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Brasil Abaixo de Zero

Peregrine

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Posts posted by Peregrine

  1. 9 horas atrás, Samihr Hermes disse:

     

    Poção (1000m) fica perto de Monteiro, Cabaceiras e Arcoverde. Imagino como deve ter sido lá essa noite. Tem partes da região que chegam a 1100m. Acho que deve ser mais frio que Triunfo, visto que a maioria desses resfriamentos que eu vejo naqueles modelinho do GFS vem do Atlântico, e Poção fica mais perto do Atlântico do que Triunfo.

     

    Edit: Só pra acrescentar, tem uma outra PWS em Lavras da Mangabeira, Ceará. Lá a mínima foi 15.7 C.

    Morei por quase 15 anos na região dos Inhamuns, trabalhava entre Taua, Parambu e Quiterianopolis. Desses 3 municípios, Taua é o que tem as temperaturas mais altas. Por lá, as madrugadas com 22 graus  são bem amenas. Agora, 16,5 é matar o matuto de hipotermia. Aí vem o "Peregrino" há semanas fazendo observações que as temperaturas no semiárido estão bem abaixo da média (se é que podemos falar em temperaturas médias ) e logo se torna alvo de contestação. Por outro lado, o amigo Carlos Campos (que muito admiro ) queixando-se de "calor" de 4 graus. Já pensou se esse "calor" pega a gente por aqui ? Escapa ninguém !

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  2. 15 minutos atrás, Samihr Hermes disse:

     

    Sensacional. Vou ler e não me entenda errado, eu valorizo muito o conhecimento "matuto".

    A cidade de Quixada, no Sertão Central Cearense, realiza anualmente o encontro dos "profetas das chuvas". São agricultores pobres (aliás, como quase todos do semiárido) na maioria de idade avançada que, baseando-se na Fauna e Flora da Caatinga, realizam previsões para a quadra chuvosa. Vão desde a floração de algumas espécies de plantas até o comportamento de insetos e mamíferos bem como a observação astrológica. Dessas observações do "senso comum" nasce o conhecimento científico. O Clima é fascinante, dita como os seres humanos são e estão no Mundo. Hoje, já passando dos 60, acredito que mesmo o pensamento dos grandes filósofos da história tenha sido moldado pelo Clima, em suas respectivas épocas. Abraços !

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  3. 8 minutos atrás, Vinicius Lucyrio disse:

     

    Eu vou repetir mais uma vez que só considero esse tal ICA com referência bibliográfica de impacto no meio científico, mas aos outros pontos vamos lá.

     

    Não houve fase fria entre as décadas de 1940 e 1970, houve um período de estabilidade. Não sei ao certo o motivo, mas o retorno do aquecimento pós 1970 pode estar relacionado ao aumento importante do uso de petróleo e de carvão mineral a partir de meados da década de 1960, o que fez com que a concentração de gases do efeito estufa aumentasse muito. De fato, o uso já era crescente antes, mas num nível bem inferior.

    1280px-Global_Carbon_Emissions.svg.png

     

    Faz sentido pensar na atividade solar como modulador natural do clima, desde que haja um impacto significante na dose de radiação solar que chega ao topo da atmosfera. Aproximadamente 50% dessa radiação chega à superfície, aquecendo a atmosfera de baixo para cima. Só que se você tem componentes que são fortes absorvedores de radiação no infravermelho termal (o calor, sendo mais informal), você acaba por compensar parte do feedback negativo na temperatura que ocorreria por uma menor irradiância chegando até a superfície, pois o calor fica retido. Para uma compensação total, seriam necessários sucessivos ciclos solares muito fracos, ao longo de muitos anos, para diminuir a quantidade de radiação terrestre retida.

     

    Sobre poeira cósmica, prefiro não opinar pois não conheço nada sobre. Mas para haver condensação de água na atmosfera (formação de nuvens, por assim dizer), é necessário que haja núcleos de condensação, que são partículas higroscópicas que servem de catalisador na formação de gotas.

     

    Sobre a Lua, conheço um pouco apenas de seus efeitos nas marés devido a ação da força gravitacional.

    Como já frisei em outros posts, não tenho formação em Meteorologia muito menos em Climatologia. No entanto, se meus comentários não têm embasamento científico, procuro desenvolvê-los dentro de uma certa Lógica. Sou apenas um Matuto da Caatinga buscando fazer da compreensão climática uma aliada ao desenvolvimento de minhas atividades agropecuárias. https://www.scielo.br/pdf/rbmet/v24n1/06.pdf

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  4. 2 horas atrás, Samihr Hermes disse:

    Amigo Samihr, em Ciência se discute hipóteses. Primeiro deve haver o Problema para em seguida se formular hipóteses para elucidação do mesmo. Dai em diante segue-se o método científico até a elaboração de uma Tese. Em Filosofia, seguimos e método Dialético que consiste basicamente em Tese / Antítese / Síntese. Não sei se já assistiu ao documentário, porém poderia, dentro de uma análise filosófica, servir como Antitese dos links postado por você. 

     

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  5. 4 horas atrás, Vinicius Lucyrio disse:

     

    Vou tentar ser breve e didático, e tentar definir alguns termos.

     

    Radiação de onda curta (até ~4 micrômetros, compreende as bandas do UV, Visível e Infravermelho próximo) é a radiação dita solar. Radiação de onda longa (> 4 micrômetros, na faixa do infravermelho termal ou distante) é a radiação emitida pela superfície terrestre, ou a dita radiação terrestre. Em radiação, um corpo negro é definido como um corpo que emite toda a radiação que absorve, não retendo nada.

     

    Efeito estufa é um processo natural pelo qual a atmosfera, com seus componentes, retém parte da radiação terrestre, o que mantém o planeta numa temperatura propícia a vida. Apenas 1% dos gases que compõem a atmosfera são os ditos gases-traço, pois estão em quantidades muito pequenas, dentre eles estão o Ozônio, Dióxido de Carbono, Monóxido de Carbono, Óxidos de Nitrogênio, Metano, etc. Cada gás absorve radiação em determinadas bandas do espectro eletromagnético. Quando falamos de efeito estufa, falamos principalmente do efeito do vapor d'água (o principal) e o dióxido de carbono (que tem suas concentrações aumentando ano após ano). Estes dois gases absorvem muita radiação em faixas termais do espectro, por isso o efeito no aquecimento do planeta.

     

    Aquecimento global é o fenômeno causado pelo desequilíbrio do efeito estufa, ou seja, o aumento na concentração de alguns componentes. Não é difícil entender: o dióxido de carbono, mesmo em partes por milhão, tem alta capacidade de absorção de radiação terrestre. As concentrações crescentes aumentam essa capacidade cada vez mais, o que aquece a troposfera, aquece as massas d'água aumentando a concentração de vapor d'água o que aumenta AINDA MAIS a retenção de radiação. 

     

    Quanto ao papel da radiação solar, ela tem pouca participação no aquecimento direto da atmosfera. Ela precisa chegar à superfície, e aí sim por meio da radiação terrestre aquecer a troposfera de baixo para cima. Os ciclos solares poderiam ter algum efeito se a concentração dos gases do efeito estufa estivessem dentro de uma faixa considerada normal.

     

    Ah, outra coisa, o CO2 é um gás de alto tempo de residência na atmosfera, ele não fica pouco tempo à deriva depois de ser emitido. Estamos falando de algo em torno de 100 anos.

     

    Não pense que por ser uma concentração na ordem de ppm não vai ter efeitos no clima. Vai. E isso pode ser explicado matematicamente. Eu, na minha paixão por frio, tinha uma visão limitada pois via apenas o que eu queria ver, mas me livrei disso, amém.

     

    Sobre este tal de ICA, ainda espero uma referência bibliográfica de impacto.

    Se não há uma variabilidade no Índice de Circulação Atmosférica e essa variável não afeta o Clima do planeta, como o amigo justificaria a "fase fria" entre 1945 até 1975. "Quanto ao papel da radiação solar" gostaria da opinião do amigo sobre a atividade solar e o aumento ou diminuição de poeira cósmica na atmosfera terrestre e se haveria ligação com aumento ou diminuição na cobertura de nuvens. Quanto a Lua, gostaria da análise do amigo sobre os eventos de El Nino fortes (aumentam entre 0,5 a 0,8 graus as temperaturas do planeta) ocorrerem sempre entre o ponto médio /mínimo / médio  do Ciclo Nodal Lunar.

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  6. 2 horas atrás, Rafael Nogueira disse:

     

    Difícil acreditar nas observações meteorológicas de alguém que disse que geou em pleno sertão do Ceará fazendo 19 graus. 

    Nunca disse que geou no sertão do Ceará, o amigo está equivocado. Apenas transmiti notícia divulgada pela mídia. Por outro lado, não duvido das pessoas que afirmaram haver pequenas pedras de gelo sobre o orvalho. Chuva de granizo é rara por aqui, mas ocorre.

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  7. 2 horas atrás, LeoP disse:

     

    Em qual estação ou estações você baseia sua afirmação? Ou é da sua cabeça/percepção mesmo? Pela latitude da região, é impossível uma anomalia tão alta. Para você ter uma ideia, o mês mais frio da história de Porto Alegre teve anomalia de -4,0.

     

    E suas previsões falharam miseravelmente. Bastou chegar a 2a quinzena de julho que a América do Sul esquentou e o sudeste continua sem seu inverno.

    https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2020/07/07/apac-registra-temperaturas-ate-4oc-abaixo-da-media-historica-em-pernambuco.ghtml

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  8. 1 hora atrás, Beto Krepsky disse:

    Bloqueios como esse sempre fizeram parte do nosso clima, mas admitam, nosso clima não é mais o mesmo, o planeta está aquecido, não vejo um cenário positivo para os nossos invernos nos próximos 10/15 anos. Embora eventos significativos de frio ainda estão por vir, como aquele que aconteceu em 2013.

     

    Julho pras latitudes subtropicais já Elvis, mas estou confiante pra agosto.

    "nosso clima não é mais o mesmo, o planeta está aquecido" Gostaria, se possível, de mais esclarecimentos do amigo sobre essa afirmação. Aqui no semiárido as temperaturas estão 5 graus abaixo da média neste inverno (se é que existe Temperatura Média Global). O Ciclo Solar 24 é um dos menos ativos desde a contagem do NMS dos ciclos de 10 anos. O Pacífico em sua fase fria (ODP) alguns meteorologistas já falam em La Nina. A Lua em seu Ciclo Nodal entre o ponto médio e máximo (permanecendo assim por mais uns 8 anos). O Índice de Circulação Atmosférica (ICA) com o aumento da amplitude das Ondas de Rossby, passando a ter um escoamento meridional, Não vejo portanto, razão para o "planeta está aquecido". 

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  9. 7 horas atrás, Samihr Hermes disse:

    Boa tarde, pessoal.

     

    Piatã/BA (~1284m de altitude) teve 3 dias seguidos de sub-20 nas máximas.

              Max        Min
    18.7 13.9
    17.9 12.9
    16.3 12.5

     

    Hoje ainda não passou dos 20 novamente, vamos ver o que acontece ao longo do dia.

     

    Outro dia vi algumas pessoas do fórum comentando sobre a diminuição da precisão dos modelos devido à pandemia.

     

    Pois bem, hoje achei esse artigo do GRL entitulado "COVID-19 Pandemic Imperils Weather Forecast" que fala exatamente sobre isso.

     

    https://agupubs.onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1029/2020GL088613

     

    Os pontos chaves que o autor cita são:

     

    image.thumb.png.e3985b80c0daa9ef4d584054ece201d5.png

    Morei por 3 anos em Mossoró, por lá ouvia falar que na cidade de Martins, acho que pros lados de Pau dos Ferros, fazia um friozinho no inverno. Já ouviu falar ?

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  10. 38 minutos atrás, Carlos Campos disse:

    As instabilidades frontais não trouxeram os 2 mm previstos pra Curitiba, mas provocaram temporais fortes no sudeste e sul do estado, como em São Mateus do Sul e Tijucas do Sul 👇

    Screenshot_20200713-203825.png.abd337f5a7d022bd36f0e949b83a9804.pngScreenshot_20200713-203804.png.4b1eb68e1f6701191fed51e697f7790e.pngScreenshot_20200713-203746.png.661f599280c420773085eb51560ce1bd.png

    Durante a tarde eu postei uma imagem de parte da formação q atingiu Tijucas do Sul.

    1594667661717.thumb.jpg.7abb133038916806c073643b97e65bdb.jpg

    Agora às 20h45 há uma pekena célula de trovoadas com fortes relâmpagos ao leste/nordeste, possivelmente sobre Morretes e Antonina, do outro lado da serra.

    Gostaria da opinião do Amigo sobre aquele episodio de "Geada" no interior do Ceara. Haveria alguma possibilidade de granizo sobre o orvalho ? muito raramente se registram chuva de granizo no Ceara, o ultimo registro que tenho conhecimento ocorreu cerca de 2 anos atras.  

     

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  11. Aos amigos do BAZ, entrei no Site em busca de aprimorar um pouco meu conhecimento sobre Climatologia. Em uma de minhas citações falei que o calendário climático necessariamente não se comporta como o nosso, comentei pelo pouco que tenho estudado "achismo" que ondas de frio no Sul, parte do Sudeste e parte do Centro Oeste começariam em meados de Julho indo até final de Agosto ou início de Setembro. Citei também que os amigos pudessem estudar um pouco sobre os efeitos das Ondas de Rossby sobre o Brasil (quem sabe não estão relacionadas ao "Ciclone Bomba" ?). Recebi do amigo Samihr um trabalho bastante interessante sobre essas Ondas que me fez compreender a dinâmica do escoamento meridional. Citei outro assunto que acho importante sobre a força gravitacional da Lua (Ciclo Nodal Lunar) e a interação Oceano / Atmosfera e virei objeto de deboche. Chamei a atenção para o Ciclo Solar 24 e não recebi citação alguma (não sei no restante do país, aqui no Sertão o aumento de cobertura de nuvens tem se acentuado bastante nos últimos 2 anos). Enfim, como o fórum refere-se ao Clima de Julho, continuo com meu "achismo" o frio tá já chegando pelo Sul. Boa Noite !

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  12. 3 minutos atrás, Carlos Campos disse:

    Não sou perito no assunto, mas sei bem q pra formar geada a temperatura necessita estar abaixo de 0,1°C na relva mesmo q esteja por volta de +5°C no abrigo do termômetro (1,70 m acima do nível da relva).

    Na localidade em kestão, seria praticamente impossível isso ocorrer, já q se encontra localizada geograficamente à 4° de latitude e à apenas 400 m de altitude. Fosse em um lugar (também no Nordeste), como Piatã, por exemplo, aí sim...seria até plausível, já q Piatã fica muito ao sul dessa localidade e situa-se num platô de mais de 1.000 m de altitude.

    E se fosse realmente pedrinhas de gelo (ou gotas de orvalho grosso congeladas), pq filmaram à distância? Pq não apalparam ou mesmo pegaram na mão durante a gravação? Acharam q era radioativo, será?

    Eu não sou alguém q duvida de fenômenos raros, mas akilo lá não me convenceria jamais. Dizer q é geada...

    Abraço

     

    3 minutos atrás, Carlos Campos disse:

    Não sou perito no assunto, mas sei bem q pra formar geada a temperatura necessita estar abaixo de 0,1°C na relva mesmo q esteja por volta de +5°C no abrigo do termômetro (1,70 m acima do nível da relva).

    Na localidade em kestão, seria praticamente impossível isso ocorrer, já q se encontra localizada geograficamente à 4° de latitude e à apenas 400 m de altitude. Fosse em um lugar (também no Nordeste), como Piatã, por exemplo, aí sim...seria até plausível, já q Piatã fica muito ao sul dessa localidade e situa-se num platô de mais de 1.000 m de altitude.

    E se fosse realmente pedrinhas de gelo (ou gotas de orvalho grosso congeladas), pq filmaram à distância? Pq não apalparam ou mesmo pegaram na mão durante a gravação? Acharam q era radioativo, será?

    Eu não sou alguém q duvida de fenômenos raros, mas akilo lá não me convenceria jamais. Dizer q é geada...

    Abraço

    Grato pelo esclarecimento. Como disse anteriormente, todo matuto sabe o que é orvalho. O curioso é que o mesmo fenômeno ocorreu ano passado em outra comunidade por nome Cipó dos Anjos cerca de 30km de onde estou. Tenho um amigo que mora por lá e até hoje, depois de quase 1 ano, comenta o "acontecido".

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  13. 7 horas atrás, Eclipse disse:

     

    o nosso amigo JRocha, agora Penegrini, está tão entusiasta da nova era de resfriamento do prof. Molion que até geada tá rolando por lá kkkkk

    Não sei porque o amigo insiste em me passar por outra pessoa. Na verdade, sou Mestre em História pela Universidade Estadual do Ceará e Doutor em Filosofia pela Universidade Federal do Ceará, nunca falei que tinha formação em Meteorologia muito menos em Climatologia. O que tenho opinado até agora diz respeito a algumas pesquisas que venho realizando para compreender o Clima do Nordeste brasileiro para melhor desenvolver minhas atividades agropecuárias. Geralmente meus "achismos" são baseados em teses de mestrado e doutorado. Algumas dessas teses são oriundas da Universidade Federal de Campina Grande. Aproveito a oportunidade para saudar meus amigos nordestinos em especial aos da Paraíba, Campina Grande é a Capital brasileira da Climatologia. Quanto ao prof. Molion digo o que citei a um amigo aqui do site, entre Tese e Antítese, prefiro a Síntese. Cordialmente, Ítalo Campos Penegrine.

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  14. 6 horas atrás, Felipe F disse:

    É orvalho.

    Estou espantado que tem vídeos e até notícias sobre a "geada". 

    Claro sinal da péssima educação do nosso país, onde nem básico de geografia é repassado para população comum. 🙁

     

     

    GEADA-800x497.jpg

    https://www.sertaoalerta.com.br/07/07/2020/moradores-da-zona-rural-em-ibicuitinga-se-surpreendem-com-geada-na-manha-desta-terca-feira-07/

    Pois não é amigo. O pior de tudo é que o povo do Sertão conhece bem o Orvalho, só não tem o costume de ver entre o orvalho, pequenas pedras de Gelo. O que teria ocorrido ?

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  15. 46 minutos atrás, Wallace Rezende disse:

     

    Realmente essa questão das particularidades da cada estação (mudanças de local, crescimento da urbanização nos arredores e etc, etc, etc) é absolutamente fundamental, eu mesmo defendo isso desde que passei a me interessar sobre o assunto, mas ao mesmo tempo hoje existem ferramentas mais modernas que permitem um cálculo menos contaminado por estes fatores, como os satélites (embora estas ferramentas, quando mal utilizadas e calibradas, também possam gerar distorções, como a quase permanente “mancha fria” do Weatherbell sobre parte da América do Sul).  Quando falamos das estações meteorológicas, também é possível separar o “joio do trigo”, ou seja, favorecer certas estações que sejam (reconhecidamente) de melhor qualidade, e que não tenham mudado lugar (mas de fato muitos mapas de anomalia divulgados pelo Inpe e Inmet são viciados por estações que mudaram de lugar, por vezes gerando um “pontinho” vermelho num mar azul, ou vice-versa).

     

    Mas uma das coisas que me fizeram acordar para a realidade do aumento das médias globais de temperatura foi acompanhar dados dos observatórios meteorológicos de referência presentes em certos países do mundo, geralmente bastante antigos e em locais onde a interferência humana na paisagem ao longo das últimas décadas foi praticamente nula (muitos ficam em picos, como Monte Washington, Monte Aigoual, Jungfraujoch, Monte Fuji...), e todos indicam incrementos nas temperaturas médias a partir do século XX, embora numa magnitude (evidentemente) muito menor que as verificadas em estações mais influenciadas pelas crescentes ilhas de calor urbanas (como Curitiba e São Paulo).

     

    Mas, tirando essa questão da tendência de aumento das médias, que é praticamente generalizada no mundo (ainda que com importantes diferenças de magnitude, e eventuais “ruídos” que podem causar até um leve resfriamento por alguns anos aqui e ali), tudo mais que se fala sobre o assunto (AGW) está profundamente carregado de achismos e politicagem/ideologia.  Uma questão que eu sempre ataquei foi este foco nos “eventos extremos”, que sempre existiram e inclusive eram muito mais mortais antigamente na maioria dos países (já que o preparo para lidar com os mesmos cresceu na maior parte do mundo), e mesmo assim qualquer evento danoso hoje em dia é tratado por muitos como uma prova da “crise climática”, o que é de uma desonestidade intelectual gritante, mas não impede que muitos “especialistas” e “doutores” endossem as maiores asneiras em nome do radicalismo climático.  Este alarmismo desonesto aparece, por exemplo, na climatologia dos ciclones tropicais (principalmente no Atlântico Norte e Pacífico Leste), onde a introdução de novas ferramentas de detecção virou o principal instrumento para a divulgação de um falso aumento na frequência e intensidade destes eventos, fato este conhecido por toda a comunidade científica da área, mas ignorado na comunicação com a mídia e o público em nome da “causa climática”.

     

    Mesmo se forcarmos apenas na questão das temperaturas, as nuances são muitas, e as respostas (ao aumento da temperatura média global nas últimas décadas, um fato inquestionável à luz da ciência) variam muito de um lugar para outro.  Em vários locais este aumento das médias foi seguido por um aumento das máximas absolutas, enquanto em outros, mesmo com as médias aumentando, os picos de calor se tornaram mais suaves desde meados do século XX (caso de grande parte do centro/norte dos EUA, trechos do Subcontinente indiano e até partes aqui da América do Sul), mas a mídia e muitos cientistas sempre dão uma visão distorcida, como se os recordes de calor estivessem aumentando em todos os lugares.  Em junho último, quando um trecho remoto da Sibéria registrou recordes de calor (destaque para Verkhoyansk, conhecida por ter registrado a maior amplitude térmica absoluta do mundo), as duas maiores cidades da mesma Sibéria (Novosibirsk e Omsk) registraram temperaturas até um pouco abaixo da média, fato que foi solenemente ignorado, e outra cidade muito importante da região (Krasnoyarsk) ficou totalmente dentro da média (outras cidades principais da Sibéria, como Yakutsk e Irkutsk, registraram anomalias positivas, mas sem destaque histórico).

     

    No caso dos extremos de frio, a redução é praticamente global (nas estações com séries antigas), ma “ciclos”, mesmo dentro dum contexto maior de aquecimento, que favorecem um incremento dos invernos mais frios (e aumentam a probabilidade de recordes absolutos de frio em séries não tão antigas) por alguns anos.  Podemos chamar essas casos de “exceções que confirmam a regra”.

     

    Essas questões que você mencionou são extremamente pertinentes, mas considero importante evitar tanto o negacionismo quanto o alarmismo, embora reconheça que os extremos “simplificadores” (não existe aquecimento X armageddon climático) são sempre mais sedutores (para a grande maioria) que uma realidade complexa e cheia de nuances, nuances essas que muitas vezes desafiam a intuição.

     

    Tentando resumir um pouco: é fundamental separar o “frame” do filme”, mas os radicais dos dois lados tomam cada “frame” (que supostamente favorece o seu “lado”) como uma prova de que o “filme” é outro.

     

    Excelente comentário, digno de um Grande Filósofo. Cabe aos que compreendem o Clima como fundamental na forma de vida dos seres humanos, buscar a síntese entre o "negacionismo" e o "alarmismo". Pena que a grande mídia ao invés de informar aliena as pessoas. Outro dia vi um comentário em rede social  em que o cara falava "Amazônia patrimônio do Brasil e do Mundo".   

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