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Brasil Abaixo de Zero

Tornado na região de Campinas??


Marcelo
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Olhem as notícias do Jornal Correio Popular e Todo Dia sobre as tempestades (e provavelmente algum tornado) que passaram pela região de Campinas ontem:

 

Ciclone causa destruição em Piracicaba

 

Da Gazeta de Piracicaba

 

Um ciclone com ventos de até 158km/h atingiu Piracicaba por volta das 11h30 de ontem, causando destruição em toda a cidade. O fenômeno foi o maior ocorrido no município nos últimos 38 anos — em 4 de novembro de 1968, a velocidade do vento atingiu 140km/h. Em pouco menos de 30 minutos, foram registrados 23 milímetros de chuvas, o equivalente a 40% da média histórica do mês de março em Piracicaba, que é de 63 milímetros. O prefeito de Piracicaba, Barjas Negri (PSDB), disse que poderá decretar ainda hoje estado de calamidade pública e preferiu não arriscar estimativa de prejuízos. Segundo o prefeito, o município só deve voltar à normalidade na segunda-feira.

 

A chuva e o vento fortes provocaram queda de energia elétrica em toda a cidade por causa das inúmeras quedas de árvores e postes, os telefones fixos ficaram mudos e houve interrupção no abastecimento de água. Nas ruas alagadas, muitos carros, casas, comércios, postos de combustíveis, pontos de ônibus e barracas de vendedores ambulantes ficaram destruídos.

 

Eram 16h30 quando lojas começaram a interromper gradativamente o atendimento ao público. Por falta de energia e por questões de segurança. No Shopping Piracicaba, as lojas ficaram fechadas até as 14h45, também por falta de energia e alagamento nos corredores. Escolas públicas e particulares dispensaram seus alunos e muitas delas não deverão funcionar hoje.

 

A escuridão em pleno dia surpreendeu alunos da Escola Estadual Moraes Barros, no Centro, no horário da saída. As professoras se mobilizaram para reunir as cerca de 220 crianças no pátio. O destelhamento de uma casa na Rua do Rosário, atrás da escola, fez com que uma das telhas de zinco voasse para o pátio, causando pânico entre os estudantes. Outra parte do telhado bateu no alambrado do colégio e foi parar na Praça Tibiriçá, junto a árvores que também tombaram com a tempestade.

 

Por volta das 17h de ontem, a energia voltou na região central, onde o trabalho foi priorizado, mas a previsão de restabelecimento total era somente para a partir das 12h de hoje.

 

Um caos generalizado tomou conta da cidade, especialmente na área central. No horário em que a maioria dos trabalhadores do Centro começava a sair para o almoço e as crianças eram dispensadas das escolas, a ventania impediu a visibilidade de motoristas, que passaram a transitar na contramão para fugir da correnteza. Moradores do Jupiá tiveram que aumentar em cerca de três quilômetros o percurso por causa de uma árvore que caiu na Avenida Angelino Stella, a principal do bairro. Uma árvore também provocou a queda de quatro postes na Rua Irineu Oliveira Diniz, no bairro Santa Rosa. Um deles caiu sobre uma casa, danificando a laje. No mesmo bairro, casas ficaram destelhadas.

 

Os ribeirões do Enxofre e do Piracicamirim transbordaram e alagaram casas e ruas próximas às avenidas 31 de Março, no Bairro Verde, e Alberto Vollet Sachs, na região do Piracicamirim.

 

Susto e prejuízo

 

Na Rua Luiz de Queiroz, no Centro, a ventania derrubou uma árvore centenária na Praça Ermelinda Ottoni de Souza Queiroz. O gerente Edemir Benedito Beloti, morador na Vila Industrial, dirigia sua Kombi pela via e teve o carro atingido. Os galhos arrastaram o veículo por cerca de dez metros. “O galho passou do lado da minha cabeça, eu poderia ter morrido”, contou Beloti.

 

O teto de um estacionamento da Rua Treze de Maio despencou sobre três veículos e na Rua Tiradentes uma outra árvore caiu sobre um carro, provocando congestionamento. Na Praça José Bonifácio, a água da chuva tomou conta das ruas que cortam a área. Ambulantes tentaram esconder-se da tempestade, enquanto observavam a destruição de suas barracas. Desolado, o vendedor de sanduíches Raimundo Renato Silva calculava o prejuízo. “Perdi hoje o rendimento do meu dia, uns R$ 150,00”, comentou.

 

Na Rua do Porto, houve muitas quedas de árvores e estragos nas fiações dos postes de energia. Alguns barcos foram levados e outros viraram. A força do vento também causou pânico em três frentistas e pelo menos cinco clientes num posto localizado na Rodovia Luiz de Queiroz (SP-304), saída de Piracicaba a São Paulo. A estrutura metálica do posto desabou, mas ninguém foi atingido.

 

 

Temporal deixa dois mortos na região

 

Uma forte tempestade, com ventos que chegaram a 160km/h em cidades como Santa Bárbara d’Oeste, Americana e Piracicaba, deixou um rastro de destruição em Campinas e região, e provocou a morte de duas pessoas em Pedreira. A dona de casa Aldrea Cristina Siqueira, de 36 anos, e sua única filha Desiree Rossetti, de 7 anos, morreram em Pedreira atingidas pela queda de um muro (leia texto ao lado).

 

A força dos ventos pôs ao chão três barracos em Santa Bárbara, destelhou dezenas de casas e derrubou várias árvores. Em Campinas, o temporal causou caos no trânsito do Centro, alagamentos e a suspensão do atendimento em um centro de saúde. E a previsão para a região é a de mais temporais para a região nas próximas 24 horas. Segundo o Centro de Pesquisas Metereológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri), o rápido deslocamento de uma frente fria causará mais trovoadas e chuvas fortes na região de Campinas, Sorocaba e Bragança Paulista.

 

Uma das cidades mais atingidas pelo temporal foi Santa Bárbara. No bairro Nova Conquista, os fortes ventos destelharam dezenas de casas. Árvores caíram, a energia elétrica foi cortada, muros derrubados e três barracos viraram um monte de entulhos. Três pessoas ficaram levemente feridas e várias famílias, desabrigadas.

 

Na casa da aposentada Benedita Pimentel, só roupas e poucos alimentos puderam ser reaproveitados. O restante foi destruído pelo vento. “Foi tudo de repente. Quando fui fechar a janela por causa da chuva, veio um redemoinho de vento e o barraco desabou”, contou a aposentada, enquanto garimpava o monte de entulho em busca de documentos, roupas e comida. A sua filha, que está grávida de quatro meses, ficou ferida quando um pedaço de pau caiu na sua cabeça.

 

Na casa ao lado, a dona de casa Diva Aparecida Rodrigues só tinha forças para chorar. O forte vento levou o pouco que ela tinha no pequeno barraco que divide com a filha. “Estou desesperada, não sei o que vou fazer e nem onde vou dormir esta noite”, lamentava.

 

Em Americana, apesar de não haver medição, o Cepagri calcula que os ventos tenham atingido uma velocidade superior a 160km/h. Casas foram destelhadas, árvores derrubadas e o fornecimento de energia interrompido.

 

Em Piracicaba, a tempestade provocou queda de árvores e deixou a cidade no escuro. Até o Observatório Astronômico da cidade foi atingido. O telhado de um dos prédios onde estão abrigados três telescópios foi lançado a mais de 100 metros e ficou completamente destruído. Apesar disso, os telescópios não foram atingidos.

 

Em Paulínia, a Defesa Civil computou queda de energia nos bairros Betel e Cascata, além de destelhamentos parciais de casas na região do Bom Retiro e queda de árvores nos bairros Monte Alegre 4 e 5.

 

Em Valinhos, uma família do bairro Capuava ficou desabrigada e foi transferida para a casa de parentes. A chuva provocou enchente no Ribeirão Pinheiros, que corta a região.

 

No bairro Boa Esperança houve destelhamento parcial em uma casa, além de alagamento na Avenida Invernada. Foram registradas quedas de 15 árvores e de dois postes de fiação elétrica, causando a interrupção de energia em algumas regiões por aproximadamente uma hora.

 

Campinas

Em Campinas, a Defesa Civil recebeu 280 chamadas, que geraram 62 ocorrências. Os fortes ventos derrubaram 40 árvores e o temporal acarretou alagamentos em pelo menos 20 imóveis, além de seis pontos de inundação, entre eles três no Jardim Satélite Íris e o restante na Vila Padre Anchieta. Na região do bairro Vida Nova, uma creche foi inundada e teve as aulas interrompidas.

 

Vejam a explicação do Professor da Esalq :roll: :

 

Choque térmico originou o vendaval

 

Da Gazeta de Piracicaba e Agência Anhangüera

 

Com 30 anos de experiência, Luiz Roberto Angelocci, professor-associado de Agrometerologia Agrícola do Departamento de Ciências Exatas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), explica que o choque térmico provocado pela passagem da frente fria que chegou na noite de terça-feira e furou o bloqueio da grande massa de ar seco, resultou num vendaval ciclônico formado num raio de 50 a 100 quilômetros.

 

Luiz Angelocci explica que ventos acima de 100 quilômetros por hora costumam passar pela cidade a cada 40 anos. Ainda segundo o professor, a probabilidade de ocorrer chuvas tão fortes é de 10%, uma vez a cada dez anos. Muitas pessoas confundiram o fenômeno de ontem com um furacão, mas o professor explica que ele não se desloca num período tão curto como o ciclone de ontem, que durou meia hora.

 

Segundo o coordenador do Centro de Ensino e Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri), Hilton Silveira Pinto, a força do vento tem as características de um tornado, apesar de não haver medições nem imagens que confirmem o fenômeno. Em Americana e Santa Bárbara não há medição, mas pelos estragos, a velocidade deve ter sido superior à registrada em Piracicaba, na avaliação de Silveira Pinto. Em Campinas a estação do Cepagri registrou ventos de 76km/h por volta das 12h30, suficientes para provocar quedas de árvores e placas.

 

Algumas fotos:

 

pedreira6oz.jpg

 

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americana6bs.th.jpg

 

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santabarbara8lu.jpg

 

Acredito que devido aos estragos, como o telhado do observatório ade Piracicaba arremessado a mais de 100 metros, os destelhamentos, as quedas de árvores em Santa Bárbara do Oeste, barcos virados no Rio Piracicaba e o depoimento da moradora (redemoinho de vento), possa ter se configurado um tornado F1 na região. O que acham?

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Que loucura esse temporal! Estava lendo as manchetes, Piracicaba foi brutalmente atingida.

 

Ventos chegaram até a 158Km/h

 

Os meteorologistas consultados pelo TodoDia afirmaram que a forte tempestade que atingiu a Região no fim da manhã de ontem só poderá ser classificada como um tornado após a análise dos estragos causados pela chuva e vento. A velocidade dos ventos foram de 76 a 158km/h, causando destelhamento de casas e comércios, derrubada de árvores e postes de energia elétrica e alagamentos.

De acordo com o meteorologista do CPTec/Inpe (Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Roberto Pereira, os tornados não são comuns no Brasil, porém a velocidade dos ventos pode caracterizar o fenômeno. “Os tornados tomam forma de funil e retorcem tudo o que tem pela frente. Na tempestade registrada, os ventos laterais agravados pelas rajadas é que foram responsáveis pelos acidentes e estragos”, explicou.

 

Para a meteorologista do Cepagri/Unicamp (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura da Universidade Estadual de Campinas), Ana Ávila, o fenômeno se resume a um tempestade de características muito fortes. “Isso é típico do encontro de massas de ar quente e frio. O agravante foi a velocidade com que a massa de ar frio atingiu a região. Mas da mesma forma que chegou, a frente vai se distanciar”, disse. Em janeiro, a Região sofreu chuvas típicas de verão, cujas ventanias afetaram residências. No final ano passado, as tempestades foram maiores, e os ventos chegaram a atingir cerca de 120km/h.

 

(VBF)

 

Ver mais em: http://www2.uol.com.br/tododia/cidades.htm

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Pelo visto os anemômetros pegarm a real força dos ventos!! Quando a imprensa informou a velocidade do mesmo (vi na Globonews), fiquei surpreso e impressionado!!

Digo isso porque, quando deu o tornado em Muitos Capões, em agosto do ano passado, a RBS informou que a velocidade do vento havia sido de... 70 km/h. #-o

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Um membro da minha comunidade no orkut "Tornados no brasil" presenciou o (ou um dos) tornados:

 

por Daniel Candido

"Ao meio dia dessa quarta-feira tive a oportunidade de presenciar um tornado, que atingiu e causou muita destruição em minha cidade (Santa Bárbara d'Oeste, SP). Estive percorrendo a trilha de destruição, e pude notar que ele teve origem em Piracicaba, o que depois ficou evidenciado por essa notícia no jorna Estado de São Paulo: http://www.estadao.com.br/ultimas/cidades/noticias/2006/mar/29/319.htm

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Débora, conheço o Daniel pois ele também cursou Geografia na mesma época que eu, mas em salas diferentes. Ele está fazendo mestrado na área de climatologia. Acredito que por ser da "área", seu depoimento seja relevante...

É, mas faz falta uma MetSul por aqui... os órgãos públicos falam, especulam, mas não pesquisam o que houve (pelo menos não informam que estão pesquisando) e as empresas privadas (aquelas que todos conhecem) nem dão destaque :roll: =; :(

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Gente, excelente o material de vocês. Brilhantes posts. Mas, se possível, vamos procurar seguir uma regra que vem beneficiando a todos no acompanhamento das discussões: os tópicos únicos. Para não abrir um tópico por mês para tornados, até porque eles não rendem discussões diárias, foi aberto um tópico sobre os tornados do outono. OK ? Um abração.

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