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Brasil Abaixo de Zero

Vinicius Lucyrio

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Everything posted by Vinicius Lucyrio

  1. Alta da Bolívia com localização anômala: Muitos especialistas afirmam nunca terem visto a AB nesta posição extremamente deslocada sobre São Paulo. A AB é um sistema de alta pressão em altos níveis da atmosfera (200~300hPa) que tem origem dinâmica, surgindo a partir do aquecimento superficial no altiplano boliviano. Em geral, está associada a sistemas de baixa em níveis inferiores. Ou seja, a presença dela é indicador de muito calor e muita umidade, condições amazônicas. Talvez isto explique as mínimas altas da última madrugada. Aqui em Itajubá a mínima foi de 21,8°C, igualando a maior marca já registrada na estação de 09/01/2016. Em São Paulo fez 22,5°C no Mirante de Santana. Nos próximos dias, a AB deve se deslocar para a região onde ela realmente costuma se estabelecer, entre a Bolívia e o sul da Amazônia brasileira.
  2. 00Z do Euro manteve a chuvarada para a Serra do Mar e litoral, enquanto o GFS 00Z manteve a chuvarada mais pro interior
  3. Para ter acesso aos produtos desse site só assinando mesmo... os meteogramas são gerados para aeroportos, principalmente.
  4. Sim, o modelo ECMWF tem 50 membros além das saídas de controle e determinística (os membros são rodadas do modelo com algumas perturbações nas condições iniciais). Este gráfico mostra a previsão individual de cada membro. É uma boa ferramenta para indicar uma direção ou mesmo para validar a previsão do membro determinístico.
  5. Enquanto o Euro faz desabar o mundo na Serra do Mar, o GFS 12Z vem com muita chuva no interior de SP e sul de MG, e segue um padrão parecido com a 06Z.
  6. Disse o Matheus lá de Curitiba que veste roupas de frio com 32°C. Sobre as chuvas em Minas Gerais, como havia antecipado: Minas tem 20 cidades em situação de emergência por causa das chuvas; veja quais Nos próximos 10 dias, faixa sul de SP e RJ, além do leste do PR, em toda a faixa da Serra do Mar e litoral, os acumulados podem ser bem altos. A última rodada do ECMWF veio com uma solução um tanto agressiva e que deve ser acompanhada devido à possibilidade de problemas no litoral paulista. O período que requer maior atenção é entre 11 e 14 de janeiro Vários membros do ensemble do ECMWF indicam essa possibilidade:
  7. Chove forte com trovoadas em Matão agora. A chuva deve continuar nas próximas horas. Alguns acumulados na região metropolitana de São Paulo nas últimas 24h (boa parte dos acumulados após as 17h de hoje): 138,4mm Francisco Morato (Jardim Primavera) 131,8mm Francisco Morato (Parque Cento e Vinte) 106,2mm Francisco Morato (Jardim Virgínia) 95,8mm Mairiporã (Estrada da Roseira) 94,8mm Guarulhos (Recreio São Jorge) 89,8mm Guarulhos (Cidade Soberana) 81,8mm Caieiras (Parque das Esmeraldas) 79,3mm Jandira (Centro)
  8. Matão começou o ano com mais um dia bem quente: 20,8°C/33,8°C. No meio da tarde, por influência de instabilidades próximas, a temperatura caiu e ficou na casa dos 24~25°C. A partir de amanhã, a circulação em altos níveis terá configuração típica de ZCOU/ZCAS com AB e cavado no Nordeste, além de boa convergência de umidade em baixos níveis como podemos ver nas imagens a seguir: O CPTEC indica a formação de ZCOU em seu boletim técnico:
  9. 2019 em Matão Desde o início das minhas observações, este foi o 2º mais quente, bem próximo de 2014. - Janeiro: maior média de mínimas, superando 2015; foi também a maior média de mínimas de toda a série, para qualquer mês. Na média de máximas, foi a 3ª maior para o mês e a 6ª maior para qualquer mês. Na média simples, foi o 3º mês mais quente da série, atrás apenas de fevereiro de 2014 e janeiro de 2015. - Fevereiro: mesmo com anomalia negativa, a máxima de 38,1°C no dia 2 foi a 3ª maior para o mês, empatado com registro de mesmo valor em 2014. - Março: nada de importante. - Abril: maior média de mínimas para o mês. - Maio: maior média de mínimas, maior média de máxima (decidido nos centésimos: 27,65°C contra 27,63°C de 2014 e 27,60°C de 2018), e obviamente a maior média simples. Também conseguiu a proeza de ter 9 das 10 maiores mínimas para maio. Vou até colocar aqui: - Junho: praticamente inexistente. Passou batido. Ninguém lembra. Fiasco total. A não ser no RS que foi um inferno. - Julho: teve tudo pra ser maravilhoso se não fosse a anomalia positiva nas máximas. Teve a menor média de mínimas da série, batendo os 9,4°C de junho/2009. Teve a segunda menor mínima da série, os 0,3°C do dia 7, e o fim de tarde/noite mais fria desde 2000 em boa parte do interior de SP com marcas abaixo dos 5°C as 21:00 (por aqui, 3,6°C neste horário e a mínima de 1,4°C do dia 6 foi à noite). - Agosto: 3ª menor máxima da série no dia 4, com temperaturas entre 9 e 11°C no período da tarde. - Setembro: maior média simples da série, com uma onda de calor tenebrosa que trouxe a 2ª e 3ª maiores máximas para o mês, mas ainda sem bater os 38,6°C de 2015. - Outubro: 🔥 . O mais quente da série, com a segunda maior média de máximas para qualquer mês. As máximas não chegaram nem perto dos extremos absolutos, o que chamou a atenção foi a constância do calor. - Novembro: o mais quente da série, batendo o antes imbatível 2009. Também teve a maior máxima da série para o mês: 37,8°C, passando os 37,5°C de 2013. - Dezembro: normal, sem nada de muito especial.
  10. Carlos e @Matheus Vinicius, penso que vocês poderiam deixar pra discutir via mp, ou qualquer outro lugar que não seja aqui no monitoramento. Prezem por conteúdo de maior qualidade, por favor, é o dia todo isso. Aposto que não sou o único incomodado. Flood é chato, não só no sentido literal. Feliz 2020 a todos. Desejo aos bazianos menos flood.
  11. A ciclogênese já está ocorrendo entre a Argentina e o Uruguai, e a previsão é que o sistema se desloque para leste ao longo do dia de hoje e amanhã deve passar sobre o RS, com saída para o oceano bem na virada do ano. Por esse motivo, a virada deve ser de bastante vento no sul gaúcho e o primeiro dia de 2020 também em grande parte do RS e Uruguai. A formação dessa baixa favorecerá convergência de umidade em baixos níveis sobre o centro do país e região Sudeste entre os dias 2 e 7, e como consequência os acumulados sobre Minas Gerais, nordeste de São Paulo, Rio de Janeiro e sul do Espírito Santo podem ser bem altos neste período. Regiões propensas a deslizamentos de terra e inundações devem ter atenção especial, uma vez que os acumulados pontuais podem passar dos 200mm em menos de 5 dias na Zona da Mata e região central de MG, além da região serrana do RJ.
  12. E é bom ter cuidado com estes assuntos aqui, principalmente política, que é terminantemente proibido no BAZ.
  13. Já falamos aqui umas 58536 vezes que este dado é inconsistente, e é só bater o olho nas outras marcas em volta pra saber que o dado é fruto de erro, pelo amor de Deus.
  14. Não é porque estão registrados que devemos aceitar. Nenhuma estação naquela região chegou a valores próximos daquela marca, e num teste de consistência ele jamais passaria. A estação automática registrou 37,9°C. As duas estações não estão no mesmo local, mas tem pouca diferença na altitude: a automática está a 226m e a convencional a 246m. Não há complexidade suficiente no terreno para causar uma compressão adiabática, por exemplo, logo não há como considerar esse dado mesmo ele tendo sido registrado pelo INMET.
  15. Às 13UTC: 34,9°C Bagé 34,4°C Alegrete 34,3°C Dom Pedrito 34,2°C São Vicente do Sul 34,0°C São Borja
  16. Sobre a onda de calor no RS, as últimas rodadas do modelo ICON, que é alemão e é meio que a mão do EUROREI (créditos a @Vitor V), apontam um calor absurdo para o dia 31 após seguir praticamente igual a hoje até dia 30. Diante da precisão do modelo, essa previsão para o dia 31 com valores de até 43-44°C no leste do RS não é tão outlier e não seria surpresa se valores próximos a isso fossem pontualmente atingidos no último dia do ano. Mas há uma variável importante a se considerar que é a nebulosidade. O modelo europeu já aponta bastante nebulosidade alta em especial para o setor oeste do RS no dia 30, com céu mais claro no centro e leste do estado. Em geral, nebulosidade alta não afetam o balanço de energia, a não ser que sejam cumuliformes. No tempo de sol em minutos (em 1 hora, para as 15h), os dois modelos apontam cenários parecidos para o dia 30, com maior tempo de brilho solar no setor leste: E dia 31, que só tem o ICON (ao lado, imagem do IR simulada do Euro): Os valores de temperatura máxima apontados pelos dois modelos: Outra variável que eu gostaria de destacar é a temperatura em 850hPa. Com a ciclogênese ocorrendo entre a Argentina e o Uruguai no dia 31, o aporte de ar quente em baixos níveis deve atingir seu pico neste dia. A solução do ICON é muito mais agressiva. No dia 31 deve haver uma elevação da temperatura muito mais brusca entre o amanhecer e o meio dia do que nos dias anteriores, provavelmente com locais batendo os 40 neste período. O heat dome no dia 29: A temperatura sobe tanto com o passar dos dias na presença de altas de bloqueio pois a convecção é quase suprimida devido aos movimentos subsidentes (de cima para baixo), e a convecção é um meio de transferir calor da superfície para níveis mais altos. Com convecção prejudicada, o calor fica retido próximo à superfície.
  17. Interior de São Paulo apenas com algumas pancadas bem isoladas entre o centro e o leste do estado, e noroeste. Setor oeste do estado com céu limpo. O calor não está tão intenso mas está incômodo. Aqui em Matão tenho 33,8°C agora, sendo que a máxima chegou aos 34,5°C (maior do mês até o momento). Aqui perto, os radares detectam pequenas células em Araraquara, Gavião Peixoto, Nova Europa e Tabatinga.
  18. Ainda não há consenso sobre o local de formação e nem sobre a intensidade da baixa que deve se formar na virada do ano. O modelo europeu insiste na ciclogênese ainda continental, alimentada por fluxos quentes de norte em baixos níveis com convergência de umidade e num ambiente com discreta difluência do jato em 250hPa, que teria orientação meridional, nas proximidades de Córdoba-ARG. As soluções de ontem mostravam um núcleo bem intenso já no continente, com pressão central a valores próximos de 990 hPa. A priori, a baixa rumaria para leste acoplado a um ramo frontal e se intensificaria no oceano. Uma vez que ele se forma numa região embebida em ar quente, é preciso observar a possibilidade do sistema se tornar subtropical. 250 hPa 850 hPa A solução do GFS é de ciclogênese próxima do Rio da Prata, mas sem intensificar muito e com trajetória para leste-nordeste. Há dois pontos de concordância no que tange às consequências da formação e da progressão da baixa: a formação de um canal de umidade entre o sul da Amazônia e MG/ES (deve ser observado pela possibilidade de altos acumulados em regiões propícias a enchentes) e o avanço de ar frio e seco pela região Sul e parte do Sudeste, o que poderia causar mínimas bem baixas para a época nos pontos altos da Serra Geral e baixadas em grande parte do RS e SC. Alguns termos usados: * Difluência: é quando uma corrente de jato se bifurca em seu fluxo normal, se divide em 2 formando algo parecido com um V deitado. * Meridional: fluxo de sul para norte; zonal é de oeste para leste. Em geral, jatos tem fluxos zonais mais pronunciados, e quando o meridional predomina pode ser indicativo de bloqueio atmosférico.
  19. Em termos de bloqueio, o interior de SP estará nas bordas da alta em 500 hPa, que é de fato o tampão. Por aqui teremos pancadas de chuva isoladas nos próximos dias. O crítico mesmo será no Sul. Veja a precipitação acumulada até dia 31: Teremos calor e até uma certa quantidade de umidade nos baixos níveis, mas essa alta 'tampão' em 500 reduz o cisalhamento vertical que traz como consequência a supressão na evolução de células convectivas. Surgem várias isoladas e de curta duração, mas aquelas multicelulares necessitam de um ambiente com cisalhamento mais intenso, pelo menos até os 6km de altura, para conseguirem se desenvolver bem. O motivo é que o cisalhamento mais intenso faz com que a célula se incline, e as correntes ascendentes e descendentes dentro das nuvens não coincidem se anulando; nesses casos de CAPE e cisalhamento altos o fluxo descendente levanta o ar mais quente na dianteira da tempestade funcionando como uma frente fria de mesoescala, formando novas células.
  20. Estou vivo! Hehehehe O que tem me deixado ausente é mais a falta de tempo mesmo, mas vou tentar voltar aos poucos à mesma atividade de antes. Por enquanto, fiquem com esse belo ômega invertido que deve começar a se configurar sábado: Explicando: um bloqueio ômega invertido é caracterizado por um desvio dos fluxos zonais que acaba formando algo parecido com a letra ômega, mas de cabeça para baixo. No centro, dentro do ômega, há um centro de alta pressão com dois centros de baixa, um a leste e outro a oeste. Na imagem, uma crista se alongando para o Sul e um cavado bem a leste no Sudeste.
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