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Começa oficialmente amanhã a temporada de furacões no Atlântico Norte: https://www.correiodopovo.com.br/notícias/mundo/começa-temporada-de-furacões-do-atlântico-após-três-anos-de-fortes-tempestades-1.342664
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Concordo totalmente. As cidades do topo da Serra têm outono mais frio e mais longo. Mas é um período de transição, seco e com grande amplitude como o é em locais de baixa altitude. A diferença é que se percebe o outono chegar em São Joaquim, por exemplo (em anos normais) em março, enquanto noutras partes é em abril. O outono existe e é inclusive visível (pela luz oblíqua, a mudança na vegetação, etc) em praticamente toda SC e RS.
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Acho que não só essas cidades, mas praticamente o estado do RS todo e boa parte de SC tem outono bem definido, sim. Em alguns anos, acaba tendo mais características de verão e noutros, mais de inverno. Outra característica do outono gaúcho é o clima relativamente seco (abril e maio são os meses mais secos da climatologia histórica de Porto Alegre). Existem anos anômalos, como o já conhecido 2016 e este 2019 (absurdamente úmido, temperaturas mínimas muito acima da média, etc). Você vê claramente os plátanos, amoreiras, uvas-do-japão, extremosas e liquidâmbares mudarem suas folhas de cor, para caírem no inverno. Mesmo neste medonho 2019 isto está acontecendo no RS.
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Para o RS, 1994 teve um outono e inverno péssimos (além de quente, a umidade relativa do ar estava nas alturas, só que as frentes frias ficavam retidas no Uruguai. Mas tivemos um grande grande episódio de neve generalizada no estado (em algumas cidades, como Morro Reuter e Santa Maria do Herval foi a primeira neve em muitos e muitos anos). E mesmo cidades onde o fenômeno é raro tiveram precipitação considerável. No entanto, após essa neve, as temperaturas voltaram a ficar acima da média. Então, resumindo, no RS, 1994 foi de outono e inverno abafados, com um grande episódio de neve generalizado, seguido de temperaturas acima do normal novamente. Se não me falha a memória, já publicaram aqui no BAZ que anos de El Niño são invariavelmente acima da média, mas podem registrar episódios de neve forte intercalados com tempo mais ameno. O ano de 1994 seria um exemplo clássico. 1984, outro exemplo.
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O site da Climatempo hoje: "Porto Alegre teve RECORDE de frio! ❄ ☃ ☃ ☃ ☃ ☃ " Aí, quem lê imagina que fez uns 40 graus negativos... Mas não, foi apenas o dia "mais frio" do ano. Ou seria o menos quente? Ou seja, não teve RECORDE nenhum, nem anjos tocando trombeta e nem o céu se abriu em duas metades... Ontem choveu mais de 50 mm em Porto Alegre, cerca de 100 em áreas do litoral e encosta da Serra. Alagamentos, problemas em estradas, etc. E o Inmet? Nada. Hoje teve uma garoa intermitente na capital, com amplos períodos nublados. Um típico e calmo dia britânico. O Inmet? Manda SMS com alerta laranja para ventos fortes, granizo, chuva extrema... Ontem, uma conhecida empresa postou que teríamos a formação de um determinado fenômeno. Numa linguagem técnica. Na sua conta aberta gratuita. Os seguidores perguntaram se era possível escrever um texto mais acessível aos leigos. Como resposta, primeiro um tijolo de soberba. Depois, além da empáfia também veio grosseria. Sendo que todos os seguidores haviam se manifestado educadamente. Como iremos formar uma educação meteorológica básica para o público leigo? O dia em que a população brasileira acompanhar monitoramento quase que diário, como o faz boa parte dos norte-americanos está muito longe. É fácil culpar a ignorância da população (que existe, óbvio), quando o pessoal da área faz essas barbaridades na PREVISÃO DO TEMPO PARA O PÚBLICO GERAL. Ah, e eu nem citei a "informação" de que "teríamos possibilidade de tornado em toda a região Sul"..🙄 Qual o efeito disso? Várias pessoas ficaram em pânico. E tudo isso foi nos últimos três/quatro dias.🙄🙄🙄🙄
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Umidade lááá nas alturas, a sensação é de desconforto nos ambientes internos. Estofados, almofadas, travesseiros, estofamento de cadeiras, a roupa no armário, etc, tudo parece que recebeu uma valorizada daqueles sprays de aguar plantas. O céu está rosado, indicando possível nevoeiro para esta madrugada, próxima manhã.
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Precipitação em algumas cidades do RS, entre 10 de abril a 14 de maio de 1941 (em milímetros) : Santa Maria - 905,3 Soledade - 895 Sta Cruz do Sul - 757,8 Cruz Alta - 728,7 Guaporé - 706,7 Taquari - 623,6 Porto Alegre - 619,4 Encruzilhada do Sul 610,9 FONTE: Rafael Guimaraens, "A Enchente de 41" (citando o Boletim Municipal de Porto Alegre de 1941)
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Apenas uma correção: a grande enchente de Porto Alegre foi em 1941 e não em 1943. Uma coisa interessante a respeito do lugar comum de que no passado "era mais frio" foi que as décadas de 20, 30 e 40 tiveram outonos e invernos bastante quentes no RS, intercalados com algumas ondas de frio. Também foram muito chuvosos. Há uma sequência grande de enchentes que atingiram São Leopoldo e região nos invernos quentes e chuvosos, da década de 20 até meados dos anos 50. Depois houve uma mega enchente em 1965, a maior da história do RS (essa enchente atingiu pouco porto Alegre, já a de 41, que foi catastrófica na capital gaúcha, mal foi sentida em outras partes do estado). Depois, entramos no período de invernos com nevadas históricas, as cheias diminuíram de frequência e intensidade, até 1982, quando voltamos à fase quente e úmida. Foi em 83 que tivemos um super El Nino e cheias históricas em todo sul. Foi uma época de invernos quentes e úmidos. O clima atualmente me lembra bastante 1986, um ano que na minha memória não fez frio. Tivemos uma cheia monstruosa no RS. Perdemos quase tudo que tínhamos nessa enchente, que foi extremamente violenta na rapidez que atingiu o vale dos Sinos, incluindo nosso negócio, um aviário. As galinhas que não morreram nas águas, adoeceram e morreram depois. Os anos 80 para mim vão ser sempre sinônimo de invernos úmidos e quentes (ou modorrentos), medo de enchentes, penúria e falta total de dinheiro. Esse padrão só foi mudar em 88, ano frio, seco e de La Nina.
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O professor Eugenio certa vez escreveu um texto (isso na época que a Metsul tinha blog aberto, com atualizações diárias) sobre possíveis correlações entre o clima do sul do Brasil e do Sudeste dos EUA. Ele havia compilado uma série de dados muito interessantes. As Carolinas, Virginia, Georgia também têm esses lances de "não-outono", "não-inverno" e, óbvio, ondas de frio de fazer inveja ao Canadá. O professor havia notado que eventos extremos ou épocas fora de padrão nesses estados americanos (além de outros da Costa Leste) eram seguidos, como um espelho, na estação correlata do RS SC e PR. Claro que isso era tratado de forma anedótica por ele (em vários anos, inclusive anos seguidos, não havia correspondência nenhuma. E também não era uma análise de precisão, mas de curiosidade. Seria ótimo se alguma alma caridosa tivesse salvo este e vários outros textos daquela época e postasse aqui.