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Brasil Abaixo de Zero

Flavio Feltrim

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Everything posted by Flavio Feltrim

  1. Para vocês verem como até mesmo pesquisadores da mesma área não se conversam (ou simplesmente ignoram) os trabalhos dos colegas: publiquei um artigo nessa mesma revista 5 anos antes desse que o Carlos postou mostrando exatamente a mesma coisa (uso de PVC para construção de mini-abrigos) e o trabalho sequer foi mencionado: http://dx.doi.org/10.5380/abclima.v9i0.27514 Enfim...
  2. Mas não é o que tá parecendo, conforme a própria figura mostra. :negative: Aí dá pra entender as nevascas no inverno americano :rtfm: Luciano... essa figura que você postou mostra apenas o período de julho de 2016 até hoje e a previsão até FMA (fev-mar-abr) de 2018. Como é um período muito curto, não é possível dizer que sempre pagamos o pato, tem que olhar uma série mais longa! Outro detalhe: em geral, a La Niña tem o ápice no final do ano mas costuma interferir mais no inverno do ano seguinte (ex: 2016, que começou com La Niña).
  3. Algo em comum em quase todos os exemplos: Atlântico Sul acima da média, independente da região Niño estar quente, fria ou neutra! Antes que eu me esqueça: o inverno acaba só em setembro! :hi:
  4. Parabéns pelo excelente trabalho e sucesso na nova empreitada Marcelo! Grande abraço!
  5. Agradeço suas considerações e dos demais que comentaram depois! A questão é que já levei tanta "pancada na cabeça" na minha área de pesquisa (principalmente quando defendi o doutorado) que somos obrigados a rever conceitos e técnicas. Sou geógrafo e minha especialidade é o estudo do clima urbano e a influência nas atividades humanas (planejamento urbano, economia, doenças, etc). Temos que respeitar também os critérios cartográficos quando vamos plotar cartas e mapas climáticos considerando o que mencionei sobre validação de dados. Não posso chegar dizendo que uma cidade tem uma ilha de calor coletando apenas a temperatura com uma estação na área central e outra no rural e mostrando que no centro é mais quente! A análise vai muito além disso... Tudo que o clima urbano pode interferir em uma cidade é o foco das minhas pesquisas. Ex: trabalhamos em conjunto com os arquitetos e engenheiros ao planejar as galerias pluviais da cidade para mostrar que não é a média mensal da chuva que deve ser usada para dimensionar o escoamento das águas, mas os eventos extremos e o período de retorno desses eventos (frequência, intensidade, etc). Infelizmente a maioria das vezes por questões políticas ou falta de verbas esses resultados não são aplicados e os problemas persistem. Sou favorável ao monitoramento das baixadas e topos remotos e temos que continuar ampliando isso em todos lugares, algo que tem sido muito bem feito pelo Coutinho em SJ e pelo William em Maria da Fé. E espero que outros locais (inclusive na região de Soledade) continuem com esse processo!
  6. A gangorra vai balançar bastante nas próximas leituras pois a queda foi muito rápida e acentuada... inclusive a região 3.4 vai voltar ao patamar quente ainda até que se estabilize no terreno mais frio.
  7. Aproveitando para responder ao comentário do PH, vou concluir o post anterior sobre validação de dados com alguns exemplos. Fiz o quote aqui para que o PH receba a notificação mas deixo os moderadores a vontade para mover essa mensagem para um tópico apropriado caso exista: Para fazer uma carta topográfica (altimetria) de uma área bem no meio do Salar do Uyuni - Bolívia, quantos pontos seriam necessários para medir a altitude? Vejam como ele é plano na imagem abaixo: Dentro do salar a altitude não varia praticamente... isso significa que eu precisaria de pouquíssimos pontos de coleta porque a variabilidade da altitude dentro da área é muito baixa. O salar é um grande depósito de sal e minerais resultantes da evaporação de um lago. Esses minerais se depositaram calmamente e uniformemente no fundo, deixando o lugar bem plano. Segundo exemplo, a cidade de Irati-PR: Nesse caso, eu precisaria coletar muitos pontos de altitude pra representar a variação do relevo da cidade porque é muito dinâmico, tem muitos topos e baixadas! Por fim, um terceiro exemplo em Maringá-PR, agora não relacionada a altitude mas aos diferentes tipos de ocupação do solo com urbanização, verticalização, parques, lagos, etc: Onde eu quero chegar com tudo isso? Que dependendo de onde queremos medir temperatura, temos que considerar todos esses fatores para tentar representar ao máximo o local. Estatisticamente falando, jogamos esses dados num semi-variograma para saber se a amostra é significante de acordo com a quantidade e variabilidade dos dados. Se eu espalhasse no salar uns 100 pontos de coleta de altitude e depois rodasse os dados no semi-variograma, provavelmente poderia excluir a maioria dos pontos porque quase todos teriam o mesmo valor (ou valores próximos dependendo da escala)... o mesmo vale para temperatura: se tenho um relevo acidentado e grandes variações de ocupação da área (urbano, rural, parques, lagos) preciso de mais pontos de coleta para compreender a variabilidade da temperatura. Por isso, se temos mais de um ponto de coleta instalado e calibrado corretamente em uma cidade, então a temperatura dessa cidade será uma média desses pontos e não apenas um deles. Veja bem, isso NÃO invalida os pontos, invalida apenas dizer que um único ponto representa A CIDADE. Resumindo o que quero dizer especificamente para responder ao PH: o dado da baixada de Soledade é válido apenas para a baixada de Soledade e não para a cidade inteira! Para a cidade inteira precisa considerar os outros pontos que estão coletando dados também. O mesmo vale aqui em Curitiba onde temos inúmeras estações particulares e oficiais, portanto não posso escolher apenas o dado do Inmet ou da estação do Rodrigo Sguario e dizer que ele representa a cidade toda porque a estação do Sguario está numa baixada. Se a cidade só tem uma estação, então o que vale é apenas ela até que se tenham outros pontos de coleta (ou estimando por satélite). Espero que tenha compreendido que a ideia aqui é esclarecer sobre validação de dados para uma cidade inteira usando critérios geográficos, cartográficos e estatísticos. Encerro deixando uma questão para reflexão: se a área do meu município tem uma praia e uma montanha como na foto a seguir e tenho uma estação lá no cume e outra ao nível do mar, qual representa a temperatura desse município?
  8. Concordo plenamente! Quanto ao rural e ao turismo, infelizmente muitos desses locais monitorados são áreas sem estrutura turística ou são parques que possivelmente restringirão o acesso ao grande público ou plantações, inviabilizando investimentos. Enfim, o foco do meu post foi toda discussão e disputa que ocorre aqui sobre qual cidade é mais fria e qual dado tem mais validade. Mas acredito que num futuro não muito distante a melhora na resolução dos satélites e da computação vão ajudar bastante a solucionar essas questões.
  9. Gostaria de tentar contribuir geograficamente com as discussões insistentes e históricas que observo aqui no tópico de monitoramento desde que participo dele: as disputas sobre onde é mais frio e qual temperatura representa os locais. E antes que alguém me critique, já aviso que sou favorável a monitorar pontos remotos do Brasil em busca do frio, tanto que já contribuí com a compra de estações aqui no BAZ! Primeiramente, precisamos ter claro o que delimita o lugar representado: se estamos falando de um município X, então o que valerá como temperatura representativa desse local é a média das temperaturas registradas no mesmo, com todos seus microclimas. Nesse caso, o ideal seria termos muitos pontos de coleta, o que infelizmente não é possível. Exemplo típico do que leio aqui no fórum: a cidade tem 2 estações meteorológicas, uma do Inmet que fica no topo e uma particular na baixada. Quem representa a cidade? Oficialmente até pode ser a do Inmet, mas considerando que a estação da baixada foi instalada e calibrada respeitando os parâmetros meteorológicos, o correto seria considerarmos a média dessas duas estações para representar a temperatura da cidade e não usar apenas aquela que mostra o que queremos. Existem inúmeros microclimas dentro de uma cidade e temos que considerar a média de todos eles como representativa, não apenas aquela que nos convém! Outra situação muito comum que vejo no fórum: devemos considerar o monitoramento de locais inabitados? Eu acho que SIM, mas precisamos relativizar! Exemplo: mais de 90% da minha área urbana se localiza em um vale com altitude próxima ao nível do mar e em geral as temperaturas são elevadas quase o ano todo. Mas dentro da área do município tem uma montanha bem alta e tenho uma estação lá. Ela representa essa cidade? As pessoas dessa cidade se sentem representadas pelas informações geradas por essa estação? Caso a resposta seja não, então não posso dizer que essa é a cidade mais fria do país, ela apenas tem um ponto que é muito frio fora da área urbana. E precisamos de bom senso: não adianta colocar 50 estações nas montanhas e 5 na parte de baixa altitude, deve-se equilibrar a distribuição de forma homogênea e na dúvida sempre priorizar as áreas mais densamente ocupadas como representativas. Seria o mesmo que pegar a cidade do Rio de Janeiro mas oficialmente usar apenas uma estação no alto do Corcovado para representar a cidade e deixar de fora a do Forte de Copacabana. Outro detalhe: essa situação de frio registrada no alto da montanha continua 500 metros abaixo? E 1000 metros abaixo? Pergunto porque em algumas cidades do Brasil podemos ter a 1500 metros de altitude -5ºC, a 1000 metros -1ºC e a 500 metros +5ºC; mas em outros podemos ter os mesmos -5ºC a 1500 metros, porem +10ºC a 1000 metros e +15ºC a 500 metros... qual delas é realmente a mais fria? Digo isso porque precisamos diferenciar o que é um ponto mais frio de uma cidade mais fria. Enfim... todos que participamos desse fórum gostamos da mesma coisa, mas estamos dando mais importância para as diferenças do que aquilo que nos aproxima, que é justamente o FRIO. Reflitamos!
  10. Será que a região 3.4 vai seguir a tendência das demais em algum momento? Se ficar como está até o final do ano estabelece o Modoki que o Caio vem comentando a tempos...
  11. Peço a gentileza de atualizar a lista de precipitação invernal e incluir Curitiba, foi confirmado inclusive pelo Simepar a ocorrência de chuva congelada. Até houve relatos de neve, mas foram inconclusivos! No momento temos 4 graus na capital paranaense com céu nublado
  12. Apenas para entretenimento, comparação dessa rodada do ECMWF e da carta sinótica do evento de 1975: Não deixa de ser uma situação curiosa, já que o euro é bem estável e tem sido persistente... por enquanto apenas observando!
  13. Mal sabem vocês que os pesquisadores responsáveis pelo GFS participam secretamente desse fórum e ficam se divertindo com a histeria que causam toda vez que o modelo põe e tira o frio :laugh:
  14. Sim, eu sei que você não mencionou sobre declaração oficial de El Niño, apenas confirmei que isso não ocorreu devido aos fatores levantados no post anterior. Sobre o MEI... gosto muito desse índice também, mas temos que lembrar do delay que existe e que varia ao redor do mundo: "If you are trying to relate the MEI to monthly values of, say, precipitation, it may be expedient to use the MEI value of month(i-1) and month(i) as if it were the value for month(i) only. Since it takes a week or so for the global atmosphere to respond to tropical SST anomalies, the resulting lag is thus built into the analysis (I have verified this for southwest U.S. precipitation). Klaus Wolter" Fonte: https://www.esrl.noaa.gov/psd/enso/mei/table.html Ou seja, cada lugar do planeta tem um delay e o nosso costuma ser superior as semanas relatadas pelo Klaus para o SW do EUA. Outro detalhe interessante sobre o MEI é que historicamente esse índice sempre cresce até o bimestre abril-maio e depois cai até o final do ano (salvo quando caminhamos para EL Niño), portanto vai ser importante avaliar o índice quando sair o bimestre mai-jun pra ter uma ideia melhor. Por isso também é tão importante esperar passar a janela do solstício sempre lembrada pelo Mafili para confirmar a tendência (eu prefiro esperar até a primeira semana de agosto pra ter certeza sobre ENOS). Fora o que já mencionei no outro post, que devemos considerar mais outros fatores macro...
  15. Bruno A fazenda Caiambora seria esta? -28.148112, -49.519644 Exato. Em janeiro do ano passado eu acampei com 3 amigos exatamente nesse local, inclusive postei as fotos aqui no BAZ em um tópico que abri como proposta de local para instalação de uma estação: viewtopic.php?f=20&t=16155
  16. Prezado Caio, gosto muito das sua análises mas terei que fazer um adendo: nenhum instituto declarou El Niño porque o threshold não tem permanecido por um período mais longo. Olhando a variação da TSM na região 3.4 desde 01 de maio até hoje o threshold de +0,5 foi alcançado em poucas situações. A SOI (que é a resposta oceano-atmosférica da teleconexão) tem oscilado no patamar de neutralidade desde novembro de 2016, atingindo o threshold de Niño apenas no finalzinho de abril de 2017 por poucos dias. Podemos dizer no máximo que estamos com uma neutralidade positiva atualmente, mas não com El Niño fraco ou Modoki, basta observar o BOM, NOAA ou IRI. Penso que nosso outono-inverno por enquanto tem respondido a outros fatores macro como Madden-Julian, algumas ondas Kelvin que se propagaram alterando o vento zonal, a AAO que não cai de forma significativa e a TSM do Atlântico Sul próxima a costa brasileira
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