Rodolfo Alves Posted September 4, 2014 at 09:09 PM Share Posted September 4, 2014 at 09:09 PM A ocorrência: Entre os dias 02/03 de Setembro de 2014, o avanço de áreas de instabilidades sobre o Sul/Sudeste do país, geraram fortíssimas rajadas de vento, que foram sentidas pela população das áreas afetadas. Em São Paulo, as rajadas foram observadas durante a noite do dia 02 em especial. Algumas das Rajadas Reportadas: Congonhas: 72km/h Viracopos: 74km/h Rio de Janeiro (Sta. Cruz) 70km/h Belo Horizonte 61km/h Uberaba 78km/h Navegantes 96km/h. Uma pergunta que pode ser feita, é o por quê de tanto vento? Identificando o Tipo de Tempestade: Primeiramente, precisamos identificar que tipo de tempestade atingiu essas regiões, e gerou todo esse vento. Dados de Radares Meteorológicos, mostram que as instabilidades se organizaram em uma linha a medida que avançaram sobre o Sul/Sudeste do país. Basicamente, existem 4 tipos de tempestades: Unicelular, Multicelular, Linha Multicelular e Super Células. É comum observamos, as duas primeiras em tempestades no Brasil. A Super Célula, se forma geralmente em condições de tempo severo. O tipo que atingiu o Sul/Sudeste, enquadra-se na Linha Multicelular, ou mais conhecida como "Squall Line". A Squall Line pela organização, tem como característica, gerar uma intensa frente de rajada. Portanto, este tipo de tempestade tem como principal característica gerar vendavais, devido a sua organização em linha. Outro fator a ser notado, é que essas instabilidades, tem longa duração, diferente dos outros tipos de tempestades. Não a toa, ela se manteve forte desde o RS, até o Sudeste. Como ocorre uma Rajada de Vento numa Tempestade? Quando a tempestade atinge a sua maturidade, há um movimento contínuo de fluxo de circulação de ar em torno das CB's, chamadas de correntes ascedentes e correntes descedentes. A ilustração abaixo ajuda a entender. O ar quente vindo da superfície, por ser mais leve, sobe na atmosfera, gerando as correntes ascedentes, e quando chegam no topo da CB, aonde as temperaturas ficam negativas, descem de volta na superfície forma descedente, assim gerando as fortes rajadas de vento, antes/durante a tempestade. No caso de uma "Squall Line", há um impulso maior dessas rajadas pela organização das tempestades. Portanto, fortes rajadas de vento antes e durante as tempestades, podendo gerar vendavais, são comuns devido a circulação de correntes na evolução de uma CB, porém numa situação multicelular de tempestades, organizadas em linha, como ocorreu neste caso, há uma tendência maior ainda para formação de vendavais, em relação a tempestades unicelulares ou multicelulares não alinhadas, devido a forma em que essas tempestades são organizadas, gerando maior impulso na circulação de correntes das CB's. Ilustrações: IAG/USP Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Aldo Santos Posted September 5, 2014 at 01:34 AM Share Posted September 5, 2014 at 01:34 AM :good2: :clapping: Muito interessante. Um CCM (Complexo Convectivo de Mesoescala) se enquadraria numa dessas classificações? Ou é outra coisa? Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Rodolfo Alves Posted September 5, 2014 at 05:55 PM Author Share Posted September 5, 2014 at 05:55 PM :good2: :clapping: Muito interessante. Um CCM (Complexo Convectivo de Mesoescala) se enquadraria numa dessas classificações? Ou é outra coisa? CCM é um grande complexo de trovoadas, que se enquadra em formador das tempestades, e não em um tipo de tempestade. CCM entraria no mesmo "setor" de frentes frias ou áreas de baixa pressão. Fenômenos sinóticos que causam tempestades. Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Aldo Santos Posted September 5, 2014 at 06:17 PM Share Posted September 5, 2014 at 06:17 PM :good2: Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
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