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Brasil Abaixo de Zero

Flavio Feltrim

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Everything posted by Flavio Feltrim

  1. Será um bom teste para comparar o desempenho dos modelos em relação ao uso dos análogos para previsão! Lá em outubro vemos como foi, mas não estou otimista como essas mapas que postou pq o mundo não é o mesmo nem se comparado a 2016 que não está tão longe!
  2. Eu não teria tanta certeza disso... lembra da onda de calor histórica entre setembro e outubro de 2020? Estávamos sob efeito de uma La Niña já bem consolidada entre setembro e novembro! Claro que nenhum ano é igual ao outro, mas nos tempos atuais sempre ficarei com um pé atrás!
  3. Ótima análise Caio, parabéns! Também acredito que 2010 tem bastante força como análogo de 2024, mas temos que considerar também o fato de que globalmente o clima não é mais o mesmo, com temperaturas globais mais elevadas e também as projeções de uma La Niña mais forte como o Coutinho lembrou. Enfim, nenhum ano é igual ao outro, podemos ter muitas surpresas boas... mas também e ruins!
  4. História longa essa! Mas tentarei resumir: a estação do INMET foi instalada no Centro Politécnico da UFPR nos anos 1970 através de um acordo de cooperação técnica. O acordo teve como responsável o Prof. Iwamoto (Dep. de Física) e tinha validade de 5 anos. Depois que venceu nunca mais foi renovado e a estação vinha funcionando irregularmente no campus, usando um espaço com escritório, luz, telefone, internet e água. A situação ficou crítica quando os últimos observadores meteorológicos concursados aposentaram por volta de 2017, ficando apenas um observador terceirizado para as leituras da convencional (e a automática já vinha falhando nos dias frios). Ao ver essa situação, eu como prof. da área de Climatologia resolvi refazer o acordo de cooperação, corri atrás de toda burocracia e entrei com o processo em outubro de 2019. O processo só foi concluído em março de 2021 porque a direção do INMET em Brasília demorou a assinar o acordo. Assim que assumimos a coordenação, três meses depois demitiram o terceirizado e Curitiba ficou sem observador na convencional e com a automática falhando nos dias frios. Eu e outro colega montamos um projeto de extensão às pressas para funcionar na estação e criamos um cronograma com a equipe para fazer a leitura de dados básicos da convencional para não perder informações até que o INMET viesse arrumar a automática. E assim foi, fiquei teimosamente cobrando o INMET e eles primeiro vieram trocar algumas peças pra ver se resolvia... não resolveu! Depois cobrei novamente e eles trocaram a estação inteira ano passado! Agora é torcer para o problema ter se resolvido! Quanto ao estudo das condições internas de residências, tenho um artigo feito a partir do TCC de uma aluna que foi publicado sobre esse tema na Revista Brasileira de Climatologia, talvez você tenha visto ele!
  5. Sou o coordenador da estação do INMET em Curitiba... sobre o problema de não gostar de trabalhar no frio, ano passado trocamos o equipamento todo, então acredito que esse ano ela não vai falhar! 🤞
  6. Não se iludam com esses posts sensacionalistas clickbait: o que eles querem é caçar likes com notícias muitas vezes sem fundamento, apelando para chamadas como essa da figura! Nessa época do ano o whatsapp também recebe uma enxurrada desse tipo de notícia! Aqui em Curitiba todo ano os mesmos sites e perfis de redes sociais postam sobre o frio, com imagens mostrando Curitiba toda branca e tal... relógio quebrado também acerta a hora duas vezes ao dia, uma hora eles acertam 🤣 Nesse momento, a única coisa que podemos afirmar sobre o inverno 2024 é que ele tem chance de ser mais frio que ano passado, o que não é difícil. Ainda não é possível afirmar nada sobre ser rigoroso, sobre ter neve e afins, temos apenas previsões de médio prazo relacionadas às condições macro da atmosfera (El Niño, TSM Global, etc).
  7. Modelos ainda insistem numa queda mais significativa da TSM nos próximos dias! Tanto as águas sub-superficiais mais frias que continuam subindo à superfície quanto o vento zonal (figura abaixo) seguem dando sinais de que nos próximos dias podemos ter uma boa queda: Entendendo a figura: ela mostra a anomalia do vento zonal em 850 hPa (1500 metros de altitude) na região equatorial, que sopra de oeste para leste e favorece o transporte de águas superficiais quentes para o centro do Pacífico e costa da América do Sul. Quando esses ventos estão mais fortes (tons de vermelho) ele enfraquecem os alísios. Cores azuis e lilás indicam anomalia negativa, ou seja, ventos zonais fracos e consequentemente fortalecimento dos alísios que levam águas frias de leste para oeste. A seta verde mostra que essa "onda" de ventos zonais mais fracos vem lentamente caminhando do Oceano Índico (60E) até 120W por volta do dia 15 de março. Lembrando que para La Niña é fundamental que tenhamos alísios forte e não ventos zonais fortes! Já no círculo em vermelho destaquei ventos zonais mais fortes justamente na região 3.4 (entre 120 e 170W), explicando porque essa região ainda não caiu tanto!
  8. E aí pessoal, alguém com acesso a previsões mais distantes para vermos quando esse padrão horroroso de verão começará a sumir aqui nas bandas do sul? Nas fontes onde só enxergamos 14 dias à frente ainda não apareceu nada animador! Meteoblue para Curitiba: Já deu de calor!!!
  9. Pelo que vi dos dados recentes, a TSM das regiões 3 e 3.4 devem cair de forma mais significativa nos próximos dias!
  10. Até que todas águas sub-superficiais quentes aflorem a TSM ainda receberá "trancos" de calor, a região 1+2 já está mostrando isso. Mas assim que esse pacote de águas quentes acabar, a temperatura vai cair rápido. Vejam na animação como as águas frias mais profundas vão "empurrando" as quentes para a superfície nos últimos dias, explicando por exemplo esse súbito aquecimento da região 1+2: Para quem não entende a imagem: ela representa a temperatura do mar de 450 metros de profundidade até a superfície. Do lado direito está a costa da América do Sul (80 W). Do lado esquerdo entre 120 E e 160 E está a Oceania. Imagine por exemplo como se você estivesse debaixo d'água de costa para o polo Sul e olhando para o polo norte, essa seria a movimentação das águas.
  11. Assino embaixo! Como ficaria em alto-mar sem causar prejuízos preferia que fosse tropical e bem forte também, pelo menos ajudava a resfriar um pouco as águas do Atlântico Sul... fora o espetáculo que teríamos para observar via satélite!
  12. Nunca teremos um análogo que seja perfeitamente parecido, pois nenhuma ano é igual ao outro. Com 2016 a única semelhança é a saída de um El Niño forte para uma La Niña forte segundo modelos, mas o contexto global é bem diferente de 8 anos atrás, pois o planeta está mais quente. Sou otimista em relação ao inverno se compararmos com 2023 (o que não é difícil de ser batido porque foi horrível), mas não espero um repeteco de 2016 (tomara que eu esteja errado)! Meu palpite é que o análogo de 2023-2024 está mais para 2009-2010!
  13. Águas mais frias chegando na superfície do Pacífico Equatorial nos próximos dias!
  14. Então está procurando nos lugares errados! Veja algumas nos parques de Curitiba: Barigui Tanguá Botânico Aqui você encontra outras: https://www.curitiba.pr.gov.br/noticias/a-geada-e-o-tema-da-nova-edicao-do-olhar-curitiba/51386
  15. Em 2016 entrou a neutralidade no trimestre Abril-Maio-Junho (que é o mesmo que acredito para 2024): Year DJF JFM FMA MAM AMJ MJJ JJA JAS ASO SON OND NDJ 2010 1.5 1.2 0.8 0.4 -0.2 -0.7 -1.0 -1.3 -1.6 -1.6 -1.6 -1.6 2011 -1.4 -1.2 -0.9 -0.7 -0.6 -0.4 -0.5 -0.6 -0.8 -1.0 -1.1 -1.0 2012 -0.9 -0.7 -0.6 -0.5 -0.3 0.0 0.2 0.4 0.4 0.3 0.1 -0.2 2013 -0.4 -0.4 -0.3 -0.3 -0.4 -0.4 -0.4 -0.3 -0.3 -0.2 -0.2 -0.3 2014 -0.4 -0.5 -0.3 0.0 0.2 0.2 0.0 0.1 0.2 0.5 0.6 0.7 2015 0.5 0.5 0.5 0.7 0.9 1.2 1.5 1.9 2.2 2.4 2.6 2.6 2016 2.5 2.1 1.6 0.9 0.4 -0.1 -0.4 -0.5 -0.6 -0.7 -0.7 -0.6 2017 -0.3 -0.2 0.1 0.2 0.3 0.3 0.1 -0.1 -0.4 -0.7 -0.8 -1.0 2018 -0.9 -0.9 -0.7 -0.5 -0.2 0.0 0.1 0.2 0.5 0.8 0.9 0.8 2019 0.7 0.7 0.7 0.7 0.5 0.5 0.3 0.1 0.2 0.3 0.5 0.5 Year DJF JFM FMA MAM AMJ MJJ JJA JAS ASO SON OND NDJ 2020 0.5 0.5 0.4 0.2 -0.1 -0.3 -0.4 -0.6 -0.9 -1.2 -1.3 -1.2 2021 -1.0 -0.9 -0.8 -0.7 -0.5 -0.4 -0.4 -0.5 -0.7 -0.8 -1.0 -1.0 2022 -1.0 -0.9 -1.0 -1.1 -1.0 -0.9 -0.8 -0.9 -1.0 -1.0 -0.9 -0.8 2023 -0.7 -0.4 -0.1 0.2 0.5 0.8 1.1 1.3 1.6 1.8 1.9
  16. A ciência ainda está tentando entender como a redução do material particulado produzido pelas navegações comerciais vai impactar a longo prazo. NO curto prazo elas explicariam o aumento expressivo da TSM nos oceanos do hemisfério norte, mas os impactos nas correntes e na circulação termoalina devem aparecer mais adiante (e podem ser bem ruins)! Vejam no mapa abaixo como eram as emissões médias (que não coincidem por acaso com as áreas oceânicas que mais aqueceram)! Não podemos deixar de lembrar também o aumento que estamos tendo na irradiância solar por conta do máximo do ciclo solar atual que deve ocorrer esse ano e pode intensificar esses efeitos!
  17. El Niño está definitivamente arrumando as malas para partir e o Índice de Oscilação Sul já mostra isso ao positivar. Mesmo que seja temporário e volte a negativar, não deve ser grande coisa pois a tendência agora é subir (aliás, já está aumentando lentamente desde setembro como podemos ver no gráfico): Quanto a previsão dos modelos para o inverno, a média para junho já mostra uma pequena neutralidade negativa. Isso ao meu ver reforça a possibilidade de que ao final do inverno já podemos ter uma La Niña fraca configurada:
  18. Em março podemos ter o fim do El Niño, portanto é improvável já ter La Niña pois passaremos primeiro pelo período de neutralidade, que poderá ser curto. Para termos La Niña precisamos dos mesmos critérios do Niño: além da TSM na região 3.4 estar abaixo de -0.5 o Índice de Oscilação Sul precisa estar bem positivo, tudo isso perdurando pelo menos por uns 3 meses. Eu acredito que até o final do inverno já podemos ter La Niña sim, considerando todos parâmetros que mencionei acima. A TSM já estará razoavelmente fria na 3.4 durante o inverno, mas a teleconexão talvez só inicie no fim da estação.
  19. É pra já! Na semana que a sequência de pulsos iniciou (24 a 30 de abril de 2016): Média da TSM de Abril de 2016: Média da TSM em maio de 2016:
  20. Se os modelos estiverem certos, a partir da metade de janeiro o Pacífico Equatorial iniciará seu declínio nas temperaturas (ainda com algumas oscilações positivas) e o El Niño caminhará para o fim, que oficialmente pode ocorrer já em março. Um evento diferente apesar da "anatomia" canônica, com anomalias de TSM variando de moderadas a fortes na região 3.4, mas com baixa teleconexão atmosférica devido ao IOS que não respondeu na mesma intensidade. Um Niño que chegou a ser previsto como super, mas que não se configurou. Mas não se iludam: o período de retorno dos super-El Niños costuma variar de 13 a 15 anos, portanto não vai demorar para esse super aparecer de fato, já que o último foi em 2015-16! Mas para agora... BYE BYE EL NIÑO!
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