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Brasil Abaixo de Zero

Boletim de Tendência Climática para a Primavera - 2005


Alexandre Aguiar
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REDE DE ESTAÇÕES DE CLIMATOLOGIA URBANA DE SÃO LEOPOLDO

 

BOLETIM ESPECIAL DE TENDÊNCIA CLIMÁTICA

 

TER 20 SET 2005

 

TENDÊNCIA PARA A PRIMAVERA DE 2005

 

Antes do começo da cada estação, os profissionais da Rede de Estações de Climatologia Urbana de São Leopoldo fazem uma minuciosa análise dos modelos computadorizados de tendência climática, do comportamento da atividade solar e realizam comparações entre as condições recentemente observadas no Rio Grande do Sul com estatísticas históricas de forma a encontrar padrões atmosféricos semelhantes ocorridos no passado. Do estudo, resulta um Boletim de Tendência Climática com dados gerais sobre a nova estação e a perspectiva de temperatura, chuva e outros fenômenos meteorológicos.

 

CARACTERÍSTICAS GERAIS DA PRIMAVERA NO RIO GRANDE DO SUL

 

A primavera, que começa nesta quinta-feira, marca a passagem das características climáticas do inverno para o verão, sendo considerada uma estação de transição.

 

Historicamente, a média de precipitações aumenta em praticamente todas as regiões durante a primavera, revelando a história climática do estado que se trata de um período com risco acentuado de cheias de rios e enchentes.

 

A Rede de Estações de Climatologia Urbana de São Leopoldo destaca ainda que durante a primavera aumenta a frequência das tempestades no Rio Grande do Sul.

 

Juntamente com o verão, a primavera é o período do ano com maior incidência de temporais no estado. Algumas tempestades são intensas e o número de vendavais tende a aumentar no período. Já os episódios de granizo, apesar de comuns, não sofrem muita diferença dos observados no inverno. Alerta-se que cresce a possibilidade de ocorrência de tornados no Rio Grande do Sul nesta época do ano devido a maior interação entre massas de ar frio e quente, tendo o mais expressivo episódio de tornados no Rio Grande do Sul sido registrado justamente numa noite de primavera. Foi em 11 de outubro de 2000, quando uma série de tornados com intensidade entre F1 e F3 atingiu a região entre a zona sul de Porto Alegre e o litoral norte gaúcho, provocando danos catastróficos na área de Águas Claras em Viamão.

 

No decorrer da estação, é muito comum ainda a formação de Complexos Convectivos de Mesoescala, os chamados CCMs, que nada mais são do que aglomerados de nuvens muito carregadas. Estas áreas de instabilidade crescem de forma espantosamente rápida e se originam na maioria dos casos durante o final da tarde e o período da noite na Argentina e Paraguai, avançando quase sempre para o sul do Brasil. Os complexos convectivos atingem sua intensidade máxima na madrugada e perdem força durante a manhã. Muitas vezes estão associados a condições de tempo severo como chuva torrencial em curtos períodos, fortes tempestades elétricas, ventos intensos e queda de granizo. As regiões mais sujeitas à ação dos CCMs são o oeste, centro e norte do Rio Grande do Sul, além do norte argentino, Uruguai, Paraguai, oeste dos estados do Paraná e Santa Catarina e sudoeste do Mato Grosso do Sul.

 

Trata-se de um dos períodos mais favoráveis do ano ao registro de baixas pressões atmosféricas e que em algumas situação atinge níveis perigosos abaixo dos 1.000 hectopascais. Sob condições de pressão atmosférica muito baixa, a instabilidade aumenta muito e o risco de tempestade cresce acentuadamente, especialmente sob a presença de ar quente e úmido de origem tropical.

 

A partir de novembro e especialmente na primeira quinzena de dezembro, últimos dias da primavera, as características climáticas se aproximam das registradas no verão. Nesta época se tornam mais frequentes os temporais de final de tarde e começo de noite, causados pelo excessivo calor diurno e a umidade. Não raro as conhecidas "chuvas de verão" acabam trazendo alagamentos e danos materiais devido aos ventos fortes e à queda de granizo.

 

A primavera, como estação de transição para o verão, se destaca ainda pela elevação gradual das temperaturas. Se ondas de calor já ocorrem tradicionalmente no inverno, elas se tornam ainda mais frequentes na primavera, conforme a equipe de meteorologistas da Rede de Estações de Climatologia Urbana de São Leopoldo. São comuns períodos extremamente quentes e que podem trazer temperaturas entre 37 e 40 graus para a Grande Porto Alegre. Da mesma forma, os meses de outubro e novembro ainda costumam ter intervalos de baixa temperatura que podem resultar em geadas tardias e prejuízos na agricultura, especialmente no Planalto e na Serra. Até mesmo neve já foi registrada na primavera nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Os registros na esmagadora maioria dos casos datam da primeira semana da estação, mas há relatos esparsos de neve até em outubro e novembro sendo estudados, o que é considerado raríssimo. Assim como ocorre no outono, a primavera costuma apresentar dias com grande amplitude térmica, ou seja, uma grande diferença entre as temperaturas mínima e máxima com um amanhecer frio e uma tarde quente.

 

Durante a nova estação se observa também uma mudança no padrão do vento. Enquanto que no inverno a direção é predominantemente de sul e oeste devido ao ingresso das massas de ar polar e a presença de ciclones extra-tropicais no Atlântico, na primavera o vento tende a soprar mais do quadrante leste. Como o continente aquece mais rápido que as águas do Oceano Atlântico na costa gaúcha, a diferença de temperatura do continente para o mar favorece a ocorrência de brisa e vento leste no período da tarde e começo da noite, o que explica a observação popular do já conhecido “Vento de Finados" na segunda quinzena de outubro e no mês de novembro. Já em dezembro, no final da estação, a freqüência de vento norte aumenta consideravelmente.

 

Apesar da crença de que ciclones extratropicais são mais comuns no outono e no inverno, eles são igualmente comuns na primavera, especialmente na primeira metade da estação. Os dados históricos indicam a formação de ciclones muito intensos no Atlântico durante a primavera com registros de ventos de até 100 km/h no leste gaúcho em alguns casos recentes.

 

CONDIÇÕES ATUAIS DE CIRCULAÇÃO GLOBAL E DOS OCEANOS

 

No início deste mês de setembro, as temperaturas superficiais do Oceano Pacífico na região equatorial estiveram próximas dos valores normais na maioria das áreas compreendidas entre 180 graus Oeste e a costa da América do sul. As variações na temperatura das águas da superfície do Pacífico ficaram próximas de zero nas regiões Niño 3, Niño 3.4 e Niño 1+2 enquanto anomalias positivas persistiram na região Niño 4. O resfriamento generalizado das águas superficiais e profundas observadas durante os últimos três meses veio acompanhado de ventos de leste mais fortes que o habitual e de convecção sobre o Pacífico Equatorial Central próxima à normalidade. A maioria esmagadora dos modelos estatísticos e acoplados de clima indica um cenário de incerteza para os próximos meses, apontando desde um La Niña fraco até um El Niño fraco no final deste ano e começo de 2006. Na análise da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA), a tendência é de neutralidade para os próximos 3 a 6 meses no Oceano Pacífico. A Rede de Estações de Climatologia Urbana de São Leopoldo, porém, com base em análises estatísticas e a previsão de mínima atividade solar do ciclo de 11 anos nos próximos 24 meses, não descarta a hipótese de um La Niña se configurar. A SOI (Índice de Oscilação do Sul) não vem apresentando um comportamento típico de El Niño ou La Liña, situando-se ao redor de zero na média das últimas semanas. A SOI se constitui num dos mais importantes indicadores utilizados para apurar o estado do Oceano Pacífico e leva em conta as diferenças de pressão atmosférica entre Darwin na Austrália e o Taiti. Valores expressivos negativos da oscilação são indicativos de um episódio quente no Pacífico (El Niño) enquanto elevados valores positivos sinalizam um episódio frio (também conhecido como La Niña). Considerando as recentes condições, é interessante observar as condições registradas nos anos de 1902, 1921, 1934, 1936, 1953, 1957, 1979, 1986, 1989, 1990, 1991, 1997 e 2002. Se considerado o comportamento da SOI, um cenário de El Niño seria mais provável do que La Niña, mas tal indicador vem sendo muito errático em 2004 e 2005, particularmente devido à influência da Oscilação de Madden-Julian.

 

A Oscilação de Madden-Jullian, uma oscilação global relacionada à instabilidade nas regiões dos trópicos, esteve muito ativa nos últimos dois anos e, no entendimento da Climatologia Urbana de São Leopoldo, teve um papel fundamental para a ocorrência de estiagem no verão e os períodos chuvosos aqui no estado durante o outono. Entretanto, no final do outono e durante grande parte do inverno de 2005 observou-se um enfraquecimento do sinal do OMJ. Nas últimas semanas, porém, o sinal da oscilação voltou a se intensificar e deve influenciar as condições atmosféricas no Rio Grande do Sul na primavera em maior proporção do que no outono.

 

Outro fator que na análise da Rede de Estações de Climatologia Urbana de São Leopoldo está diretamente associado ao comportamento climático do Rio Grande do Sul é a temperatura da superfície do Oceano Atlântico junto ao litoral sul do Brasil e a Bacia do Prata. As águas mais frias durante o verão na costa influenciaram o quadro de estiagem e a temperatura da TSM muito acima da média, recentemente, colaborou não apenas para a intensificação dos profundos ciclones extratropicais registrados em Florianópolis (agosto), Uruguai (agosto) e Rio Grande do Sul (setembro) assim como para as temperaturas acima da média durante o outono e parte do inverno. Como já era esperado, as anomalias positivas de temperatura das águas oceânicas nas costas do sul brasileiro e do Uruguai diminuíram nas últimas semanas e a tendência é que o resfriamento persista gradualmente com algumas oscilações até o verão.

 

ANÁLISE ESTATÍSTICA

 

A Rede de Estações de Climatologia Urbana de São Leopoldo trabalha ainda com dados estatísticos para a formulação dos seus prognósticos climáticos, buscando padrões idênticos que tenham sido observados no passado. Com efeito, em 2005, não há um padrão claro em relação aos anos anteriores analisados. Foram encontradas semelhanças com o período 1963/1965, 1978, 1985, 1990, 1995, 2002 e 2004.

 

TENDÊNCIA DO REGIME DE PRECIPITAÇÕES PARA A PRIMAVERA DE 2005

 

O Rio Grande do Sul, após acumular um elevado déficit hídrico no primeiro trimestre, registrou volumes pluviométricos excessivos no decorrer do outono, sobretudo em episódios pontuais de chuva intensa em 23 de março, no começo de abril, início de maio e na segunda semana de junho. A chuva, entretanto, esteve mais concentrada no oeste e norte do estado enquanto no sul e leste gaúcho a chuva foi menos expressiva, apesar de ainda significativa em diversos locais destas regiões. A redução generalizada dos volumes pluviométricos durante o inverno agravou o déficit hídrico no sudoeste gaúcho, sul e leste do estado, o que foi parcialmente recuperado pelas chuvas agora de setembro.

 

A equipe de meteorologistas da Rede de Estações de Climatologia Urbana de São Leopoldo antecipa que, em linha com a incerteza quanto ao padrão do Oceano Pacífico nos próximos meses, os modelos numéricos uma vez mais controvertem significativamente quanto ao volume de chuva para o sul do Brasil ao longo desta primavera, apontando uns para uma situação de chuva abaixo da média e outros para precipitações acima da normal histórica. Porém, o entendimento da Climatologia Urbana é que a primavera apresente chuva próxima ou abaixo da média histórica com episódios pontuais de precipitações fortes a intensas. A previsão da Climatologia Urbana é de que os volumes pluviométricos possam ficar entre a média e acima da média no começo da estação, porém na segunda metade da primavera há chance das chuvas se tornarem irregulares com acumulados que se situem abaixo da média. Historicamente, chove mais na metade norte do estado durante esta época do ano e 2005 não deve fugir à regra. Já o sul e parte do leste gaúcho, especialmente o sudeste do estado, devem registrar chuva abaixo do normal durante a maior parte da estação, o que novamente pode agravar a situação de deficiência hídrica.

 

No final de novembro e sobretudo em dezembro o regime de precipitação começará a apresentar características mais próximas do verão com as precipitações sendo mais motivadas pelo aquecimento diurno (convecção) do que pela passagem das frentes frias. Com isso, as conhecidas chuvas e temporais de verão – que podem ser intensos em alguns casos – começam a ser registrados. Como vem se destacando que o ar frio estará atuando mais tardiamente neste ano, algumas frentes frias em novembro e dezembro podem determinar episódios de chuva muito intensa com risco até de cheias no estado, assim como verificado na primeira quinzena de dezembro de 2003.

 

A Rede de Estações de Climatologia Urbana de São Leopoldo adverte que o esperado maior ingresso de massas de ar frio na primavera de 2005 deve determinar que os temporais sejam mais fortes em outubro e novembro em relação aos anos anteriores, esperando-se ocorrências de vendavais, granizo e possivelmente até episódios de tornados ao longo da estação. Muitas tempestades estarão associados aos Complexos Convectivos de Mesoescala que se formarão em maior número no decorrer da primavera neste ano do que o observado em 2004 e 2003. Cabe recordar que tais áreas de instabilidade com atuação no período da noite e madrugada estão associadas à chuva forte, granizo e vendavais que devem afetar sobretudo o oeste, centro e norte do Rio Grande do Sul.

 

TENDÊNCIA DA TEMPERATURA

 

A Rede de Estações de Climatologia Urbana de São Leopoldo prevê no geral a continuidade da tendência observada já agora no mês de setembro. Enquanto os meses de junho, julho e agosto registraram temperaturas médias acima da normal histórica, as temperaturas médias até o momento neste mês tornam este setembro um dos mais frios no Rio Grande do Sul e parte de Santa Catarina dos últimos 50 anos com médias que devem terminar o mês entre 2 e 2,5 graus abaixo da normal histórica na maioria dos locais. Contudo, os desvios negativos em relação às médias históricas não devem ser tão pronunciados no decorrer da primavera.

 

As marcas nos termômetros devem se comportar entre próximas e abaixo da média histórica no cômputo geral da primavera com a expectativa de um maior ingresso de massas de ar frio do sul do que o habitual na estação que está começando. São esperadas madrugadas frias a muito frias em alguns dias de outubro e novembro com possibilidade de dias de temperatura baixa até mesmo em dezembro. Em perspectiva, a projeção é que os desvios negativos de temperatura sejam mais expressivos em novembro e dezembro do que agora em outubro, apesar da previsão do ingresso de pelo menos duas massas de ar frio em outubro.

 

Fortes ondas de calor são comuns na primavera e vão ser registradas especialmente nos meses de novembro e dezembro com máximas de 35 a 38 graus no estado. Apesar disso, devem ocorrer com menor freqüência que o habitual. Outubro, igualmente, deve registrar dias de calor, sobretudo devido ao ingresso de ar tropical quente e úmido antecedendo a passagem de frentes frias.

 

NEVE E GEADA

 

No que concerne aos efeitos do frio, as geadas devem ocorrer em maior número do que o habitual para a estação e alguns episódios tardios de geada podem ocasionar prejuízos para o setor agrícola. A Climatologia Urbana de São Leopoldo destaca que como conseqüência das temperaturas abaixo da média previstas para a segunda metade da estação, o estado deve registrar formação de geada em outubro, novembro e até mesmo no mês de dezembro, diminuindo gradativamente a possibilidade e a frequência do fenômeno com a proximidade do verão, apesar do risco de episódios muito tardios. Já a possibilidade de neve é remota, considerando que quando ocorre na primavera o fenômeno se dá geralmente na primeira semana, não se esperando intensa massa de ar frio nem para a primeira nem tampouco para a segunda semana da estação que está iniciando.

 

VENTO E CICLONES EXTRATROPICAIS

 

A Rede de Estações de Climatologia Urbana de São Leopoldo prevê que ciclones extratropicais devem continuar se formando no Atlântico Sul, porém com menor freqüência do que a observada nesta segunda metade do inverno. A intensidade dos fenômenos pode ser ainda ocasionalmente forte devido às águas relativamente quentes entre o Prata e o litoral brasileiro e por conta do avanço das massas de ar frio que devem chegar em maior número que o habitual na nova estação. O vento tende a soprar mais do quadrante leste especialmente a partir do final de outubro e o começo de novembro, passando a soprar de norte com maior freqüência em dezembro.

 

NEVOEIROS E UMIDADE

 

Os nevoeiros, por sua vez, vão se tornar cada vez menos freqüentes, especialmente a partir de novembro. A menor anomalia de temperatura do mar na costa gaúcha em relação ao inverno também deve colaborar para uma redução significativa nos dias de cerração no estado.

 

OUTRAS INFORMAÇÕES

 

Para outras informações entre em contato pelo e-mail:

 

contato@climatologiaurbana.com.br

 

Este boletim foi elaborado pelo meteororologistas da Climatologia Urbana de São Leopoldo Eugenio Hackbart, Luiz Fernando Nachtigall e José Soares Lima. Colobararam ainda os técnicos da Rede de Climatologia Urbana Marcos Schneider e Fabiano Rodrigues e a parceria técnica de Santa Catarina da empresa Climaterra.

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Fantástico o boletim!!!

 

Quanto a La Niña, mais uma vez os modelos parecem hesitar em confirma-la!!! Será que nós aqui no BAZ vamos ficar "chupando dedo" por mais um outono-inverno????? Sei que o Ronaldo vai dizer que eu tô chorando, he he he......Mas eu acho que aí seria a minha desistência do frio (eu iria fazer um pós doutorado na Austrália e talvez ficasse por lá) e o fim do BAZ!! Um site de amantes do frio jamais conseguiria sobreviver a um 2001-2005 "spiked" por um 2006 de outono-inverno nulo!!!!

 

Uma pergunta de leigo: esta tal de OMJ atua no sentido de provocar características de la niña na primavera-verão (chuva abaixo da média e temperatura mais baixa) e de el niño no outono-inverno(chuva acima da média e temperatura mais alta)??? É ela realmente o "cão chupando manga" ?

 

Foi o que pareceu pelo texto, ou seja, o samba do crioulo doido recente parece ser provocado por essa ilustre cidadã!!!

 

E aí eu pergunto: Essa maldita inimiga dos Bazianos tem histórico?? em que anos, décadas, séculos, etc... ela esteve mais atuante?????

 

Po..... Chega de primavera-verão de fria a amena e outono-inverno quente e sem neve!! Ninguém aqui aguenta mais (aliás, ninguém não, he he he, só os produtores de vinhos finos da Serra Gaúcha, he he he!!!!!

 

Valeu, Alexandre!! Abração!

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Uma pergunta de leigo: esta tal de OMJ atua no sentido de provocar características de la niña na primavera-verão (chuva abaixo da média e temperatura mais baixa) e de el niño no outono-inverno(chuva acima da média e temperatura mais alta)??? É ela realmente o "cão chupando manga" ?

 

Não, o seu comportamento pode induzir os mais variados cenários em qualquer época do ano. Mas o estudo de variações intrasazonais resrerva ainda muitas descobertas e é um campo fértil para pesquisa.

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No dia 22 de setembro, exatamente às 19:23, chega a primavera e com ela uma certa neutralidade climática, diferente do que foi observado nos últimos meses. O inverno que termina não foi marcado por ondas de frio persistentes como muitos gostariam. O Sul e o Sudeste tiveram os chamados veranicos que resultaram em temperaturas acima da média durante o mês de agosto. Portanto, não foi pelo frio que o inverno foi caracterizado e sim pelas tempestades e ciclones que ocorreram no sul do Brasil. De agora em diante, as temperaturas vão subir e as chuvas vão voltar para a região Sudeste e Centro-Oeste, o que é o normal para estas regiões. Para o Sul, a primavera também deve apresentar um comportamento normal para a estação: as frentes frias ainda serão intensas, com tempestades de ventos e granizos.

 

Se a primavera é lembrada pela maioria como a estação das flores e renovação da vida, para os agricultores representa um período de muitas expectativas porque este é o momento o qual se define o plantio e a próxima safra de grãos do verão, principal safra do País. O Brasil é responsável por 60 milhões de toneladas de soja o que tem sido um fator positivo na balança comercial. O plantio de milho já começou no Rio Grande do Sul - primeiro estado a cultivar a safra de verão. “O que tem ocorrido até agora em termos de precipitação já foi melhor do que o ano passado. As previsões de tempo nos indicam uma primavera e um verão mais dentro da normalidade, diferente das estiagens que vivemos em 2004 neste mesmo período”-diz o produtor de soja e milho Jairo Kohlrausch de Não-Me-Toque, Rio Grande do Sul. Não só Jairo, como muitos outros agricultores já comemoram as previsões que confirmam a neutralidade climática das próximas estações. Segundo o agricultor, é importante que o clima venha contribuir para a produção. “Só assim podemos tentar recuperar as perdas dos últimos dois anos quando o clima não ajudou muito”- comenta Jairo que consulta as previsões da SOMAR Meteorologia há mais de oito anos.

 

De acordo com a SOMAR Meteorologia, a primavera não terá influência de fenômenos como El Niño e a La Niña. “O oceano Pacífico que no primeiro semestre apresentou um El Niño de fraca intensidade, responsável pelas chuvas no Sul e as temperaturas amenas no Sudeste e Centro e Oeste, neste momento entra em uma fase de neutralidade” - explica o meteorologista da SOMAR, Paulo Etchichury. Segundo a NOAA, National Oceanic & Atmospheric Administration esta situação deve permanecer nos próximos 3 meses. “Isto significa uma primavera dentro das condições médias daquilo que é comum para cada região” - complementa Paulo. De acordo com o meteorologista, as frentes frias serão mais intensas no Sul, já no Sudeste e Centro-Oeste as chuvas retornam gradualmente. A regularização do regime de chuvas deve atrasar um pouco, mesmo assim, não deve ser um problema para os agricultores. Problema semelhante pode ser observado também sobre a parte sul da região Nordeste que tem o seu período de chuvas a partir de novembro, fator importante para a definição das lavouras de soja, feijão e algodão.

 

O verão também deve começar dentro de suas características médias. No entanto, os modelos que simulam o comportamento do Oceano Pacífico indicam um início de resfriamento das águas, caracterizando um possível novo episódio de La Nina. Segundo a SOMAR, dificilmente esta La Niña terá um grande impacto sobre o clima no Brasil durante o verão. E justamente por isso, por termos um verão em condições normais, é comum ocorrer períodos de estiagem sobre o sul do Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul e alguns episódios de chuvas fortes para Sudeste e Centro- Oeste. “Estas condições do verão não serão tão ideais para o agricultor como a primavera”- finaliza Etchichury.

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