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Brasil Abaixo de Zero

Flavio Feltrim

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Everything posted by Flavio Feltrim

  1. Hahahahahahahaha! Já aviso que não sou vidente nem bruxo, fica tranquilo! Apenas respeito, admiro a força da natureza e acho que sei um pouco do que ela é capaz!
  2. Como eu disse algumas páginas atrás, nenhum ano é igual ao outro... claro que em 2016 as condições globais eram diferentes, quiçá em 1998, mas não podemos desesperar tão cedo! A natureza pode mudar o percurso das coisas? Claro que pode! Inclusive resolver mais à frente acabar com a La Niña que se desenha no horizonte. Mas não é essa tendência que os dados observados mostram, nem os modelos...
  3. Eu fico admirado no quanto muitos aqui são ansiosos e os humores oscilam com cada rodada do modelo, ao invés de se fixarem na persistência dos mesmos! As quedas sempre foram gradativas! A partir da primeira semana de maio teremos uma nova queda mais robusta (como foi dias atrás) na TSM do Pacífico e os modelos insistem a várias rodadas numa queda expressiva a partir da primeira semana de junho. O ano de 2016, considerado bom para o inverno, só negativou a região 3.4 no trimestre Maio-Junho-Julho e só entrou em La Niña no trimestre Julho-Agosto-Setembro. Já a SOI só ficou consistente no patamar positivo no final de maio (estamos no final de abril ainda) e só atingiu patamar de La Niña no final de junho em 2016! Sabe quanto foi a SOI mensal em abril de 2016? Fechou em -19. Abril de 1998 que também foi transição de forte El Niño para La Niña? -22. Sabe quanto abril vai fechar em 2024? Provavelmente na casa dos -7 Portanto, muita calma nessa hora, deixem para arrancar os cabelos e decretar o fim das coisas lá em setembro!
  4. Pensamento correto, até porque La Niña não é só sinônimo de frio (ainda mais nos tempos atuais). Inclusive, para muitos lugares do mundo a La Niña trás eventos extremos na mesma proporção do El Niño! Aqui no sul ela tem histórico associado ao frio, mas também à estiagens e concentração das chuvas, com bastante granizo também. Seguimos monitorando...
  5. EITA! QUE TOMBO! Aproveitando... modelos de médio prazo estão insistindo numa queda mais acentuada da TSM no Pacífico Equatorial a partir do final de maio, com fortalecimento da queda em meados de junho. Isso poderia acelerar o estabelecimento da La Niña antes do core do inverno! Membros isolados de diferentes modelos começaram a mostrar isso também. Como são previsões mais distantes, melhor manter os pés no chão!
  6. Por isso comentei acima: não levem "a ferro e fogo", ou seja, da forma como estão as saídas não significa que serão exatamente assim! A tendência daqui para frente é de meses acima da média, desde 0,1 até 3 graus acima em diferentes locais do país, o que, como bem lembrado, não significa ausência de frio! Seguimos monitorando!
  7. Não levem a ferro e fogo essas saídas do ECMWF (e de outros também)! Primeiro: como já foi dito, ele projeta a partir do que vem observando do passado até agora, ou seja, representa o cenário de forte El Niño que tivemos recentemente, o que acaba "contaminando" as saídas. Vejam que isso é ensemble MEAN, ou seja, a média das saídas do ensemble dos últimos meses(sob forte El Niño) até agora. Segundo: olhem a temperatura acima do Pacífico Equatorial nas projeções a partir de agosto - não aparece qualquer resquício de anomalias frias condizentes com a La Niña projetada pelo para a TSM. Acho improvável que a temperatura em 2 metros fique neutra ou acima da média estando a TSM com anomalias negativas logo abaixo. O modelo fica "viciado" porque é alimentado por valores de anomalia muito positivos, portanto não dá pra confiar nas projeções mais distantes! Eu mal confio no que está proposto para maio... Vejam abaixo qual era a projeção da TSM na região 3.4 que o ECMWF rodou em agosto de 2023 (membros em vermelho) e o que de fato ocorreu (linha azul). O modelo parece tender sempre para cenários mais aquecidos.
  8. A imagem de cima é a anomalia da TSM em relação a média do período 1981-2010. A imagem de baixo é a anomalia da TSM comparada a média global atual da TSM, ou seja: se a temperatura média global dos oceanos aumenta, as áreas que estão frias ficam mais frias porque a diferença é maior. Esse segundo mapa é bom para entendermos o contexto atual das anomalias em relação ao momento presente, o primeiro compara as anomalias com o contexto do passado.
  9. Cada área do planeta responde num momento diferente. Exemplo: o noroeste do Paraná tem um delay entre a TSM da região 3.4 e as chuvas de uns 3 meses segundo estudos. Outros locais o delay é de 1 mês, e por aí vai... Eu acredito que a segunda metade de maio já será melhor para nós aqui no sul, não acredito que esteja totalmente comprometido!
  10. Que bom que conseguiu entender o gráfico de diagrama de fase, eu demorei um tempo pra entender! Quanto às suas perguntas, tentarei sintetizar: - A passagem da fase úmida no caso dos setores 1 e 8 que são os nossos, então , favorece a instabilidade nas latitudes tropicais ? Sim! A MJO interfere diretamente na faixa equatorial, na ZCIT e nas células de Walker. Diminui a chance de bloqueios atmosféricos? Ao interferir nas células de Walker, acabam influenciando na ondulação da corrente de jato subtropical, amplificando ou reduzindo os bloqueios. Quando a fase úmida está atuando em um local, um outro estará na fase seca justamente por conta de bloqueios e subsidências de altas pressões. Em latitudes médias e altas a influência da MJO é qual ? No restante do globo a influência é mais indireta, se somando a outros fatores que acabam tendo mais peso. Ex: Antarctic Oscillation, Southern Annular Mode, etc.
  11. HAHAHAHAHAHA! Não sejamos dramáticos! Vai esfriar, não se preocupe... alguns posts atrás eu até comentei que o processo não é contínuo, que teremos muitas oscilações positivas ainda até que a TSM entre num patamar neutro e frio depois. Temos que ser menos geração Z (ansiosa e impaciente) kkkkkkkkkk
  12. Claro! Tentarei resumir da forma mais didática possível: a Oscilação Madden-Julian é uma onda de propagação lenta (30 a 60 dias) que dá volta no planeta aumentando a instabilidade atmosférica. Apesar de "dar a volta" ela quase não aparece no Atlântico, é mais intensa no Pacífico e no Índico. Cada posição dela no globo, que é dividido em 8 fases, favorece ocorrência de chuvas em algum lugar. Para nossa região, geralmente as fases 1 e 8 são favoráveis às chuvas. Ela interfere basicamente nas Células de Walker, que são células da Circulação Geral da Atmosfera, de grande escala (global) e que tem papel fundamental durante eventos ENOS. Isso significa também que ela interfere principalmente na faixa tropical, entre 10 graus Sul e 10 graus Norte especificamente. A passagem da fase úmida da MJO favorece a instabilidade na ZCIT e consequentemente vai influenciar a ondulação do jato subtropical, interferindo também na formação de bloqueios mais ao sul. Veja abaixo a posição atual da MJO e a previsão de posição até dia 15 de abril: GFS e Ensemble: CFS: ECMWF Ensemble: Veja que hoje ela está na fase 1 indo para a 2, ou seja, está posicionada entre o leste da África e o oeste do Índico. A previsão dos 3 modelos diz que ela vai estar entre as fases 5 e 6 no dia 15 de abril, ou seja, entre o centro e o leste da Austrália. Ahhh, a distância que a linha fica do centro da imagem indica a intensidade! Ex: veja que no dia 17 de março, na parte de cima, ela estava bem positiva e posicionada na fase 6. Quando está no centro da imagem os efeitos são quase nulos. O grande problema da MJO é que ela ainda é pouco compreendida pela meteorologia, inclusive as previsões não são muito precisas quanto à posição e influência da MJO. Enfim, espero ter ajudado!
  13. As regiões Niño interferem de forma diferente em cada parte do mundo. Não conheço estudos específicos para Cuiabá, mas pode ser que a região 1+2 influencie na capital mato-grossense sim. Sei, por exemplo, que a região 1+2 interfere nas chuvas de Lima no Peru e também em partes do Rio Grande do Sul. Já na costa leste da Austrália tem grande correlação com a região do Niño 4. Mas quando se trata do El Niño como um todo, a região 3.4 é a mais importante, mais estável, e oficialmente é quem define a intensidade dos eventos. Apenas lembrando as regiões Niño:
  14. A MJO (Oscilação Madden-Julian) tá em fase ativa (circulei em verde), por isso o El Niño não está se rendendo. Isso interfere nos alísios, que estão bem fracos nos últimos dias, dificultando levar as águas mais frias que já predominam na região 1+2 para as regiões 3 e 3.4: A previsão para a primeira semana de abril, porém, é de uma reversão dessa situação e a continuidade da queda na TSM. Desse modo, provavelmente a partir da segunda semana de abril já teremos um cenário mais favorável de resfriamento.
  15. Te entendo... também sou da turma da lâmpada de geladeira que prefere ondas de frio com céu aberto! Claro, é de vez em quando é bom ter aqueles dias com céu cinzento e máximas baixas, mas prefiro que predominem os dias frio com céu limpo, até o humor fica melhor! Sou da turma -1°C/18°C e não da turma 7°C/10°C 🤣
  16. Esses aquecimentos de curto prazo são normais, o que vale mesmo é a tendência de longo prazo! Veja a tendência de queda (linha vermelha) e as oscilações para cima e para baixo em azul:
  17. 2017 tivemos chuva congelada em Curitiba, mas no geral o inverno foi mediano... mas mantenho meu palpite pessimista de que esse ano será tipo 2010, assim não me decepciono e o que vier de melhor é lucro!
  18. Será um bom teste para comparar o desempenho dos modelos em relação ao uso dos análogos para previsão! Lá em outubro vemos como foi, mas não estou otimista como essas mapas que postou pq o mundo não é o mesmo nem se comparado a 2016 que não está tão longe!
  19. Eu não teria tanta certeza disso... lembra da onda de calor histórica entre setembro e outubro de 2020? Estávamos sob efeito de uma La Niña já bem consolidada entre setembro e novembro! Claro que nenhum ano é igual ao outro, mas nos tempos atuais sempre ficarei com um pé atrás!
  20. Ótima análise Caio, parabéns! Também acredito que 2010 tem bastante força como análogo de 2024, mas temos que considerar também o fato de que globalmente o clima não é mais o mesmo, com temperaturas globais mais elevadas e também as projeções de uma La Niña mais forte como o Coutinho lembrou. Enfim, nenhum ano é igual ao outro, podemos ter muitas surpresas boas... mas também e ruins!
  21. História longa essa! Mas tentarei resumir: a estação do INMET foi instalada no Centro Politécnico da UFPR nos anos 1970 através de um acordo de cooperação técnica. O acordo teve como responsável o Prof. Iwamoto (Dep. de Física) e tinha validade de 5 anos. Depois que venceu nunca mais foi renovado e a estação vinha funcionando irregularmente no campus, usando um espaço com escritório, luz, telefone, internet e água. A situação ficou crítica quando os últimos observadores meteorológicos concursados aposentaram por volta de 2017, ficando apenas um observador terceirizado para as leituras da convencional (e a automática já vinha falhando nos dias frios). Ao ver essa situação, eu como prof. da área de Climatologia resolvi refazer o acordo de cooperação, corri atrás de toda burocracia e entrei com o processo em outubro de 2019. O processo só foi concluído em março de 2021 porque a direção do INMET em Brasília demorou a assinar o acordo. Assim que assumimos a coordenação, três meses depois demitiram o terceirizado e Curitiba ficou sem observador na convencional e com a automática falhando nos dias frios. Eu e outro colega montamos um projeto de extensão às pressas para funcionar na estação e criamos um cronograma com a equipe para fazer a leitura de dados básicos da convencional para não perder informações até que o INMET viesse arrumar a automática. E assim foi, fiquei teimosamente cobrando o INMET e eles primeiro vieram trocar algumas peças pra ver se resolvia... não resolveu! Depois cobrei novamente e eles trocaram a estação inteira ano passado! Agora é torcer para o problema ter se resolvido! Quanto ao estudo das condições internas de residências, tenho um artigo feito a partir do TCC de uma aluna que foi publicado sobre esse tema na Revista Brasileira de Climatologia, talvez você tenha visto ele!
  22. Sou o coordenador da estação do INMET em Curitiba... sobre o problema de não gostar de trabalhar no frio, ano passado trocamos o equipamento todo, então acredito que esse ano ela não vai falhar! 🤞
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