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Brasil Abaixo de Zero

Vinicius Lucyrio

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Posts posted by Vinicius Lucyrio

  1. 50 minutos atrás, Victor Rocha disse:

    Eu estava fazendo pesquisas no BDMEP do Inmet e descobri uma mínima absoluta de -0,1°C em Sorocaba, em 28 de junho de 2011, na estação meteorológica automática. Isso procede?

     

    Procede. Houve uma forte onda de frio entre os dias 26 e 29 de junho, com pico em 28/06. No estado de SP a geada foi a mais forte, ampla e danosa para a agricultura desde as geadas ocorridas em julho de 2000. Mas vale ressaltar que a estação automática de Sorocaba fica na verdade no município de Iperó, na Fazenda Ipanema, onde antigamente também havia uma estação convencional do INMET.

     

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  2. 42 minutos atrás, Renan disse:

     

    E aquela belezinha de 1044hpa ali ? Alguma chance de entrar com gosto na América do Sul ? Ainda mais agora que a AAO está registrando o maior tombo do ano. 

     

    O ASPS próximo da costa do Chile antecipa entradas de ar frio na América do Sul, uma vez que ele interage com sistemas de baixa pressão a leste, por vezes no Atlântico. Não necessariamente estas erupções são amplas. Uma massa de ar frio é apontada pelo modelo ECMWF na rodada das 00Z a partir de 192h, atingindo a região Sul e provocando instabilidades em parte de SP e sul de MG.

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  3. Tempo muito seco em Matão há dias. A umidade relativa do ar tem ficado abaixo dos 20% em todas as tardes desde o início do mês. Por conta do ar seco, grande amplitude térmica tem sido registrada com frio de madrugada e temperaturas mais altas a tarde, mas não dá pra dizer que está fazendo calor. Desde o dia 01/08 aqui:

    01/08: 11,2°C/27,6°C

    02/08: 7,6°C/27,6°C

    03/08: 8,2°C/27,0°C

    04/08: 7,1°C/27,5°C

    05/08: 7,2°C/27,9°C

     

    Hoje a mínima foi de 6,7°C, e a máxima deve ultrapassar os 28°C.

     

    A expectativa é de que o ASAS deve se afastar um pouco nos próximos dias. A próxima madrugada ainda será gelada em grande parte do Sudeste e boa parte da região Sul (que "sudestizou" rsrs). Com o afastamento gradual do ASAS, o ar quente ganha força e se expande por boa parte do Centro-Oeste e também em São Paulo. As mínimas devem ficar um pouco mais altas, mas ainda assim em torno da média para o mês, e as máximas sobem bastante. Máximas acima dos 30°C predominarão sobre o interior de SP ao longo da próxima semana, passando dos 35°C no oeste e norte do estado a partir de terça de forma mais pontual e a partir de quinta de forma mais ampla.

     

    Sobre a chuva, faz 40 dias hoje que não chove em Matão. A curto prazo não há nenhuma previsão de chuva sobre as áreas onde a estiagem está mais severa. Analisando previsões de médio prazo, há indicativo de que possa haver algum alívio na secura, com chuvas mais amplas, a partir do dia 15 de agosto. Abaixo, uma comparação entre a posição do ASAS hoje e a posição prevista para o dia 10:

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  4. 43 minutos atrás, Miguel Russe disse:

    Aki em casa tbm.... Me preparando para infartar quando chegar a conta de luz 😂

    Ar condicionado e ventilador ligados ao mesmo tempo. A previsão do tempo errou profundamente. Disseram que iria cair um toró de chuva aqui no interior de SP.... Fui tapeado!

     

    Para o noroeste do estado? Previsão de chuva forte? Você viu isso onde? 😅

     

    Previsão do ECMWF 12Z de ontem:

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    Chuva apenas para a divisa com o Paraná, sul do estado, todo o litoral, Vale do Paraíba e de forma bem mais isolada no oeste e centro paulista.

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  5. 17 horas atrás, Vinicius Lucyrio disse:

    Pessoal, boa tarde!

     

    No intuito de melhorar a qualidade do fórum, fizemos algumas alterações nas regras do BAZ. Peço a todos que tirem 2 minutos para ler atentamente cada uma delas: 

     

     

    Mensagens que não agreguem valor ao fórum podem ser desaprovadas sem prévio aviso. Fiquem atentos!

     

    Bom dia! Não se esqueçam de ler as regras

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  6. 11 horas atrás, Peregrine disse:

    Como não me deixo envolver por sites muitas vezes fantasiosos, busquei alguns artigos científicos e tive a oportunidade de conhecer o trabalho a seguir: https://www.ige.unicamp.br/terraedidatica/v13_3/PDF13_3/td13-3-171-1.pdf

     

    Eu trouxe este artigo aqui neste mesmo tópico há uns dias.

     

    Sobre poeira, algumas espécies de aerossóis geram feedback negativo nas temperaturas (ou seja, propiciam queda nas médias térmicas) por refletirem parte da radiação solar incidente, fazendo com que menos radiação chegue à superfície. Por isso que quando há grandes erupções vulcânicas há queda nas temperaturas nos meses/anos seguintes. Quedas de temperatura provocadas por aerossóis geralmente não tendem a durar muito tempo se não houve manutenção pois, principalmente os de moda grossa, não costumam ficar em suspensão por muito tempo, eles acabam se depositando na superfície.

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  7. 1 - Não é recomendado iniciar um assunto fora do tópico ou fórum correto, e é proibida a postagem de mensagens off-topic fora do espaço próprio para isso.

     

    1.1 - A equipe do BAZ desencoraja discussões sobre gostos climáticos. Estes tipos de discussões, além de não agregar, ainda estimulam rixas e discussões subjetivas.

     

    1.2 - A mesma recomendação serve para discussões sobre mudanças climáticas no tópico de Monitoramento e Previsão. O assunto deve ser tratado em tópico próprio.

     

     

    1.3 - O usuário deve, assim como a equipe de moderação e administração, prezar pela qualidade das postagens. É preferível que postagens contendo previsões e análises contenham imagens para melhor embasamento.

     

    1.4 - É importante entender que o fórum é um ambiente para se fazer discussões científicas, técnicas e objetivas. Dúvidas são bem-vindas, desde que se colocadas de maneira clara, cordial e entendível. O Brasil Abaixo de Zero não é uma rede social para se postar coisas que não agregam, usar como bate-papo ou postar coisas aleatórias. Para assuntos off-topic, utilizar o tópico de Bate-Papo, dentro de suas regras internas.

     

    2 - Todo usuário, antes de abrir um novo tópico, deve se certificar de que não há tópico sobre o assunto que queira iniciar uma discussão. Caso haja, a mesma deve seguir no tópico previamente aberto.

     

    3 - O usuário que tem um nickname diferente de seu nome deve colocar seu nome (pelo menos o primeiro) em sua assinatura.

     

    4 - É de responsabilidade do usuário o teor de suas mensagens, e deve prezar pela ordem e boa convivência entre os usuários.

     

    5 - Mensagens ofensivas direta ou indiretamente a outro usuário ou a terceiros não usuários do BAZ (meteorologistas e empresas de meteorologia) estão passíveis de moderação e advertência.

     

    6 - Contra-atacar diante de uma ofensa não é recomendado, e o usuário que assim o fizer estará sujeito as mesmas sanções do item 5.

     

    7 - Provocações, insinuações, conteúdo pornográfico, qualquer tipo de preconceito velado ou claro, tentativas de tumulto no fórum, desrespeito ao próximo e discurso de ódio são condutas inadequadas e passíveis de advertência e banimento permanente.

     

    8 - Vídeos, imagens, artigos e qualquer material que venha de outros meios devem vir com suas fontes.

     

    9 - Comportamento de troll não será tolerado. Cada caso será analisado separadamente.

     

    10 - Avatares e assinaturas não devem ser usados no intuito de disseminar preconceito e ódio, ou mesmo ofender a outro usuário.

     

    11 - A equipe do BAZ poderá desautorizar mensagens que não agreguem valor a qualquer tempo e sem aviso. Para evitar isso, seguir as normas do item 1 e seus subitens.

     

    12 - Nos reservamos no direito de fechar as contas de usuários que repetidamente violem estas regras de conduta a qualquer momento e sem nenhum aviso.

     

    13 - Desrespeito às regras supracitadas são passíveis de advertência. Advertências se acumulam, e a partir da segunda o usuário pode ser suspenso, com tempo de suspensão progressivo nas reincidências.

     

    A equipe do BAZ está aberta para responder quaisquer dúvidas e ouvir os usuários quanto a críticas, sugestões, elogios, etc.

    Se você se sentir ofendido de alguma forma com uma mensagem, poderá denunciá-la. Todas as denúncias serão analisadas.

    Importunação via mensagem privada também é motivo para punições. Nos avise.

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  8. 16 minutos atrás, Peregrine disse:

    Se não há uma variabilidade no Índice de Circulação Atmosférica e essa variável não afeta o Clima do planeta, como o amigo justificaria a "fase fria" entre 1945 até 1975. "Quanto ao papel da radiação solar" gostaria da opinião do amigo sobre a atividade solar e o aumento ou diminuição de poeira cósmica na atmosfera terrestre e se haveria ligação com aumento ou diminuição na cobertura de nuvens. Quanto a Lua, gostaria da análise do amigo sobre os eventos de El Nino fortes (aumentam entre 0,5 a 0,8 graus as temperaturas do planeta) ocorrerem sempre entre o ponto médio /mínimo / médio  do Ciclo Nodal Lunar.

     

    Eu vou repetir mais uma vez que só considero esse tal ICA com referência bibliográfica de impacto no meio científico, mas aos outros pontos vamos lá.

     

    Não houve fase fria entre as décadas de 1940 e 1970, houve um período de estabilidade. Não sei ao certo o motivo, mas o retorno do aquecimento pós 1970 pode estar relacionado ao aumento importante do uso de petróleo e de carvão mineral a partir de meados da década de 1960, o que fez com que a concentração de gases do efeito estufa aumentasse muito. De fato, o uso já era crescente antes, mas num nível bem inferior.

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    Faz sentido pensar na atividade solar como modulador natural do clima, desde que haja um impacto significante na dose de radiação solar que chega ao topo da atmosfera. Aproximadamente 50% dessa radiação chega à superfície, aquecendo a atmosfera de baixo para cima. Só que se você tem componentes que são fortes absorvedores de radiação no infravermelho termal (o calor, sendo mais informal), você acaba por compensar parte do feedback negativo na temperatura que ocorreria por uma menor irradiância chegando até a superfície, pois o calor fica retido. Para uma compensação total, seriam necessários sucessivos ciclos solares muito fracos, ao longo de muitos anos, para diminuir a quantidade de radiação terrestre retida.

     

    Sobre poeira cósmica, prefiro não opinar pois não conheço nada sobre. Mas para haver condensação de água na atmosfera (formação de nuvens, por assim dizer), é necessário que haja núcleos de condensação, que são partículas higroscópicas que servem de catalisador na formação de gotas.

     

    Sobre a Lua, conheço um pouco apenas de seus efeitos nas marés devido a ação da força gravitacional.

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  9. 39 minutos atrás, Samihr Hermes disse:

     

    Caro @Vinicius Lucyrio, você tem as referências bibliográficas sobre isso? Gostaria de dar uma lida.

     

    O artigo que me baseei é este: Oliveira et al. (2017).pdf

     

    Este artigo teve, inclusive, revisão crítica da minha orientadora e professora na Unifei, a Drª. Michelle Reboita, que desenvolve pesquisas nas áreas de meteorologia sinótica e mudanças climáticas.

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  10. 1 hora atrás, LucianoD disse:

    Na década passada havia muita resistência de aceitar o aquecimento global, que bom as coisas terem mudado, pois não tem como brigar com os fatos. A atividade humana tem sim um impacto direto, porém pra mim não explica tudo, pois períodos de aquecimento já ocorreram no passado. Eu não aceito é isso de venderam o aquecimento global como uma coisa totalmente ruim, já que a biodiversidade aumenta em períodos quentes, tomo o período jurássico como exemplo. Mas se tudo isso for p conscientizar as nações e os seus povos a preservarem mais o meio ambiente, tudo bem.

     

     

    Mais uma tarde quente p Julho, máxima atingiu 29,5

     

    Há ciclos naturais que interferem no clima, isso é inegável. Ano passado estudei em cima de um artigo que mostra os impactos do Sol no clima a longo prazo, mas não pela constante solar (irradiância emitida e que chega ao topo da atmosfera), um estudo sobre os ciclos de Milankowich, que são variações em movimentos da Terra em relação a si próprio e a outros corpos celestes. Algumas destas variações:

    - Precessão axial: é um movimento de muito baixa frequência, com ciclos que duram quase 26 mil anos, e consiste em uma variação na orientação do eixo de rotação, ou seja, é como se a Terra estivesse rodando em torno de si próprio e em torno de outro eixo como se fosse um pião (exemplo abaixo). Essa volta completa dura ~25770 anos.

    Gyroscope_precession.gif

    - Excentricidade da órbita: a Terra possui uma órbita elíptica em torno do Sol. Isso altera as distâncias Terra-Sol durante o afélio e o periélio, é como se periodicamente a órbita passasse a ser mais circular ou mais elíptica.

    - Inclinação axial: variação do ângulo de inclinação do eixo da Terra, que varia de 21,5° a 24,5°, num ciclo que dura 41 mil anos. Essa oscilação sozinha seria capaz de tornar estações do ano mais ou menos extremas devido à quantidade de radiação solar que chega perpendicularmente em determinadas regiões do planeta. Atualmente é 23,43°, o que compreende em termos de latitude (a norte e a sul) os trópicos.

    - Precessão apsidal ou orbital: esse eu vou ilustrar pois é difícil explicar. São 112 mil anos para um ciclo completo.

    Precessing_Kepler_orbit_280frames_e0.6_smaller.gif

     

    Há vários outros. Cada ciclo tem um peso sobre o clima.

     

    Mas aí veio o homem e despejou toneladas de carbono na atmosfera, só ta acelerando alguns processos.

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  11. 5 minutos atrás, Vinicius Lucyrio disse:

     

    Vou tentar ser breve e didático, e tentar definir alguns termos.

     

    Radiação de onda curta (até ~4 micrômetros, compreende as bandas do UV, Visível e Infravermelho próximo) é a radiação dita solar. Radiação de onda longa (> 4 micrômetros, na faixa do infravermelho termal ou distante) é a radiação emitida pela superfície terrestre, ou a dita radiação terrestre. Em radiação, um corpo negro é definido como um corpo que emite toda a radiação que absorve, não retendo nada.

     

    Efeito estufa é um processo natural pelo qual a atmosfera, com seus componentes, retém parte da radiação terrestre, o que mantém o planeta numa temperatura propícia a vida. Apenas 1% dos gases que compõem a atmosfera são os ditos gases-traço, pois estão em quantidades muito pequenas, dentre eles estão o Ozônio, Dióxido de Carbono, Monóxido de Carbono, Óxidos de Nitrogênio, Metano, etc. Cada gás absorve radiação em determinadas bandas do espectro eletromagnético. Quando falamos de efeito estufa, falamos principalmente do efeito do vapor d'água (o principal) e o dióxido de carbono (que tem suas concentrações aumentando ano após ano). Estes dois gases absorvem muita radiação em faixas termais do espectro, por isso o efeito no aquecimento do planeta.

     

    Aquecimento global é o fenômeno causado pelo desequilíbrio do efeito estufa, ou seja, o aumento na concentração de alguns componentes. Não é difícil entender: o dióxido de carbono, mesmo em partes por milhão, tem alta capacidade de absorção de radiação terrestre. As concentrações crescentes aumentam essa capacidade cada vez mais, o que aquece a troposfera, aquece as massas d'água aumentando a concentração de vapor d'água o que aumenta AINDA MAIS a retenção de radiação. 

     

    Quanto ao papel da radiação solar, ela tem pouca participação no aquecimento direto da atmosfera. Ela precisa chegar à superfície, e aí sim por meio da radiação terrestre aquecer a troposfera de baixo para cima. Os ciclos solares poderiam ter algum efeito se a concentração dos gases do efeito estufa estivessem dentro de uma faixa considerada normal.

     

    Ah, outra coisa, o CO2 é um gás de alto tempo de residência na atmosfera, ele não fica pouco tempo à deriva depois de ser emitido. Estamos falando de algo em torno de 100 anos.

     

    Não pense que por ser uma concentração na ordem de ppm não vai ter efeitos no clima. Vai. E isso pode ser explicado matematicamente. Eu, na minha paixão por frio, tinha uma visão limitada pois via apenas o que eu queria ver, mas me livrei disso, amém.

     

    Sobre este tal de ICA, ainda espero uma referência bibliográfica de impacto.

     

    Isso não sou eu quem disse, é a ciência. Opinião sem base e achismo não vale nada aqui.

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  12. 1 hora atrás, Peregrine disse:

    "nosso clima não é mais o mesmo, o planeta está aquecido" Gostaria, se possível, de mais esclarecimentos do amigo sobre essa afirmação. Aqui no semiárido as temperaturas estão 5 graus abaixo da média neste inverno (se é que existe Temperatura Média Global). O Ciclo Solar 24 é um dos menos ativos desde a contagem do NMS dos ciclos de 10 anos. O Pacífico em sua fase fria (ODP) alguns meteorologistas já falam em La Nina. A Lua em seu Ciclo Nodal entre o ponto médio e máximo (permanecendo assim por mais uns 8 anos). O Índice de Circulação Atmosférica (ICA) com o aumento da amplitude das Ondas de Rossby, passando a ter um escoamento meridional, Não vejo portanto, razão para o "planeta está aquecido". 

     

    Vou tentar ser breve e didático, e tentar definir alguns termos.

     

    Radiação de onda curta (até ~4 micrômetros, compreende as bandas do UV, Visível e Infravermelho próximo) é a radiação dita solar. Radiação de onda longa (> 4 micrômetros, na faixa do infravermelho termal ou distante) é a radiação emitida pela superfície terrestre, ou a dita radiação terrestre. Em radiação, um corpo negro é definido como um corpo que emite toda a radiação que absorve, não retendo nada.

     

    Efeito estufa é um processo natural pelo qual a atmosfera, com seus componentes, retém parte da radiação terrestre, o que mantém o planeta numa temperatura propícia a vida. Apenas 1% dos gases que compõem a atmosfera são os ditos gases-traço, pois estão em quantidades muito pequenas, dentre eles estão o Ozônio, Dióxido de Carbono, Monóxido de Carbono, Óxidos de Nitrogênio, Metano, etc. Cada gás absorve radiação em determinadas bandas do espectro eletromagnético. Quando falamos de efeito estufa, falamos principalmente do efeito do vapor d'água (o principal) e o dióxido de carbono (que tem suas concentrações aumentando ano após ano). Estes dois gases absorvem muita radiação em faixas termais do espectro, por isso o efeito no aquecimento do planeta.

     

    Aquecimento global é o fenômeno causado pelo desequilíbrio do efeito estufa, ou seja, o aumento na concentração de alguns componentes. Não é difícil entender: o dióxido de carbono, mesmo em partes por milhão, tem alta capacidade de absorção de radiação terrestre. As concentrações crescentes aumentam essa capacidade cada vez mais, o que aquece a troposfera, aquece as massas d'água aumentando a concentração de vapor d'água o que aumenta AINDA MAIS a retenção de radiação. 

     

    Quanto ao papel da radiação solar, ela tem pouca participação no aquecimento direto da atmosfera. Ela precisa chegar à superfície, e aí sim por meio da radiação terrestre aquecer a troposfera de baixo para cima. Os ciclos solares poderiam ter algum efeito se a concentração dos gases do efeito estufa estivessem dentro de uma faixa considerada normal.

     

    Ah, outra coisa, o CO2 é um gás de alto tempo de residência na atmosfera, ele não fica pouco tempo à deriva depois de ser emitido. Estamos falando de algo em torno de 100 anos.

     

    Não pense que por ser uma concentração na ordem de ppm não vai ter efeitos no clima. Vai. E isso pode ser explicado matematicamente. Eu, na minha paixão por frio, tinha uma visão limitada pois via apenas o que eu queria ver, mas me livrei disso, amém.

     

    Sobre este tal de ICA, ainda espero uma referência bibliográfica de impacto.

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  13. 7 minutos atrás, Renan disse:

     

    Sim ! A circulação em altitude está sendo nosso grande problema. Quem vê só em superfície pode achar que não faz sentido o frio não estar chegando intenso ao Sudeste, mas quando vamos aos 500mb podemos ver o quão desfavorável está a dinâmica para nós. Justamente a amplitude e formato dos cavados e cristas, o @Vinicius Lucyrio montou esse esquema didático que ajuda a entender o que está acontecendo:

     

     

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    Um esquema bem grosseiro, diga-se de passagem hahaha. 

     

    Cheguei a essa conclusão numa conversa com o @Augusto Goelzer sobre padrões atmosféricos associados a picos negativos da Oscilação Antártica, que querendo ou não é um dos principais moduladores do clima durante o inverno climático no Hemisfério Sul. Resolvi plotar alguns campos, como anomalia da altura geopotencial em 500 hPa (H500), para verificar a maior propensão a formação de bloqueios durante estes picos. Em tese, quando a AAO é negativa o cinturão de westerlies (ventos de oeste) tende a se apresentar pouco mais ao norte e enfraquecido, o que gera de certa maneira maior deformação, digamos assim. Portanto, na fase negativa (considerei apenas os meses de junho e julho na análise), há uma maior tendência para a formação de bloqueios nas regiões sub-polares, que pode acabar refletindo nos trópicos.

     

    Em linhas mais gerais, há uma maior eficiência na troca de calor polo-trópico. Conservação de massa: se ar frio sobe, ar quente tem que descer, e vice-versa.

     

    Na análise considerei as seguintes datas: 28/07/1980, 24/06/1983, 14/07/1990, 24/07/1991, 20/06/1992, 28/06/1992, 24/06/1994, 08/07/1995, 19/07/1995, 26/07/1995, 17/06/1999, 17/07/2001, 24/06/2007, 05/07/2007, 24/07/2007, 28/06/2009, 29/07/2011. Estas datas coincidem com picos abaixo de -3 no índice da AAO desde 1979. Fiz uma composição destas datas para a anomalia de H500 e para a temperatura em 850 hPa (T850). Abaixo, os mapas de d0 (dia do pico negativo da AAO) até d+5 (5 dias após o pico).

     

    H500

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    T850

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    Notem que há um certo padrão tripolar, em que há anomalias positivas de H500 a oeste da Península Antártica e a leste do Sudeste do Brasil; o primeiro padrão configura um bloqueio clássico, em que uma alta anômala permanece por vários dias estacionada numa região, o que provoca desvio do fluxo zonal (por conta da alta no meio do caminho ele toma uma orientação meridional) ou mesmo uma bifurcação. O segundo padrão não é formalmente reconhecido como bloqueio, mas podemos dizer que é. Entre estas duas regiões com anomalias positivas temos uma região com anomalias bem negativas de H500, que é caracterizada por um cavamento. A interação das duas circulações contrastantes acaba impulsionando muito ar frio de regiões polares para o sul do continente, e é bem perceptível que do pico negativo da AAO até vários dias depois a advecção de ar polar é intensa e praticamente constante.

     

    O padrão da H500 pode denotar um trem de ondas de Rossby, tema sobre o qual não me arrisco a falar muito agora pois meus conhecimentos são bem superficiais; devo aprofundar no próximo semestre e no início de 2021 pois farei as disciplinas de meteorologia dinâmica 1 e 2.

     

    Então, mesmo que o AAO negativo esteja relacionado a melhor troca de calor entre altas e baixas latitudes, não é possível fazer uma associação com eventos de frio intensos na região Sudeste. Contudo, a Argentina, Uruguai e sul do Brasil tem anomalias negativas de temperatura acentuadas quando há grande queda na AAO entre os meses de junho e julho. Vale lembrar que nada aqui é exato. A correlação é alta, mas não quer dizer que em 100% das vezes isso acontecerá.

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  14. 10 minutos atrás, Moisés Alexandre disse:

    As próximas duas semanas serão de muito frio, pelos últimos dados e rodadas dos modelos, mostram um parâmetro de escoamento massa polar pelo Conesul. Teremos  Condições de frio forte e em alguns pontos frio rigoroso,  condição Isotérmica 850 Chegando até o PR. 
    Em 920 até sul RS.  Teremos muito o que comentar neste período..

    Em Lages chuva branda de leste, temperatura no momento 11C.

     

    Moisés, lendo a sua mensagem me surgiram algumas dúvidas.

    1 - O que seria exatamente "parâmetro de escoamento massa polar"?

    2 - O que seria "condição isotérmica 850"?

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  15. 1 hora atrás, jean10lj disse:

    Há geada com cirrus e há calor de 40C com cirrus. Imagina sem cirrus em algumas das ondas de calor dos últimos anos. Daria uns 55°C de certo 😁. O efeito das nuvens altas para a temperatura em superfície é tão irrisório que nem se conseguiu definir direito ainda se elas provocam leve aquecimento ou resfriamento durante o dia. Tem estudos que mostram que o aumento da quantidade de cirrus até contribui para o aquecimento gradual da terra. Falar que o frio hoje no RS foi mais acentuado por causa de uma camada de cirrus é de dar risada

     

    Considerando grandes quantidades de nuvens, não apenas uma fibrazinha ou um cumulus mediocris, as nuvens altas tem um papel importante no balanço radiativo, e explico o porquê. Nuvens altas refletem pouco da radiação solar incidente, mas refletem muita radiação terrestre (de ondas longas, infravermelho termal), e isso gera um feedback positivo, ou seja, tem um papel de aquecimento (mesmo que pouco, mas tem). Nuvens cumuliformes refletem muita radiação solar, e por este motivo tem feedback negativo (resfriamento), mas ao mesmo tempo há um feedback positivo causado pela refletância de radiação terrestre e pela emissão de radiação no infravermelho pela mesma. Em termos líquidos, nuvens baixas são resfriadoras e nuvens altas são aquecedoras.

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  16. 18 horas atrás, ricardosilva disse:

     

    Não é o que me parece quando observo a movimentação das massas de ar. O que mais vejo são sucessivas Mps baterem no paredão chileno e descerem lá pra Patagônia onde a cordilheira é mais baixa e onde conseguem transpor para o lado argentino, e para o mar na maioria das vezes. "Ah, mas tem o poço dos Andes que etc e etc..." Não me convence, acontece uma vez a cada 30 anos e olha lá...Enfim, é só minha impressão, sem nenhuma análise técnica mais profunda, mas caso esteja errado no meu pensamento gostaria de ser avisado.

     

    ---

     

    Noite quase tropical hoje em SP, típica de uma pré-frontal, agora temos quentes 22,6° no CGE Santana. 

     

    Vamos a alguns esclarecimentos.

     

    Segundo Espinoza et al. (2012), que estudaram ondas de frio a leste dos Andes e sua propagação da Argentina até a Amazônia peruana durante o inverno climático, as ondas de frio em geral seguem três trajetórias principais pela América do Sul: ao longo da costa Atlântica (o que a gente aqui no BAZ conhece por mp marítima), seguindo o curso do Rio Paraná, e por último pelo caminho entre os Andes e o Planalto Brasileiro. Se não há boi na linha, o caminho é livre para o ar frio na passagem mais fácil, entre o Planalto Brasileiro e os Andes. Ar frio é denso, prefere regiões mais baixas, não é comum ele ser espesso em latitudes menores. Pode notar que a "forçante" para uma onda de frio tipicamente oceânica é a presença de sistemas semiestacionários no Chaco que impedem a passagem de ar mais frio.

     

    Em meados de 2019, eu, minha orientadora (Drª. Michelle Reboita) e nosso estimado @Marcelo publicamos um artigo na Revista Brasileira de Climatologia com o objetivo de identificar picos intensos de frio sobre o nordeste do estado de SP e estudar suas características sinóticas médias. Identificamos o clássico padrão da interação entre alta com centro no norte da Argentina/oeste do Paraguai e uma zona de mais baixa pressão no Atlântico, próxima da costa, além de um cavado em médios níveis que acompanha ondulação em altos níveis com eixo de orientação predominantemente meridional. Um dos precursores das invasões frias é a aproximação da Alta Subtropical do Pacífico Sul (ASPS) por leste e que encontra os Andes no caminho. O ASPS interage com baixas no Atlântico, impulsionando ar frio para norte. Ao encontrar os Andes, parte da circulação anticiclônica transpõe a cordilheira numa porção de menores altitudes. Esta nova alta, transiente, ganha força devido ao ar frio em superfície e suporte dinâmico de sistemas em médios e altos níveis (os cavados). Então aqui vamos desfazer uma confusão comum: o ar frio não vem do Pacífico. O nosso ar frio pode vir do Mar de Bellingshausen (mais comum) ou do Mar de Weddel, ele é impulsionado pela circulação dos sistemas.

     

    Este padrão é médio, são características compostas de 12 casos específicos, obviamente ocorrem variações. Uma das variantes que podemos encontrar é a entrada e fortalecimento de uma alta transiente mas pelo sul do continente, sem passar pela barreira dos Andes. Isso em geral acontece devido ao impedimento causado por outros sistemas no caminho.

     

    Girardi (1983) descreveu a possibilidade de se prever geadas no Sul e Sudeste do país a partir de imagens de satélite, e neste trabalho analisou o caso de julho de 1975, bem emblemático, em que identificou a presença de uma região sem nuvens e bastante escura nas imagens, caracterizada por grande estabilidade e subsidência (fluxo de cima para baixo), típico de regiões de alta pressão. O nome "Poço dos Andes", que deu o título ao seu trabalho, foi dado em virtude da escuridão observada nas imagens. Um fato que quase ninguém conhece é que neste mesmo trabalho ele analisa outro caso em abril de 1971 e julho de 1982. Poço dos Andes não é raro, ele na verdade é bem presente em grande parte das invasões de ar frio nas quais há presença de alta semiestacionada no litoral do Chile. 

     

    As referências que utilizei, além do meu artigo:

    (1) Espinoza, J. C., Ronchail, J., Lengaigne, M., Quispe, N., Silva, Y., Bettolli, M. L., ... & Llacza, A. (2013). Revisiting wintertime cold air intrusions at the east of the Andes: propagating features from subtropical Argentina to Peruvian Amazon and relationship with large-scale circulation patterns. Climate dynamics41(7-8), 1983-2002. https://doi.org/10.1007/s00382-012-1639-y

    (2) Girardi, C. (1983) O Poço dos Andes. Meteorologia, 39. http://www.repositorio.furg.br/bitstream/handle/1/1122/PESQUECLIMA Vulnerabilidade das Comunidades Pesqueiras à Variabilidade Climática, na Região Estuarina da Lagoa dos Patos.pdf?sequence=1#page=41

    (3) Lucyrio, V., Reboita, M. S., & Albieri, M. C. G. (2019). Ondas de frio intensas sobre o Centro-Norte do Estado de São Paulo de 1961 a 2017. Revista Brasileira de Climatologia, n.15, v.25https://revistas.ufpr.br/revistaabclima/article/view/68125/39661

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  17. 25 minutos atrás, Peregrine disse:

    Amigo Vinicius, como deixei claro não sou especialista em Meteorologia muito menos em Climatologia. Assim, tentarei explicar seus questionamentos de forma Lógica. O Modelo ou Índice de Circulação Atmosférico (ICA) e sua variabilidade é estudado a mais de um século. Não é calculado e sim observado. A cada + ou - 30 anos existe uma mudança no padrão de Circulação Atmosférica. A resposta

    da Temperatura Global Média a essa mudança se dá com um atraso de +ou- 10 anos. Saber qual o gatilho que provoca essa "inversão" seria um pouco pretensioso de minha parte. Os fenômenos Meteorológicos ocorrem dentro da Troposfera, já os fenômenos relacionados a Circulação Atmosférica ocorrem da interação Troposfera/Estratosfera/Mesosfera. No momento estou tentando decifrar a tese da Dra. Danielle Cagliari buscando justamente entender essa transferência de calor entre os Polos e os Trópicos.

     

    Prezado Peregrine,

     

    Não quero ser arrogante nem nada disso, mas é completamente ilógico pensar numa inversão da circulação de padrão zonal para meridional. O que podemos observar, e de fato ocorre, é a inversão no fluxo zonal equatorial na estratosfera a cada ~14 meses, que é conhecida como Oscilação Quase-Bienal (QBO). Agora, o fluxo zonal mudar para meridional a cada 30 anos, só se o eixo da terra inclinasse 90° e olhe lá. 

     

    E quando você fala índice, em meteorologia entendemos que são indicadores. Modelo é conceito, índice é número.

     

    Seria interessante você trazer estudos relevantes sobre o assunto, caso contrário não tem como considerar essa hipótese que, na minha visão, não tem a menor lógica.

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  18. 29 minutos atrás, Peregrine disse:

    Não sou nenhum especialista, mas me fascina os aspectos relacionados ao Clima. O Índice de Circulação Atmosférica (ICA) parece ditar as Temperaturas Globais Médias (TGM). Climatologistas há mais de Séculos vêm através de dados observados tentando compreender esta relação. Perceberam, por exemplo, que o ICA tem uma variável entre 25 e 30 anos. Assim, de 25 a 30 anos a Circulação é Zonal, isto é, de Oeste para Leste. De 25 a 30 anos essa circulação passa a ser Meridional, Equador / Polo. Coincidência ou não, nos 30 anos em que a Circulação é Zonal a Terra mantém-se mais aquecida e virse e versa. Nessa análise, de 2003 até 2030 nosso Planeta deverá ficar em sua fase fria. Venho tentando entender a razão dessa mudança no ICA, não sei bem mais acho que está relacionada ao Ciclo Solar de Hale. Quanto ao site SandCarioca não conheci e também não tenho ideia do porquê das ameaças de morte.

     

    Poderia me falar mais sobre este índice? Como ele é calculado? Quais as referências bibliográficas?

    Como ocorre essa "inversão" da circulação de zonal para meridional? Em quais níveis da atmosfera isso ocorre? Como isso interfere nas transferências de calor entre regiões polares e tropicais? 

     

    Me explique, estou curioso.

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  19. 4 horas atrás, Tavares disse:

    Adorei o terno "O congelamento da Argentina". Parece título de documentário.

    Bom, durante o último " O Resfriamento do Centro Sul do Brasil" fui buscar a análise que fizeste muitos dias antes pra ver um negócio e os mapas do WeatherBell haviam sumido. Esses aqui vão sumir também a não ser que as imagens sejam hospedadas em outro lugar ou aqui mesmo no fórum. Só um toque na maior humildade.

    Valeu pelo toque!

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  20. Como vem sendo discutido já pelos usuários, a partir dos próximos dias as fortes anomalias positivas devem sofrer reversão com a virada de chave (que pode ser alucinante). Vejam as anomalias das próximas 2 pêntadas pelo euro das 00Z:

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    Apesar do Sudeste aparecer ainda quente na segunda pêntada, é provável que isso mude na primeira semana de julho com o ingresso de ar mais frio em boa parte do país. Prefiro usar palavras que não exprimem certeza pois ainda temos uma boa instabilidade para os pulsos de frio do início do próximo mês. Por ora, temos uma maior confiabilidade nos próximos dois pulsos que devem congelar a Argentina. Abaixo, picos em 850 hPa e 700 hPa:

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    Como podem bem observar, temperaturas na casa de -15/-18°C em 850 hPa na Patagônia e em torno de -25°C em 700 hPa. Estes valores são extraordinários. Portanto, a Argentina deve se preparar para um longo período de frio intenso e que pode trazer problemas para o país. Boa parte do país deve ter temperaturas (muito) abaixo de 0°C e a neve deve ser ampla.

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    Ok, mas por que esse porrete todo? 

     

    Vocês vão achar irônico, mas: bloqueio. Sim, bloqueio. Explico: a partir do dia 24, uma alta pressão vai se estabelecer no Oceano Antártico, entre a Terra do Fogo e a Península Antártica, pouco a oeste, e deve permanecer ali por vários dias. Empilhada a esta alta em superfície tem outra em médios níveis, o que é característico de bloqueios de alta. (Observem no topo da imagem). Ela não apenas vai ficar semiestacionada como vai ganhar muita força. Essa configuração de bloqueio permite que a circulação anticiclônica advecte ar gelado de forma contínua e espessa (por conta da alta empilhada) diretamente da Península Antártica e do Mar de Weddel.

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    Sobre a onda de frio do início de julho, EU considero altamente provável, mas olhando os modelos o cenário ainda é aberto e está distante. O mais certo no momento é o congelamento na Argentina. Vamos acompanhando.

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  21. Boa tarde a todos!

     

    Gostaria de reforçar aqui a necessidade de respeito entre os membros do BAZ, e dos membros do BAZ para com os profissionais e institutos. Todo profissional ao longo de sua carreira e toda empresa recebe críticas dos mais diversos teores. O objetivo das críticas é, basicamente, apontar uma falha para que este profissional ou esta empresa possa repará-la, e o esperado é que as críticas sejam consideradas ou ao menos bem justificadas caso não possam ser aceitas. No entanto, nem toda crítica visa agregar valor, e sim destruir. Se este for o teor de sua crítica, o BAZ não é lugar para ela, então guarde para você ou compartilhe em algum lugar no qual apenas você, o autor da crítica, possa assumir e lidar com as consequências.

     

    Temos profissionais e futuros profissionais (meu caso) no BAZ que podem ser prejudicados por atitudes irresponsáveis de terceiros.

     

    Experimente se colocar no lugar do outro.

     

    Lembrando que, pelas regras do BAZ, críticas destrutivas a institutos e profissionais da meteorologia são passíveis de advertência, e advertências quando acumuladas geram suspensão automática (sem choro). Peço que leiam: 

     

    Qualquer dúvida, estou à disposição por mensagem privada. 

     

    Abraços!

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  22. A próxima madrugada deve ter algumas mudanças de padrões em relação à anterior devido ao deslocamento do anticiclone para leste, o que fará predominar ventos de quadrante SE em toda a região Sudeste. No interior de SP os ventos devem ser mais persistentes, o que deve gerar sensação térmica mais baixa em vários locais do que na última madrugada, apesar de geral ter mínimas superiores. Nas baixadas protegidas de ventos deste quadrante a queda deverá ser intensa e comparável a ontem. Na Serra da Mantiqueira, principalmente porção interna (Minas Gerais), deve ter uma madrugada com pouco vento.

     

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    A virada no quadrante do vento deve trazer ventos marítimos para boa parte do estado de SP e RJ, com formação de nebulosidade baixa ao longo da madrugada o que pode frear quedas maiores na temperatura. A umidade relativa do ar estará mais alta em todo o estado de SP em relação a ontem, indicativo de advecção de umidade. Contudo, regiões mais elevadas principalmente na Mantiqueira, terão umidade relativa mais baixa e menor quantidade de vapor na coluna atmosférica, o que sugere que a próxima madrugada seja tão ou mais fria que a última no extremo sul de MG. Regiões norte e oeste de SP, além do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, também tem chances de ter as marcas de hoje batidas na próxima madrugada.

     

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