já começa a ter uma transição para o clima subtropical, que só aparece no Trópico de Capricórnio.

Pra uma massa polar chegar até o Piauí tem que ser bem intensa, somente as ondas de frio de 1918, 1928 e 1979 conseguiram chegar lá. A maioria atinge no máximo o oeste da Bahia.

Na cidade de São Paulo pode ser que já tenha ocorrido chuva congelada ou sleet nas ondas de frio mais intensas do século XX; algumas pessoas confundem esses fenômenos com neve, bem como em alguns locais de alta altitude no sul de Minas, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul.

Nas ondas de frio dos anos 1918 e 1928; que foram muito intensas, deve ter nevado em Floripa pois o suporte em altura daquelas massas polares foi surreal. Porém deve ter ocorrido de maneira mais fraca e ninguém registrou oficialmente o fenômeno.

2004 foi o segundo melhor período frio da década, depois de 2000; a constância das massas polares e a abrangência entre o final de abril e julho foi excelente para a época. Junho 2004 em muitas áreas do país foi um dos mais gelados dos tempos recentes, supera até o de 2016 em algumas regiões.

No passado remoto (antes do século XIX) pode ser que tenha nevado nas partes mais altas do Sul do MT e na serra de Maracaju no MS; naquele frio e julho-2009 não tinha espessura pra cair neve em Campo Grande, muito menos nos arredores da Chapada dos Guimarães e afins.

Quando há espessura suficiente de frio na atmosfera pode nevar até mesmo com temperaturas entre 5/6 graus, pra acumular forte 0/1° em alguns casos. Nosso problema das latitudes subtropicais é a falta de sincronia entre frio e umidade, no ápice das baixas temperaturas a atmosfera seca rapidamente.

Em junho de 2004 houve uma massa polar continental que conseguiu chegar até o leste do Sudeste sem perder força pelo caminho, até mesmo houve relato de neve fraca no PNI nesse episódio de frio.

As imagens de radar chegaram a indicar um núcleo intenso de instabilidade com uma assinatura de gancho, típica de quando há rotação na tempestade, porém foi por um curto período de tempo e fora do perímetro urbano, dificultando saber o que realmente aconteceu. Por ser numa área rural e de noite, qualquer relato oficial é dificultado pela distância em relação a cidade e a pouca visibilidade noturna; um fato concreto é que essas instabilidades no Mato Grosso do Sul e em São Paulo não estavam sendo previstas até ontem, a capital paulista e Campo Grande só teriam chuva depois da terça feira.

Impressão minha ou tem um gancho formado ali naquela pequena área?

Vou trazer o assunto do suposto tornado perto de Campo Grande MS para cá. Eu consegui ver apenas algumas imagens de satélite daqui do estado, o máximo que vi foi um núcleo de alta reflectividade no sul da capital sul-mato-grossense, na área urbana a situação está normal. Como está de noite, se houve o tornado será um fato histórico, no passado recente ocorreram apenas nuvens funil por breves momentos.

Por favor, tem alguma imagem do radar meteorológico aqui do Mato Grosso do Sul? Uma formação dessas não é brincadeira perto de uma cidade de 900 mil habitantes

Pelo ECMWF, que possui o cenário mais leve para o frio; a massa polar será continental bloqueada no Sul de Minas Gerais e Rio de Janeiro, a neve vai ocorrer nas serras gaúchas e catarinenses, o Sul, SP, MS, sul/oeste do MT, RO e AC terão frio intenso, os demais estados não sentirão nada. Já pelo GFS e CMC; teremos uma massa polar histórica que vai chegar até o Tocantins, grande parte do Pará e norte do Amazonas. O Sul do país ficará encoberto na neve, que pode ocorrer também no Sul de São Paulo e no Parque Nacional do Itatiaia; metade do país vai registrar mínimas abaixo dos 10 graus e a geada será ampla. Minha aposta é uma mistura entre esses extremos; neve com acumulação entre o RS e sul do PR, possível ocorrência em Curitiba e no Parque Nacional do Itatiaia, geadas no Sul, SP, MS, sul de Minas/Triângulo Mineiro e região serrana do RJ. Frio intenso no centro-sul como um todo, além de RO, AC e sul do AM.

O GFS está mais estável desde o final de junho do ano passado, sendo ele o primeiro a detectar aquela massa polar muito intensa, neste ano ele tem errado menos do que o ECMWF, por mim merece um pouco mais de atenção. Um cenário provável seria a mescla entre os extremos (GFS com frio histórico e ECMWF com frio normal), neve nas serras gaúchas, catarinenses e parte do Paraná e alguma precipitação invernal em Curitiba (podendo ser neve ou chuva congelada). De qualquer forma, se continuarnas projeções de frio histórico como está, a população precisa ser avisada.

Se todo esse frio e a neve previstos acontecerem; teremos muitos vídeos de precipitação invernal e geadas. Veremos pela primeira vez em muitos anos o jornal nacional indicando frio excepcional na sua previsão do tempo, como foi em 1994, 2000, 2010, 2011 e 2013.

Essas quedas de neve em Curitiba coincidem com duas ondas de frio históricas (não tanto pelas mínimas, mas pelo conjunto e abrangência). O que é estranho é que em algumas ondas de frio extremas dos anos 70 e 80 ter havido espessura e frio em altitude suficientes para nevar em Porto Alegre mas não ocorreu.

Realmente é estranho tanto tempo sem registros oficiais de neve em Porto Alegre, anos como 1955, 1956, 1962, 1975, 1979 tiveram ondas de frio extrema que fizeram nevar em lugares muito mais quentes que na capital gaúcha e com menos frio em altura.

O Europeu adiou a entrada do frio, a intensidade da massa polar e o modo como ela entra estão bem parecidos nos modelos numéricos, a data em questão é que tem divergência.

Seria histórico na hipótese de esse cenário ocorrer, os noticiários falando de flocos nivais caindo em São Paulo.