Jump to content
Brasil Abaixo de Zero

Vendaval em Tempestades. Por que? (Estudo de Caso)


Rodolfo Alves
 Share

Recommended Posts

A ocorrência:

 

Entre os dias 02/03 de Setembro de 2014, o avanço de áreas de instabilidades sobre o Sul/Sudeste do país, geraram fortíssimas rajadas de vento, que foram sentidas pela população das áreas afetadas. Em São Paulo, as rajadas foram observadas durante a noite do dia 02 em especial.

 

Algumas das Rajadas Reportadas:

Congonhas: 72km/h

Viracopos: 74km/h

Rio de Janeiro (Sta. Cruz) 70km/h

Belo Horizonte 61km/h

Uberaba 78km/h

Navegantes 96km/h.

 

Uma pergunta que pode ser feita, é o por quê de tanto vento?

 

Identificando o Tipo de Tempestade:

 

Primeiramente, precisamos identificar que tipo de tempestade atingiu essas regiões, e gerou todo esse vento.

 

Dados de Radares Meteorológicos, mostram que as instabilidades se organizaram em uma linha a medida que avançaram sobre o Sul/Sudeste do país.

 

CB74Ghc.png

eZgw3ar.png

Dz2UGBz.png

 

Basicamente, existem 4 tipos de tempestades: Unicelular, Multicelular, Linha Multicelular e Super Células.

 

É comum observamos, as duas primeiras em tempestades no Brasil. A Super Célula, se forma geralmente em condições de tempo severo. O tipo que atingiu o Sul/Sudeste, enquadra-se na Linha Multicelular, ou mais conhecida como "Squall Line".

 

1OmEWS7.png

 

A Squall Line pela organização, tem como característica, gerar uma intensa frente de rajada. Portanto, este tipo de tempestade tem como principal característica gerar vendavais, devido a sua organização em linha. Outro fator a ser notado, é que essas instabilidades, tem longa duração, diferente dos outros tipos de tempestades. Não a toa, ela se manteve forte desde o RS, até o Sudeste.

 

awPoWMS.png

 

Como ocorre uma Rajada de Vento numa Tempestade?

 

Quando a tempestade atinge a sua maturidade, há um movimento contínuo de fluxo de circulação de ar em torno das CB's, chamadas de correntes ascedentes e correntes descedentes.

 

A ilustração abaixo ajuda a entender. O ar quente vindo da superfície, por ser mais leve, sobe na atmosfera, gerando as correntes ascedentes, e quando chegam no topo da CB, aonde as temperaturas ficam negativas, descem de volta na superfície forma descedente, assim gerando as fortes rajadas de vento, antes/durante a tempestade. No caso de uma "Squall Line", há um impulso maior dessas rajadas pela organização das tempestades.

 

2AudHtW.png

 

Portanto, fortes rajadas de vento antes e durante as tempestades, podendo gerar vendavais, são comuns devido a circulação de correntes na evolução de uma CB, porém numa situação multicelular de tempestades, organizadas em linha, como ocorreu neste caso, há uma tendência maior ainda para formação de vendavais, em relação a tempestades unicelulares ou multicelulares não alinhadas, devido a forma em que essas tempestades são organizadas, gerando maior impulso na circulação de correntes das CB's.

 

Ilustrações: IAG/USP

Link to comment
Share on other sites

:good2: :clapping:

 

Muito interessante.

 

Um CCM (Complexo Convectivo de Mesoescala) se enquadraria numa dessas classificações?

Ou é outra coisa?

 

CCM é um grande complexo de trovoadas, que se enquadra em formador das tempestades, e não em um tipo de tempestade.

 

CCM entraria no mesmo "setor" de frentes frias ou áreas de baixa pressão. Fenômenos sinóticos que causam tempestades.

Link to comment
Share on other sites

Join the conversation

You can post now and register later. If you have an account, sign in now to post with your account.

Guest
Reply to this topic...

×   Pasted as rich text.   Paste as plain text instead

  Only 75 emoji are allowed.

×   Your link has been automatically embedded.   Display as a link instead

×   Your previous content has been restored.   Clear editor

×   You cannot paste images directly. Upload or insert images from URL.

 Share

×
×
  • Create New...

Important Information

By using this site, you agree to our Guidelines.