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Brasil Abaixo de Zero

zeocit

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  1. Ridículas não sei, mas a média das máximas no inverno é parecida com à de ctba.
  2. Por aqui nublou tudo. Saí de casa às 8:15 marcando 10.2 graus. Mas o tempo está nublado, a umidade alta (na casa de 80%) e está ventando moderadamente. Estamos com a típica situação de infiltração, o que abaixa a sensação térmica mas, cá entre nós, poderia não ter escancarado a mínima. Mas talvez a máxima fique abaixo dos 13 graus ou por aí.
  3. É, é difícil estas MPs continentais pegarem ctba de jeito, mas qdo pegam aí os 930m fazem efeito. Mas não está tão frio como em massas fortes de julho. Temos 7C às 23:00, nos dias mais frios do ano temos isso às 19:00. Mas pra maio está muito bom, é frio de alto inverno. Se o vento nào virar nos aproximamos de zero; mas nas fortes MPs de julho, sempre nublava perto da meia-noite e estancávamos nos 2/3C.
  4. Lucci, Boas observações. A era pós-2000 bateu três vezes o recorde de junho. Quanto à mudança de padrão, é o que observo: tivemos uma quebra em 95, que não foi tão brusca, e outra pior depois de 2000. Entre 95 e 2000 tínhamos invernos frios e anos próximos da média, como 1996 e 1999. Já agora, desde o ano 2000, praticamente todos os anos estabelecem nova margem de recordes. Aliás, se não me engano a média dos junhos depois de 2000 já beira os 16ºC, está 15 e alguma coisa (preguiça de verificar). Incrível, são +3 ou pouco mais durante 6 anos! O junho mais frio que tivemos neste período fechou com anomalia por volta de +2 (2004). Abril e setembro de 2004 foram os únicos meses acima da média, sendo que abril não foi uma catástrofe como foi setembro. Abril de 2003 fez mais frio. Quanto a 95 creio que fique mal na foto por causa do inverno. No entanto, se tivéssemos anos como 95 ou 97, ainda estaríamos no "lucro". Agora está sendo difícil fechar abaixo de 18ºC. abs
  5. Bem, todas as mensagens e argumentos, sem excessão, manifestam e constituem evidências do axioma da violência simbólica q/ é a condição de existência das próprias sociedades (e da ciência que as estuda). Esta relação é manifestada na relação entre culturas e na representação, na prática efetiva, no discurso, ou melhor, nos posts no fórum Brasil Abaixo de Zero, que os agentes (indivíduos) fazem desta relação entre culturas. Há também várias formas de se lidar com a relação, quando se ocupa uma posição dominada: geralmente ocorre uma espécie de recalque que se reflete no que Bourdieu chama de "transfiguração da necessidade em virtude", de modo a dissimular os constrangimentos e os elementos inconvenientes da realidade (a relação cultural) com o objetivo de auto-justificação e afirmação. Isto é natural, e não há culpados. Ocorre com todos ou com a maioria, pois é um fenômeno estrutural e objetivo. A moral da história, em simples termos, de fato, todos nós queremos casas enchaimel, estilo europeu, queremos rasgar e ostentar a maior quantia de prestígio e poder econômico possível. Faz parte de nossa condição como brasileiros, e tudo isso é produto de uma ambivalência estrutural sem tamanho (descrita nos posts anteriores; paradoxo em se almejar algo e ao mesmo tempo precisar se opor contra alto, para afirmar uma identidade irredutível), ambivalência tal que é incorporada através dos processos pedagógicos mais ínfimos e microscópicos que se pode imaginar. Isto é a miséria tupiniquim, está em nossas entranhas desde o "sabe com quem está falando" das relações sociais na esquina às discussões do alto escalão do Estado, passando, obviamente, pelas escolhas e gostos estéticos, seja dita, a incorporação, por parte dos habitantes, de duas sócio-lógicas diametralmente distintas (sistemas de relações sociais, simbólicas etc. etc.): a lógica da dádiva e do dom (predominante no brasil império e, hoje, no nordeste, os tais paternalismos, coronelismos etc.); e a lógica do mercado e do individualismo (produto das revoluções modernas na Europa a partir do sec.XVIII.). Apenas coloco uma questão para fechar minha participação (o Clóvis de fato percebeu que é off-topic. Mas, cá entre nós, meio difícil falar só de meteorologia com imagens de cidades): por estarmos fadados a buscar os valores estrangeiros (dominantes), estamos automaticamente fadados a nunca superá-los. A Suíça sempre vai ser mais fria do que aqui. O estilo arquitetônico que a define sempre parecerá mais natural por lá. Assim como a música clássica é eminentemente européia, assim como a cultura européia e a estética temperada sempre serão um padrão indissociável; estas manifestações culturais estão profundamente compatíveis com seu meio sócio-econômico, geográfico, etc. pois estes países DEFINEM a estrutura e os elementos destes padrões culturais, ou seja, estão precisamente adaptados a eles, e o efeito direto disso é que o rendimento simbólico destes países será sempre maior. Não há como superá-los n'algo que se confunde com eles próprios através de um processo histórico milenar. Seria análogo a, por exemplo, o Japão almejar superar o Brasil em samba ou em quaisquer elementos culturais estritamente tupiniquins. O Brasil define o que é samba. Ele é o dominante no samba. Para mudar isso, apenas mudando as regras do jogo, isto é, apenas redefinindo totalmente o samba em um processo histórico extremamente árduo. Cá entre nós, é quase impossível, exceto por alguma singularidade sociológica ou uma catástrofe natural sem tamanho. abraços
  6. Lembrem-se que eu estou me referindo a Curitiba. Não tenho propriedade alguma p/ afirmar algo para para 27ºS em diante, oeste do Sul inteiro, apesar de o Luiz parecer não discordar de mim em nenhum ponto quanto à qualificação dos anos (exceto talvez no sentido implícito que emana do que eu escrevo, da existência uma espécie de aquecimento global. Como coloquei: p/ mim, em curitiba e no leste do PR trata-se de uma conjunção hipotética de ciclos, urbanização e atividade humana (aquec. global). Acho tb que isso vale pro nordeste de SC, pois quase tudo o q ocorre em Blumenau, Joinville etc. ocorre também aqui, digo, fenômenos de 'macroescala', tipo MPs, bloqueios etc. Pena eles não terem normais p/ podermos comparar. Mas talvez tb Floripa e cidades até 27S, a leste, não estejam mto diferentes de ctba. Sei que as anomalias de Flpolis andam bem fortes. Enfim, se 2007 for diferente do nosso padrão que se estabeleceu após o ano 2000 (é um padrão claro, mas no nosso caso), já é lucro. Mas to com saudades de 2004: em abril se não me engano fez uns 5/6 graus, fez 14 à tarde (mas fez uns 29 tb, mas isso é comum). E maio não passamos de 25 graus C, e o mais incrível é que foi isolado, a segunda maior máxima foi de 23 e tivemos apenas 4 dias que passaram de 20ºC, com direito a mínima absoluta de 2ºC e vários dias descendo de 6ºC. Naquele ano fez frio respeitável, como em anos normais da "era" pré-1990, em todos os meses exceto setembro (p/ os nossos padrões). Em Julho, ficamos duas semanas com temp. mal passando dos 14 graus, e também tivemos MPs continentais, já que o dia mais frio teve minima de 1 e máxima de 11, com sol. E também chegou a fazer 6 graus em pleno outubro, e tivemos máxima de 12 graus em novembro. Tivemos frio para todos os gostos, úmido, encoberto, continental, com elevada amplitude etc. Que ano. abraços
  7. O próprio 2003, só pra lembrar, depois de 2000 é o segundo ano MAIS FRIO que registramos! Enquanto 2002 parecia um ponto fora da curva, atualmente seu padrão já dominou simplesmente metade do período pós-2000. Dos 6 anos após 2000, simplesmente quatro deles têm o padrão semelhante a 2002 e médias igual/acima de 18 graus (2001, 2002, 2005 e 2006). 2003 é fresco se comparado com estes anos, e 2004 já está se tornando um sonho (16.9 e "apenas" dois meses acima da média no ano; e teve frio forte, ie, minimas absolutas). A cálida década de 90 já parece um sonho agora, pois a freqüência de invernos "bons" (dentro ou abaixo da média - seja qual for a média, inclusive de extremos) era de 1 a cada 3 anos. A última vez que tivemos um inverno frio foi em 2000. abraços
  8. É, 2002 bate de longe qualquer ano. Somente pode eventualmente ser colocado a frente de 2005 e 2006 (ou 2001, outro peso pesado) por causa da neve de setembro. Mas isso foi um evento deveras pontual (se defenderem trocar 5 meses de inverno climático por uma semana, aí estarão acatando automaticamente e implicitamente o discurso dos que querem homogeneizar o clima do Brasil: isso não é inverno. Inverno alternado ("crioulo doido") é uma coisa, um invernico é outra). 2006 pelo menos teve um outono e teve um mês do inverno climático com jeito de inverno. Quanto à setembro, só pra lembrar, a segunda quinzena do mês foi absurdamente quente e fechamos bem acima da média em Ctba. Se fosse alternado, então fecharia próximo da média: o frio compensaria o calor. Não é isso que ocorre, em curitiba. O frio é isolado e o calor (i.e.: período de temperatudas muito acima da média) predomina absurdamente, e por isso 6 anos seguidos com médias invernais entre +2 a +4. Fechar abaixo de +2 virou uma aventura pra nós.
  9. O engraçado é que se não fosse o evento de neve de setembro de 2006, este ano certamente estaria pau-a-pau com 2002 e 2005, e é claro que ele é rankeado a frente dos piores anos segundo a perspectiva catarinense e gaúcha, precisamente por causa do evento pontual de neve de set. de 2006. Na verdade, pelo menos em ctba, 2002, 2005 e 2006 são anos quase análogos. A mecânica climática (nos simples termos de temperatura, bloqueios, invasões polares e semelhante foco de análise) destes anos foi quase idêntica até meados de setembro. Melhor dizer, até julho a semelhança entre 2002, 2005 e 2006 chegou ao ponto de se pensar se não seriam anos praticamente iguais... o que distinguiu 2002 do resto, em ctba, como o ano mais quente da história, foi a primavera que foi quente, enquanto em 2005 e 2006 ela manteve-se com anomalias na casa de +1/+2. Ao mesmo tempo, por ter nevado em set., segundo os critérios de neve - que são os critérios do sul catarinense e do RS (onde efetivamente neva), 2002 é de alguma forma "salvo" em comparação a outros anos menos quentes anualmente, assim como 2006, o que não ocorre se o critério é apenas Curitiba - ou até mesmo o Paraná (o Luiz parece achar que 2006 é o pior ano. Ele reflete um ponto de vista paranaense c/ mecânica de MPs algo entre ctba e SP, já que tem a mesma latitude de SP porém mais a oeste, o que facilita o ingresso de MPs). Se retirarmos o critério de neve, isto é, se considerarmos apenas a situação de ctba ignorando o que ocorre "abaixo" (i.e.: reproduzindo inversamente o bairrismo sulista, só que em 25.4ºS), já que em ctba não neva e o que ocorre em SJ e etc. não faz sentido p/ Ctba (já que são 3º de lat. e outra mecânica climática), 2002 deve ser o pior ano, sendo quase análogo a 2005 e 2006, e sendo estes dois últimos quase idênticos. As médias de 2005 e 2006 também são idênticas, com a excessão de que julho de 2006 foi julho mais quente da história em ctba, tendo batido inclusive o recorde de max absoluta (que era de 27.1ºC).
  10. Junho de 2003 fechou como o junho mais quente da história em ctba. Posso verificar, mas a média fechou em uns 16.3 ou pouco acima, com anomalia superior a +4ºC. Não houve frio naquele mês, frio para qualquer padrão mínimo de outono inverno. Ficou o mês todo sob um bloqueio absurdo, uma secura absurda e temperaturas oscilando de 11/13 a 23/25 graus. Foi tão quente e seco p/ a época que os pinheiros ficaram queimados, e vi alguns morrerem. Devem se lembrar. O bloqueio começou no fim daquela MP forte de maio que trouxe amplitude absurda pra ctba e uma secura idem. Ele só foi quebrado por aquela MP entre a primeira e a segunda semana de julho, depois de quase atingirmos o recorde histórico de max abs (que conseguimos quebrar em 2006, he he he), onde tivemos uma das piores tempestades nos últimos anos (vários bairros ficaram literalmente cobertos de granizo; no Mercês chegou a acumular mais de meio metro. Talvez se lembrem). Em 2003, literalmente, só houve alguma sensação de inverno, mesmo pros nossos padrões, em agosto e setembro, no entanto, também não fez o frio que faria num julho "decente". Isto falando por Curitiba. Já 2004 o frio foi mais constante em ctba, maio fechou com med max de 17 graus e frio constante o mês todo, além de ter frio forte (min abs de 2ºC e tivemos vários dias abaixo de 5/6), em junho pelo menos fez frio forte (entre -1 a -2 nas estações), o que é um ganho já que nos últimos anos junho é simplesmente nulo, julho foi tanto constante como teve frio intenso, e mesmo agosto fechou em 14 e alguma coisa. Só que o inverno terminou cedo e tivemos o setembro mais quente da história. No entanto, a primavera foi fresca pra fria, fechou precisamente dentro da média (out com 16, nov com 18 e dez com 19).
  11. As definições do dicionário às vezes vem em boas mãos, embora eventualmente inconvenientes. Muito bom, Luiz. Quanto aos argumentos colocados: o tempo também não é fator determinante, em primeiro lugar pois a ordem p/ se constituir uma cultura é bastante grande, no mínimo algumas gerações. A constituição de uma cultura autônoma, diferenciada, implica em uma estrutura de sistemas simbólicos particulares (em geral linguagem, organização social particular, parentesco e outros). Ora, esta Campos turística nada mais é do que padrões europeus importados. A cultura de Campos real, quer dizer, aquela que nós obviamente não queremos ver, genuinamente brasileira, esta sim vai ter todas as propriedades necessárias para ser considerada uma cultura própria. Entretanto, não sairia bem na foto. Quanto à "nova" Campos - sobretudo esteticamente, urbanisticamente - a distância de seus traços e propriedades em relação ao estilo e padrão que simula (europeu), ao ponto de até mesmo copiar a sua linguagem - um dos elementos centrais de uma cultura - é tão ínfima que falar em uma "nova cultura" só faria sentido se pensássemos numa adaptação de um padrão legítimo à realidade tupiniquim, e mesmo assim não suprimiríamos o fato inconveniente de sermos nós a buscar uma pdrão estrangeiro, e por causa de uma relação de força entre as culturas (ou é o mundo a copiar o estilo brasileiro? Aliás, qual é o estilo brasileiro?). Mas mesmo isso não refutaria a tese de que se trata de importação, por parte de uma cultura dominada, de elementos de uma cultura dominante. Recusar esta asserção, nos termos de uma saída simplista da constituição de uma cultura "nova" - portanto, autônoma, irredutível, "natural" etc. -, segundo o critério tempo, é simplesmente querer mistificar a verdade objetiva de CJ como produto de uma cultura dominada destituída de identidade (o Brasil), e nisso ela não está sozinha: em geral, trata-se do drama tupiniquim que existe há séculos, vide as reformas urbanas cariocas do início do século XX, o estilo de vida ostentado pela aristocracia brasileira, a elite latifundiária etc., além das próprias metrópoles, baseadas no urbanismo das cidades norte-americanas (e muito mal-copiadas, diga-se de passagem). Estamos tão acostumados com estes fenômenos e estes padrões, quer dizer, eles estão tão incorporados que simplesmente não os percebemos - achamos que é universal. Isto é um dos principais axiomas dos efeitos da violência simbólica, isto é, de se dissimular como arbitrária, de parecer natural. Assim, percebemos como nosso um padrão (estético, urbanístico, o que seja) externo. Em segundo lugar, pois é um efeito mercadológico, portanto pontual e incompatível com as condições p/ uma cultura no sentido estrito do termo, e em terceiro lugar, é um efeito mercadológico produzido pela estrutura do campo cultural, isto é, da posição dominada do Brasil (e dos brasileiros) - e de sua elite - em relação às elites dos países dominantes e da cultura dos países dominantes. Isto quer dizer que a mercadológica de CJ, obviamente, não importa o estilo das urbes africanas ou sul-asiáticas, porém, importa o estilo alpino. Isto não é coincidência, é um efeito da estrutura das relações de força entre os países e suas respectivas culturas: dominante é apenas um conceito para definir o reconhecimento de maior valor, prestígio, beleza, virtuosidade e todos os atributos positivos possíveis que uma cultura legítima possui, aos olhos das outras. Deste modo, em vias de conclusão, o fato de esta cultura estar exportada e incorporada em outras culturas (dominadas, como a nossa), de forma que pareça que este padrão particular faz parte de "todas" as culturas, como se estivesse "adaptado", nada mais é do que precisamente o efeito do imenso poder e valor desta cultura legítima (neste caso, euro-americana), e seu imenso poder de adaptação e de domínio para além de suas fronteiras (basta comparar, por exemplo, com as culturas indígenas: qual o seu peso na estrutura do campo cultural, isto é, seu peso na constituição da cultura ocidental ou dos países em geral? Subsistem apenas nos níveis mais profundos, e sempre em territórios muito restritos, ao contrário da cultura ocidental - euro-americana - com alcance global). Assim sendo, podemos naturalmente dizer que CJ é linda - e ela é, pois ostenta os traços legítimos, mais belos etc., podemos gostar e achar que o que ela é é maravilhoso, porém, daí partir para a justificação, naturalização e sua afirmação como produto de todas as virtuosidades, como produto de um processo "natural" e inexorável, ou pior, um processo "justo", é dissimular a lógica inconveniente que a funda para nossas afirmações pessoais, em simples termos, é mistificação. abraços
  12. Ótimo, bem isso o que precisava. Pelas fotos percebe-se também que não foi somente a arquitetura e o "espírito" europeu que foi importado, mas também a vegetação. Acho que as araucárias devem ser das menos valorizadas por lá, já que só utilizaram espécies temperadas p/ embelezar a cidade. Sem dúvida fica bem mais bonita, mas entra no esquema que foi discutido. Sempre bom enfatizar novamente a "mutação" que um termo genuinamente tupiniquim como "Capivari", prov. de raízes indígenas, passa para se adaptar ao sonho tupiniquim do "país do futuro" (i.e.: europeu), em suas versões à francesa e à inglesa da nova Campos. abs
  13. Isto é, que as cidades brasileiras se aproximassem mais do padrão euro-americano de modelo de cidade e de ideal estético, aquele rotulado como "ocidental moderno". Também cultivo este padrão, como qualquer ocidental (mesmo que a contragosto), porém o drama nacional é cultivá-lo a todo custo e ao mesmo tempo precisar se afirmar contra ele em prol de uma pretensa "identidade nacional".
  14. Eu discordo, não se trata de colonização. É mesmo um processo deliberado de produção de um pólo turístico o mais próximo possível dos padrões - sejam climáticos, culturais, urbanísticos etc. do mundo europeu. Provar definitivamente isso seria simples: bastaria que algum conhecedor de CJ fizesse uma pesquisa dos traços urbanísticos da cidade antes de se tornar pólo turístico e antes de investirem na cidade. Antes disso, a cidade certamente era apenas "mais uma" na serra da mantiqueira, como o são várias cidades mineiras um pouquinho menos frias, porém sem qualquer resquício de Quatre Saisons, Le Capivari, Bourbons etc. Trata-se de miséria tupiniquim, tal como em qualquer outro canto deste país. abraços
  15. Ah, mas aqueles que a gente discutiu estariam com tudo isso ai que vc disse com uns 17 graus, hehehe. E se tivesse vento, então, aí sim que tirariam as peles do guarda-roupa.
  16. Mas não se trata de uma classificação precisa, apenas coloquial para distinguir dois climas e mundos distintos. O mediterrâneo é uma espécie de clima temperado, como foi dito, com influências do clima saariano. Mas há uma clara diferença entre os climas da Ibéria, Grécia, sul da Itália e costa mediterrânea, do resto da Europa, sobretudo centro-norte e regiões de clima temperado continental e oceânico, de modo que se o classificamos como temperado, então precisamos de outra classificação para distingui-lo do "resto da europa", pois são climas diferentes, embora ambos sazonais. Mas a intenção não era a precisão. A cultura tb acompanha de perto estas diferenças. Falando em imagens mentais, valores e representações generalizadas (e, dentro disso, até mesmo de senso comum), a Europa central e norte relaciona-se mais com a cultura hegemônica a partir da idade média, tendo seu auge na modernidade, assim como o clima mais frio, nivoso, as paisagens eternizadas pelos contos germânicos e nórdicos, além da aparênicia quase subpolar da vegetação escocesa, os campos britânicos, a floresta negra etc. Esta estética povoa o imaginário ocidental e está em simplesmente todo lugar, desde os filmes hollywoodianos à mitologia nórdica, aos contos infantis e a rituais extremamente caros ao ocidente tal como o Natal - nenhum outro ritual seria melhor para demonstrar o peso incomensurável da cultura e da estética do clima e geografia destes locais nos valores ocidentais. É impossível dissociar natar de neve, vilas perdidas em meio às montanhas, renas etc. Ora, isto é precisamente a estética germânica, falando culturalmente, dentro dos valores e símbolos cultivados. Isto quer dizer que os países mais associados a estas imagens, palcos dos mitos e dos valores incutidos nestes verdadeiros sistemas de signos que é o folclore ocidental, seriam certamente Alemanha, França, Reino Unido e semelhantes; Holanda, Áustria, Suíça etc., sobretudo acerca da estética medieval e da modernidade (muito clara em França e Reino Unido, particularmente. Não é por menos que Paris e Londres são seus maiores representantes, e tudo se conjuga na mente: os elementos da cultura moderna, do maquinário, da ciência, do clima, da geografia etc.). Para os aficionados em fantasia-medieval, tal é a estética (relativa à europa central e norte) padrão dos mundos medievais, de fantasia etc., assim como é a "estética do frio", das floresta de coníferas, temperadas etc. mesmo muitas vezes não sendo tão frio como se imagina. Já o mundo mediterrâneo relaciona-se mais com a cultura clássica, com outros elementos culturais em todos os níveis; culinária, dos costumes dos habitantes, a estética do clima, da paisagem etc. Isto obviamente trata das relações entre o clima e a cultural local, e as representações que as pessoas têm de ambos, que na realidade tudo se torna uma coisa só, é incorporado pela cultura e pelos valores que as pessoas cultivam. A meu ver estes dois mundos fundam toda a estética da cultura ocidental. Fora deles, talvez outros mundos legítimos, reconhecidos etc., conjugando igualmente suas paisagens, geografia e cultura, talvez seria o Japão e a China. Aliás, ambos compartilham bastante elementos com a Europa, em se tratando de clima. Particularmente acho estes dois padrões fantásticos, e obviamente há várias subdivisões e mundos particulares dentro destes, porém de maneira generalizada e medindo as influências em todo o ocidente, acho legítimo separá-los nestes termos ideais. Quanto ao verão ibérico, particularmente acho quente, e o europeu em geral considera o verão mediterrâneo quente, porém agradável dadas as condições (normalmente relacionadas com litoral, praia etc.). Mesmo a partir de Köppen, mês mais quente acima de 22ºC já é suficiente para deixar de possuir a propriedade de "verão brando", porém toda qualificação é arbitrária. O verão em muitos trechos da ibéria, grécia e itália seria quente até no Brasil, já que há regiões em que a média bate nos 25ºC, o que seria aprox. a média de PoA. abraços
  17. Realmente, a 1600m aqui do lado de ctba, aí eu preferiria isto à Lisboa. As máximas seriam baixas por causa da nebulosidade. Mas o problema é que a serra é desolada... aliás, poderiam "explorar" melhor aquela região. Ou melhor, não, já que sabemos o que "exploração" significa quando em terras e segundo a lógica cultural tupiniquim. Caros portugueses. Gosto muito do clima, ar, paisagem e "atmosfera" mediterrâneos. Além dos dados, e contradizendo meu desgosto por verões quentes, tal clima me produz imagens mentais e sensação de azeite de oliva, vinho, cadeias rochosas litorâneas, campanhas romanas e cultura clássica grega. Me vêem umas imagens do Tróia e de outros épicos da cultura clássica. A Europa realmente detém os melhores mundos dos universos simbólicos cultivados no ocidente; mundo mediterrâneo e cultura respectiva, mundo temperado e cultura respectiva. abraços
  18. Os caras fecharam com "só" +3 anuais, e julho "só" com +5... e eu reclamo do aquecimento de Curitiba. Com o detalhe de que a urbanização naquelas bandas tá estabilizada há uns 100 anos, hehehe.
  19. Sei não... junho em 61-90 tinha med min 7.8 ou 7.9, med 12.2 e med max de 19.1ºC. Em 2006, por ex., a MEDIA MAXIMA dos caras foi de 12.9ºC. Incomparável. Mesmo se pegarmos um mês frio, como julho de 2000 ou de 1996, NUNCA que a nossa med max seria tão baixa. É muito raro termos um mês com med max abaixo de 16ºC. A gente poderia despontar nas mínimas absolutas, mas mesmo assim a média das mínimas deles é menor. Se é o caso de trocar 1 semana ou alguns dias pelo mês, segundo o critério de frio extremo às custas de 2/3 do período mais a muito mais quente, aí talvez. Mas considerando frio pela média das máximas (mais relevante), Lisboa sempre foi mais fria do que Curitiba, exceto em eventos pontuais. No meu caso, perfeito, já que o que eu gosto é ter um inverno constante, e não invernicos intensos. Essa coisa de dinamismo radical cool "montanha russa" dos climas subtropicais não é minha praia, sou conservador, quero "paz", verão quente e inverno frio, he he he. abraço
  20. Seria interessante deletar a mensagem, e deste modo deixar mais clara a censura. Não existem boas alternativas de "meia censura", como uma espécie de saída para se manter a lei dissimulando o rigor da lei. Lei tem de ser violenta, tal é a natureza da ordem, e tanto mais democrática na medida em que não se dissimula como violenta. abraços anti-democráticos
  21. Realmente, o caco não está se dando bem em suas teorizações acerca de climatologia, hehehe. Mas não acho produtivo recomeçar outro sermão expositivo sobre metodologia, já que o ponto de vista que comanda as práticas não tem uma libido sciendi, ou motivação científica. Deste modo, acho melhor restituir total liberdade aos argumentos, mesmo os mais malucos possíveis, e assim fazer concessões à verdade em prol de um mundo aprazível; mesmo que às custas do rigor e da precisão. abraços
  22. Apesar do inverno quente para a latitude, é interessante que a amplitude anual continua alta, ao contrário das ilhas britânicas. Seria a influência da corrente quente que sopra do Saara, no verão? É o "salto" entre junho e agosto que produz a amplitude, e daí possuem quatro estações definidas. Digo isso pois talvez as estações sejam mais definidas do que nas ilhas britânicas, clima quase que totalmente oceânico. Quanto ao inverno, o de Lisboa já seria um sonho de consumo para um amante de frio curitibano. Engraçado que os extremos mínimos aqui são menores, o que corrobora a constância do inverno luso. Apesar de relativamente neutralizada, a latitude ainda oferece seus efeitos. abraços
  23. Mas se eu não me engano, a média deles do mês mais frio é de uns 11ºC e dificilmente bate em 25, ou até mesmo 20. Ou seja, eu queria ter o inverno deles, já que parece equivaler ao de Sta. Vitória do Palmar, hehehe. abs
  24. Essas divisões internas do RS são muito interessantes, ressaltam como a propriedade frio supera o mero atributo de dado climatológico para atingir o status de valor a ser disputado a todo custo. É claro que uns cultivam mais do que outros deste atributo indispensável. Quanto à Curitiba, mantemos aquele padrão conhecido: sem grande queda na invasão polar, porém compensando a falta de intensidade com maior duração. É uma clima bem ameno, e as médias idem. Tenho 18.8 e 78%. Vamos ficar oscilando entre 13-19, 14-21... abraços
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