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Brasil Abaixo de Zero

Análise Sinóptica - Janeiro 2007


Luiz
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O ciclone no litoral do RS mostra-se bem configurado (conforme citou o Alexandre em outro tópico), junto com a frente na altura do litoral paranaense.

Para mim chama a atenção o fato de que as linhas de menores pressões, que geralmente fica próxima a Antártida, estão mais deslocadas em direção ao sul da América do Sul.

A alta pressão que está sobre os andes está realmente ultrapassando os andes ou é só efeito do horário e da altitude??

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00Z... como se esperava, ocorreu frontólise na frente que se encontrava no oceano Altântico em frente à costa brasileira, terminando com a dissipação da mesma. Com isso, o ASAS (Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul) extende-se agora até quase 45ºS com um potencial isobárico de 1026 hPa. A frente que se deslocava pelo oceano posicionada (baixa) ao redor de 60ºS e 40ºW deslocou-se para E, fazendo um giro no sentido horário, deixando de interferir no sistema posicionado no Sul do Brasil. Ainda dominado por baixas pressões, encontramos sobre o continente sul-americano duas frentes frias. Uma se desloca no extremo sul, na Tierra del Fuego, associada a um pequeno ciclone de 974 hPa e um ramo quente (oclusa). No Sul do Brasil uma frente associada a dois centros de baixa instabiliza o tempo e favorece o surgimento de instabilidades, principalmente nas áreas mais ao norte da região e nas demais partes do centro-sul. Associado ao ciclone em oceano (1000 hPa) encontramos um ramo quente da frente (oclusão) que se posiciona na divisa com um pequeno anticiclone de 1016 hPa formado na retaguarda do sistema frontal. Enquanto isso, o tempo segue influenciado por uma frente fria na Península Antárctica.

 

26/12/2006 - 18:44 UT

 

http://www.mar.mil.br/dhn/chm/meteo/prev/cartas/C6122600.jpg

 

Sds.,

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12Z... segue se intensificando o ASAS (Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul), que já apresenta potencial de 1028 hPa (+2 hPa em 12h), estendendo-se até 55ºS (dez graus de latitude a mais que na análise anterior). Encontramos uma situação bipolarizada na qual o continente - mais aquecido - apresenta predomínio de baixa pressão, enquanto o oceano, com maior calor específico, mantém-se mais frio e dominado por alta pressão. Enquanto isso, a pequena frente que atuava no Sul do Brasil se desloca para o oceano e seu ciclone aparece bastante característico nas imagens de satélite (abaixo), ainda com 1000 hPa. Toda a faixa com latitude superior a 50ºS mostra inúmeras perturbações, dentre as quais duas frentes próximas extremo sul do continente, região da Tierra del Fuego. No mesmo eixo da frente que agora atua sobre as Malvinas (Falklands), outro sistema frontal mais ao Sul se posiciona sobre a Península Antárctica. Mais atrás, outra pequena frente posiciona-se paralela à Cordilheira dos Andes e na retaguarda do sistema citado acima, um pequeno anticiclone encontra-se delineado, com potencial de 992 hPa.

 

ciclone1ah9.th.jpg

 

26/12/2006 - 19:00 UT

 

Sds.,

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O ciclone em alto mar, na altura do litoral gaúcho e uruguaio, se aprofunda ainda mais. A frente continua na altura do Paraná.

Embora não esteja assinalado como alta pressão, é possível observar e associar o ar drenado à esquerda do ciclone como o ar mais seco e "frio" que causou queda de temperatura e tempo mais estável no sul.

Baixas pressões continuam sobre o centro-norte brasileiro, bem como nova baixa surge no centro argentino, podendo se organizar como uma nova frente fria.

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00Z... quadro sinóptico com grande mudança. É grande o número de sistemas frontais se deslocando abaixo dos 30ºS. A pequena frente oclusa que atuava sobre o Sul do Brasil deslocou-se para o oceano e o ciclone a ela associado aprofundou-se para 996 hPa (-4 hPa em 12h). É grande a entrada de ar seco estimulada por este sistema, garantindo melhoria do tempo nos estados do RS, SC, PR, centro-sul do MS e interior de SP. A influência deste sistema já se fez sentir na madrugada de hoje com as cidades mais elevadas da região registrando temperaturas mínimas relativamente baixas, em alguns pontos inferiores a 10ºC. Enquanto isso a frente que se estendia desde o extremo sul da Argentina, passando pelas Malvinas (Falklands) e por toda Península Antárctica, curvada no oceano associando-se a uma baixa de 960 hPa, se desloca e fica clara a oclusão sobre a península. A posição do anticlone na retaguarda deste sistema permanece quase inalterada, assim como seu potencial isobárico, de 992 hPa. Ainda na Antárctica, também é digna de nota uma baixa de 956 hPa por volta de 87ºW e 67ºS. Atua sobre a faixa centro-sul da Argentina uma frente fria associada a um ciclone de 978 hPa, próximo às Malvinas. O sistema alinha-se com as baixas presentes no continente, mantendo o padrão de escoamento de umidade já visto nos últimos dias. O Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) mantém-se com 1028 hPa, estendendo-se até 50ºS.

 

27/12/2006 - 15:20 UT

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O que não faria aquela baixa que citei na análise, de 956 hPa, por aqui? :shock:

 

É incrível como nas latitudes mais altas o barômetro trabalha mais... por aqui as variações costumam ser mínimas, exceto no inverno, quando perturbações mais intensas nos trazem mais atividade... experimentem pegar um meteograma da estação de Comandante Ferraz e olhar no campo de pressão. Parece uma montanha russa!

 

Sds.,

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O ciclone em alto mar, na altura do litoral gaúcho e uruguaio, se aprofunda ainda mais. (...)

 

E está muito bonita a imagem deste sistema, juntamente com o ciclone da outra frente mais ao sul:

 

(canal visível)

 

http://www.abaixodezero.com/images/sinoptica/visivel.gif

 

(vapor d'água)

 

http://www.abaixodezero.com/images/sinoptica/secura.gif

 

Sds.,

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Essa imagem mostra bem o ar mais seco e frio. Como o Luiz disse, é instigante pensar o que poderia ocorrer com um ciclone mais forte.

Por acaso, o ciclone associado a neve recente na Austrália (aliás, belo trabalho da Metsul :!: ) tinha em média qual valor de pressão? Alguém sabe se seria compatível com esse, ou mais forte?

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3 belos ciclones na carta das 12z. Aquele já citado na altura do litoral uruguaio, outro ao sul do litoral argentino e por último o que está localizado em 15ºW 60ºS. A frente que estava no Paraná agora já se deslocou até o RJ.

Estaria a alta pressão do pacífico transpondo os andes e penetrando no centro argentino?

A baixa térmica no norte da Argentina ganha força, enquanto a ASAS não sofreu grande alteração (acredito que a diminuição da pressão se deva ao horário).

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12Z... Permanece quase inalterada a posição da frente fria em frente ao litoral do Sul do Brasil, Uruguai e Pcia. de Buenos Aires (AR), sendo notável o aumento do ramo quente da oclusão. No mais o quadro permanece quase o mesmo, à excepção das mudanças típicas do dia, com o predomínio de baixas pressões sobre o continente. Interessa observar que a influência do ciclone da frente citada acima garante a estabilização do tempo no Sul do país, que aparece bastante seca nas últimas imagens de satélite (vapor d'água). Acima do limite de ar seco, instabilidades se fortalecem em parte pelo aquecimento e abundância de umidade e provocam precipitações copiosas sobre os estados do Sudeste do Brasil. Um sistema frontal se aproxima da escarpa Oeste no extremo sul dos Andes enquanto na Península Antárctica nota-se o deslocamento da frente (para SE) que ali se encontrava há doze horas, encontrando-se mais a Sul uma baixa de 978 hPa. No oceano, observa-se uma frente em frontólise entre 50ºS e 62ºS, 00ºW e 20ºW.

 

28/12/2006 - 01:22 UT

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Com a saída da alta pressão que estava sobre o sul do país para o oceano, que inclusive agora é assinalada ao contrário das cartas anteriores, as baixas pressões retornam no norte argentino, Paraguai e oeste da região sul.

Um ramo da alta pressão transpõe os andes, mas conforme as últimas saídas númericas, essa alta pressão deverá sair para o oceano na altura do prata ou até mais ao sul, não afetando o tempo no Brasil. Além disso, a baixa que estava em alto mar, na altura do litoral uruguaio, começa a se enfraquecer.

Interessante notar a simetria entre os ciclones, se traçarmos uma reta ligaríamos exatamente as 3 baixas. Alguém sabe se há alguma coisa relacionada com trem de ondas ou semelhante? Já vi uma configuração semelhante à essa em um estudo do INPE. Talvez seja só coincidência ou engano.

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00Z

 

ANÁLISE DE SUPERFÍCIE DO CPTEC/INPE:

Superfície - Em superfície verifica-se que o ciclone extratropical já está em oclusão com 1000 hPa e localizado em 40S/39S. Um pouco mais à leste dessa baixa pressão há uma frente fria que se desprendeu desse sistema e organiza um pequeno ramo frontal frio em direção ao litoral do Rio de Janeiro, mas bem afastado da costa. Esse sistema frontal no oceano contribuiu para organizar a ZCAS em direção ao Sudeste e Norte do Brasil e também para a atividade convectiva entre o ES e o AM e em algumas áreas do nordeste de SP e sul do RJ. Associada a essa frente fria há altos valores de água precipitável desde o litoral do RJ e de SP até o AM. Uma outra frente fria está localizada na Província de Buenos Aires, próximo da foz do Rio de La Plata, e associada a baixa orográfica provocou muita instabilidade na Província de Córdoba (ver imagem de satélite). Nota-se em superfície que o contraste térmico dessa frente fria é fraco. Esse sistema apresenta uma baixa pressão de 984 hPa nas Malvinas e se deslocou do sul da Argentina para esta área em 24 horas. Uma alta pós-frontal aparece com 1016 hPa no sudeste da Província de Buenos Aires. A Alta Subtropical do Atlântico Sul-ASAS continua bem afastada do continente e com o centro de 1022 hPa localizado em 30S/19W e desse centro se alonga uma crista em direção ao Espírito Santo e o sul da Bahia. Sobre grande parte do Nordeste e no norte de MG e também na Região Sul persistem os baixos valores de água precipitável. A Zona de Convergência de Umidade Intertropical apresenta um pulso próximo do Equador e 30W. A alta pressão do Pacífico continua alongada ao longo de 30S, mas agora apresenta uma crista, mais ampla em relação ao dia anterior, em direção ao sul do Chile. Na retaguarda dessa crista há uma frente fria no Pacífico com a baixa pressão de 968 hPa em 59S/80W. De certa forma a presença da crista mais ao sul no Chile e da nova frente fria chegando ao sul do Continente contribui para amplificar o cavado frontal que está na Província de Buenos Aires.

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Para auxiliar o pessoal em acompanhar o tópico, passarei a colocar de tempos em tempos algum material explicativo. Primeiramente, vamos ao título da coisa. Análise sinóptica (ou resumida) é a análise que representa num mapa os diversos sistemas meteorológicos (frentes, altas, baixas...) num mapa.

 

Os símbolos abaixo podem ser freqüentemente encontrados nas análises:

 

simbolos.jpg

 

Sds.,

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Sobre a alta polar: o fato de uma lta estar ultrpassando os Andes, contribui pro fortalecimento da mesma, ou a intensificaçao em area de cobertura e pressao acontece naturamente nas nossas latitudes?

 

Penso que os Andes constituam uma barreira para as altas pressões polares, que acabam por atravessá-lo mais ao Sul onde é mais baixo... imagino que apenas se tivermos algo que torne mais pronunciada a ondulação no jato polar é que teremos uma posterior intensificação do anticiclone e/ou conseqüente deslocamento para menores latitudes. Que acham?

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NO INVERNO É COMUM SE INTENSIFICAR APÓS A PASSAGEM PELOS ANDES. ESTÁ MUITO ASSOCIADO AS BAIXAS E AO JATO.

 

Mas pelo que andei lendo, me parece que esta intensificação ocorre pela existência de perturbações que acabam por amplificar a onda no jato polar... quero dizer, isso se relaciona com a presença de um cavado acompanhando a alta pela direita... está certo isso?

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00Z... Nesta última análise observamos o gradativo deslocamento da frente oclusa no oceano rumo NE e a organização do anticiclone em sua retaguarda, já com 1022 hPa. O ASAS (Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul) aparece com 1024 hPa em dois núcleos, extendendo-se além de 60ºS. Enquanto isso, uma pequena frente fria se desloca rumo E no litoral Argentino pouco abaixo da Província de Buenos Aires, associada a uma baixa de 1000 hPa e no continente, a baixa térmica do Chaco aparece com 1004 hPa, predominando baixas pressões sobre todo o continente sul-americano. Na Península Antártica... duas frentes posicionam-se entre 55ºS e 65ºS, sendo que uma dela atua na península, tendo seu ciclone de 972 hPa próximo à região.

 

29/12/2006 - 16:01 UT

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A proximidade de uma área de baixa pressão posicionada no Paraguai, onde há chuva com descargas elétricas, favorece a nebulosidade no oeste e noroeste do Paraná nesta tarde de sábado. No entanto não há chuvas até o momento na região e até o sol aparece entre nuvens. Nem dá pra saber se esse sistema avançará para o sul do Brasil. Apesar do vento fraco de sul, faz 29,5 graus agora.

 

Feliz Ano Novo a todos!

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NO INVERNO É COMUM SE INTENSIFICAR APÓS A PASSAGEM PELOS ANDES. ESTÁ MUITO ASSOCIADO AS BAIXAS E AO JATO.

 

Mas pelo que andei lendo, me parece que esta intensificação ocorre pela existência de perturbações que acabam por amplificar a onda no jato polar... quero dizer, isso se relaciona com a presença de um cavado acompanhando a alta pela direita... está certo isso?

 

OCASIONADO PELA CORDILHEIRA.

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Cavados. As cristas são representadas por linhas dentilhadas.

 

No esquema http://www.prh.noaa.gov/hnl/graphics/symbols.gif encontrarás a crista como "Ridge line".

Obrigado Luiz!

 

Tenho impresso aqui comigo um guia de análise sinóptica todo em inglês... meu plano é traduzi-lo para o BAZ!!!

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Comparando as coisas desde 22h00 de 2/1:

A ASAS continua firminha em seu lugar, como se estivesse segura por um âncora. Já as baixas, apresentam um comportamento mais instavel: das duas frentes frias que passeavam pela carta no mapa de 3/1 00z, só uma ainda aparece, depois de uma rapida passagem pelo sul do continente, que nao chegou a provocar nem cocegas no Sul. Das baixas tropicais, a unica que tem aparecido firme e forte nas ultimas cartas, é uma que se originou no norte da Argentina, e agora está escoando pro Oeste da regiao Sul e Uruguai. Destaque pra uma baixa que apareceu na regiao NE na carta de 4/1 12z. Nas duas ultimas cartas, vemos uma baixa no SE, ligada a uma formaçao ciclonica que tem aparecido na foto de satelite, mas ainda nao parece estar ligada a ventos em baixos niveis.

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Notem uma coisa interessante. Na análise das 12Z do modelo GFS a pressão para a alta subtropical do Atlântico era de 1024 hPa, contra os 1030 hPa mostrados na carta de superfície! Talvez esta diferença se reflita na previsão até que o modelo se adapte melhor às condições em superfície... afinal 6 hPa é uma grande diferença!

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