EduardoFinatto

Em 03/10/2023 em 18:18, Ernani de Paula disse:

Eduardo Finatto,

a temperatura dentro de casa, fica direto nos 28 graus!

 

Pra mim esses 28 graus é calor, o ideal seriam 25 graus direto, se a casa tem que ficar toda fechada no outono/inverno.

Agora, quando sair lá fora, com vários graus negativos, dá um choque térmico enorme.

 

 

Chegou aos 28⁰C aqui dentro durante uma sequência de dias mais quentes no fim de Setembro. Claro, sendo um termômetro de imã de geladeira, fica em uma pequena cozinha sofrendo influência de eletrodomésticos, e mais próximo do centro do edifício, onde é mais quente. Então foi um caso extremo.

Agora que já está fazendo uma sequência de dias mais frascos (temperaturas na faixa dos 5-15⁰C) e posicionando o termômetro próximo da janela, a temperatura fica nos 25⁰C. 

Ainda é meio quentinho demais pro meu gosto. Acho que 22⁰C seria mais próximo do ideal para o conforto dentro de casa. Talvez chegue a isso quando começarem as primeiras máximas sub-0 ali por Novembro.

Choque térmico é um problema. Sempre preciso checar a temperatura que está fazendo lá fora, pois aqui de dentro não há como ter verdadeiramente alguma noção. Posso estar confortavelmente sem roupa aqui dentro com temperaturas negativas lá fora. E depois de estar lá fora com as roupas adequadas para o frio, ao entrar em um local fechado novamente dá uma certa sensação de sufoco pela calefação, sendo desagradável manter-se com as mesmas roupas que estava usando na rua. Alguns locais dispõem de armários e cabides para guardar os casacos, mas nem todos.

Deve ser muito desagradável usar roupas para um frio de -20 em um local onde a temperatura interna esteja acima de +20. Ou seja, espero que a calefação não seja tão forte assim no auge do inverno, haha.

Em 01/10/2023 em 09:10, Carlos Campos disse:

Primeiramente, parabéns pela coragem de realizar essa mudança de vida, um giro de 360° se comparada a realidade do nosso país. 

Eu admiro muito, pessoas com essa capacidade de decisão, principalmente nesse teu caso em específico, q escolheu uma cidade com clima tendendo para o temperado frio continental, o qual não é encontrado nem mesmo no extremo sul da Argentina.

Sobre morar em lugares com clima parecido ao que existe por aí, já desejei poder viver essa mesma realidade, quando era mais jovem e não sabia distinguir o abismo q existe entre sonho e realidade. 

Hoje eu não faria essa mudança, mesmo q fosse possível, pois tenho plena ciência de q cedo ou tarde (acredito q cedo) eu entraria em completo desespero, desejando abandonar tudo e voltar ao q era antes. 

Imaginar passar mais da metade do ano, dia após dia, pisando no gelo e tendo q andar apressadamente pelas ruas pra encontrar um abrigo em q o ar não estivesse congelando me dá a certeza do q eu não quero para mim, pois necessito de sol e calor para poder ao menos me movimentar e me manter animado.

Óbvio q muitas pessoas tem uma visão totalmente diferente da minha e se sentem felizes e realizadas vivendo em lugares considerados "difíceis" por mim. Não fosse assim, não haveriam cidades desenvolvidas ao norte do paralelo 50° ou mesmo no paralelo 64° como é o caso de Fairbanks, onde praticamente todas as máximas diárias no inverno são negativas e as mínimas não raramente baixam dos -40°C (algo q aí também está dentro das possibilidades, já q fez -46°C).

Bem, sou curioso e dei uma olhada nas fotos da tua nova cidade e pude perceber q é muito bem desenvolvida e as condições climáticas provavelmente são mais suportáveis do q foram um dia no passado. Além disso, o ser humano, diferente da maioria dos animais (e de mim, obviamente), se adapta ao clima, uns mais rapidamente outros menos, mas se adapta.

No meu caso, a dificuldade psicológica de adaptação é tamanha, q não consigo ver filmes ou séries onde a "trama" se desenrola em lugares gelados e tenho q acompanhar as lutas dos personagens, além dos problemas da história em si, com o clima.

Pensar q o homem conseguiu sobreviver, por exemplo, dentro de embarcações rústicas nas proximidades do ártico, caçando baleias, tendo q enfrentar mares revoltosos ou congelados, durante sei lá, meses, me dá um nó na cabeça. E ainda com o fator escuridão pra piorar tudo... eu penso: é verdade? 

Claro q nada disso vc irá vivenciar, já q existe boa calefação e tudo é mais fácil hoje em dia. 

Outra coisa, no meu caso, precisaria de um intervalo de alguns dias entre uma nevada e outra, no inverno, com pelo menos uns 3 dias acima dos 10/12°C antes de vir nova "geada severa". Gosto de sentir os efeitos das mudanças entre um evento frontal e outro. Esse negócio de uma nevasca se sobrepor à anterior e o gelo ir se amontoando semana após semana, mês após mês (como se tudo fosse uma coisa apenas) e só começar a derreter no começo do verão, fazendo aquele lamaçal horrível não me deixaria feliz. 

Mas Saskatoon é quase um "semi árido" gelado, então possivelmente não há tanto transtorno nesse aspecto, mas ainda há.

Enfim, boa sorte, boa vida em frente e desejo q vc seja bem feliz nessa nova realidade.

Abraço 

Obrigado!

O clima de Saskatoon realmente é frio demais para o meu gosto. Fico um pouco receoso de como irei lidar com o ápice do inverno, que é extremamente rigoroso. 

Por ser um clima mais árido, altos acúmulos de neve não são um desafio tão grande aqui como em outros lugares até mais quentes. Acredito que o grande desafio são as temperaturas muito gélidas que alcançam os -30⁰C algumas vezes por ano. Não consigo imaginar como é a sensação de sair na rua com esta temperatura. 

Mas talvez eu acabe não passando o auge do inverno aqui. Eu vim para o Canadá pois meu marido está fazendo doutorado em Saskatoon, então neste momento estou apenas seguindo onde ele vai. Em breve ele deverá participar de um projeto em Montreal e passar um bom tempo por lá, provavelmente ainda este ano, e eu irei junto. É um caso de cidade que é um pouco menos fria que aqui, porém mais nivosa. Vou acabar conhecendo um pouco de cada clima.

Hoje a temperatura mínima foi de -1,0⁰C e a máxima de 11,0⁰C no aeroporto de Saskatoon. Primeira negativa desde o dia 30 de Maio. Seria facilmente um dos dias mais frios do ano onde eu morava no Brasil.

Mesmo assim, considerando que passei o dia em casa, foi possível ficar o dia todo usando roupas curtas. Não porque sou daqueles que aguenta o frio (bem pelo contrário), mas simplesmente por ser muito quente aqui dentro. Estou tão mal acostumado a ficar sentindo este calor de calefação dentro de casa que estou tendo que deixar a janela aberta para sentir um pouco do ar mais frio. Sem exagero, o termômetro do meu imã de geladeira já chegou a marcar 28⁰C aqui dentro. O mesmo termômetro marcava menos de 15⁰C dentro do meu apartamento no Brasil, quando fazia mais frio. E não há muito o que fazer para não ficar tão quente aqui, pois o prédio todo é quente. Bem, talvez eu não reclame disso mais adiante quando o inverno canadense chegar para valer.

Em 27/09/2023 em 14:02, Leandro A M Leite disse:

Nós brasileiros tivemos essa concepção de que os EUA fossem um país, no geral frio, graças aos filmes com neve, como os de Natal, mas, eu vejo  que é um país cujo calor é um dos piores do mundo, principalmente no sul e sudoeste no verão, com temperaturas que passam dos 40 C, ou até dos 45 C, como em Phoenix e Las Vegas, e até mais de 50 C no Vale da Morte, aliás, o recorde de maior temperatura da Terra pertence aos EUA, ao Death Valey, e Phoenix é a maior capital estadual em população dos EUA, não dá pra considerar os Estados Unidos um país frio, é um país considerado relativamente quente pelos climatologistas, assim como a China também é. 

Mais ou menos. Concordo que existe esta visão distorcida de que os invernos são necessariamente frios e com muita neve nos EUA, somada a um desconhecimento geográfico que pode fazer muita gente imaginar que o clima mais típico dos EUA é algo tipo Chicago.

Mas também acho que nunca foi mistério que lá faz calor, que existem regiões desérticas e climas tropicais ou perto disso. E de fato o frio que pode fazer lá no inverno é bem significativo. Com exceção de boa parte da Flórida, Califórnia, e das partes de menor altitude e latitude dos estados do sul dos EUA no geral (como Phoenix), os invernos são de frios a gélidos, não menos que isso. Mais frios do que nas cidades mais frias do Brasil. Nem sempre com neve no Natal,  mas quase sempre havendo algumas massas polares que derrubam as temperaturas para dois dígitos abaixo de zero e até mesmo máximas negativas.

A China acho ainda mais impressionante pela capacidade de fazer frio em latitudes tão baixas, mas também faz um calor de lascar por lá no verão.

Me mudei para o Canadá. 

Enquanto o Brasil está torrando de calor em Setembro, aqui no Canadá... está torrando também?

Ok, sem temperaturas na região dos 40⁰C por aqui. Mesmo assim, está fazendo muito mais calor do que o normal para fim de Setembro e início de Outubro, época em que o clima de verão já está definitivamente enterrado e começa a esfriar de forma mais significativa.

Onde estou morando, Saskatoon (um freezer semelhante a Winnipeg), os dias estao agradáveis e até quentes. Está previsto 28⁰C para amanhã. Depois disso, fica mais frio, porém ainda nada de mais para esta época do ano. A temperatura média em Setembro é 5.5 / 18.4 e em Outubro é -1.4 / 10.3.

Já em Windsor, a cidade mais ao sul do Canadá, Outubro deve começar com muito calor. Naturalmente o clima lá é mais quente, com média de 6.7 / 15.8 em Outubro. Mesmo assim, estará muitíssimo mais quente que o normal.

Apesar do calorzinho, a vegetação já está completamente em ritmo de outono aqui em Saskatoon, garantindo um espetáculo visual colorido nos mais variados tons:

É bom eu aproveitar enquanto o clima ainda está favorável. No Canadá, não importa se o inverno for muito mais quente que a média, ainda é garantido que fará muito frio. Em Saskatoon, a média em Janeiro é de -18.9 / -8.8. Não há aquecimento global que consiga fazer isso virar calor, haha.

Em 19/09/2023 em 15:34, Renan disse:

 

Depois do que eu vi ano passado em VANCOUVER......não há motivos para duvidar da possibilidade desse surto do GFS....será que ainda podemos chamar de surto ?

Pertinente relembrar esta onda de calor do Canadá. 

Aqui está uma lista com as maiores temperaturas registradas na história do Canadá:

Os 6 maiores registros foram todos na onda de calor de 2021, quando ocorreu o recorde histórico de 49.6⁰C. Antes disso, o recorde de calor do país era de 45.0⁰C em 1937. No caso de Lytton especificamente, o recorde anterior era de 44.4⁰C em 1944 (ocorreram muitos extremos de calor nos anos 30 e 40). Nesta cidade o recorde foi superado por 3 dias seguidos (dias 27, 28 e 29 de Junho), cada dia superando mais, até superar em mais de 5⁰C o extremo histórico anterior. 

Ou seja, não existe algum tipo de "margem de segurança" em recordes históricos. Às vezes podemos pensar que se algum lugar hipotético tem um recorde de 38⁰C em mais de um século de registros, caso o recorde seja superado, será por poucos décimos. Mas na verdade não há nenhuma certeza disso, e este mesmo lugar pode perfeitamente pular direto pra um registro de 40, 41, 42⁰C em alguma mega onda de calor, arrebentando com o recorde anterior. O clima consegue ser ainda mais radical do que costumamos imaginar.

Em 18/09/2023 em 10:59, BrunoSaoPauloCapital disse:

A faixa tropical vai até a latitude 23. A tua latitude (28) já é bem subtropical (faixa que vai da latitude 24 até a 35).

Sim sim, aí fui irônico. Este ano está muito tropical e pouco sub, hehe. Latitude não está ajudando muito dos 30⁰ pra baixo.

Ontem fez muito calor no RS, um dos dias mais quentes do ano. Hoje o dia ainda começa quente, mas instabilidades devem surgir em breve. Nos próximos dias, parte do estado terá uma sequência de dias predominantemente quentes e abafados, embora creio que recordes históricos não estejam ameaçados. Conforme se vai mais ao sul, reduz a quantidade de dias quentes, aumenta a de dias amenos e até mesmo beirando um certo frio para a época. Para os lados de Pelotas, Bagé, Chuí, há vários dias com máxima sub-20 na previsão. 

Onde eu moro, na tropical latitude de 28⁰, fico na parte do estado em que o predomínio será definitivamente de calor. 

Em 12/09/2023 em 22:36, Eclipse POA disse:

 

 

Será que já podemos considerar que estamos na primavera climática desde semana passada? 

Apesar das máximas bem baixas em algum desses dias, mas a dinâmica já me parece bem primaveril.

 

 

Eu considero que sim, percebo um aspecto primaveril.

Por aqui tivemos uma máxima anteontem que já supera todo o período JJA, tendo feito 29,7ºC na estação de Bento Gonçalves. Antes da metade do mês já tivemos cinco mínimas acima de 15ºC, enquanto foram quatro em todo o mês de Agosto. Ainda fazem dias frescos e inclusive frios, como deverá ser amanhã (previsão de máxima de 12ºC) e na manhã de sexta-feira (previsão de mínima de 3ºC), mas isso também faz parte tipicamente da dinâmica de início de primavera. É perceptível que no geral o clima já está bem inclinado para uma tendência de aquecimento. 

Além disso, o inevitável aumento na duração dos dias também já se torna bem mais perceptível, amanhecendo mais cedo e anoitecendo mais tarde. 

Nas estações oficiais de Porto Alegre, renovação da mínima anual.

Fez 3,9⁰C na estação do Jardim Botânico. Ainda é um tanto decepcionante para a menor mínima do ano, mas já não é algo tão desastroso. Na maior parte dos últimos anos a mínima anual do Jardim Botânico fica na casa dos 2⁰C ou 3⁰C e poucos décimos.

E na estação de Belém Novo fez 2,1⁰C. Se caísse só mais um pouquinho poderia ter entrado na casa do 1,x. Não há comparação com anos anteriores por se tratar de uma estação recente, porém, acredito que na maior parte dos anos esta estação teria registrado mínimas anuais na casa de 1⁰C, caso existisse, e até de 0,X⁰C com uma certa frequência em anos com MPs mais potentes. Números inimagináveis para a estação do Jardim Botânico, onde parece ser quase impossível baixar de 2⁰C.

Em 25/08/2023 em 12:08, Marcos disse:

 

Caramba, a situação em Santa Rosa é muito pior do que imaginava! Apenas UMA máxima sub20!! Não há padrão de inverno na cidade, fora o fato de haver mínimas baixas pontuais, efeito mais da secura do ar do que da consistência de uma mp.

 

Hoje tive mínima modesta de 9,4° por aqui. No Lami, estação da Simagro, fez 3,8°!!! Em Viamão 3,4° no Fiuza!

 

Agora tenho 16,8° com 57% e algumas nuvens. Amanhã previsão de 6° na cidade. Espero 7°/8° aqui. Maravilha!

Santa Rosa é o caso mais extremo, mas estão todas ruins. As estações em Ausentes não conseguem ficar 5 dias em sequência sem alcançar 20⁰C. Exceção é Pinheiro Machado onde ainda há predomínio de frio.

Calor foi tranquilo no RS. Sim, fez bastante calor, de suar, de botar o ar condicionado pra gelar, de fazer esquecer que é inverno, mas mesmo assim nada que não faça em 9 a cada 10 Agostos. Pelo que vi nas estações do INMET, os maiores forninhos do estado tiveram máximas na faixa de 31-32⁰C, nada digno de nota, longe de quebrar recordes.

Por aqui este inverno não chega a estar sendo um problema nos picos dos extremos de calor, ou seja, na maior temperatura registrada em cada mês. Quanto a isso, está tudo dentro do normal. A anormalidade é a frequência com que está fazendo calor. É quase toda semana em ao menos um ou dois dias. Definitivamente não está sendo um período majoritariamente frio com alguns intervalos de tempo quente, parece mais estar sendo o contrário, ou sendo generoso, meio a meio. O frio não se sustenta, não dura nada, esfria por poucos dias e depois já esquenta rapidamente. Períodos de uma a duas semanas com o tempo apenas frio/ameno direto, sem calor, praticamente inexistiram neste inverno. Parece que o RS perdeu no mínimo uns 5⁰ de latitude. 

O inverno de 2023 já pode ser decretado como ruim (por quem aprecia invernos frios). Agosto, até agora, está com média de 16,4⁰C por aqui pela estação de Bento Gonçalves, sendo uma anomalia de +2,4. Difícil de reverter, certamente será mais um mês com significativo desvio positivo.

Apesar de ter sido um inverno fraco, ainda é inverno, e é possível que tenhamos o maior frio do ano agora no fim de Agosto. Assim está a previsão para a próxima semana:

Em 07/08/2023 em 00:06, Matheus Vinicius disse:

Tudo isso pra no final continuar sendo uma cidade quente.

Pra você ver, até a capital mais fria desse país ainda é quente. 

Aí é um conceito bem desviante do que se enquadra no Brasil. 

Por exemplo. Para um canadense ou russo, quando começa a passar de 0⁰C no fim de Março e a neve ainda nem derreteu, parece bastante confortável perto do frio de -25 que fez em Janeiro. Quando começa a passar dos 15 com maior frequência em Maio, já se decreta que começou a época quente do ano. Por estes critérios, Curitiba e talvez até Urupema seriam consideradas quentes. 

Na língua inglesa, pelo que compreendo, existem dois termos que podem ser traduzidos para quente quando se fala em temperatura: warm e hot. Warm remete mais a um calor moderado, suportável, normalmente apreciado pela maioria das pessoas, sendo que uma tarde de 20⁰C provavelmente já seria definida como warm mesmo que ainda não seja bem um clima apropriado pra ficar de bermuda e manga curta. Imagino que Curitiba se enquadra ali. Já o termo hot remete ao calor mais desconfortável e forte, estilo verão em Porto Alegre. 

Enfim, tudo isso nas definições de povos que sao mais habituados a climas com invernos mais longos, gelados e nivosos que aqui. Para nós, habituados ao padrão brasileiro de clima tropical/subtropical com invernos curtos e suaves, tendemos a uma definição mais restrita para o calor, caso contrário realmente até Curitiba seria quente em mais de 300 dias do ano. Assim, o que lá consideram warm, nós consideramos apenas confortável/ameno, sem o aspecto de isso também ser calor.

Em 03/08/2023 em 16:22, Matheus Vinicius disse:

Pra Brasil dá pra considerar, mas como no meu consenso pessoal de que (Não existe inverno no Brasil), o que mais se aproxima de um inverno é Pinheiro Machado e Itatiaia.

E não estou nem mentindo, não é a sensação de calor que é intensa, mas sim o sol que está queimante, voltei com a mão vermelha e minha mãe reclamando de calor também.

Difícil esse conceito de inverno de verdade no Brasil kkkkkk

Mesmo os locais mais frios do país parecem ultrapassar máximas de 20⁰C no inverno de forma meio corriqueira demais para ignorar. Nem sempre é assim, mas em anos como o atual é perceptível como o inverno brasileiro é "frágil". Muito em cima dos limites dos requisitos básicos para a maioria das pessoas considerarem que está fazendo frio. É bater qualquer aquecedinha que todo mundo precisa tirar os casacos.

Na minha opinião um inverno "de verdade" não passa dos 20⁰C com certa frequência tão facilmente, e não deixa de ter cara de inverno e sensação de frio de inverno só porque está com uma anomalia de 2 ou 3⁰C acima da média. O que desqualifica praticamente o Brasil inteiro, haha. 

Nao há o que fazer além de nos conformamos com nosso inverno de mentira então.

Em 02/08/2023 em 15:16, Eclipse POA disse:

 

Te confesso que já procurei e nunca encontrei, mas também nunca me esforcei muito. O que me preocupa é que corri atrás de geada em Junho de 2016, que foi um mês extremamente gélido e seco, e mesmo assim não encontrei. Porém restringi minha região de busca ali pelos parques do centro de POA, e talvez eu não tenha sabido, na época, reconhecer ou procurar direito. 

Depois daquele inverno de 2016, eu até desisti de procurar, e mesmo quando voltei a morar em Canoas não achei por aqui. Talvez realmente haja bem mais chances de encontrar em Canoas, quando vier uma MP mais seca e forte (acho que agora tão cedo nao vem)

Em 2020 Porto Alegre teve geada inclusive nas áreas mais densas e centrais. 

https://gauchazh.clicrbs.com.br/porto-alegre/noticia/2020/07/geada-muda-paisagem-no-amanhecer-em-porto-alegre-vejas-as-fotos-ckcna8wk0000o013gfc4n33f0.html

Mas parece ser algo bem raro de acontecer.

Em 01/08/2023 em 23:02, Fábio De Nittis disse:

Boa noite! Buenos Aires hoje:

Mínima: 15,5°C
Máxima: 30,2°C - MAIOR EM 9 ANOS PARA AGOSTO

Sim, 30 graus. Em 117 anos de medicoes, nunca havia feito nem 25°C no primeiro dia de agosto e hoje passamos de 30°C. Foi a maior temperatura para o mes desde 2014. Os primeiros 30°C desde marco e os primeiros trinta da temporada primavera/verao 2023/2024. Mais um pico de calor absurdo, algo que vem se tornado frequente desde o fim de 2021, com inúmeros exemplos. Dia ensolarado, nojento, com paredes, móveis e calcadas transpirando. Nem dá animo de relatar.

Agora temos poucas nuvens, 22,4°C, URA de 82% e vento nordeste a 7 km/h.
 

Para amanha, calor ainda de 25°C, e mínima de 15°C, sendo registrada à noite, depois da virada do vento. O sol nasce às 7h46 e se poe às 18h13.
 

Por sorte este registro foi já em Agosto, que tem um recorde de 34,4. Se fosse um dia antes, em Julho, empataria com o recorde histórico de calor do mês, que é de 30,2⁰.

Claro que isso é apenas um preciosismo. O planeta desconhece o conceito de meses. Seja em 31/07 ou 01/08, é uma grande anomalia fazer este nível de calor nesta época. 

Em 28/07/2023 em 18:41, Nestor Antonio Bresolin Junior disse:

A título de curiosidade, e fazendo um link com a discussão sobre como os invernos são mais 'longos' no Chuí, e com as máximas mais comportadas, resolvi fazer uma comparação entre Pinheiro Machado, Ausentes e Canela, que têm elevações bem diferentes. Nesse mês de julho PM tem médias máximas inferiores a qualquer outra estação, além da média mensal ser inferior ou muito parecida com Ausentes, que é quase 3x mais elevada, e da máxima absoluta do mês ser também inferior às demais.

 

 

Ao monitoramento, agora às ~18:40 já temos um início de noite frio:

 

 

 

 

Esta estação de PM é meio fraquinha nas mínimas de forma geral, embora tenha até negativado. Mas nas máximas é um arraso. Bem perceptível a diferença. Canela e Ausentes chegaram perto ou ultrapassaram os 20 em vários os dias, no caso de Canela até os 25, enquanto PM mal soube o que é 20⁰C neste mês. Lá esquenta com menor frequência, e quando ocorre é com menor duração. Este último período quente atingiu Canela e Ausentes dia 20 a 26, mas PM foi afetada só do dia 21 ao 23.

Já passamos por quase 2/3 do trimestre JJA.

Infelizmente o inverno vem sendo um desastre por aqui. Praticamente um não-inverno. Está sendo um limbo indefinido entre o outono e primavera, com algumas MPs bem esporádicas e normalmente fracas.

Observo os dados registrados em Bento Gonçalves, com 29⁰ de latitude, 700m de altitude.

Quem conhece a região sabe que o clima típico de inverno é caracterizado, no mínimo, por temperaturas mínimas abaixo de 10 e máximas abaixo de 20. Várias e longas sequências nestas condições. Não absolutamente, claro. É normal que existam os veranicos, o calor fora de época. Mas espera-se que uns 80% do periodo sejam nesta condições, especialmente em Junho e Julho.

Não foi o caso. Houve um período de aproximadamente 10 dias no meio de Junho e de uma semana no meio de Julho, com sequência de mínimas sub-10 e máximas sub-20, incluindo algumas sub-5/15. E só. Basicamente os únicos períodos com sensação de que estamos no inverno. Fora isso, forte predomínio de temperaturas muito acima da média, longos períodos de dias que não lembram em nada o inverno. E parece que vai continuar assim.

Teremos agora só 3 dias de frio, de amanhã até sábado, e em seguida o calor volta com força, durando muuuito mais tempo.

Boa sequência de dias frios de inverno, é o que eu diria se estivesse em Presidente Prudente a 22⁰ de latitude e 480m de altitude. 

Em Nova Prata, a quase 29⁰ de latitude e 660m de altitude, é um pouco preocupante. 

Ontem falei sobre a região do Chuí, onde o calor é realmente uma exceção durante o inverno, e não algo frequente e banal até mesmo na época mais fria do ano.

O exato oposto disso certamente ocorre na região do noroeste do estado.

Vejam a previsão para São Borja. Basicamente um clima típico do Paraguai.

Nem no extremo norte do RS, proximo ao oeste de SC, com menor latitude, chega a ser quente neste nível. É uma particularidade muito própria desta faixa do noroeste gaúcho, região de São Borja, na fronteira com a Argentina. 

Em 20/07/2023 em 18:01, Beto Krepsky disse:

É nessas horas que a gente vê que a latitude pesa e falta muito no Brasil no período invernal. Nessa sexta/sab/dom o sul do RS/Uruguay terão um breve veranillo. Mas depois disso as condições de frio de inverno voltam e seguem pela semana toda. Enquanto que a porção norte do RS pra cima, experimentarão dias mornos. Fará mais frio no Chui do que em Gramado. Isso ajuda a reforçar a percepção de inverno.

 

E conforme vamos avançado para primavera, essas diferenças ficam maiores. Em agosto/setembro é bem normal ver Buenos Aires com uma tarde de 15 graus e POA com 25, os bloqueios vão ficando mais fortes.

 

Depois que chega novembro essas diferenças diminuem, e muitas vezes ficam a favor aqui de SC pra cima, com influência das MPs velhas + altitudes + chuva o clima aqui costuma ficar mais ameno do que mais pro sul. Dai chega abril e a latitude começa a pesar de novo.

 

Esta região de Chuí é muito distinta, é um caso a parte mesmo. Pode ser analisada separadamente até do Sul do RS. Às vezes esqueço o quanto ao sul essa pontinha do estado se estende. A maior parte do clássico Sul do RS está na faixa entre os 30⁰ e 32⁰ de latitude. Já Santa Vitória do Palmar e Chuí ultrapassam 33.5⁰, no extremo chegando perto dos 34⁰ de latitude. Entre Pelotas e Chuí sao 2⁰ de latitude de diferença, semelhante a diferença entre Pelotas e Novo Hamburgo que fica no norte da RM de Porto Alegre. É um pedaço de terra extremamente plano entre o Oceano Atlântico e a grande Lagoa Mirim. Acho muito interessante a geografia da região. 

Climaticamente, esta região se distingue bastante principalmente pela constância das máximas baixas durante o inverno, sofrendo menos impacto de veranicos, inclusive em comparação ao sul do RS nas latitudes inferiores. Não é incomum Pelotas e Bagé não conseguirem escapar de um período de 5-10 dias de veranico brabo, enquanto Chuí fica quase ilesa com apenas 2-3 dias de calorzinho leve e logo em seguida volta ao normal com máximas rondando 15⁰C.

Em 19/07/2023 em 11:01, Fábio De Nittis disse:

Tem acontecido em Buenos Aires também, em relacao às temperaturas negativas na estacao do Observatório Central:
 

- De 1908 a 1962, TODOS os anos tiveram alguma mínima abaixo de 0°C.
- 1963 foi o primeiro ano que nao negativou. A partir daí até 1976, era um ano sem negativa pra quatro com negativas.

- 1977, 1978 e 1979 nao baixaram de zero. Nunca tinha acontecido de passar dois anos seguidos acima de 0°C e já foi logo tres de uma vez.
- De 1977 a 2011 a coisa passou a ficar bem equilibrada: 18 anos com mínima acima de 0°C, 17 com mínimas negativas
- E de 2011 pra cá, simplesmente NUNCA MAIS. Agora a mínima alterna entre 0°C (sete vezes) e 1°C (cinco vezes)

Aliás, anteontem eu estava super empolgado, porque a temperatura vinha caindo rápido, já estava abaixo de 5°C às 21h. Parecia que finalmente ia acontecer... mas travamos em 0,7°C (agora faco um relato melhor do dia). Parece que negativa realmente é algo que ficou no passado climático da estacao do Observatório Central (na Grande Buenos Aires sao várias vezes por ano ainda e nao vai mudar tao cedo, felizmente).

Este enfraquecimento nas mínimas está ocorrendo só no Observatorio Central ou também em outras estações da Grande Buenos Aires, onde for possível analisar dados de décadas atrás? Sei que as outras estações negativam com certa facilidade até hoje, então no caso deve se usar outro valor como referência no lugar do 0, talvez observar com que frequência estão atingindo -2 ou -3...

Em 15/07/2023 em 11:28, ItamarStahl disse:

Três Coroas-RS em 2023, até o momento. Ano morno 

Qual a altitude desta estação? As mínimas até que são baixinhas. Média mínima na casa dos 16⁰C em Fevereiro é bem frio. E até conseguiu negativar em Junho. Pra uma localidade de baixa altitude está ok. Mas as máximas, claro, estão bem altas, chegando aos 30 ou próximo disso em múltiplas ocasiões em pleno inverno. 11 máximas acima de 27⁰C em Junho! 

Em 14/07/2023 em 15:48, Fábio De Nittis disse:

2023 até agora em Buenos Aires:
 

Temperaturas:
Janeiro: 26,8°C (+ 1,6°C)
Fevereiro: 25,6°C (+ 1,4°C)
Marco: 27,1°C (+ 4,8°C)
Abril: 19,1°C (+ 0,4°C)
Maio: 16,5°C (+ 1,2°C)
Junho: 13,2°C (+ 0,8°C)

 

Ano: 21,4°C (+ 1,7°C)
 

Chuvas:
Janeiro: 77 mm (- 43%)
Fevereiro: 42,5 mm (- 67,4%)
Marco: 38 mm (- 67,6%)

Abril: 68,9 mm (- 47,8%)
Maio: 166,6 mm (+ 78,2%)
Junho: 0,3 mm (- 99,5%)

 

Ano: 393,3 mm (- 41,3%)

Buenos Aires corre o risco de fechar com uma média anual acima de 20⁰C neste ano? E caso isso acontecesse, seria algo inédito? Fechar o primeiro semestre com 21,4⁰C é complicado. A média do segundo semestre não pode ultrapassar 18,6⁰C para compensar.