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No dia 22/10/1988, os municípios de Iporã do Oeste e Tunápolis registram a maior tragédia natural de suas histórias, uma granizada, ou chuva de granizo de forte intensidade, jamais ocorrida daquele jeito. O dia amanheceu abafado, quente, com aquela sensação de tempo feio, típico do mês de outubro. Como de costume, todas as famílias desempenharam as atividades normais, mas, o que ninguém imaginava, era que a tarde daquele sábado, ficaria marcada na história dos municípios, como uma página de uma das maiores devastas da natureza. Diferente de outros temporais, dessa vez o granizo caia sem chuva, somente acompanhado de fortes rajadas de vento. “Com a força, o granizo e a chuva arrancaram janelas inteiras. Telhados de casas, galpões, chiqueiros e aviários foram levados e totalmente destruídos. A mata foi completamente destruída, não sobrou nada”, recorda Bieger, que passou o dia todo fotografando aquele cenário devastador. Medo, aflição, agonia e insegurança são algumas das definições que as famílias dão aos poucos minutos daquela tragédia. “Aquele dia foi uma tragédia. O gelo cobriu a terra, parecia neve”. Assim, Nestor Staub (foto) de La. Canaleta descreve o cenário daquele sábado. Para Staub, o céu anunciava chuva, porém, para a surpresa de todos, somente granizo acompanhado de fortes rajadas de vento atingiram a região. “O granizo era do tamanho de um ovo de galinha. Devido à intensidade, tamanho e força, quase não sobraram frangos e passarinhos. Por muito tempo, os moradores não os viram mais. Nas árvores, somente os galhos restaram. Não foi um ano fácil. Começou a faltar comida e muitas empresas exploravam no valor cobrado pelas telhas. É melhor não ter nada do que acontecer isso”, diz Nestor, um tanto emocionado. Outubro é época da colheita do trigo aqui na região. As lavouras foram completamente devastadas justamente dias antes de começar a colheita. “Não tem como esquecer essa data. Devastador, toda safra perdida”. Elene Theisen "Estávamos no colégio esperando abrir a sala de catequese. Quando passou a tormenta, voltei para casa e vi várias pombas e passarinhos mortos pelas ruas. Em casa, vi que não tínhamos mais telhado na residência. Muito triste!” Ovande Fratz “Parecia um cenário de guerra”. Renê Ternus Meu pai na época tirou algumas fotos nos nossos parentes, em Linha São Vendelino, Iporã do Oeste, 7 dias após a tormenta: Reparem na mata no fundo, completamente sem folhas (no final de outubro a mata já deveria estar cheia de folhas aqui na região): Esta foto foi feita 7 dias após o evento. As pedras ficaram acumuladas em montes após o temporal mais forte, por causa da chuva que as arrastou. 7 dias depois do evento ainda havia pedras de gelo na lavoura. Os relatos contam que não havia mais passarinhos na região após esse evento, que morreram todos, e demorou um bom tempo para eles voltarem. Há relatos também, dos meus pais e avós, que a granizada chegou a matar terneiros nos potreiros, em São Jorge, Tunápolis.