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Brasil Abaixo de Zero

zeocit

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  1. O ETA, pra cá, ainda não pegou frio significativo, ou melhor, perto do que os bazistas estão alardeando (e, de fato, parece-me que desta vez é um padrão, ou seja, não é uma rodada isolada). Se gear em SP cidade aqui quase neva... vamos ver se este frio será histórico conciliando abrangência e intensidade, nos últimos tempos as cidades próximas ao trópico e a leste simplesmente não são mais atingidas por MPs do modo que eram antes de 2000.
  2. O Global não prevê que o frio seja muito duradouro pra cá (e tomara que esteja errado), porém indica a possibilidade de máximas na casa dos 10 graus e mínimas na casa dos -1/-2 entre os dias 26 e 27. Seria o dia mais frio desde 2000, mas ainda assim não chega a ser excepcional, ou histórico, para a cidade de Curitiba. Se for histórico em todo lugar exceto aqui, seria hora de problematizar os dados passados daqui, mas não tenho tempo nem disposição... e certamente ninguém vai estudar. Como faz falta um sistema universitário yakee em solo tupiniquim. abraço
  3. É impressionante como o Cacella some quando Brasília empata com Maceió, à noite, e faz frio no Sul.
  4. É verdade, o seu raciocínio é bastante válido. E 12,2ºC, que coloquei, é para junho, o correto é 12,7ºC. Os 12,5ºC que tu colocastes estão certos, mas são de 31-60. 31-60 Jun 13,2 Jul 12,5 61-90 Jun 12,2 Jul 12,7 A média ponderada costuma ficar entre 0,8 a 1,5C mais baixa que a aritmética simples por aqui. Depende da influência de vento leste, quanto mais, mais a média ponderada tende a cair (pois a temperatura tende a cair mais logo após às 16:00, e às 21:00 estamos bem próximos da mínima, aprox. 2 a 3 graus). abraços
  5. Bruno, a média de julho é de 12.2ºC por 61-90, mas obviamente é a média oficial (ponderada), já que não se calcula médias oficiais pela média aritmética simples. Se fechar em 14ºC não é um desastre, mas já são +1.8ºC. É quente mesmo após 2000, pois julho não aqueceu tanto quanto abril, junho e agosto.
  6. É impressionante como a presença do cacella neste fórum corresponde precisamente à época de bloqueios. É impressionante.
  7. Eu sei, mas me referi à afirmação do Rodrigo, sobre a particularidade de ctba fechar abaixo da média, e PoA acima. Eu sei que aqui também faz mais frio em MPs continentais.
  8. Curitiba tende a se ressaltar em relação ao resto do Sul do país quando as MPs são de forte intensidade, porém com trajetória oceânica. Não é raro (ou era raro) fortes MPs desviarem pro oceano e continuarem a influenciar dias a fio o tempo curitibano - o reconhecidíssimo vento leste - enquanto a maior parte do Sul aquece. Talvez seja o caso destes anos com anomalia negativa em Ctba e positiva em PoA. Só vejo possibilidade disso com tempo bem úmido aqui, com vento leste. Seria o caso de verificar se não são as máximas a puxarem abaixo as médias (se forem as mínimas, a tese cai por água abaixo). Atualmente, como são bloqueios imensos que andam invadindo parte do Sul, esse cenário parece impossível. As MPs mal atingem a cidade. abs
  9. Se essas saídas malucas do GFS, do Global, do Europeu e do Acoplado se confirmarem no sentido das mais extremadas, São Paulo capital iria ter um mínima em torno de 0oC. Como eu acho dificílimo isso acontecer, vocês poderão ter algo em torno de 4oC de mínima no final do mês. Em resumo, penso que, na melhor das hipóteses, poderemos ter algo semelhante a uma das ondas de frio de 2000, o que já seria FANTÁSTICO se considerarmos o retrospecto recente de Curitiba e (pior ainda) de SP. Por falar em retrospecto, tenho visto aqui no BAZ uma certa tendência dos colegas gaúchos de celebrar o inverno frio no RS e desdenhar do calor Curitibano esse ano. Nesse momento é legal lembrar aos amigos que, para ter neve de verdade (ou seja, com acumulação) na serra gaúcha (o que ainda não aconteceu esse ano), é preciso ter um ciclone na costa em invasão de uma potente alta continental, sme bloqueio no PR. Não consigo imaginar um gaúcho que goste de frio que fale "Ahhh o inverno de 2007!!" sem que esse tenha tido neve com acumulação na maior parte da serra. Se não tem neve, não é inverno histórico p... nenhuma. Então, recomendo aqueles que gostam de comparar tamanho de pirulito (como as comprações Ctba X POA, pois vejo que tem muito neguinho por aí adorando os bloqueios intermináveis mesmo com la Niña, torcendo para que na próxima normal POA seja a capital mais fria do país) que torçam pelo fim do bloqueio que inferniza o PR para que realmente o inverno de 2007 possa ser histórico no RS! Se um dia POA for a capital mais fria do país, será de um país sem neve! Perfeito. Abraços
  10. Agora, eu acho esta situação interessante para ressaltar que a particularidade curitiboca não é tão particular assim. Fala-se apenas de meio RS pra baixo. Os pólos de frio estão silenciados. Parece que quanto mais frações de grau de latitude acima, pior. Os efeitos acentuam-se. O padrão curitibano de invernos após 2001, neste julho, está "respingando" SC abaixo. É precisamente isso, só que restrito ao leste do PR ou ao PR: um imenso bloqueio, intenso e duradouro, que mantém o tempo aberto oscilando com dias fechados e frios (periferia do ar frio conjugado a frente fria), anomalias superiores a +2 (aqui chegam cronicamente a +4). É como se as MPs passassem a desviar mais abaixo, isto é, como se o tropical de altitude dessesse de 23ºS para 24/25º, nesta posição geográfica. Eu acho que isto está conjugado à falta de neve no planalto. A sincronia entre geadas e médias comportadas em Curitiba e neve em SJ é impressionante após o ano 2000, como que se as variáveis necessárias à neve ocorressem quando as MPs seguissem a trajetória que configurou às normais curitibanas anteriores os valores que possuem (e que atualmente parecem impossíveis de se registrar). abs
  11. Negativo, a "mola" aqui já está "quebrada" desde o início de 2001. Isto é um padrão, e não excessão. Este ano está seguindo precisamente o padrão pós-2001; vc está percebendo só agora simplesmente pelo motivo de que os gaúchos, em geral, não se interessam pelo que ocorre "ali pra cima", e o discurso dominante anti-curitibano oscila entre a dominante justificativa da urbanização (conveniente por reificar a mudança climática) e um mais condolente "é passageiro". Os efeitos, aqui, batem precisamente com uma expansão de trópico. Isso nào quer dizer que o trópico se expandiu, mas que os fenômenos decorrentes no leste do PR são análogos a tal - sobretudo no inverno. A nossa lógica se aproximou muito do tropical de altitude, tanto nas temperaturas, insolação, precipitação etc. O que foge à regra é maio e setembro, apenas. Quanto à Argentina, ela está a oeste. Quanto mais próximo do trópico e mais a leste, pior, no inverno. Por quê? Por causa da trajetória das massas de ar frio sob estes bloqueios. Foz do Iguaçu certamente não está com nossas anomalias, somente por estar mais a oeste. É a particularidade desta região; e o trópico é uma das muitas variáveis que se conjugam com o relevo, a posição geográfica etc. Mas venho dizendo isso há três anos, e as mensagens já jogaram tanto bit fora...
  12. Esse tipo de neve deve ocorrer todos ou quase todos os anos nos locais mais frios da região de SJ. Porém, o nome "Vale da Neve" obviamente se dá pela realidade climática da região não ser a mesma dos locais reconhecidos como verdadeiramente frios, como climas temperados ou mesmo além (polares, sub-árticos etc.). É exatamente porque a neve não é comum ao mesmo tempo em que ocorre esporadicamente - e com intensidade significativa - que se ostentam estes títulos exagerados. Ao mesmo tempo que seu significado não seja igual à realidade dos locais que detém o "monopólio do frio" (os locais mais frios), ao mesmo tempo é um efeito da distinção com relação ao resto do país. É exatamente pelo fato de ali poder nevar, nevar, e poder nevar com intensidade significativa - em meio a um país tropical - que faz ser chamado "Vale da Neve". Obviamente, se ficasse na Argentina, nos EUA, no Japão etc., com a mesma realidade climática, não teria esse nome. Trata-se de exaltar um signo distintivo, que é real - pois lá neva - ao mesmo tempo mítico - pois não neva como seu sentido pode indicar (ie.: como nos locais mais frios). abs
  13. Aquela imagem é do vale da neve? É neve ou geada? Por fim, deve fazer um frio dos diabos naquelas depressões.
  14. Ainda acho que a discussão econômica estava mais produtiva... Um bom começo para desmistificar o mistificado, e inclusive desmistificar os desmistificadores, é simplesmente ver os dados. Por que não se vê os dados? Os dados são frios, mas dizem muito. Ainda mais quando eles são rigorosos e completos (daí deixam de ser "frios", e basta somente alguma capacidade de abstração)(mas que sejam de fontes confiáveis...). As normais, temperaturas extremas etc. O Wunderground é uma boa fonte; meu passatempo nos tempos áureos era ficar vendo as grades de temperatura dia-a-dia, depois comparar com as médias. Lá é bom pois tem dados de vento, umidade etc. A maioria destas discussões cessariam ou seriam produtivas se as pessoas vissem e analisassem os dados. Caso isso não seja possível, então o silêncio contribui mais ao progresso do conhecimento não o piorando. abs
  15. Achei fantástico o "20 graus" que pro londrino não é frio. Por que pro londrino? Com essa temperatura eu estou de camisa curta. E pode estar ventando, chovendo, como preferir. O "é tudo relativo" também é relativo, quer dizer, os climas e as sensações não são idênticos, pois existem efeitos cuja variabilidade supera a capacidade de adaptação humana. Em simples termos: a Sibéria é mais fria para os siberianos do que NY para os Nova Iorquinos, tal como Curitiba é mais fria para os curitibanos do que o RJ o é aos cariocas. (No caso curitibano em especial, já que há o ideal de cidade fria, típica de regiões culturalmente ambivalentes e de fronteira climática.) Há diferenças significativas demais entre estes locais. Eu concordo com o Vicente que se maximiza os eventos de frio no Sul, sobretudo os pólos frios. Já se fizeram comparações realmente esdrúxulas por aqui. No entanto, o pessoal sulista, mesmo os mais regionalistas, pelo menos possuem algum compromisso com o debate, o conhecimento etc. Já o cacella e sua prole postam sempre com a intenção do ataque e da guerra simbólica dissimulada pelo maldito jeitinho tupiniquim. abs
  16. Essa manchinha aí coloca até ctba de baixo de neve. Bom, eu prefiro pensar que é mais uma escolha extremada do modelo. Assim como estão sendo estas saídas que não mostram nada de frio para Curitiba. É só os modelos colocarem estas saídas, que todos as ressaltam, no entanto, elas não tem mais valor que as outras, ou melhor, do que o padrão (isto é o padrõ?) Como acho improvável terminar um mês de junho julho consecutivos com uma anomalia de uns +4, espero um meio-termo entre os extremos, isto é, um frio comum. Quanto ao bloqueio, não é só Curitiba. Até aqui, este inverno só está sendo muito interessante de 28/29ºS pra baixo. O Morro ainda está "devendo", e se fala mais de PoA do que de SJ. Pelo menos desta vez não parece implicância ou ilusão curitiboca, como se só aqui tivesse aquecido. Este é o nosso padrão desde 2001. Sobre fechar na média, até agora estamos iguaizinhos ao padrão 2005/2006. TEM DE ter um agosto/setembro próximos à média, pois é comum 2 meses durante o inverno climático com anomalias leves ou próximas à média. Daí a primavera próxima normal, amenizando meio ano com +3/+4, fechando com média anual na casa de 18 graus, isto é, +1.5. Creio que isso deva se repetir, a não ser que este ano bata o recorde (2002) e inaugure um novo extremo.
  17. Sem dúvida, a MP é de forte intensidade em grande parte da Am. do Sul. No entanto, referi-me apenas às latitudes médias, tais como do RS. Não tenho dúvidas que a situação das regiões acima do bloqueio e abaixo dele estão relacionadas. Tanto que desta vez não foi apenas Ctba e as regiões imediatamente mais desfavorecidas nestas situações, isto é, bloqueio com MP continental, já que estão no border line e a leste, ou seja, na pior posição possível para receber frio (a última região do Sul). Quando é somente ctba parece discurso de saudosistas. Mesmo em SC o frio foi BEM diferente do que no RS. Os efeitos do bloqueio, mesmo que indiretos, fizeram-se sentir em grande parte do Sul. É muito provável que isso esteja relacionado à intensidade especial do frio no RS, ora, em alguns pontos se aproximou de 2000. Fez isso em SJ, Morro da Igreja etc.? Pra nos aproximarmos de 2000, aqui, faltou uns 7 graus... embora com termos do senso comum, não tenho dúvidas que esta situação de "frio represado" (termo de senso comum), o bloqueio etc. tenha gerado este fenômeno, que não é comum. Acho que se o bloqueio não estivesse tão forte, vocês não estariam passando tanto frio. Mas posso estar enganado. abs
  18. Com o bloqueio enfraquecendo, a tendência é que o frio se distribua sobre toda a região sul e não fique "represado" nas regiões logo abaixo do bloqueio. Apesar de ser um chute, creio que este frio fora do normal nestas regiões limítrofes seja produto exatamente do forte bloqueio logo acima. Daí a possibilidade de resfriarmos tanto quanto após o bloqueio, normalizando-se as diferenças históricas.
  19. Pô, meu, a tropicaliente e inóspita Curitiba parece que andou encostando nas regiões paranaenses mais privilegiadas nestas situações de bloqueio + MP "continental". Com muuuita sorte baixamos de 5 graus celcius, mas nubladões e com o ar carregado de umidade.
  20. É verdade, os "pólos frios" serranos, principalmente em SJ, não estão se ressaltando tanto. Mas talvez um dos fatores do frio estar tão forte nas latitudes médias tenha sido este bloqueio sobre o Sul. Por aqui, 6 graus e tempo totalmente nublado com névoa úmida. Pelo menos a sensação está bem baixa.
  21. Que bom que nesta mensagem ao menos, ao contrário do mainstream econômico, tratas a estrutura econômica como um elemento relacionado e determinado também por outras estruturas, tal como a social ou a cultural. A determinação é sempre mútua, assim como demonstrou Weber. Um dos principais elementos de "entrave" econômico e cultural - em relação à cultura dominante, pois não existe tal coisa como "desenvolvimento natural", reificado, como se tivesse caído do céu - é a lógica da dádiva e do dom que permeia as relações sociais e econômicas nos países latino-americanos. Esta economia propriamente doméstica é uma espécie de economia simbólica - a mesma do seio familiar - que consiste em dissimular o valor objetivo das trocas materiais e dos interesses envolvidos nas trocas (sociais em geral) numa defasagem entre a dádiva e a retribuição, como que dissimulando o interesse envolvido no intercâmbio. Assim cria-se a "ilusão" de uma troca desinteressada - dando margem ao encantamento, por meio de virtudes como solidariedade, amor fraterno etc. - que a economia propriamente econômica, monetária, moderna, capitalista (mas não somente esta) desmistifica e objetiva em valores explícitos, objetivados em forma de dinheiro. A lógica da dádiva dissimula o interesse dos agentes envolvidos na permuta, e produz uma dívida tácita, implícita, que nunca é explicitada, e que na verdade toma forma de uma dívida moral para com aquele que ofereceu a dádiva, isto é, aquele que fez um favor. É a mesma lógica do "sabe com quem está falando", da dominação moral exercida por aqueles que dominam os recursos econômicos, oferecendo dádivas e colocando a maior parte da população em estado de débito. Como a própria lógica da dádiva, por ser simbólica, impede com que a retribuição do favor seja imediata e sob a forma impessoal e "fria" de dinheiro, aquele que recebe a dádiva acaba ficando numa posição dominada moral e simbolicamente. A defasagem entre a dádiva e a retribuição é a própria condição do encantamento Daí a possibilidade, por exemplo, de se representar o Brasil como "povo feliz", como "extrovertido", etc. etc. É exatamente porque suas condições materiais e a imensa e brutal desigualdade moral de todas as relações sociais brasileiras estão dissimuladas pela lógica da dádiva, que é possível este encantamento - e é precisamente a partir dele que os brasileiros (e a Globo, sobretudo) afirmam-se, mesmo ocupando as piores posições dentro do sistema de valores e referenciais ocidentais: desenvolvimento, cultura, "organização", limpeza e outros valores ocidentais (europeus). (O tal "jeitinho", a "malandragem" etc. tb são efeito disso. Formas de dissimular as relações de força e a extrema desigualdade das relações sociais em representações e num mundo simbólico aprazível, onde todos são felizes, amigos, extrovertidos etc. - porém, um mundo falso.) Isso atinge todos os níveis - inclusive economia e política - manifestando-se, por exemplo, na representação dos políticos brasileiros (e latino-americanos em geral) em tratar seu ofício como um favor à população, e mais, como se estivessem fadados a ocupar a posição de poder, merecendo, por "natureza", estar nesta posição. Como seus recursos econômicos são muito maiores que os da populaçào em geral - e como este domínio econômico está dissimulado pelo encantamento da dádiva, já que os favores inscrevem no político e naquele que oferece a dádiva as virtudes mais cultivadas -, a população em geral está em um eterno estado de débito (moral, simbólico), já que não tem como retribuir em igualdade - e nem pode, já que subverter o "coronel", o "doutor", implicaria nos constrangimentos mais acentuados, até mesmo violência física, em última instância. É a "dívida eterna". Condição de possibilidade da desigualdade econômica do "país do futuro". Ela está em todos os níveis. (Inclusive na pompa jurídica dos "doutô".) A lógica da dádiva, que é a lógica pré-capitalista tipicamente feudal, encontrava-se (e encontra-se) presente a toda força nas sociedades coronelistas, como o Brasil Império, no Nordeste etc., mas não somente aí, já que encontra-se presente também no Sul, dada a proximidade histórica que sucedeu na medida em que o intercâmbio cultural afastava os imigrantes de sua origem européia. A cultura latino-americana em geral possui uma evolução histórica típica desta forma de economia e de relações sociais. A lógica propriamente individualista e econômica (aquela tipicamente burguesa, por exemplo) não é a dominante nas relações latino-americanas, e daí sua incompatibilidade sociológica com o "progresso" econômico. Não é coincidência, portanto, que o grau de desenvolvimento econômico é análogo à presença de migração européia, já que há uma importação dos padrões e da história européias que produziram a lógica individualista e econômica, compatíveis com este padrão e esta história. No entanto, o que predomina nos países latino-americanos é a lógica da dádiva, e até que seja completamente suprimida (o que é quase impossível), o "pais do futuro" continuará "do futuro". Daí somos conduzidos ao dilema da necessidade de destruir e reformar completamente a "cultura brasileira", de modo a alcançar e realizar os ideais de progresso, de desenvolvimento etc. que são propriedades particulares de uma lógica cultural e econômica propriamente européia. O estudo da instituição do capitalismo em sociedades não-européias, como a Ásia, pode oferecer pistas, no entanto, sua economica simbólica e econômica é muito diferente da lógica da dádiva e latina, e muito mais compativel com o progresso. Para mais informações, procurem ler "A ética protestante e o espírito do capitalismo", de Max Weber e "Ensaio sobre a Dádiva", de Marcel Mauss, em seu livro "Ensaios de Sociologia", além de Marshall Sahlins. abraços P.S.: Este tópico não tem razão de ser.
  22. Esta mensagem apareceu duplicada aqui, por alguma razão.
  23. Mas Evandrão, estamos na América Latina. Ou melhor, "latrinha". Todos os países aqui presentes são subdesenvolvidos (seja o que isso significar; economicamente, culturalmente, socialmente etc.). Os únicos verdadeiramente "desenvolvidos" são aqueles que definem os critérios do que é desenvolvido, aqueles que instituíram o sistema de valores, critérios e referenciais do mundo ocidental, quais sejam, Europa e EUA. O Japão conseguiu ascender dada uma particularidade histórica - já que sempre compartilharam elementos culturais homólogos aos europeus mesmo antes da segunda guerra mundial. (Como a imensa disciplina, a apologia à ordem, à organização etc.) No entanto, BsAs possui melhores índices do que as grandes capitais brasileiras. Vc pegou uma parte pobre, e essas partes existem em toda a Am. Latina. Exceto em cidades pequenas e relativamente ricas das regiões mais socialmente desenvolvidas, como SC. (Só que aí também não tem um mercado e uma sociedade muito complexos.) Se vc estabelecer como critérios um mercado rico e complexo, um grande acesso cultural etc - isto é, uma cidade grande, dotada de uma riqueza econômica considerável, necessariamente teremos graves problemas sociais, ou pelo menos problemas significativos. Mas isso nào quer dizer que eles sejam homólogos ao Brasil. É fato que a Argentina possui índices sociais melhores que os do Brasil. Acho que a única coisa que o Brasil "tem mais" é PIB, isto é, o mercado é maior em termos absolutos (tamanho absoluto do mercado). Em termos relativos, nem isso. Quer dizer, SP tem 18 milhões de hab, o Brasil tem uns 180. Se a Argentina atingir 30 milhões já é muito... Quanto ao Chile, eu reveria um pouco a sua posição, pois eles não são nada "cosmopolitas". O Chile é um dos países mais reacionários do mundo - e isto não é papo de esquerdista. Vc que é um cara "moderno" vai sentir bem o conservadorismo cultural dos caras. E eles também são latinos, seguem uma lógica latina e uma cultura latinas, apesar das reformas econômicas e do liberalismo que lá se assentou de maneira mais concreta. Eles são liberais econômicos, e tão somente, mas há de fato melhores índices econômicos, que refletem necessariamente em melhorias sociais. Definitivamente são os melhores referenciais disponíveis na Am. Latina, em se tratando de "desenvolvimento" social, cultural e econômico. Todos estes locais estão anos-luz de distância dos "países centrais", dos dominantes etc., o que não quer dizer que sejam todos iguais. O Brasil é e sempre será o monopolizador das brutalidades humanas, porém, transfiguradas e estilizadas pela aprazível estética da extroversão e "felicidade" dos "campos alegremente baldios" (ie.: favelas, depósitos humanos) - cultura a qual, não bastasse ter toda uma imensa emissora a subsumir, nosso espécime trocaliente carioquês contribui muito a se reproduzir. forte abraço
  24. Aliás, dá até um medo de ir pra BsAs, ver uma cidade semelhante a ctba urbanisticamente falando, maior proximidade cultural com a cultura dominante (européia, a qual "pago pau", só que explicitamente - assim, para não fazer parte dos "recalcados"), um cenário cultural de dar inveja à Cidade Maravilhosa, SP e qualquer capital tupiniquim, além de um clima que já pode ser considerado temperado, apesar de um inverno muito distante do centro-norte europeu, Tokyo, leste norte-americano etc. Como não sou nada bairrista (ao contrário dos nossos "recalcados"), talvez ficaria doido querendo não retornar ao país do futuro. Talvez o fato de a Argentina não estar "bem das pernas" economicamente, quero dizer, a longo prazo, fosse uma justificativa para o retorno, apesar disso implicar numa crença descabida e incoerente para com o "país do futuro". Enfim, vamos ver. (É off-topic, mas este tópico foi criado tão somente com objetivos cínicos.) Post-script Temos um especialista incompreendido neste fórum de meteorologia. Apesar de conhecer a maioria das normais climatológicas de cidades sulinas, dominar os regimes pluviométricos, de nivosidade; conhecer os extremos de temperatura das principais cidades nas últimas 2 normais e nos últimos 100 anos, analisar a mecânica climática de cidades sulinas no W underground; conhecer os registros europeus e norte-americanos para efeito de comparação e, de quebra, ter conhecimento de causa, pragmático, subjetivo etc., ele não é reconhecido como tal.
  25. Bruno, de fato, concordo plenamente... o fato é que, pelos constrangimentos econômicos, eu desconheço Santiago e BsAs. Mas por relatos de amigos e pelo conhecimento "indireto" (teórico), sei que são cidades fantásticas, quero dizer, não são nenhuma Paris, Londres etc. em termos culturais ou até mesmo climáticos, mas de fato tem um ar temperado muito mais presente e, cá entre nós, BsAs tem mais bibliotecas do que o Brasil inteiro junto (já Paris tem 3x mais bibliotecas do que BsAs, além da Nationale Française, que é a segunda maior do mundo, atrás da do Congresso dos EUA. Meu deus, estes caras são "fodas"...) Veja lá, não sou tão xenófobo, mas não agüento o "jeitinho", (e nós aqui temos um espécime que demonstra tal lógica genuinamente tupiniquim e latina a um nível quase estereotipado - ou melhor, ele é o estereótipo perfeito feito gente) o meu lance é lógica moderna levada ao extremo. Mas, assim como escolhi Curitiba através de critérios muito claros e objetivos p/ aproximar-me do "ideal", poderia muito bem morar nestas 2 cidades: estaria mais próximo do ideal. PoA é legal também, mas acho que o verão não compensa o inverno, e há problemas de ordem familiar e econômicos. (Apesar da UFRGS ser bem melhor do que a UFPR.) E não teria tanto problema de visto etc... apenas falar espanhol é o problema. Enfim, vamos ver. abraço
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