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Brasil Abaixo de Zero

Caio César

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Posts posted by Caio César

  1. CFS 12Z veio com uma saída bastante fria para os próximos 30 dias.

     

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    Com um período bastante frio na segunda quinzena do mês, e que pela trajetória claramente indica anticiclones continentais

     

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    Sinceramente, acredito se tratar de uma saída bastante extremada. Nos modelos determinísticos de curto prazo já é possível observar a tendência de avanço de alguns anticiclones na grade de dez dias, mas ainda nada que tenha o potencial para causar essas anomalias sugeridas.

     

    Vamos acompanhar.

     

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  2. Em 02/04/2023 em 20:06, Flavio Feltrim disse:

     

    Obrigado por perguntar Matheus, é muito legal da sua parte questionar... SOI é abreviação em inglês do Índice de Oscilação-Sul. De forma simples e resumida, esse índice é a resposta que a atmosfera começa a dar devido a mudança na temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial. Quando as águas do Pacífico ficam mais quentes, a SOI cai, quando ficam mais frias a SOI sobe.

     

    Veja no gráfico que devido ao longo período de La Niña que tivemos, a SOI ficou quase sempre positiva, isso ocorre porque a SOI é calculada com base na pressão atmosférica comparada entre Tahiti (no meio do Pacífico Sul) e Darwin (no norte da Austrália). O normal é Tahiti sempre ter pressão mais alta que Darwin, porque as águas no Tahiti costumam ser mais frias. Quando temos El Niño, as águas no Tahiti ficam mais quentes, diminuindo a pressão e ficando proporcionalmente mais baixa que em Darwin, por isso a SOI cai, ficando negativa.

     

    Resumindo: se a SOI continuar caindo e permanecer pelos próximos meses com valores abaixo de -5, podemos dizer que o El Niño está configurado, pois não basta apenas as águas do Pacífico ficarem quentes, a atmosfera acima precisa responder, mudando a circulação (célula de Walker). Mas aí vem outra discussão...

     

    Excepcional explicação, Flávio. Importante observação quanto a queda da SOI, o que começa de fato a demonstrar a atmosfera iniciando uma resposta a mudança que vem sendo observada no pacífico equatorial.

     

    Outro índice que eu acompanho e acho bastante interessante é o MEI (Multivariate ENSO Index) que além da SST utiliza a SLP, vento zonal e meridional, além da OLR (Radiação terrestre liberada no espaço, cobertura de nuvens e vapor na atmosfera). Acho mais completo e reflete melhor o acoplamento da atmosfera ao comportamento do pacífico.

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  3. Em 29/03/2023 em 10:37, Flavio Feltrim disse:

    No cenário com máximas baixas na região sudeste, que utiliza análogos de anos passados (pré-1990), creio que se deva a excesso de nebulosidade e chuvas que ocorreram no inverno. Para termos a contraprova, seria oportuno rodar as anomalias de chuva para os análogos pré-1990.

     

     

    Mais uns ingredientes na mesa.

     

    Anomalia de precipitação para todos os anos sugeridos como possíveis análogos:


    KISSpvf.png

     

     

    Somente os anos pré-1990:


    pzSjkCf.png

     

     

    Anos pós-1990:


    VFtgdA9.png

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  4. Em 29/03/2023 em 10:37, Flavio Feltrim disse:

     

    Não querendo desanima-los, mas essa última rodada de plotagens apresentadas é a mais provável, pois utiliza uma normal climatológica mais fria (1981-2010) e roda os análogos mais recentes (pós 1997), sendo mais adequada a atualidade ao meu ver, inclusive se considerarmos a TSM do Atlântico que aqueceu após 1996 devido a fase quente da AMO.

     

    No cenário com máximas baixas na região sudeste, que utiliza análogos de anos passados (pré-1990), creio que se deva a excesso de nebulosidade e chuvas que ocorreram no inverno. Para termos a contraprova, seria oportuno rodar as anomalias de chuva para os análogos pré-1990.

     

     

     

    Obrigado Flávio pela deferência, especialmente vindo de um profissional do seu gabarito.

     

    Concordo com a sua opinião de que o último cenário de análogos, sobre a normal 81-10 se coloca como o mais provável. E os fatores foram todos pontuados por você de maneira certeira: El Nino clássico em evolução, fase da AMO (bem lembrada), condição do Atlântico de difícil reversão.

     

    Fatores que deixam os adoradores das frentes-frias invernais, acompanhadas de um potente e vigoroso anticiclone polar continental, sem muitas expectativas.

     

    A única coisa que resta acompanhar é a SOI que ainda não mergulhou em padrão de El Nino, e torcer por um comportamento da AAO favorável pra tentar mitigar um pouco as condições desfavoráveis que o menino impõe a nossas latitudes brasileiras.

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  5. Dando continuidade as análises dos análogos, eles podem também ser comparados a normal anterior 81-10 e chega-se aos seguintes resultados:

     

     

    Anomalia temperatura 1000mb

     

    M41GScJ.png

     

     

    Anomalia temperatura 2m


    Udkfq1H.png

     

     

    Anomalia temperatura mínima


    mW2Vbky.png

     

     

    Anomalia temperatura máxima

     

    7z0P7B5.png

     

     

    Diante desse quadro geral as notícias podem ser piores para a Argentina do que para o Brasil, e até relativamente positivas para o sudeste do Brasil.

     

    Nesse contexto é possível sugerir uma influência maior do ASAS atuando nas anomalias observados no centro e sudeste do Brasil para os anos análogos. Condição que "premia" o sul com temperaturas acima da média e, como se verifica nas imagens, sendo ainda pior para o centro do país vizinho. Com exceção ao sul da Patagônia que geralmente vivencia frio mais intenso que o normal em condições de El Nino.

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  6. Em 28/03/2023 em 14:41, Caio César disse:

    Alguns dos principais análogos do momento se formos considerar a condição e projeções para Nino 3.4:

     

     

     

    Por sugestão do colega Guto no grupo de WhatsApp plotei os anos pós 1990, mais quentes no geral e compreendidos pela normal climatológica que se utiliza como base de comparação.

     

    Para as temperaturas temos o seguinte resultado:


    KwuLFJh.png

     

    Novamente um padrão próximo a normal, com tendência ligeiramente acima da média pelas anomalias em parte do sul e sudeste do Brasil.

     

    Para a SST ficamos:


    BEpX33v.png

     

    Dentro da normal no A.S e El Nino no pacífico equatorial.

     

     

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  7. Alguns dos principais análogos do momento se formos considerar a condição e projeções para Nino 3.4:

     

    kViRUH3.jpg

     

    Se plotarmos as condições de anomalia de temperatura de junho a agosto destes anos chegamos a essa projeção:


    Q2nPP0E.png

     

    Um ponto interessante é a anomalia da superfície do mar, que para os mencionados anos com analogia apontada me causou surpresa e esperança quanto as condições no atlântico sul junto ao conesul.


    WsvaVDT.png

     

     

     

    O que se observa no geral:

     

    - Nino 1+2 bem aquecido

     

    - Atlântico sul resfriado (que pelas condições atuais terá que haver um duvidoso mergulho profundo nas anomalias)

     

    - Meses de inverno próximos a normal climatológica. Será mesmo?

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  8. As águas subsuperficiais no pacífico equatorial apontam na direção de um cenário cada vez mais aquecido.

     

    Com a SOI ainda rodando flat, sem mergulhar no terreno negativo, a questão que fica é o tamanho do aquecimento que virá quando a SOI despencar. O que poderá ocorrer mais para o final de abril quando a MJO deverá retornar a uma fase mais favorável a El Nino.

     

     

    Subsurface-SST-Anomalies.gif

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  9. Em 19/03/2023 em 12:22, Rodolfo Alves disse:

    INTERESSE NOTAR QUE AS SAÍDAS MAIS RECENTES DO CFS (LINHAS AZUIS) INTENSIFICANDO (E MUITO) O AQUECIMENTO DO PACÍFICO TANTO NO 1+2, QUANTO NO 3+4

     

     

    Isso é um péssimo sinal. Apesar de ainda estarmos em uma época considerada a zona de imprevisibilidade de ENSO, já começamos a entrar em uma fase com saídas mais confiáveis.

     

     

    A propósito hoje tivemos mais uma atualização:

     

    Atualização ENSO (variação semana anterior):

     

    NINO 1+2: 1.4 (-0.1)
    NINO 3: 0.6 (+0.2)
    NINO 3.4: 0.1 (+0.2)
    NINO 4: -0.1 (+0.1)

     

    Fonte: CPC - NOAA

     

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  10. Em 10/03/2023 em 17:23, Maicon disse:

     

    Sim. Pode ser que não ocorra neve nem mesmo no inverno, segundo afirmaram ontem na previsão do JN a noite.

    Está no G1 O vídeo.

     

    Mas, não sei.

    Anos de el niño já tivemos grandes ondas polares. Acho que depende de outros eventos, cuja verificação apenas é possível mais próximo do inverno mesmo.

     

    Willian Bonner até tirou o sarro, falando que seria verão no Rio de Janeiro o ano todo.

     

     

    Vi aqui:

     

    https://www.google.com/amp/s/g1.globo.com/google/amp/hora1/noticia/2023/03/10/previsao-do-tempo-fim-de-semana-comeca-com-temporais-no-sudeste-e-forte-calor-no-resto-do-pais.ghtml

     

    Falaram: "outono e inverno bem quentes"... além de citarem a ausência de neve.

     

    Então no geral estão correlacionando muito a padrão de El Nino forte desde o outono, me parece.

     

    Cedo, muito cedo para tais sugestões.

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  11. Algumas observações sobre as atualizações dos modelos acerca do pacífico equatorial:

     

    Continuamos dentro da janela de imprevisibilidade de ENSO. Ainda difícil cravar um cenário, embora as medições atualizadas mostrem o caminho de um triplo episódio de La Nina já encerrada.

     

    Modelo Europeu como de costume performando com viés quente muito acima do padrão. Errou ano passado e pode estar superestimando o aquecimento novamente.

     

    Contudo vão crescendo as chances de JJA apresentar o surgimento de um evento de El Nino, em que pese a neutralidade ainda aparecer ligeiramente na frente na probabilidade.

     

    Segunda metade do inverno já deverá ser com pacífico quente.

     

    Pelos modelos possível vislumbra-se uma primeira metade do inverno com pacífico acima da média, sem El Nino plenamente estabelecido.

     

    Uma La Nada quente no outono e primeiro terço/metade do inverno é a linha média das rodagens.

     

    El Nino plenamente estabelecido na segunda metade do inverno me parece bastante factível.

     

    Quanto a temperatura vamos precisar de mais detalhes, comportamento da SOI em abril e maio, oscilações da AAO, além do ritmo e velocidade de aquecimento das zonas de ENSO. Até lá não é possível formatar um cenário de confiabilidade.

     

    Importante buscar os anos análogos, saída de La Nina para neutralidade/El Nino nessa mesma época, comportamento do Atlântico Sul nesses análogos, além de outras analogias possíveis de filtrar.

     

     

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  12. Em 03/03/2023 em 08:08, Juzinho disse:

     

    Buenos Aires virou a SP dos idos de 2012 a 2015 ...recordes de calor sendo batidos um atrás do outro .

     

     

    Lembrando que em fevereiro a capital argentina teve a temperatura mais baixa para o mês desde 1961, com 7,9. Também houve registro de neve na Sierra de La Ventana, ao sul da província.

     

    Em fevereiro também houveram recordes de calor, noite mais quente, máximas... enfim, uma gangorra climática.

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  13. @SMN_Argentina
    ·
    8 h
    #RÉCORD | 🔴🌡️A las 13h la Ciudad de Buenos Aires registró 38 °C, la temperatura más alta para marzo de toda su historia (desde 1906). El récord anterior era de 37,9 °C el 7/3/1952

     

    Recorde absoluto histórico batido ontem na cidade de Buenos Aires. 37,9 era a marca de 1952 a ser superada e foi batida com os 38 de ontem.

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  14. Em 01/03/2023 em 15:32, Moretão disse:

    Excelente análise. Em ocorrência de neve no sul do Brasil, o Caio deve ser o melhor... Não creio que outra pessoa tenho um histórico tão grande de rodadas dos modelos...

     

    Só gostaria de acrescentar, caso alguém não saiba ou não lembre, que também nevou em Urupema (Morro das Torres) e Urubici nesta ocasião.

     

    As duas últimas fotos são de Urubici. A quantidade de neve dos três municípios é muito parecida.

     

    Grato pela honrosa menção!

    Realmente esse evento trouxe neve com acumulação para uma grande região acima dos 1.500m no planalto sul catarinense. Por isso fiz questão de ressaltar o desempenho dos modelos em relação a projeção de neve acumulada.

    Praticamente todos erraram a projeção do fenômeno com exceção do CMC. O mesmo ocorrendo nas previsões de neve frustradas de agosto.

     

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