Felipe Kanhotto

Meu inverno ideal seria o registrado em Aomori, no Japão, onde o frio é bem suportável (mínimas médias na faixa dos -5C) e a precipitação de neve é intensa, uma das maiores do mundo (talvez pela combinação ideal de frio e umidade). Vancouver também acho bem interessante, é um frio onde neva com alguma frequência, mas sem extremos que dificultem as atividades humanas. Vancouver ainda tem a vantagem de ter um verão fresco, pois odeio calor (acima de 25 graus já me incomoda...hehe).

Em 03/02/2017 em 16:23, Aldo Santos disse:

Faz sentido.

 

A região de Cabo Frio-RJ é onde menos chove no sudeste (784,5 mm anuais na normal 1961-1990).

Menos que no norte de MG e médio vale do Jequitinhonha.

 

Inclusive a vegetação local tem semelhanças com a do sertão do Nordeste.

 

A causa é a subida para a superfície de águas frias da corrente das Malvinas.

Se não me engano a questão da região de Cabo Frio/RJ é  a ressurgência (um fenômeno localizado onde águas profundas e frias atingem a superfície mais quente e rasa), e não tem relação direta com a corrente das Malvinas, uma vez que ela teria que contornar todo o litoral chileno, argentino e do Centro-Sul brasileiro para atingir a região citada.

Uma pena ela ter sido fechada, uma vez que iria refletir essa diferença entre as regiões paulistanas. É bem frustrante saber que em eventos de frio intenso temos mínimas na casa dos 5 graus (ou menos) em áreas menos urbanizadas da Capital, mas acabam não entrando na medição oficial. 

Bom, a minha ordem seria:

1 - São Francisco de Paula 900 metros - Sº29'5

2 - Lages 1000 metros - Sº27'8

3 -  Inácio Martins 1200 metros - Sº25,5

4 - Monte Verde 1550 metros - Sº22'8

5 - Pinheiro Machado 450 metros - Sº31'5  Santa Vitória do Palmar 0 metro - Sº33'5

6- Santa Vitória do Palmar 0 metro - Sº33'5

Sem sombra de dúvidas o que mais pesaria na minha decisão seria a possibilidade de precipitação de neve, considerando que as 3 primeiras são as únicas onde essa possibilidade é maior. 

Em 22/02/2018 em 18:40, Bruno Maon disse:

Navegando pelo WeatherSpark notei o clima bem diferente de Walvis Bay, uma cidade na costa da Namíbia, sudoeste da África:

 

Até que não seria nada demais se não se tratasse de uma cidade a 22,9°S de latitude!!!!
Essa é a latitude da cidade do Rio de Janeiro! 
Vejam essas médias de verão e de inverno. E o mais curioso: o período com máximas absolutas mais elevadas é o OUTONO!
A sina que nós brasileiros do Sudeste/Centro-Oeste temos na primavera, eles tem no outono. Pelo que vi é o período em que a ASAS mais se afasta do continente africano, permitindo a entrada do ar muito quente do deserto Kalahari em algumas ocasiões. Na Wikipédia consta máxima absoluta de 36,0°C em maio 

Sobre o clima bem particular dessa cidade na Namíbia, não sei se alguém já respondeu em outro lugar, mas certamente é por influência da corrente fria de Benguela, o que torna o clima de boa parte dessa costa sudoeste da África branda e com baixíssima precipitação. 

Bom pessoal, eu sou meteorologista e trabalhei em 2 oportunidades na área, e infelizmente a meteorologia é muito pouco valorizada no Brasil. Falando sobre o curso, apesar da nota de corte ser relativamente baixa, a grande dificuldade é sair formado, pelo menos no IAG-USP. O curso é bem pesado, uma vez que é em período integral e envolve matérias da Física, Matemática (principalmente cálculo) e Computação (programação). Muitas pessoas acabam achando que o curso tem grande afinidade com geografia, pela parte de climatologia, mas o assunto não compreende nem 10% do curso. Em relação ao mercado de trabalho, eu tinha um trabalho relativamente bom numa empresa privada (alguns anos atrás ganhava cerca de 4 mil), inclusive trabalhava da minha casa escrevendo matérias sobre clima, tempo e afins, além de boletins para jornais e sites. Eventualmente dava alguma entrevista, geralmente quando havia algo sobre meteorologia em evidência. infelizmente essa empresa encerrou as atividades no Brasil (era americana), e até tive proposta de ir trabalhar nos EUA, mas em algo que envolveria hidrologia, uma área que não me atrai muito. Além disso, na época eu era muito inexperiente e fiquei com certo receio (se fosse hoje talvez eu tivesse ido). Acabei prestando alguns concursos, sendo um no Radar de Bauru/SP - IPMET, e outro processo seletivo na Marinha, para trabalhar no instituto de pesquisas oceânicas em Arraial do Cabo/RJ. Em ambos a remuneração era mediana, acabei optando em ir trabalhar na Marinha, mas fiquei somente três meses, pois acabei passando em outro concurso público, com remuneração melhor. Neste caso da Marinha, o salário era baixo, mas eu não tinha custo nenhum praticamente, pois eles davam toda alimentação e moradia. Entretanto, a perspectiva de crescimento profissional era limitado, uma vez que só haviam dois meteorologistas no instituto, no caso eu e minha ex chefe. Posso ainda citar uma colega que estudou comigo e fez concurso para o Ministério de Ciência e Tecnologia, ela trabalha não exatamente com meteorologia, mas não fugiu tanto da área. Com mestrado e doutorado, ela conseguiu uma remuneração bem interessante, beirando os R$20 mil (acredito que seja uma grande exceção). Resumindo, de um modo geral o mercado não é muito promissor, mas se você se destacar e se aprofundar nos estudos, pode sim ter uma boa remuneração. E certamente fora do Brasil as oportunidades serão muito melhores.

Pelo o que eu tenho acompanhado nos últimos tempos, pelo menos em relação aos dados oficiais do Inmet, é que a cidade, assim como grande parte das áreas de menor latitude da Região Sudeste, tem apresentado um aumento significativo das temperaturas mínimas médias, algo que talvez se justifique pela combinação da "ilha de calor" com o menor avanço das frentes frias/massas de ar polares pela metade leste do país. Cansei de ver ondas de frio atingindo a totalidade da Região Sul, o estado de SP e boa parte dos estados de MS e MT, mas praticamente sem efeito na região de Belo Horizonte. 

Boa tarde, esse encontro é anual?Gostaria de participar do próximo. 😊

Boa tarde pessoal!Me chamo Felipe e moro em Curitiba/PR, e às vezes passo uns dias em Embu-Guaçu/SP, onde meus pais moram. Assim como todos, sou amante do tempo frio,  especialmente os com dias nublados, garoa e se possível neve...hehe. Desde criança sempre me interessei por assuntos ligados ao clima/tempo, inclusive me lembro que no colegial fiz um trabalho sobre aquecimento global, onde meu grupo retratou um jornal futurista com notícias sobre o calor e inundações pelo mundo e previsões de tempo tórridas (com máximas beirando os 50 graus..hehe). Esta paixão pelo tempo me levou a fazer meteorologia no IAG/USP, e cheguei a trabalhar na área em duas oportunidades; sendo a primeira em uma empresa americana (onde escrevia matérias sobre tempo para alguns sites importantes, como UOL, InvestNews, IG, etc) e na segunda  no IEAPM, um instituto de pesquisas marinhas em Arraial do Cabo/RJ, onde trabalhava com dados climatológicos para obtenção da melhor rota para deslocamento de submarinos. Me mudei pra Curitiba/PR justamente por amar tempo frio e nublado, sendo aqui um dos melhores lugares do país neste quesito. Confesso que não descarto a possibilidade de futuramente me mudar pra São Joaquim/SC ou Urupema/SC, onde a possibilidade de ver neve todos os anos é algo indescritível, ao menos para mim. Gosto muito dos debates por aqui, e fico impressionado como muitas pessoas dominam o assunto, mesmo sem nenhuma formação específica. Pretendo mais pra frente comprar uma estação meteorológica, inclusive deixar uma em Embu-Guaçu/PR, onde meus pais já medem com frequência a temperatura, e certamente um local interessante para se comparar com São Paulo, uma vez que existe na região um microclima bem característico, marcado por uma nebulosidade maior e temperaturas mínimas significativamente menores (só para exemplificar, este ano foram registrados valores entre 5 e 9 graus frequentemente no inverno).