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Brasil Abaixo de Zero

Tópico Único - Tendências Climática para o Verão 2005/2006


Alexandre Aguiar
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REDE DE ESTAÇÕES DE CLIMATOLOGIA URBANA DE SÃO LEOPOLDO

 

BOLETIM ESPECIAL PARA IMPRENSA E DEFESA CIVIL

 

DOM 18 DEZ 2005 - 14:00

 

BOLETIM DE TENDÊNCIA CLIMÁTICA PARA O VERÃO 2005/2006

 

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A Rede de Estações de Climatologia Urbana de São Leopoldo esclarece que este será o último boletim de tendência climática publicado na íntegra de forma pública. A partir de 2006, o acesso ao conteúdo integral das informações meteorológicas e climatológicas geradas diariamente será garantido somente aos nossos parceiros no setor público e privado.

 

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Antes do começo da cada estação, os profissionais da Rede de Estações de Climatologia Urbana de São Leopoldo fazem uma minuciosa análise dos mais importantes modelos computadorizados mundiais de tendência climática e realizam comparações entre as condições recentemente observadas no Rio Grande do Sul com estatísticas históricas de forma a encontrar padrões atmosféricos semelhantes ocorridos no passado. Do estudo, resulta um Boletim de Tendência Climática com dados gerais sobre a nova estação e a perspectiva de temperatura, chuva e outros fenômenos meteorológicos.

 

CONDIÇÕES ATUAIS DE CIRCULAÇÃO GLOBAL E DOS OCEANOS

 

A Rede de Estações de Climatologia Urbana de São Leopoldo ainda no mês de setembro informava em seu Boletim de Tendência Climática para a Primavera que a tendência era o desenvolvimento do fenômeno La Niña no Oceano Pacífico, o que acabou se confirmando. Nos últimos três meses, o Pacífico resfriou-se rapidamente e as consequências já foram sentidas no Sul do Brasil. O Planalto Sul Catarinense registrou a menor temperatura média em setembro dos últimos 50 anos, mesmo mês que apresentou uma poderosa onda de frio que trouxe neve até para a região de Uruguaiana e as primeiras ocorrências de neve com trovoadas no sul do Brasil desde 1965 e chuva congelante desde agosto de 1984.

 

Assim como se antecipava, a transição de um período mais quente para frio seria caracterizada por chuva acima da média com risco de cheias na primeira metade da primavera e precipitações abaixo da média na segunda metade da estação. As temperaturas mais baixas que o normal observadas durante a primavera e os primeiros sinais da estiagem observados nas últimas semanas são consequências claras e indiscutíveis do resfriamento não apenas das águas do Oceano Pacífico - principal forçante climática de escala global - assim como das águas do Oceano Atlântico entre o Prata e o Sul do Brasil.

 

As anomalias da temperatura superficial e subsuperficial diminuíram na região entre 180 graus de longitude Oeste e a costa da América do Sul recentemente, indicando uma tendência de intensificação do La Niña. Persistentes ventos equatoriais de baixa altitude soprando de leste, mais fortes que o habitual, foram observados sobre o Pacífico Central, enquanto que os padrões de convecção e valores de pressão atmosférica ao nível do mar próximos do normal ocorreram sobre e a maior parte do Pacífico tropical. No conjunto, as atuais anomalias oceânicas e atmosféricas são consistentes com um padrão de La Niña no Pacífico Tropical, apesar dos estágios iniciais do fenômeno.

 

Os ventos de leste sobre o Pacífico equatorial central mais fortes que o habitual e as decrescentes anomalias da temperatura da superfície do mar no Pacífico equatorial central e oriental respaldam o desenvolvimento de um episódio de um fraco La Niña, o primeiro desde 1999/2000. Os mais recentes dados dos modelos dinâmicos acoplados e estatisticos indicam que o resfriamento do Oceano Pacífico deve se aprofundar no primeiro trimestre de 2006, caracterizando plenamente o fenômeno. É importante destacar que no entendimento da Rede de Climatologia Urbana de São Leopoldo a tendência é o Pacífico manter-se resfriado durante grande parte ou mesmo no decorrer de todo o primeiro semestre, o que terá forte impacto nas condições climáticas do outono e do começo do inverno. Alguns dados já sinalizam a possibilidade do quadro de águas mais frias que o normal no Pacífico Equatorial ter continuidade mesmo no segundo semestre a ponto de algumas simulações exclusivas da Climatologia Urbana apontarem, em caráter preliminar, a manutenção da fase fria do Pacífico alcançando até o verão 2006/2007, o que novamente poderia proporcionar risco de estiagem no verão de 2007.

 

Dois indicadores, sempre ignorados nos prognósticos climáticos tradicionais, apresentam dados notáveis e que terão grande repercussão no ano de 2006. O Índice de Oscilação Decadal do Pacífico (PDO) no mês de novembro foi de -1,50, o menor valor mensal desde o ano de 2000 e o menor em novembro desde 1999, incluindo-se entre os dez menores valores para o mês dos últimos 50 anos. Já a atividade solar alcançará um período de mínima atividade solar do seu ciclo de 11 anos entre 2006 e 2007, historicamente se registrando períodos mais secos e frios no Rio Grande do Sul durante as fases de mínima atividade solar. Outros indicadores recentemente divulgados em pesquisas no exterior assinalam a mesma tendência.

 

A SOI (Índice de Oscilação do Sul), um dos mais importantes indicadores utilizados para apurar o estado do Oceano Pacífico, apesar de grandes flutuações, vem se mantendo constantemente positiva (fase fria no Pacífico) na média dos últimos 90 dias, apesar de uma diminuição nos valores negativos médios nos últimos dias. A SOI leva em conta as diferenças de pressão atmosférica entre Darwin na Austrália e o Taiti. Valores expressivos negativos da oscilação são indicativos de um episódio quente no Pacífico (El Niño) enquanto elevados valores positivos sinalizam um episódio frio (também conhecido como La Niña). A Oscilação de Madden-Jullian, uma oscilação global relacionada à instabilidade nas regiões dos trópicos, esteve muito ativa nos últimos dois anos e, no entendimento da Climatologia Urbana de São Leopoldo, teve um papel preponderante para a ocorrência de estiagem no verão e os períodos chuvosos aqui no estado durante o outono em 2005. Entretanto, o sinal do OMJ esteve mais fraco nas últimas semanas e suas repercussão se espera seja menor no verão 2006 no Rio Grande do Sul. É interessante destacar que o método de análise das escalas por ondeletas (wavelets) corrobora a perspectiva de uma fase fria do Oceano Pacífico e um período mais seco no Rio Grande do Sul, ao menos no começo do verão.

 

Outro fator que na análise da Rede de Estações de Climatologia Urbana de São Leopoldo esteve diretamente associado ao comportamento climático do Rio Grande do Sul é a temperatura da superfície do Oceano Atlântico junto ao litoral sul do Brasil e a Bacia do Prata. As águas mais frias durante o verão passado na costa influenciaram o quadro de estiagem e a temperatura da TSM muito acima da média nos meses seguintes foi determinante para os expressivos volumes de chuva e a temperatura alta observados durante o outono. Recentemente, as anomalias negativas de temperatura no Atlântico nas costas gaúcha, uruguaia e argentina se expandiram com um resfriamento muito acentuado observado na região do Prata. Finalmente, estudos recentes publicados nos Estados Unidos demonstram o mecanismo de teleconexão entre os ciclones tropicais no Atlântico Norte e as condições climáticas em outras regiões do globo terrestre. A análise estatística sugere que o ano seguinte a uma temporada muito ativa de furacões no Atlântico não apenas tende a ser mais frio no nordeste dos Estados Unidos como no sul do Brasil.

 

ANÁLISE ESTATÍSTICA

 

A Rede de Estações de Climatologia Urbana de São Leopoldo trabalha ainda com dados estatísticos para a formulação dos seus prognósticos climáticos, buscando padrões idênticos que tenham sido observados no passado. Com efeito, em escala global, são encontradas grandes semelhanças com os anos de 1969/1970 e 1995/1996, o que sugere um primeiro semestre mais seco e frio do que o habitual em 2006.

 

CARACTERISTICAS GERAIS DO VERÃO

 

O verão é a estação mais quente do ano no Rio Grande do Sul e, historicamente, apresenta as temperaturas médias mais elevadas. O estado, que se encontra numa região de transição climática, segue recebendo a influência durante este período das massas de ar polar do sul e do ar tropical do norte. Diferentemente do inverno, quando o ritmo de ingresso das massas de ar frio é maior, no verão gaúcho há o predomínio do ar quente que domina o território brasileiro. A periodicidade das ondas de calor é maior e, em alguns episódios, as temperaturas podem se aproximar ou até superar a casa dos 40 graus. Apesar disso, ao longo do tempo se observa que mesmo durante o verão há o ingresso de massas de ar de origem polar que provocam acentuado declínio da temperatura e, em algumas ocasiões, até formação de geada em áreas acima de 1.300 metros de altitude no sul do Brasil.

 

As temperaturas durante o verão são as mais altas do ano, em todas as médias calculadas, alcançando na maioria dos dias máximas acima dos 30 graus. Existem momentos, entretanto, que as temperaturas se aproximam ou mesmo superam a casa dos 40 graus. São fortes ondas de calor que duram normalmente entre três e sete dias. Durante as fortes ondas de calor do verão as noites são muito quentes, com mínimas que podem ficar acima dos 25 graus. Além disso, o ingresso de umidade proporciona índices de desconforto (sensação térmica) acima dos 40 graus. No verão, as chuvas costumam estar mais associadas ao desenvolvimento de nuvens carregadas que se formam devido ao aquecimento diurno. São as conhecidas "chuvas de verão", comuns no final da tarde e começo da noite. Algumas delas podem ser muito intensas e provocar alagamentos em áreas urbanas. Não raramente elas também podem estar acompanhadas de fortes rajadas de vento e queda de granizo. Por sua vez, as frentes frias também determinam a ocorrência de chuva, porém em intervalos maiores que no inverno. Outro sistema típico da época é o chamado Complexo Convectivo de Mesoescala (CMM), uma área de nuvens carregadas que se forma durante a noite no norte da Argentina e Paraguai e que avança após para o sul do Brasil trazendo chuva, muitas vezes forte, e temporais localizados.

 

TENDÊNCIA DA TEMPERATURA

 

Para o verão 2005/2006, a Rede de Estações de Climatologia Urbana de São Leopoldo prevê que as temperaturas fiquem abaixo da média histórica, mas com predomínio de dias quentes. Mesmo durante esta época mais quente do ano, algumas massas de ar frio conseguem atingir as latitudes médias e trazem temperaturas mais baixas e a Climatologia Urbana de São Leopoldo projeta que a tendência observadas nos últimos três meses de grande freqüência de pulsos frios deve prosseguir. O calor, como não poderia deixar de ser, será a marca do verão gaúcho em 2006. Entretanto, haverá uma ocorrência maior do que o habitual de dias com temperatura baixa ou amena durante este verão. Fevereiro será o mês mais quente e março deve apresentar extremos de temperaturas altas e baixas, esperando-se um episódio de frio com ocorrência de geada no último mês do verão. Não está descartado também um período com temperatura muito abaixo da média já no mês de janeiro.

 

TENDÊNCIA DA PRECIPITAÇÃO

 

O Rio Grande do Sul vem de dois anos seguidos de forte estiagem nos meses de verão e a tendência é o quadro se repetir, mesmo que não apresente a mesma severidade, em 2006. O verão por si só já é mais seco que as outras estações do ano e em 2006 a influência do La Niña e outras variáveis deve determinar que a estação seja ainda mais seca do que o normal.

 

O volume das precipitações no estado neste verão deve ficar abaixo da média histórica com chuvas mal distribuídas e irregulares. Algumas áreas do território gaúcho podem apresentar volumes de chuva excessivos em curtos períodos, mas no geral a perspectiva é a manutenção do quadro de déficit hídrico e o agravamento da estiagem que teve início em novembro em diversas localidades.

 

A Rede de Estações de Climatologia Urbana de São Leopoldo enfatiza que, ao menos no presente momento, não se vislumbra uma estiagem igual ou mais severa que a do verão passado no Rio Grande do Sul, a pior no estado nos últimos 60 anos e que comprometeu a economia gaúcha, sobretudo o PIB agrícola. Estamos destacando na análise estatística o ano análogo de 1996 e naquele verão foram registradas chuvas nos meses de janeiro e fevereiro que amenizaram parcialmente o déficit hídrico. Entretanto, as precipitações foram mais escassas na segunda metade da estação e no outono, o que pode vir a ocorrer em 2006.

 

A Rede de Estações de Climatologia Urbana de São Leopoldo, contudo, alerta que do centro para o sul gaúcho podem ser registradas condições tão severas de estiagem quanto a do verão passado com volumes dramaticamente baixos de chuva. O abastecimento de água pode ser seriamente comprometido e o setor rural novamente estará sob risco de elevadas perdas. Já no norte gaúcho a gravidade de um quadro de estiagem será menor, até mesmo em razão dos volumes elevados de chuva dos últimos meses nesta região, mas ainda são esperadas conseqüências adversas da diminuição das precipitações.

 

A Rede de Estações de Climatologia Urbana de São Leopoldo faz questão de reiterar a sua preocupação sobre a possibilidade da estiagem se prolongar pelo outono, o que é sinalizado por alguns modelos e poderia tornar a situação muito grave em áreas afetadas por baixa pluviosidade neste verão. O risco de estiagem neste verão, é importante recordar, não apenas é válido para o Rio Grande do Sul mas também existe em menor grau para Santa Catarina e o Paraná, sobretudo no oeste deste dois estados.

 

Como dito, as chuvas durante o verão costumam estar mais associadas ao desenvolvimento de nuvens carregadas que se formam devido ao aquecimento diurno e nesta estação a freqüência de temporais de fim de tarde e começo de noite no estado será menor do que o habitual, assim como já se verificou em 2004 e 2005. Já os chamados Complexos Convectivos de Mesoescala (CMM), assim como já vem ocorrendo, devem seguir atuando mais ao norte do que climatologicamente é comum, afetando sobretudo o Centro-Oeste do Brasil.

 

Por fim, alerta-se que devido à expectativa de chuva abaixo da média e estiagem o risco de incêndio em vegetação será acentuado neste verão de 2006, assim como já ocorreu no verão passado.

 

GEADA

 

O verão é a estação com menor número de dias com geada no ano, mas ao contrário do que pode se imaginar elas sim ocorrem na estação mais quente do ano. No que concerne aos efeitos do frio, as geadas podem ocorrer em maior número do que o habitual para a estação, sobretudo no mês de março. Existe a possibilidade do outono de 2006 ser um dos mais frios da última década, o que já pode repercutir no período final do verão na forma de geada nas áreas acima de 1.000 metros de altitude da Serra e do Planalto Sul Catarinense.

 

VENTO

 

O tradicional vento "Nordestão" nas praias soprará durante o verão por ser uma característica climática do Rio Grande do Sul em seu litoral norte. Sua intensidade e frequência, contudo, deve se maior devido à diferença térmica entre o mar e o continente. Ciclones extratropicais são muito menos freqüentes nesta época do ano, mas podem ser registrados. Já atividade ciclônica de natureza tropical é extremamente rara, mas algumas condições atmosféricas que se espera sejam semelhantes ao verão de 2004 – ano com dois eventos ciclônicos de estrutura tropical na costa do Brasil - não permitem afastar tal possibilidade no litoral brasileiro no próximo trimestre.

 

NEVOEIRO

 

Assim como ocorre com o frio, a geada e os ciclones extratropicais, o verão é a estação do ano com menor ocorrência de nevoeiro. Os episódios são escassos e se limitam mais à região da Serra, sobretudo dos Aparados. A freqüência é reduzidíssima nos meses de janeiro e fevereiro, mas aumenta a partir do mês de março.

 

TENDÊNCIA DE LONGO PRAZO

 

A Rede de Estações de Climatologia Urbana de São Leopoldo, assim como vem informando reiteradamente, reitera que o período de outono e inverno em 2006 pode ser um dos mais frios da última década com ocorrência de geada forte e neve mais cedo do que o padrão normal climatológico. No outono de 1999, último episódio de La Niña, nevou em pleno mês de abril no evento de neve mais precoce que se tem registro no sul do Brasil. No tocante à precipitação, o outono, como dito neste boletim, pode ter chuva ainda abaixo da média com um eventual prolongamento do quadro de estiagem assim como ocorreu em 1996 e 2004. O inverno de 2006 pode entrar para a lista dos mais rigorosos da última década e que inclui 1999, 2000 e 2003. Adverte-se que as projeções para mais de 3 meses estão sujeitas a enorme variabilidade e que o recomendável é acompanhar as atualizações dos prognósticos.

 

Material produzido Equipe de Tendências Climáticas da Rede de Estações de Climatologia Urbana de São Leopoldo, sob a responsabilidade dos Meteorologistas Eugenio Hackbart e Luiz Fernando Nachtigall. O presente trabalho contou com o apoio dos técnicos Fabiano Rodrigues e Marcos Schneider e a consultoria especial dos Meteorologistas Marcelo Schneider e José Soares Lima. A divulgação das informações está condicionada à menção expressa da fonte.

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Pela minha leitura, só não teremos uma estiagem tão ou mais severa que a do ano passado porque a OMJ não está ativa. É a nossa sorte! :D

 

Realmente Delcio... Mas como o Ale já respondeu, no sul pode ser igual...

 

O melhor do boletim, além de muito explicativo e abrangente, é que o frio ano que vem, chega cedo :D

 

Abraço

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Site da defesa civil, 27 de abril de 2005:

 

"Nos últimos anos sempre nevou no mês de maio com fortes erupções polares que trouxeram temperaturas negativas e muita geada."

 

"É possível que tenhamos a primeira neve do ano no sul do Brasil agora em maio assim como os primeiros registros de temperaturas negativas. Certamente haverá uma frequência de geadas muito maior, ou seja, revelando-se um padrão de fenômenos típicos de inverno."

 

"A Climatologia Urbana considera ainda que as condições serão muito favoráveis ao ingresso de intensas e poderosas massas de ar polar na segunda quinzena de maio e durante o mês de junho com provável ocorrência de neve (até significativa) devido à provável continentalidade destas erupções polares e a presença de ciclones extratropicais no Oceano Atlântico."

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Site da defesa civil, 27 de abril de 2005:

 

"Nos últimos anos sempre nevou no mês de maio com fortes erupções polares que trouxeram temperaturas negativas e muita geada."

 

"É possível que tenhamos a primeira neve do ano no sul do Brasil agora em maio assim como os primeiros registros de temperaturas negativas. Certamente haverá uma frequência de geadas muito maior, ou seja, revelando-se um padrão de fenômenos típicos de inverno."

 

"A Climatologia Urbana considera ainda que as condições serão muito favoráveis ao ingresso de intensas e poderosas massas de ar polar na segunda quinzena de maio e durante o mês de junho com provável ocorrência de neve (até significativa) devido à provável continentalidade destas erupções polares e a presença de ciclones extratropicais no Oceano Atlântico."

 

Vicente, apenas a neve não se confirmou. Agora faz um favor. Vai no site da Defesa Civil e lista todas as coisas que se confirmaram em 2005 e ninguém mais previu. Sobre maio ainda, confirmando a previsão feita um mês antes de uma intensa massa de ar frio na segunda quinzena:

 

REDE DE ESTAÇÕES DE CLIMATOLOGIA URBANA DE SÃO LEOPOLDO

 

BOLETIM ESPECIAL

 

23/05/2005 - 10:00

 

GRANDE PORTO ALEGRE REGISTRA GEADA E AUSENTES TEM A MENOR TEMPERATURA DO ANO NO ESTADO

 

Após um domingo que já tinha sido gelado, o Rio Grande do Sul viveu hoje o amanhecer mais frio até agora neste ano. Em todo o estado os gaúchos voltaram a acordar com baixas temperaturas e que mais uma vez caíram abaixo de zero nas partes mais altas do território gaúcho.

 

A temperatura mais baixa registrada hoje no Rio Grande do Sul foi observada na estação meteorológica da Rede de Climatologia Urbana de São Leopoldo localizada na área urbana de São José dos Ausentes, onde nossos termômetros indicaram 3 graus abaixo de zero. A estação da Climatologia "Céu do Rio Grande", situada no cume do Pico do Monte Negro a 1403 metros de altitude eum Ausentes, ponto mais alto do estado, acusou uma mínima de 4 décimos negativos (-0,4). Já na rede de observação do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) a menor marca ocorreu em Bom Jesus com 0,2 grau positivo.

 

O frio foi muito intenso em toda a região serrana. Na estação meteorológica da Climatologia Urbana localizada na divisa de São Francisco de Paula com Cambará do Sul, na localidade de Tainhas, a mínima foi de 0,1 positivo com geada muito forte e mínima de 4,4 graus negativos na relva (medição no solo). O amanhecer foi gelado também na região de Caxias do Sul, onde Farroupilha teve uma mínima de 0,3 grau negativo no distrito da Vicentina.

 

Na Base Aérea de Santa Maria fez 5 graus, no Aeroporto de Uruguaiana 6 e no aeroporto de Pelotas 4 graus.

 

A Grande Porto Alegre amanheceu com geada e as menores temperaturas até agora neste ano de 2005.

 

No Aeroporto Salgado Filho fez 6 graus ao amanhecer enquanto que na Base Aérea de Canoas a mínima foi de apenas 3 graus. Já na sede da Climatologia Urbana em São Leopoldo a mínima foi de 5 graus. O ponto mais frio da Grande Porto Alegre mais uma vez foi a área rural de Novo Hamburgo, onde no Distrito de Lomba Grande a Climatologia Urbana registrou uma mínima de 2,2 graus com geada moderada.

 

O meteorologista Eugenio Hackbart explica que o frio foi mais intenso hoje nas áreas de vales e baixadas, o que explica as mínimas mais baixas na Grande Porto Alegre e na estação da Climatologia Urbana na área urbana de Ausentes. Conforme Hackbart, nestas circunstâncias "o ar frio mais pesado desce e se concentra nas áreas mais baixas e de vales, diminuindo fortemente a temperatura".

 

O frio foi intenso nesta segunda-feira também em Santa Catarina. A estação do INMET em Lages acusou 1,8 grau negativo. Já em São Joaquim a EPAGRI registrou 0 grau na área do Parque da Maçã, onde funciona a estação. Por sua vez, na sede da empresa Climaterra em São Joaquim a mínima foi de 0,9 grau abaixo de zero. Já no ponto de medição da Climaterra no distrito do Cruzeiro em São Joaquim, a 1.507 metros de alitude, a mínima alcançou 4,4 graus negativos com dez graus negativos na relva (junto ao solo).

 

Houve formação de geada na maioria das regiões gaúchas, especialmente no Planalto Médio e na Serra. Até mesmo na Grande Porto Alegre foi registrada a ocorrência do fenômeno nesta manhã.

 

Confira agora as temperaturas mínimas observadas hoje no Rio Grande do Sul e Santa Catarina:

 

Pico do Monte Negro - Ausentes: - 0,4 (1)

São José dos Ausentes - área urbana: - 3,0 (1)

Bom Jesus: + 0,2 (2)

Lagoa Vermelha: + 1,2 (2)

Tainhas - São Francisco de Paula: + 0,1 (1)

Passo Fundo: + 3,2 (2)

Farroupilha - Distrito da Vicentina: - 0,3 (4)

Cruz Alta: + 3,8 (2)

Iraí: + 2,8 (2)

São Leopoldo: + 5,0 (1)

Lomba Grande, Novo Hamburgo - parte alta: + 4,0 (1)

Lomba Grande, Novo Hamburgo - baixada: + 2,2 (1)

Base Aérea de Canoas: 3 graus (3)

Base Aérea de Santa Maria: 5 graus (3)

Aeroporto de Pelotas: 4 graus (3)

Aeroporto de Uruguaiana: 6 graus (3)

Lajeado: + 4,6 (6)

São Joaquim - Sede da Climaterra: -0,9 (5)

São Joaquim - Epagri: 0,0 (2)

São Joaquim - Distrito do Cruzeiro: - 4,4 (5)

Lages: - 1,8 (2)

 

(1) Dados da Climatologia Urbana de São Leopoldo (2) Dados do INMET (3) Dados do Ministério da Aeronáutica (4) Eduardo Anselmi (5) Climaterra Meteorologia (6) UNIVATES

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Site da defesa civil, 27 de abril de 2005:

 

"Nos últimos anos sempre nevou no mês de maio com fortes erupções polares que trouxeram temperaturas negativas e muita geada."

 

Sempre :?:

 

"É possível que tenhamos a primeira neve do ano no sul do Brasil agora em maio assim como os primeiros registros de temperaturas negativas. Certamente haverá uma frequência de geadas muito maior, ou seja, revelando-se um padrão de fenômenos típicos de inverno."

 

"A Climatologia Urbana considera ainda que as condições serão muito favoráveis ao ingresso de intensas e poderosas massas de ar polar na segunda quinzena de maio e durante o mês de junho com provável ocorrência de neve (até significativa) devido à provável continentalidade destas erupções polares e a presença de ciclones extratropicais no Oceano Atlântico."

 

esse cenário está mais parecido com o do ano passado

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Eu , como uma grande parte dos participantes do BAZ são de observadores não tendo portanto nenhuma formação academica sobre meteorologia, somos apenas amantes do frio e neve.

Já vivi em outras partes do mundo como em Malmo na Suecia e Greensboro,NC nos Estados Unidos, posso afirmar que lá também e sendo países de primeiro mundo e com problemas muito sérios no inverno tanto de muito baixas temperaturas como nevascas sérias, acontecem muitos erros nas previsões.

Desde que acompanho o BAZ me surpreendo com a Climatologia tanto pelo indice de acertos como de previsões absolutamente conflitantes com orgâos oficiais.

Claro que previsões a longo prazo a margem de erro tende a ser maior, por isso são previsões, mas eu acredito no potencial dessa rapaziada realmente estudiosa e com muita garra.

Continuem assim, e aproveito para desejar a todos um feliz 2006 e um bom natal

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se sempre nevasse em maio, não haveria uma parte especial do BAZ para ondas de frio nesse mês

 

em comparação com maio do ano passado, o cenário para erupções polares deveria ser bem menos favorável esse ano

 

Vicente,

 

Ninguém disse que sempre nevou em Maio. Reveja seus argumentos, antes de escrever fique atento ao que foi dito. Mas a neve neste mês está longe de ser rara. Reveja os dados históricos antes de levantar qualquer questão acerca daquela previsão.

 

DEVERIA ser menos favorável? De onde você tirou isso?

 

Quero explicações, não simples frases sem sequer um ponto final...

 

Sds.,

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REDE DE ESTAÇÕES DE CLIMATOLOGIA URBANA DE SÃO LEOPOLDO

 

BOLETIM ESPECIAL PARA IMPRENSA E DEFESA CIVIL

 

DOM 18 DEZ 2005 - 14:00

 

BOLETIM DE TENDÊNCIA CLIMÁTICA PARA O VERÃO 2005/2006

 

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A Rede de Estações de Climatologia Urbana de São Leopoldo esclarece que este será o último boletim de tendência climática publicado na íntegra de forma pública. A partir de 2006, o acesso ao conteúdo integral das informações meteorológicas e climatológicas geradas diariamente será garantido somente aos nossos parceiros no setor público e privado.

 

 

Como sempre, extremamente transparente e competente o boletim.

Parabéns prof. Eugenio e equipe.

Já instalei termômetro com registro de mínima e máxima no meu sítio aqui em Gramado (+/- 840 mt de altitude). Agora é só esperar...

 

Pergunta:

Nós aqui do BAZ continuaremos tendo acesso ao conteúdo integral?

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vai ver eles estão na dúvida :lol:

Alexandre, sem querer eu assisti uma previsão, aí, que usa as informaçõs do INMET.

se realmente for do INMET , olha a previsão:

 

- mais chuva e mais calor para o sudeste

- mais chuva para o norte

-mais seca e mais calor para o Sul e para o nordeste

 

Sds e até ãmãnhã

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Clima

 

Verão pode ter calor maior que a média

 

21 de Dezembro de 2005

 

O início do verão, na tarde desta quarta-feira, poderá marcar o começo de uma temporada de calor acima da média da estação no país. De acordo com meteorologistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a estação, que começa oficialmente às 15h35 (horário de Brasília), poderá ter temperaturas superiores às registradas normalmente - entre 24 e 30 graus em média.

 

De acordo com o meteorologista Ricardo Reinke, não há dados exatos para fundamentar a previsão, mas as observações feitas em 2005 em todo o país dão pistas de que o calor será mais intenso do que o de costume. Na região Norte, há previsão adicional de chuvas acima da média no verão. Mesmo com o calor maior, o verão pode ter também períodos de queda brusca de temperatura.

 

Conforme o especialista Reinke, do Inpe, o calor acima da média do verão não tem uma explicação unânime dos meteorologistas. "Alguns pesquisadores dizem que isso deve-se ao aquecimento global, outros negam esta versão", explica ele. Para esta quarta, as previsões incluem cenários pouco comuns para o verão: no Sudeste, por exemplo, uma frente fria pode trazer fortes chuvas.

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URUGUAI:

 

LLEGÓ EL VERANO

 

Pase usted y sírvase algo

 

21.12.2005

 

El verano entra a las 16:30 horas del día de hoy, con la promesa de buen tiempo y un poco de descanso después del año laboral.

 

La llegada oficial del verano se producirá a la tarde del día de hoy, rondando las 16:30, dando el pitazo inicial a la temporada preferida de la gran mayoría de las personas.

 

¿Cómo será este verano? Según la información que manejan los meteorólogos privados y oficiales, será más caluroso y más seco, o sea, muy bueno para el turismo, no tanto para el agro, ya que se esperan tiempos de sequía.

 

La media de la temperatura rondará entre 30 y 35 grados en la zona sur, y un poco más en la zona norte.

 

Como siempre esto será en enero , el mes más caluroso, aunque febrero tendrá su buena cuota de calor también

 

En el sitio web de Meteorología, el organismo oficial coincide con estos pronósticos en líneas generales, aunque no asegura tan terminantemente que la temperatura será más elevada.

 

A pesar de todo, según el informe que hiciera público el programa Dicho y hecho en Canal 10 este martes, los meteorólogos temen que pueda repetirse algún fenómeno atmosférico extremo, similar al temporal del 23 de agosto pasado.

 

Esta es la creencia al menos del predictor Núbel Cisneros, aunque Vázquez Melo y Meteorología no se animan a aventurar un pronóstico similar faltando tanto tiempo, aunque sí aclaran que la estación es propicia a ese tipo de fenómenos atmosféricos.

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Uruguai - Comienza un verano con más calor y menos lluvias

 

El período estival se inicia hoy a las 16 y 35 horas. Las lluvias faltarán a la cita y hay indicios para posible sequía

 

Hoy, cuando sean las 16 y 35 horas habrá comenzado el verano. Un período estival que según varios actores será más caluroso que los anteriores.

 

Consultado por El País el meteorólogo Núbel Cisneros dijo que el verano que comienza será "muy bueno", sobre todo en lo referido al turismo. El especialista prevé que en enero la temperatura en las zonas sur y este se ubique entre 32º y 34º y en el norte y centro entre 35º y 37º.

 

Cisneros dijo además que habrá un bajo régimen de lluvias que van a ser deficitarias respecto a los registros de años anteriores. "Esto va a traer como consecuencia sequías en el centro y en el noroeste del país", sostuvo.

 

Respecto a febrero el especialista señaló que las temperaturas serán más bajas que en enero. Estarán en el entorno de 27º y 29º en el sur y alrededor de 32º en el norte.

 

Para marzo, en tanto, señaló que continuará el buen tiempo, aunque con menos calor.

 

En tanto, la sociedad "Amigos del Viento" señaló que es probable que en verano hayan temperaturas un poco más altas que las habituales. También consideran que pese a la escasez de lluvia en primavera, las deficiencias estivales no alcanzarán la intensidad del verano.

 

Para "Amigos del Viento" existe riesgo de dos o tres episodios de tiempos severos, lo que es "típico de la estación".

 

Meteorología, en tanto, señala en un informe publicado en su sitio web que en el próximo verano hay 40% de posibilidades que la temperatura sea más alta que los veranos anteriores en la zona este y sureste, 35% que sea igual y 25% que sean más baja. En las demás zonas, el organismo oficial señala que no habrá cambios significativos respecto a períodos estivales de años anteriores.

 

En cuanto a las lluvias, Meteorología señala que puede haber cambios respecto a años anteriores en las zonas del litoral oeste, norte y noroeste. Afirma que hay 25% de posibilidades de más precipitaciones, 35% de que sean iguales a otros años y 40% que sean menores.

 

Desde el punto meteorológico, de todos modos, no está todo dicho y subisten algunos misterios a develar en próximas semanas. Por su parte, Diego Vázquez Melo dijo a El País que a la fecha no existen suficientes elementos de juicio para poder prever los niveles de temperatura media y de precipitaciones durante el próximo verano.

 

Tendencias historicas

 

TEMPERATURA. Las temperaturas medias se ubican en 23,1º y las máximas son del orden de los 29º con una distribución descendente en sentido norte sur. El máximo se sitúa en Artigas con 31,2º y en Colonia y Carrasco con 27º.

 

DECADA. En los últimos 10 años la temperatura media fue de 23,2º. Las lluvias medias en la última década fueron de 356 milímetros.

 

RECORD. La máxima temperatura registrada en verano fue el 15 de enero de 1986 en Salto con 42º.

 

HUMEDAD. La humedad relativa media es de 68% en todo el país.

 

VIENTO. La dirección más frecuente es desde el este y su velocidad media de 15 kilómetros por hora.

 

NUBOSIDAD. Existe promedialmente 40% de días claros, 33% de algo nubosos y nubosos y 26% con cielo cubierto.

 

PRECIPITACION. Las lluvias medias en verano son de 357 milímetros.

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um breve olhar sobre o Paraná

Eu creio que, o Paraná enfrentará a seca do Ronaldo já no mês de janeiro, uma vez que ela está começando nestes instantes a se prenunciar pelo oeste do Estado. Chuvas abaixo da média (como em 2004), periodos de forte calor (31/33 graus), podendo chegar aos 35, mas, sem quebrar os recordes da estação, que são de 37 em Cascavel, 40 em Foz do Iguaçu, 38 em Maringá, 40 em Londrina, 39 em Paranavaí, 40 em guaíra, 41 em Assis Chateaubriand, 36 em Ponta Grossa, 35 em Guarapuava e 35 também em Curitiba.

Tempo quente também na faixa Leste, mas mesmo assim ainda com influencia maritima temporaria e corriqueira.

 

Feliz verão e aguentem :oops:

Hoje fez 31,8 em Cascavel, o primeiro dia da estação foi TERRIVEL

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Gente, estavamos recuperando agora na internet uma matéria publicada em setembro e ficamos espantados. Leiam a matéria do Jornal Gazeta do Sul de Santa Cruz publicada em 22 de setembro. Foi como se a previsão para a primavera deste ano tivesse sido escrita agora, depois que tudo aconteceu. Jamais tivemos um prognóstico tão feliz. Raramente um prognóstico climático extremamente detalhado tem quase 100 por cento de precisão. Neste caso da primavera teve.

 

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