Jump to content
Brasil Abaixo de Zero

meirelesevandro

Members
  • Posts

    107
  • Joined

  • Last visited

Everything posted by meirelesevandro

  1. Amigo Tomasini, pelo seu comentário, noto que esteve presente neste grande evento. Por acaso vc. tem algum parente naquela cidade???? Aos amigos uma pergunta: No tópico "FOTOS DE NEVE" o amigo Caio postou várias fotos seguidas, com comentário, mas quando postei um novo tópico, só pude colocar um máximo de 03 fotos como anexo. Como se faz para postar várias fotos num mesmo tópico??? :clapping: :lazy:
  2. :good2: Amigos, envio ao fórum do BAZ mais algumas fotos da grande nevasca ocorrida na cidade de Anitápolis - Sta. Catarina no dia 20.07.1990. Espero que gostem. Abçs. EVANDRO :rofl:
  3. Amigos, fico contente em fazer parte deste magnífico fórum de metereologia "BAZ" e acima de tudo o fato de ser tão bem recebido. Valeu galera. Agora, vou contar a história de como tirei esta foto publicada pelo amigo Caio. O ano era 1990 e como sempre, lá pelo mês de maio, eu e alguns amigos havíamos planejado uma trilha para fazermos no mês de julho. A expectativa era grande para que chegasse o grande dia, ou seja, o dia de arrumar as mochilas e de reunir tudo o que fosse necessário para passarmos 12 dias no mato, à beira dos “PERAUS” na fascinante região de Santa Catarina, mais conhecida como CAMPO DOS PADRES. Quando o mês de julho chegou, estávamos todos meio desiludidos e lembro que na primeira quinzena o calor era tanto que mais parecia mês de janeiro. As temperaturas beiravam os 27/28 °C. Falávamos que devido ao calor, era preciso muito cuidado com as cobras e aranhas, pois por causa deste calor elas deveriam estar bem ativas. Quando o grande dia chegou, pegamos tudo o que seria necessário, tais como víveres, máquina fotográfica, facão e um pouco de roupas e agasalhos, mas nada para enfrentar a nevasca que estava por vir. Quando chegamos lá pelo dia 14 de julho, montamos acampamento e logo fomos preparar um belo churrasco. Fazíamos caminhadas sempre durante o dia e à noite fazíamos um foguinho e ficávamos horas contando muitos “CAUSOS” sobre a região. Lembro bem, que no dia 17 o tempo começou a mudar e logo começou a chover. Primeiro veio a neblina, que cobriu todo. Depois veio uma garoa insistente que ficou por 03 dias. Eu e meus 03 amigos, já estávamos de saco cheio de ficar trancado dentro de um ranchinho por causa daquela chuva. Então falei para meus companheiros: amanhã (dia 19.07) se amanhecer chovendo, irei na Furna da Onça de qualquer jeito. Um primo meu, que estava junto, falou que também iria. Assim foi feito. Amanheceu garoando e com um pouco de vento. Botamos uns agasalhos e partimos em direção aos Peraus. Andamos das 11:00 até às 16:00 horas atrás de umas cabeças de gado que haviam sumido. Nessas alturas já estávamos com as roupas encharcadas, sem comer e o vento tornava o frio insuportável. Nossos corpos já apresentavam os primeiros sinais de hipotermia, pois nossas mãos estavam dormentes e os nossos pés doíam. Dentro do mato a neblina era tanta, que mal dava para avistar a copa das árvores. Achamos o maldito gado e voltamos à passos rápidos para o rancho, sob forte neblina, garoa, vento muito frio e lama, muita lama por toda trilha. Quando chegamos, os dois amigos que ficaram no rancho se mostraram espantados com o nosso estado deplorável. Estávamos sujos, ensopados, loucos de fome e com o corpo roxo por causa do frio. Por sorte os dois amigos que ficaram no rancho, haviam feito uma feijoada deliciosa. Chegamos, botamos umas poucas roupas secas que restavam na mochila, colocamos mais lenha no fogão e fomos comer alguma. Nessas alturas, já havíamos improvisado um pequeno varal em cima do fogão, para secagem das roupas. Segundo o nosso termômetro a temperatura no lado de fora do rancho por volta das 16:00 horas, já beirava os 02°C. Ficamos acordados esperando a roupa secar até a meia noite. Botávamos as mãos nas roupas e estas nos davam a falsa impressão de estarem secas, por causa do calor do fogão à lenha. Quando fomos dormir, verificamos a temperatura e o termômetro acusava -1.5°C. Os dois amigos que haviam ficado e estavam sequinhos dormiam, que chegavam a roncar. Eu e o primo não conseguíamos pegar no sono e passamos a noite conversando e tremendo de frio, visto que nossas roupas já haviam esfriado e ainda estavam úmidas. - HHHÁÁÁ, já ia me esquecendo de dizer que estávamos todos dormindo no chão, pois no rancho não tinha cama, não tinha colchão e nem cobertores. O que tínhamos para enfrentar o frio naquele momento eram apenas 04 pelegos e uma pequena coberta que tínhamos trazido de casa. Neste rancho, haviam frestas nas paredes, por onde entravam vento úmido e gelado. Um verdadeiro terror. Lá pelas 05:00 horas, já não suportando tanto frio, saí daquele martírio de ficar tremendo debaixo das poucas cobertas e fui para perto do fogão. Preparei um delicioso café e fiquei ali na porta do rancho olhando a garoa e a cerração. Olhei o termômetro que se encontrava do lado de fora do rancho e este marcava -1,0°C. Nesta hora pensei: PÔRRA , QUE FRIO. Este pensamento rendeu mais um bom gole de café. O dia já começava a clarear e as condições do tempo com certeza nos prometia mais um dia de muita angústia, pois o tempo insistia em não melhorar. Fiquei ali na porta, em pé parado por +- 20 minutos tomando um bom café, quando, D E R R E P E N T E vi alguma coisa caindo na minha frente meio sem direção. Olhei com mais atenção e de novo, de novo. Botei a mão para fora e notei algumas coisinhas brancas caindo na minha luva. Pensei na hora, que fosse fuligem da chaminé. Olhei novamente e notei que logo em seguida as mesmas derretiam. Então pensei, não podendo acreditar.... - É NEVE... - CARACA!!!!!! - ESTÁ COMEÇANDO A NEVAR. Eu, que nunca tinha visto neve na vida e que tinha uma expectativa danada em poder ver cair, pegar, pisar e experimentar, recebi uma enxurrada de adrenalina que me fez esquecer o frio, a roupa úmida, a garoa e a cerração. Saí chutando e tropeçando em tudo que tinha pela frente - banco, cadeira, balde, bacia - para chamar meus amigos e avisar que estava começando a nevar. Cheguei a dar com a cabeça no liquinho que estava pendurado no teto do rancho, o que me rendeu um “tremendo galo” e depois um baita hematoma. - GENTE, ACORDEM QUE ESTÁ NEVANDO. É claro que ninguém acreditou e todos permaneceram deitados. Eu já puto da cara, comigo mesmo, sabendo que estava perdendo a chance de ver a neve caindo lá fora, gritei... HÔÔ, bando de idiotas, se não querem acreditar, então escutem o barulhinho no telhado de zinco. Realmente a neve quando cai no telhado de zinco, faz um barulho estranho, tipo chuva miúda. Então um deles levantou e constatou que era verdade e também saiu tropeçando em tudo. Acordem! Acordem que é verdade. ESTÁ MESMO NEVANDO. A emoção tomou conta de todos e preparamos um farto café da manhã. O Fogo no fogão não dava trégua. Frio e roupa molhada.... nem pensávamos mais nisso. Saíamos para rua para ver e sentir a neve que a esta altura mais parecia uma tempestade. Logo parou de chover e a neve começou a acumular. Nossa como acumulava rápido. Depois de um tempo, +- 2 a 3 horas, notamos que estávamos sem lenha para queimar e foi um sacrifício achar um pau para queimar. Lá pelo meio dia, começamos a ouvir os galhos das árvores começarem a quebrar, sob o peso da neve. Por volta das 14:00 horas as árvores menos resistentes ao peso da neve começaram a cair. Gente, era um perigo entrar no mato para procurar lenha para o fogão. Conseguimos achar um grande “cerne” que nos rendeu lenha para os próximos 03 dias. Foi uma sorte, pois estava muito, mais muito perigoso mesmo entrar no mato naquele momento, tamanha era a quantidade de galhos e árvores que caía. Tivemos que raspar o telhado do rancho, devido ao peso da neve. Tivemos que improvisar de 02 a 03 sacos plásticos em cada bota, para podermos suportar o frio e a umidade que vinha da neve. A nossa biquinha de água para tomar, congelou. Tínhamos que derreter o gelo para conseguirmos água. Enfim, tudo ficou parecendo branco e preto. Era lindo. Era assustador. Era magnífica, a sensação de ver a neve. Era estranho, pois estávamos em uma situação defensiva, pela falta de lenha e água, pelo perigo de ver as árvores caindo, mas ao mesmo tempo, estávamos felizes e maravilhados pelo espetáculo da natureza. Saíamos em campo aberto e nossas pernas afundavam até um pouco abaixo do joelho. Fizemos bonecos e guerra de neve. Foi um show. Quando fomos dormir, lá pelas 23:00 horas a neve já chegava aos 25 cm e caía feito uma tempestade de neve. Quando acordamos (sábado, por volta das 07:00 horas), abrimos a porta do rancho e levamos um baita susto, ou melhor, a porta não abria, pois a neve acumulada era tanta, que tivemos que sair por uma pequena janela e raspar a neve pelo lado de fora. A paisagem nevada era magnífica, lindíssima. Ainda caíam alguns flocos e a paisagem era uma mistura de branco da neve, preto das árvores e plantas e o cinza esbranquiçado da forte neblina. E assim ficou por longos 04 dias. A neve ia derretendo aos poucos, mas o frio e a neblina insistiam em continuar. Na 4ª-feira, acordamos às 07:00 horas e ao abrirmos a porta notamos que não havia mais neblina, assim, fomos contemplados com os paredões da Serra Geral ainda todo nevado. A imagem era simplesmente lindíssima. Indescritível. O ar limpíssimo (livre de qualquer fumaça) e o sol batendo nas pedras, dava um incrível contraste do branco da neve, do verde da vegetação, do amarelado das pedras e do azul do céu. Peguei a máquina fotográfica e tirei mais umas cinco fotos que ficarão para a eternidade. Na 5ª-feira arrumamos as coisas e fomos embora. Bem.... na verdade, tentaríamos ir embora, pois as trilhas em meio ás árvores estavam simplesmente irreconhecíveis. Muita árvore e galhos caídos, o mato todo amassado, muita neve ainda nos lugares abrigados do sol e para desespero de todos, os rios estavam com um volume de água bem acima do normal, fruto do derretimento da neve na região. O percurso a pé, que levaríamos 40 minutos para fazer... fizemos em 02:00 horas. Em certos lugares, parávamos para ter a certeza que estávamos no caminho certo. Quando chegamos no carro (um FIAT 147), foi um alívio, pois tínhamos a certeza que logo estaríamos em casa. Mais um tormento, pois como as estradas naquela região eram muito precárias e em muitas subidas ainda havia neve, o carro simplesmente não subia. Tínhamos que saltar e dar um jeito de limpar a estrada. Quando chegamos na praça da cidade de Anitápolis, podemos constatar que ali também havia nevado bastante, pois notamos muitas árvores e galhos quebrados. Assim foi esta incrível aventura. Saímos de Florianópolis para fazer uma trilha, olhar o gado e passar alguns dias da Serra e fomos agraciados com esta grande nevasca. Abcs. EVANDRO
  4. Valeu amigos pela receptividade. Com certeza, terei bastante material para publicar aqui no BAZ. Respondendo à pergunta do amigo SHIMA, posso dizer com certeza, que sou um autêntico caçador de NEVE. Já fui mais fissurado, pois já levei tanto "bolo" da meteorologia, que ultimamente só subo ao Planalto Catarinense se as condições forem ótimas. Antigamente, bastava dizer que podia nevar, que eu já ia arrumando as coisas para subir a serra. Chegava lá, sempre de madrugada, dormindo sozinho no carro, comendo pouco, passando frio à espera da neve e nada........ A danada não aparecia e voltava frustado para casa. Isto já aconteceu umas 10 vezes. Agora com o auxílio da Internet, dos amigos metereologistas e das incríveis previsões da METSUL, tudo ficou mais fácil. Mas, hoje em dia, basta saber que está a caminho uma potente erupção polar que já fico em êxtase. Acompanho imagens e notícias das massa de ar polar desde a Argentina e fico na expectativa de quando e como ela chegará aqui no nosso Estado. Resumindo, sou louco por NEVE E FRIO EXTREMO. Abçs. Evandro
  5. Caio valeu pela publicação da foto. Vamos compartilhar as imagens das grandes nevascas ocorridas em solo brasileiro com os amigos. Em breve, colocarei uma grande galeria de fotos aqui no BAZ das grandes nevadas de 1990 - 1996 - 1998 e 2010. Abçs.
×
×
  • Create New...

Important Information

By using this site, you agree to our Guidelines.