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Brasil Abaixo de Zero

Rodolfo Alves

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Everything posted by Rodolfo Alves

  1. Meu Deus, eu jurava que o Rodolfo tinha uns 40 anos kkkkkk Eu dava uns 45 pra ele kkkkkkkkkk É devido ao nome antiquado! Já vc, eu sempre imaginarei q terá 17/18, mesmo qdo estiver com 40.. O meu, combina com qker idade! Nosssa, vocês me deram tudo isso??? Meu motor tá no 2.2 ainda :mosking: :mosking: Parabens pela previsão feita na época Coutinho, e pela coragem num cenário obscuro até então, de divulgar previsões reais de acordo com o sistema, diferentemente dos órgãos oficiais, como esses dos vídeos, que preferiram omitir... Uma pena que na época eu não tinha internet pra acompanhar... aliás nem sabia o que era computador naquela época...
  2. Furacão Catarina 10 Anos (2004-2014): Há 10 anos atrás, logo após de atingir Santa Catarina, um comunicado oficial do site do CPTEC/INMET em 2004, afirmava num consenso único que Catarina não era um furacão, o que mais tarde, teve que ser revisto... Pra quem quiser ler o comunicado na integra: viewtopic.php?f=138&p=422326#p422326
  3. MEMÓRIA DO CATARINA: Como prometido, trago aqui um comunicado, alguns dias depois do Catarina ter atingido a costa do Brasil, postado no site do CPTEC afirmando categoricamente que o Catarina não era um Furacão... O que mais tarde teve que ser admitido. Print do site do CPTEC em 2004: NOTA TÉCNICA CONJUNTA CPTEC/INPE E INMET Ciclone Extratropical no litoral de Santa Catarina e Rio Grande do Sul 29 de março de 2004 O sistema que atingiu Santa Catarina neste fim de semana não foi um furacão. Furacão é um fenômeno que se forma nas águas quentes (temperatura maior que 27°C) dos oceanos tropicais, apresentando temperaturas altas no seu interior e ventos girando em sentidos opostos nos níveis próximos à superfície e em níveis altos, ou seja, cerca de 12 km de altura. O fenômeno que atingiu o litoral de Santa Catarina é um ciclone, fenômeno que apresenta temperaturas baixas no seu interior e ventos girando no mesmo sentido desde a superfície até os altos níveis. O processo de formação do furacão é diferente do processo de formação do ciclone observado. A partir do momento em que apareceu o olho do ciclone e as bandas de nuvens em rotação, surgiu a especulação de que poderia ser um furacão. Na sua fase final de decaimento, de fato, o sistema perdeu seu núcleo frio e passou a apresentar rotação no sentido contrário em altos níveis. Portanto, pode ser concluído que se tratou de um sistema com características híbridas, que deverá ser estudado e analisado com maior profundidade no futuro pelas equipes dos Centros Meteorológicos. O ciclone observado durante o fim de semana na costa de Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul foi acompanhado pelos Centros Meteorológicos desde o dia 24, quando uma pequena área de instabilidade atmosférica formou-se a cerca de 1000 km da costa de Santa Catarina começando a configurar-se com uma circulação ciclônica. Inicialmente as nuvens na imagem de satélite tinham o formato de uma vírgula invertida com muita chuva. Os ventos já começavam a ter um giro no sentido dos ponteiros do relógio, típico de um ciclone. Gradualmente as nuvens passaram a adquirir o formato circular e na tarde da quinta-feira já aparecia o “olho”, ou seja, uma região sem nuvens. Durante a sexta-feira o ciclone passou a intensificar-se e deslocar-se a 20 km/h aproximadamente na direção do continente. Ventos medidos nas proximidades por navios chegavam a 70-90 km/h. As previsões numéricas indicavam que o ciclone continuaria em direção à costa da Região Sul do país com uma incerteza em relação ao local onde haveria o impacto maior. Os primeiros alertas para a Defesa Civil Nacional foram emitidos na noite da sexta-feira. Durante o sábado, as imagens de satélite indicavam que as nuvens do ciclone estavam perdendo força e os ventos no mar indicavam velocidades moderadas de aproximadamente 60 km/h. O alerta foi mantido. As previsões indicavam o enfraquecimento do ciclone porém com a ressalva que ao atingir a região costeira poderia ocorrer intensificação localizada. A região a ser atingida seria desde Florianópolis até o norte do Rio Grande do Sul. Durante a noite do sábado as primeiras bandas de nuvens atingiram a costa e ocorreu intensificação do sistema na região da Serra Geral Gaúcha e Catarinense. Os ventos do ciclone ao atingirem a Serra Geral induziram a intensificação das nuvens que por sua vez favoreceram a ocorrência de ventos fortes em várias localidades. Entre a noite de sábado e a madrugada de domingo o ciclone atingiu o continente, particularmente nas áreas entre o sul de Santa Catarina e nordeste do Rio Grande do Sul, entre Criciúma e Torres. Durante esse período foram observados ventos e chuvas fortes. Pelos danos provocados pode-se inferir que os ventos chegaram a atingir 150 km/h. No decorrer do domingo as chuvas persistiram sobre as serras gaúchas e catarinenses e o ciclone foi perdendo intensidade gradualmente. Os avisos da noite de sexta-feira apontavam para o enfraquecimento do ciclone, conforme foi comunicado a defesa civil. Foi feita a ressalva que ao atingir a costa poderiam ocorrer intensificações dos ventos e chuvas em locais montanhosos desde Florianópolis até o nordeste do Rio Grande do Sul, numa área correspondendo a aproximadamente 200 km de costa, ou seja, uma extensa área. A previsão e o monitoramento de eventos mais localizados como o ocorrido depende da qualidade e quantidade de observações tanto na área continental como na área oceânica utilizadas em conjunto com previsões numéricas de alta resolução espacial, imagens de radar e satélites meteorológicos.
  4. Agradeço de verdade Carlos Campos pelas felicitações, e pelas experiências compartilhadas do Felipe que acompanha Ciclones Tropicais como eu, e do Coutinho que viveu mais de perto o Catarina... De fato, o bloqueio atmosférico esquentou muito o oceano, e poderia sim ter formado um furacão, se outros fatores colaborassem... Vide o modelo CMC que chegou a sugerir o furacão se formando, o que não passou apenas de projeções... Quando se formou em 2004, na época eu tinha meus 13 anos, mas já acompanhava meteorologia e acompanhava pela tv o progresso do Catarina, mas sem todo o know-how e a avalanche de dados que temos hoje, confiando plenamente no que era informado nos noticiários... De qualquer forma, o Catarina, foi um dos motivadores de hoje eu estudar e gostar imensamente da meteorologia... Abraços!!
  5. Em Sâo Mateus agora faz 17,3C. Noite com sensação de frio. ================================================================================= Há exatamente 10 anos, por volta da 0h do dia 25/03/2004 no horário de Brasília, o National Hurricane Center de Miami, declarava formada na costa do sul do país uma Tempestade Tropical, que 24h mais tarde viria a se tornar furacão Catarina.... Furacão Catarina 10 Anos (2004-2014)
  6. Furacão Catarina – 10 anos (2004 – 2014) 24 de março de 2014 às 21:23 por Josélia Pegorim O nascimento, vida e morte do furacão Catarina aconteceu entre os dias 24 e 28 de março de 2004. O sistema entrou no continente, com o “olho” típico dos furacões, entre os dias 27 e 28 de março, atingindo a região entre o sul de Santa Catarina e o nordeste do Rio Grande do Sul. A região de Araranguá, no litoral sul catarinense foi uma das atingidas pela ventania e chuva do Catarina, que só foi reconhecido como furacão em 2005, durante uma reunião científica internacional com participação de meteorologistas brasileiros, australianos e norte americanos. É até hoje o único furacão documentado do Atlântico Sul. Estas imagens são do MASTER – IAG/USP. Em 24 março de 2004, o Catarina ainda era apenas massa de nuvens disforme sobre o mar, aparentando um ciclone em formação, mas ninguém, nenhum, meteorologista ousaria prever que um furacão estava se formando. Não havia pânico. Apenas os meteorologistas trabalhando e observado. Mas no fim da manhã do dia 25 de março, as imagens de satélite começaram a mostrar a tendência a formação do “olho”. Mas muitos ciclones extratropicais formam um “olho”. O movimento errático de leste para oeste, do mar para o continente foi o sinal que faltava para que se acreditasse que tinha algo muito estranho no mar e estava vindo em direção ao Brasil. Mas não se falava em furacão. http://www.climatempo.com.br/noticias/215454/furacao-catarina-10-anos-2004-2014/#
  7. Bem por aí Aldo... Vou publicar depois um comunicado do CPTEC/INMET na época afirmando categoricamente que não se tratava de um furacão.
  8. Última atualização em 23/03/2014 - 09h23 O Brasil está preparado para um novo furacão Catarina? Dez anos depois do fenômeno, número de radares aumentou de 20 para 36 no País Adair Santos - adair.santos@gruposinos.com.br Um fenômeno climático extremo, que deixou um rastro de destruição e tornou-se um divisor de águas na meteorologia brasileira. Há dez anos, em 27 de março de 2004, o furacão Catarina – um gigante com 400 quilômetros de extensão – chegava às costas catarinense e gaúcha. Ao todo, cerca de 40 cidades foram atingidas por ventos de até 180 km/h, deixando pelo menos quatro mortos, sete pescadores desaparecidos e 38 mil casas destelhadas ou destruídas. O total dos prejuízos foi estimado em R$ 1 bilhão. Uma década após o primeiro furacão brasileiro, quais as chances de o fenômeno se repetir? E, principalmente, estamos melhor preparados para suas consequências? Especialistas apontam avanços, mas reforçam a necessidade de novos investimentos e contratação de mais meteorologistas. ‘‘Estamos mais capacitados tanto em termos de previsão de tempo quanto de monitoramento e resposta da Defesa Civil não só no Sul, mas em todo o Brasil’’, garante o pesquisador Carlos Frederico de Angelis, do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), órgão criado em 2011 pelo Ministério da Ciência e Tecnologia. Nos últimos 10 anos, o número de radares meteorológicos – imprescindíveis para prever fenômenos do porte do Catarina – saltou de 20 para 36 em território nacional, integrando pacote de investimentos superior a R$ 400 milhões feito no setor pelo governo federal. No Estado, há sistemas instalados em Santiago, Canguçu e Pelotas. Há também um no Morro da Igreja, em Santa Catarina. ‘‘Os radares ajudam bastante mas, para emitir alertas com maior confiabilidade, precisam ser modernizados’’, observa. Porém, conforme ele, não há previsão para que isso ocorra. O chefe do Divisão de Satélites e Sistemas Ambientais (DSA) do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), órgão do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Nelson Jezus Ferreira, não tem dúvidas ao afirmar que o Brasil está mais atualizado em termos tecnológicos e humanos. Os radares são capazes de identificar esse tipo de fenômeno com cerca de duas horas de antecedência, possibilitando a emissão de alertas. ‘‘Hoje existe uma consciência muito maior sobre a necessidade de implantar instrumentos adequados para monitorar tempestades dessa natureza’’, avalia. Outra evolução foi a instalação de uma central que agrega um banco de dados dos radares meteorológicos, coordenado pela Força Aérea. ‘‘Compõe-se um grande mosaico em que são monitoradas todas as tempestades em grande parte do Brasil. Essas informações são disponibilizadas para todas as instituições parceiras, até porque atualmente há uma pressão feita pela sociedade’’, enfatiza Ferreira, citando ainda os três sistemas nacionais que detectam descargas elétricas. Por fim, percebe que aumentou a preocupação, por parte dos meteorologistas, em relação ao monitoramento de tempestades severas. ‘‘Os profissionais são muito mais cuidadosos, pois já não há mais o modelo conceitual de que o furacão ocorria apenas em regiões tropicais. Daqui a dois anos, as perspectivas são ainda melhores com a nova geração de satélites meteorológicos’’, conclui. País evoluiu, avalia pesquisador O pesquisador do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec/Inpe) Manoel Alonso Gan (foto) considera ter havido avanços nos modelos de previsão e em termos de tecnologia de satélite, que estão melhorando devido a investimentos no setor feitos no exterior e que acabam beneficiando indiretamente o Brasil. Ele destaca a criação do Cemaden, órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, iniciativa que deverá trazer significativas mudanças em termos de previsão de tempo. ‘‘O País evoluiu, talvez não como devesse, e ainda tem que melhorar, pois não há um grupo grande de meteorologistas para trabalhar. Além disso, também são necessários mais radares’’, observa. Professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e coordenador do Laboratório de Previsão do Tempo, Vagner Anabor enfatiza que o Rio Grande do Sul é um centro de formação de meteorologistas, que no entanto acabam sendo ‘‘exportados’’. Segundo ele, vários Estados têm feito significativos investimentos, principalmente na contratação de profissionais para o setor, o que não ocorre no Rio Grande do Sul com a mesma intensidade. Gráfico mostra detalhes do Furacão Catarina Foto: Arte Paulo Zarif/GES "Já aconteceu uma vez, e pode acontecer de novo" Há dez anos, Clóvis Corrêa, coordenador da Meteorologia do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia (Ciram), órgão ligado ao governo catarinense, estava literalmente no olho do furacão. Ele e sua equipe foram os responsáveis por monitorar e identificar o Catarina, dando o alerta à Defesa Civil e à população. Na entrevista a seguir, ele relembra o episódio e fala sobre o novo radar adquirido pelo governo catarinense ao custo de R$ 10 milhões e que pode ajudar a identificar fenômenos como esse no litoral norte de Santa Catarina. O que mudou após o furacão Catarina? Clóvis Corrêa - O Catarina é um marco na meteorologia brasileira, pois foi um fenômeno que nunca havia sido registrado na era do satélite. Não quer dizer que não aconteceu há 100 anos, apenas não temos como identificar. Consistiu em um ciclone tropical, e não extratropical, ou seja, um furacão. Desde então, a população e os meteorologistas começaram a ter uma visão mais voltada para o mar. Hoje, qualquer tempestade que ocorre na costa brasileira é monitorada. Seu diâmetro era de 400 quilômetros e o olho totalizava entre 40 quilômetros e 50 quilômetros. Em que momento constatou-se que se tratava de um furacão e não de um ciclone extratropical? Corrêa - Como um furacão nunca havia acontecido, estávamos monitorando desde quinta-feira aquela que era uma tempestade bastante severa e poderia chegar à costa catarinense, muito antes do Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos. Quando os norte-americanos se manifestaram, isso só contribuiu para reforçar nossas colocações. Suas características são bem típicas de formação, com diferenças entre um sistema extratropical e um furacão tropical. Na nossa região, acontecem com frequência ciclones extra-tropicais, que pegam a costa Sul, chegando até o Sudeste. No caso do Catarina, sua formação e alimentação eram totalmente diferentes. Seu deslocamento foi do oceano para o continente, o que é muito diferente. Percebemos que era totalmente atípico e, próximo ao seu olho, tinha uma nebulosidade muito intensa, o que não ocorre no ciclone extratropical, onde é mais afastada do olho. Quais foram as cidades mais atingidas? Corrêa - A mais atingida foi Araranguá, que estava no centro. Havia duas formações de ventos chegando. A primeira borda pegou Torres, Passo de Torres e Araranguá. Mas a maior intensidade foi na divisa com o Rio Grande do Sul. Depois, inverteu-se o processo. O olho ficou bem caracterizado e Araranguá estava no seu centro, onde se enxergavam até as estrelas. Na sequência, veio com força total. O fenômeno foi subestimado? Corrêa - Foi algo fora dos padrões, muito tenso. Parte da população levou a sério, parte não. Em Santa Catarina, estamos acostumados com as previsões de ciclones extratropicais. Solicitamos a evacuação de praias próximas a Araranguá antes do furacão chegar, o que foi atendido. Se isso não tivesse ocorrido, a situação seria bem mais grave. Houve mais investimentos pelo poder público? Corrêa - Nós, nos Estados do Sul, é que temos que tomar a iniciativa, como a compra do radar Banda S, adquirido de uma empresa norte-americana e que logo começa a funcionar na cidade de Lontras, no Vale do Itajaí. Pode ajudar a detectar fenômenos mais na parte Norte de Santa Catarina. O ideal seria que tivéssemos outros mais ao Sul. Um novo furacão pode acontecer? Corrêa - Já aconteceu uma vez. Há várias junções atmosféricas que têm que acontecer, não apenas uma. Juntando todos esses fatores, pode acontecer de novo, mas não sabemos quando. Não é, porém, um fenômeno que vai se repetir a toda hora. Pode ocorrer pelo aquecimento do oceano e também porque é cíclico. O Catarina foi registrado justamente em março, quando as águas estão mais quentes, formando-se a partir de um ciclone extratropical que perdeu força e foi reativado no oceano. Entre 40% e 50% dos furacões que ocorrem na costa norte-americana têm essa característica. Para isso, é preciso uma espécie de bloqueio atmosférico que crie um ambiente com características tropicais. Uma tempestade tropical pode acontecer a qualquer momento, mas um furacão é mais difícil. Porém, se for detectado na costa brasileira novamente, não vai haver nenhuma divergência entre meteorologistas, que agora já têm a experiência de um furacão. Planejamento melhorou Torres está fazendo a sua lição de casa. É o que garante o coordenador da Defesa Civil local, Adalberto Chagas da Silva. Há dois anos, foi instituído o Conselho de Defesa Civil, composto por cinco coordenadores e mais de 50 voluntários. ‘‘Estamos melhor organizados porque temos plano de contingência, que mapeou áreas de risco e congrega diversos setores da comunidade. Além disso, as regras para a construção civil estão mais rígidas para que os prédios suportem tempestades cada vez mais fortes’’, revela. Apesar de terem sido atingidas em uma escala muito menor do que Torres, Imbé e Tramandaí também fortaleceram suas estruturas, principalmente de Defesa Civil. Defesa Civil investe em treinamentos Capacitação e treinamento para enfrentar as calamidades naturais. Só em 2013, a Defesa Civil gaúcha realizou mais de 30 simulações em todo o Rio Grande do Sul por meio do Centro Operacional de Defesa Civil do Estado (Codec), composto por onze regionais. O centro integra um sistema nacional que realiza monitoramentos 24 horas por dia, alertando cidades que possam ser afetadas por calamidades. ‘‘Houve uma mobilização no sentido de antecipar-se a esses desastres através do fortalecimento do Sistema de Monitoramento em todo o Brasil’’, revela o major Ben-hur Pereira da Silva, adjunto da Divisão de Apoio Técnico da Defesa Civil do Rio Grande do Sul. Um dos aspectos alterados diz respeito à agilização do decreto de situação de calamidade pública. ‘‘O que antes levava em torno de 60 a 90 dias, que era o reconhecimento por parte do Estado e a homologação pela União, hoje é realizado em menos de dez dias’’, revela. O radar O Brasil conta hoje com 36 radares meteorológicos, três dos quais instalados no Rio Grande do Sul (Pelotas, Santiago e Canguçu). Em 2004, eram 20 unidades. O princípio de funcionamento do equipamento é semelhante ao sistema de navegação de um morcego. A diferença é que o radar usa ondas eletromagnéticas. Cada sistema custa entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões. http://www.diariodecanoas.com.br/_conteudo/2014/03/noticias/pais/28490-o-brasil-esta-preparado-para-um-novo-furacao-catarina.html
  9. Jornal "Correio do Povo" do RS também lembra, com uma reportagem citando que as marcas do Catarina, permanecem até hoje. ========================================================================================================================================== Tempo não apaga marcas da passagem do Catarina Rastros do ciclone tropical estão presentes 10 anos depois em RS e SC Crédito: Mauro Schaefer A passagem de um ciclone tropical a 200 quilômetros por hora no Sul de Santa Catarina e no Litoral Norte gaúcho ainda está registrada em algumas estruturas e na lembrança dos habitantes. Mesmo após dez anos a serem completados nesta semana, há imóveis destruídos nas cidades que ficaram no olho do fenômeno meteorológico. Na época, poucos acreditaram nos alertas e havia cerca de cem embarcações em alto-mar na região. Quando os ventos fortes começaram e varreram tudo o que estava pela frente, não houve casa que mantivesse o telhado intacto em Balneário Arroio do Silva, Balneário Gaivota, Passo de Torres e Araranguá. Torres teve mais de 2 mil imóveis atingidos. Apelidado de Catarina, esse foi o primeiro furacão da história do Atlântico Sul. “Sabe quando um bicho brabo urra? Foi assim”, lembra o sargento Nilson Gonçalves, então chefe do Corpo de Bombeiros da região. Ele fazia o monitoramento na beira da praia quando viu a tempestade se aproximar da costa e destruir parte da residência dele em Arroio do Silva. “Tínhamos que andar rastejando no chão”, salienta. As rajadas começaram por volta das 19h do dia 27 de março e passaram por 20 cidades, segundo a Defesa Civil de Santa Catarina, derrubando árvores e postes de eletricidade, além de telhas e paredes. Mais tarde veio a chuva e, depois da meia-noite, o céu ficou limpo e estrelado. “Aquilo era o olho do furacão. Estávamos no meio”, comenta o bombeiro. Conforme ele, em seguida, o vento se intensificou e derrubou o que havia sobrado. No total, mais de 40 mil edificações tiveram prejuízos. Várias casas viraram e os moradores precisaram se refugiar nos locais mais inusitados. Em Balneário Gaivota, uma cozinheira se escondeu dentro de um forno industrial. Outra ficou quase toda a madrugada do dia 28 de março dentro de um roupeiro. O agricultor Edson Quirino viu o imóvel de madeira onde morava, no bairro Sanga da Toca, em Araranguá, balançar e tentou proteger a família indo para dentro de um Fusca, quando um cinamomo de aproximadamente 14 metros caiu sobre o carro e o esmagou. O homem não resistiu e a mulher dele, Terezinha da Rocha Quirino, sofreu ferimentos graves. “Eu e outros quatro bombeiros nos amarramos em uma corda para não sairmos voando. Tínhamos que andar rastejando. O resgate do corpo e das vítimas foi muito difícil”, conta Gonçalves. Além de Quirino, dez pescadores morreram na passagem do Furacão Catarina. Intransitável, a BR 101 ficou coberta de troncos e postes de energia, o que dificultava ainda mais o socorro aos feridos. De acordo com o bombeiro, o número de vítimas só não foi maior porque avisaram as pessoas sobre o risco e as orientaram a não saírem de casa. Os prejuízos econômicos chegaram a R$ 850 milhões. A Defesa Civil de Santa Catarina contabilizou 33.165 desabrigados e desalojados, além de 18 feridos. Em Torres, cidade mais atingida do Rio Grande do Sul, os bombeiros resgataram 450 famílias na madrugada em que aconteceu a tempestade. Prédios foram pelos ares Passada uma década, o rastro do Furacão Catarina ainda está marcado em uma casa de veraneio em Passo de Torres. Os proprietários não puderam reconstruir o imóvel e o que restou das paredes serve como um símbolo da destruição de grande parte da cidade. O telhado da casa, na avenida Beira Rio, foi pelos ares, assim como as janelas. Da varanda, não sobrou nada. O prejuízo foi semelhante em milhares de residências no Sul de Santa Catarina. Em Balneário Gaivota, a Colônia dos Pescadores Z20 aguarda recursos do governo federal para recomeçar a construção de uma sede para o atendimento aos 450 associados. Em 2004, estava sendo erguida uma estrutura anexa à instituição, que foi parcialmente derrubada pelo ciclone tropical. A vice-prefeita de Balneário Gaivota, Terrimar Ramos Pereira, afirma que, apesar dos grandes prejuízos, a cidade já conseguiu se reerguer. As estruturas, com exceção da Colônia dos Pescadores, foram todas refeitas. “Tínhamos 6 mil habitantes e mais de 3 mil casas foram atingidas”, informa. Entre os imóveis afetados, estava o apartamento dela. “Perdi tudo”, diz, lembrando o dia da tempestade, quando se abrigou na casa da sogra com os três filhos. O mais novo, na época com 1 ano, até hoje tem trauma de vento. O município praiano recebeu muitas doações, mas teve a economia abalada. Houve um período de poucos investimentos, mas agora Terrimar observa uma retomada. O número de habitantes subiu para 12 mil, sendo 60% gaúchos. Nos primeiros anos, depois do fenômeno, foram construídas 124 casas na vila Nova Gaivota, uma das regiões mais prejudicadas pelo furacão. Pescadores enfrentaram ondas de 10 metros na luta pela sobrevivência Dentre a centena de barcos em alto-mar na área onde ocorreu o furacão Catarina, seis estavam próximo à barra de Torres e não puderam voltar para a margem. Ondas de 10 metros balançavam as embarcações e o vento quebrava os vidros das cabines e os cascos de madeira. “Todos foram para o beliche rezar, enquanto eu tentava controlar o barco”, conta o pescador Miguel Sidnei Teixeira da Silva, 42 anos. Estava na altura de Tramandaí, quando soube que a tempestade se aproximava. “Parecia que o barco iria virar. Víamos os outros com problemas, mas não tínhamos como ajudar.” Com três filhos de idades entre 7 e 10 anos, Silva só queria mandar notícias para a família. “Meu avô estava muito preocupado. Ele foi o primeiro a saber que eu estava vivo”, lembra Miguel, com lágrimas nos olhos. O retorno à terra firme aconteceu dois dias depois do furacão. “Não consigo nem explicar o que senti”, diz o pescador. As notícias transmitidas pelo rádio deixavam os pescadores ainda mais preocupados. Todas as informações que chegavam aos tripulantes dos barcos, estavam na voz do amigo de infância do pescador Miguel da Silva, o operador da Base Meteopesca, Amilton Lopes. Enquanto havia luz e telefone, ele conseguiu alertar os pescadores do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. “Muitos pediam apoio. Cheguei a ligar para a Marinha, mas já não tinha o que fazer”, lembra Lopes. Segundo o operador, o contato com os pescadores foi perdido na madrugada do dia 28 de março. Quando a população de Passo de Torres constatou os danos na cidade na manhã seguinte, deixou de acreditar que eles tivessem sobrevivido. “Cerca de 80% das casas foram destelhadas. Havia madeira e telhas em todas as ruas. Por causa disso, do caos na cidade, todo mundo achava que no mar havia sido pior e que os pescadores tinham morrido”, recorda Amilton dez anos depois do furacão Catarina. http://www.correiodopovo.com.br/Noticias/?Noticia=521383
  10. Tópico para o aniversário de 10 anos do único furacão de que se tem notícia a atingir o Brasil, e proporcionar um marco na meteorologia brasileira. Primeiramente, começo com uma reportagem publicada nesse domingo do jornal Zero Hora muito interessante... ======================================================================================================================================= Uma década depois do furacão Catarina, Brasil pouco avançou na previsão de fenômenos naturais extremos Para quem teve a casa e os negócios arruinados, fica a dúvida: pode acontecer de novo? Uma década depois do furacão Catarina, Brasil pouco avançou na previsão de fenômenos naturais extremos Mauro Vieira/Felix Zucco/Agencia RBS Nas fotografias de Torres, a destruição de 2004 e a situação atual Foto: Mauro Vieira/Felix Zucco / Agencia RBS André Mags e Sâmia Frantz andre.mags@zerohora.com.br; samia.frantz@diario.com.br Mal detectado por instrumentos, subestimado por meteorologistas, o furacão Catarina atingiu 200 quilômetros de área entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, na madrugada de 28 de março de 2004. Casas foram ao chão, quatro pessoas morreram e milhares ficaram desabrigadas. Ainda hoje, o Catarina inspira estudos e suposições. Nesses 10 anos, surgiram pelo menos três evidências sobre o primeiro furacão registrado no Atlântico Sul. Primeiro, a explicação para a transformação de um ciclone extratropical em furacão está no fundo do oceano. Segundo, indícios apontam que o Catarina teria sido um furacão de categoria 2, e não 1, como se calculava. Por fim, os sistemas meteorológicos brasileiros pouco avançaram — e há dúvidas se, hoje, poderiam prever, de forma mais ágil e precisa, uma tempestade semelhante. É nessa possibilidade de repetição do passado que reside o maior receio: o de que algum dia ou alguma noite as condições propícias possam voltar a se conjugar, e um furacão renascerá do mar com seu olho gigantesco mirando a costa brasileira. Para o PhD em física pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) e aposentado do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) Marcio Luiz Vianna, o Catarina foi uma raridade. Uma conjugação de fatores possibilitou que o fenômeno invertesse a lógica de se dissipar no mar. O que não quer dizer que não possa se repetir. Uma coisa é certa: a região atingida é propícia aos exageros climáticos, que podem estar se exacerbando por causa do aquecimento global. Nos cinco primeiros anos após o furacão, toda vez que um temporal se aproximava da região, a imprensa buscava comparação com o fenômeno. A frase "mas não vai ser como o Catarina", dita por meteorologistas para acalmar a todos, multiplicou-se em jornais, revistas, rádios e TVs até a história arrefecer nos anos seguintes. Na vida dos moradores das cidades afetadas, o furacão mantém o trauma. E possivelmente ainda será assim por muitos anos. No Brasil, havia pouca informação Uma provocação botou o físico aposentado do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) Marcio Luiz Vianna no caminho do furacão Catarina. Hoje com 73 anos, o cientista já havia realizado algumas proezas. O PhD em física pelo MIT, em 1975, foi uma delas. Também realizou pesquisas com foco nos oceanos. Derivando para os feitos da vida pessoal, gosta de contar que participou da "festa de arromba" da chegada da Apollo 13 à Terra, em 1970. Portanto, a situação de Vianna era bem confortável quando a sua parceira na empresa e ex-aluna de mestrado Viviane Menezes o provocou a estudar o Catarina. A forma como ocorrera a transformação do ciclone em furacão e a mudança do seu trajeto eram as incógnitas. Vianna e Viviane acreditavam que poderiam desvendar o segredo com base em suas experiências na análise de dados observacionais de qualquer natureza. A dupla estava confiante de que os aspectos oceanográficos teriam influenciado na trajetória do Catarina. Havia pouca informação no Brasil, mas satélites e argo floats (espécie de boias submarinas que ficam uns 10 dias a 2 mil metros de profundidade e sobem para transmitir seus dados por satélite) ligados a um projeto internacional tinham registros em abundância. Os pesquisadores desvendaram a causa do comportamento anômalo do Catarina. Descobriram a existência das chamadas "panelas de água relativamente quente" (denominadas de vórtices de núcleo quente), a centenas de quilômetros da costa. As panelas permitiram que o Catarina mudasse o trajeto que seguia, em sua inicial direção para Leste (África), voltando no rumo da costa brasileira. No caminho, foi se abastecendo de água quente das panelas até se transformar em furacão. — Nosso trabalho explicou bem o que houve — afirma Vianna. Desvendar o Catarina foi intrigante, conta: — Para o pesquisador, fazer ciência é um prazer. Falando em diversão, e a festa da Apollo 13? Foi quase um Woodstock, com o pessoal da ciência, relembra. Durou dois dias: — Anos 70, né? Pouco avanço na prevenção Na última segunda-feira, um alerta estampou o site da Epagri/Ciram, órgão oficial de previsão do tempo em Santa Catarina. Postado às 15h40min, o comunicado anunciava que, em até quatro horas, o tempo viraria no Estado, e um temporal com chuva, descarga elétrica, granizo e ventos de até 100 km/h atingiria municípios de cinco regiões. Às 18h30min, uma hora antes do previsto, o tempo fechou. Há um ano, previsões assim — com hora e prazos exatos — viraram rotina. A divulgação das informações, direto para os catarinenses, não era costume dos meteorologistas até pouco tempo atrás. De resto, a região ainda pena para avançar. Os primeiros passos de um avanço na área só começaram a ser percebidos em 2008, quando novas estações meteorológicas foram adquiridas. Há um ano foi instalada a primeira — e única — boia oceanográfica em águas catarinenses, que ainda não é monitorada por instituições de pesquisa locais. Só em julho um radar de dupla polarização e alta tecnologia conseguirá dar a assistência para prever desastres naturais. Com ele, 77% do território catarinense estará protegido. — Estamos hoje num processo de reordenamento total no que se refere à previsão do tempo. Antes só íamos lá contabilizar o prejuízo, hoje vamos formar uma cultura de autoproteção — diz o secretário da Defesa Civil, Milton Hobus. Para o meteorologista Leandro Puchalski, do Grupo RBS, pouco ou quase nada foi feito em relação à previsão e prevenção. — O radar é um ganho, mas não é solução. Se for um furacão muito forte, o raio de monitoramento só vai ter informações quando estiver quase chegando à costa. Não haverá tempo para evacuar uma cidade, por exemplo. A pós-doutora Magaly Mendonça, coordenadora do Laboratório de Climatologia Aplicada e do Grupo de Estudos de Desastres Naturais da UFSC, acredita que o Catarina representou um marco no sentido de reconhecer o quanto a população está exposta a desastres climáticos. Para ela, caso ocorresse um novo furacão, o Estado estaria despreparado para enfrentá-lo, sem um plano para ser executado. Em Torres, cidade gaúcha mais atingida pelo Catarina, o susto de 2004 não repercutiu em reforço. Desde o Catarina, o efetivo dos bombeiros no município diminuiu de 25 para 20 militares, enquanto a população cresceu. Força do vento é reavaliada Como se fosse formada por caçadores de tornados de filmes americanos, nos dias 27 e 28 de março de 2004, uma equipe de cinco cientistas esteve em diversos locais atingidos pelo Catarina. Integrantes do Grupo de Estudos de Desastres Naturais (GEDN), do Departamento de Geociências da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), formaram uma parceria com a Defesa Civil catarinense e realizaram estudos in loco para identificar a intensidade do fenômeno. Como não havia equipamentos confiáveis de medição da velocidade do vento, coletaram dados de outras maneiras, em campo (fotografias, entrevistas e mensurações) e nos relatórios de Avaliação de Danos (Avadan) enviados à Defesa Civil. Também foram distribuídos 161 questionários em Passo de Torres, Balneário Gaivota, Arroio do Silva, Araranguá, São João do Sul, Sombrio e outros nove municípios. Antes do resultado, os cientistas tinham certeza de que a força do Catarina era inédita no país. — Fomos a única equipe do mundo que esteve no olho do furacão — diz o professor Masato Kobiyama, que foi integrante do grupo e hoje leciona a disciplina de Gerenciamento de Desastres Naturais na UFRGS. Dos estudos nasceu o artigo "Impacto do furacão Catarina sobre a região sul catarinense: monitoramento e avaliação pós-desastre". Os dados apontaram que o Catarina chegou perto de 180 km/h, alcançando o nível 2 na escala Saffir-Simpson, que mede a velocidade do vento dos furacões. A conclusão não foi uma unanimidade no meio científico. Até hoje, boa parte dos meteorologistas considera que o nível foi 1, com velocidade máxima de 153 km/h. Há ainda quem não admita sequer a classificação de furacão, mantendo a concepção de ciclone. O debate sobre o Catarina se prolongou, gerou artigos científicos, congressos e, na prática, nenhuma medida para minimizar os efeitos de um novo furacão para a população que vive em lugares de risco, lamenta o geógrafo Emerson Vieira Marcelino, um dos autores do estudo. Decepcionado, desde 2008 é pastor evangélico em Florianópolis. Diz que, assim, chega mais perto do povo. Na comunidade, conseguiu implantar procedimentos para o caso de desastre ambiental. O IDEAL PARA PREVER UM FURACÃO — Boias oceanográficas — Radares meteorológicos — Aviões meteorológicos para sobrevoar o olho do furacão e, por meio de monitoramento local, determinar pressão, velocidade e deslocamento do sistema — Modelos numéricos de previsão de trajetória específicos para o Brasil PARA QUE SERVE A BOIA — É instalada em alto-mar para captar variáveis atmosféricas (como precipitação, umidade, vento e radiação) e oceânicas (como salinidade, temperatura e pressão) que impactem nas condições climáticas do país — É formada por diversos sensores — Na torre superior, acima da água, há pluviômetros (para medir a quantidade de chuva), anemômetros (para indicar a direção e a velocidade do vento), espectrorradiômetros (para checar a radiação solar), termômetros, GPS e medidores da concentração de gás carbônico e da umidade relativa do ar. — Na parte submersa, há um cabo de 4 mil metros de comprimento fixado ao fundo do mar. Ao longo dos primeiros 500 metros do cabo, a partir da superfície, há sensores como fluorômetros (que medem a concentração de flúor), espectrorradiômetros e termômetros. Foto: Félix Zucco Os anjos da noite As súplicas que compuseram a sinfonia de 28 de março de 2004 em Torres se enraizaram na mente do bombeiro da reserva Sidnei Scheffer de Matos, 48 anos. Sempre que tem temporal, lembra a cena de uma mulher sobre um colchão, disputando espaço com a tesoura do teto, que caíra sobre a cama nas proximidades da Guarita. Na escuridão, no meio do entulho, Matos foi puxando a mulher. Adiante, onde ficou menos complicado caminhar, decidiu tomá-la nos braços. Então, um destroço caiu sobre suas costas. A casa se desmanchava. Cansado, ele cruzou pelos restos do imóvel e alcançou o caminhão dos bombeiros. Deitada sobre um banco, a vítima foi levada ao QG. Lá chegando, levantou e correu. Os olhos de Matos ficam vermelhos e molhados ao contar a história. O bombeiro nunca recebeu tratamento psicológico. Também não foi promovido por bravura. A promoção veio da comunidade, que nomeou os que trabalharam nos resgates são chamados de Anjos da Noite. Foto: Félix Zucco Casas mais fortes Fecham-se os olhos de Valdir da Silva Fermiano, 55 anos, descendente de açorianos cujas vidas se integravam ao mar com harmonia. Proprietário de um restaurante-pousada na beira-mar de Balneário Gaivota (SC), Fermiano parece cansado da batalha que perdeu há 10 anos. Frente à ira do Catarina, tentou segurar vidros e paredes do seu estabelecimento. Tudo ruiu ao seu redor. A reconstrução levou meses. — A gente ficou tudo meio atordoado — suspira. O município catarinense ainda tem vestígios da passagem do Catarina. A sede dos pescadores estava parcialmente construída, na época. Depois do furacão, nunca mais a obra foi retomada (foto acima). A tempestade mudou os costumes na construção civil de Gaivota. Mais de 80% das novas construções contam com uma laje entre o telhado e o interior das residências, estima o chefe de gabinete da prefeitura, Luiz Carlos da Silva. Foto: Félix Zucco Meses de internação — Era como se eu não existisse — lembra a pescadora Maria Martins, 52 anos, sobre o furacão Catarina. Ela estava sozinha em casa em Balneário Gaivota. Quando o telhado e o forro começaram a ser levados pela ventania, correu em direção ao banheiro. No caminho, uma telha caiu sobre o seu braço direito, quebrando-o. Maria passou horas no banheiro e viu sua casa ser despedaçada em volta. Não bastasse a devastação, logo depois a residência foi saqueada. Uma semana antes, tinha sofrido com a morte de uma filha adotiva de seis anos em um acidente de carro. A pescadora se internou em uma clínica em Ana Rech, Caxias do Sul, onde trabalhava o marido, Estevan Martins, 65 anos. Não o reconhecia. Nem aos filhos. Somente depois de seis meses é que pode deixar a clínica e voltar a Balneário Gaivota. Nunca reconstruiu o forro da casa. — Perdi o amor pela casa — diz. Em dia de vento forte e chuva, ela toma calmantes. Foto: Félix Zucco Sem indenização Uma década depois do Catarina, o bairro das Ilhas, em Araranguá (SC), ainda não se recuperou. As ruínas da oficina de Hamilton Vieira Valério, 56 anos, tornaram-se o símbolo dos efeitos do furacão na região. Descobriu os estragos no dia seguinte, após ter passado uma noite e madrugada terríveis segurando a porta de casa com uma mesa na tentativa de conter o vento. Sem dinheiro para reformar a oficina, Valério foi deixando para depois. O mato tomou conta do espaço, que virou um depósito de entulhos. Como o local não servia de moradia, ele não obteve uma indenização do governo. Nem as telhas conseguiu. — A única coisa que o Estado deu foi telha. Mas, quando fui buscar, não tinha mais. Tem gente que levou telhas de caminhão, antes de mim — recorda. Além da oficina, Valério perdeu um Passat, uma canoa, um trailer e equipamentos de solda, tudo esmagado por destroços. Foto: Félix Zucco Da ruína à superação Na feição séria do agricultor Valentim Zanoni, 52 anos, estampa-se a recordação nada bem-vinda. Naquela noite, o susto foi compartilhado pela mulher e pelos três filhos na roça, na Barra da Sanga, Forquilhinha (SC). As crianças foram para debaixo da mesa. Os pais se apavoravam com o aguaceiro que invadia a residência. Os equipamentos de plantio voavam no galpão. No final, o milharal de seis hectares estava perdido. — Nunca vi o milho ficar deitadinho, assim — lembra. Zanoni não esmoreceu. Baixou a cabeça, replantou o milho, que agora viceja a caminho da colheita. Hoje, a vida está melhor. Fala com orgulho do carro e da casa novos. Restou a ponta de insegurança quando um relâmpago aparece no horizonte: — Tenho medo. Dá essas trovoadinhas, e a gente acha que não vai dar nada. Mas eu vou para dentro de casa. Foto: Félix Zucco Marcado pelo SPC Perder a casa em Passo de Torres (SC) não foi o único incômodo para o ex-pescador João Carlos Kejellim e sua família. Aos 45 anos, ele diz estar irremediavelmente marcado pelo SPC, o Serviço de Proteção ao Crédito. Não pode comprar carro, financiar imóvel, nada. Tudo por causa do Catarina. Nada sobrara da residência além de uma mesa, a geladeira e o fogão. — A prefeitura construiu uma casa nova, mas resolveu nos cobrar R$ 55 por mês. Não conseguia nem comprar comida para os filhos, como ia pagar isso? A família ficou dois anos no imóvel emprestado, em situação precária. Adquiriu uma padaria e a vida melhorou um tanto. O nome do ex-pescador, porém, continua no SPC. Ele investe na amizade com um ex-vereador para tentar limpar a ficha. Foto: Félix Zucco Exemplo de resiliência Em fevereiro deste ano, um ciclone de amplitude bem menor do que o Catarina atingiu a região mais frágil de Torres, nas cercanias do Parque da Guarita. Passou mais concentrado do que o Catarina, sem abranger grandes áreas. Bem no meio do caminho do aguaceiro e da ventania estava a pousada de Maria Selena Assmann, 53 anos. Ela costuma dizer que está há 15 anos em Torres sem que o vento consiga "correr com a gente". — Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come — brinca. Finca pé e reconstrói o que foi perdido. Como a pousada, completamente destelhada pelo ciclone, resultando em perdas financeiras gigantes para Maria Selena, como o cancelamento das reservas para o Carnaval. Telhas doadas pela prefeitura ajudaram a recompor um pouco a construção. Só que ainda falta muito para arrumar, e a obra deve levar o ano todo na Rua Santa Luzia, calcula Maria Selena. Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/noticia/2014/03/uma-decada-depois-do-furacao-catarina-brasil-pouco-avancou-na-previsao-de-fenomenos-naturais-extremos-4453950.html
  11. São Paulo registra a tarde mais fria de 2014 23/03/14 17:18 - Domingo A tarde deste domingo (23) segue com céu encoberto e sensação de frio. Os termômetros apontam 19ºC no Tucuruvi, na Zona Norte e 16ºC em Parelheiros, no extremo da Zona Sul. A umidade do ar nesses locais é respectivamente de 86% e 100%. Hoje a Capital paulista teve a tarde mais fria desde o início de 2014. Conforme informações da rede de estações meteorológicas, a temperatura máxima mais alta foi registrada em Perus, na Zona Norte, 22,2ºC, entretanto, a média das máximas foi de apenas 20,2ºC. Até então, o dia com temperaturas mais baixas foi 15 de fevereiro, com máxima de 24,3ºC na mesma estação e a média de 22,5ºC. Não fazia uma tarde tão amena desde 06 de novembro de 2013, quando os termômetros não superaram os 16,7ºC na Lapa e no Butantã, bairros da Zona Oeste. Nesta ocasião, a média das máximas na Cidade foi de apenas 15,9ºC. - See more at: http://www.cgesp.org/v3/noticias.jsp?id=15544#sthash.U5ekaYKe.dpuf ========================================================================================================================================= No Mirante, não tivemos uma sub 20, mas foi consolidada também a tarde mais fria do ano, com a máxima pré-oficial foi de 21,1C... A tarde mais fria era até então de 22,8C em 15/02. Mais cedo, a mínima foi de 17,7C, o que ainda não é a noite mais fria do ano, que é de por enquanto de 16,4C em 14/01.
  12. De fato, esse radar eu também não estava esperando e não estava no plano abaixo... Será que isto significa que teremos mais radares, ou deslocaram de algum lugar para Gov. Valadares?? Só depois saberemos! De qualquer forma, pra Belo Horizonte será bem melhor agora mesmo Henrique... Além de ter a visão do Google, ainda terá melhor captação que o Pico do Couto...
  13. Aos pouquinhos o governo vai entregando os radares que prometeu até maio. Mais um Radar funcionando, agora o de Governador Valadares, e embora no limite do raio, esse cobre BH com melhor resolução do que o Pico do Couto...
  14. Por aqui em São Mateus na ZL paulistana... Tardezinha fria com 18°C, céu nublado e vento Sudeste a todo o vapor.... Ar polar entrando mesmo! Não há registro de chuvas na Capital Paulista pelo Radar, porém alguma garoa/chuva fraca é detectada na região da Serra do Mar.
  15. Chama a atenção, o tempo de duração de Gillian que se formou em 6 de Março e ainda continua vivinho da silva... Hoje ele completa 17 dias!! Só para efeitos de comparação, no Atlântico, os dois furacões com maior tempo de vida são Bertha (2008) com 18 dias, e Ivan (2004) com 22 dias.
  16. Não deixando de atualizar :mosking: Cantareira manteve 14,6% de sua capacidade nesse domingo... Registrando chuvas de 1,9mm.
  17. Este por enquanto caminha pra ser um possível cenário para o início de Abril. Um baita ar polar subindo a América do Sul, mas ficando quase tudo barrado na Argentina, por conta do maldito bloqueio que irá se formar em cima do estado de São Paulo..
  18. Pelo menos até quarta-feira, São Paulo com clima de Outono, depois volta a esquentar gradualmente... E ao que tudo indica a príncipio, teremos uma situação de Bloqueio Atmosférico novamente a partir do próximo final de semana em todo o Sudeste...
  19. AQUI JÁ ESTÁ LIMPO, PODE FICAR ENTRE 10/12 AÍ. Imagem de Satelite mostra o que o Coutinho relata... Tudo limpo na região.
  20. Região de Bangu há alguns minutos atrás já ficando completamente alagada... Estação agora registra 58,4mm em 1 hora. @taxista_fabao
  21. Chama a atenção um temporal que está caindo nesse momento em várias áreas da cidade do Rio de Janeiro... Toda a cidade está em estado de atenção. Estação Meteorologica de Bangu do Alerta Rio acumulou somente nos últimos 15min, 30,6mm!! Potencial para problemas essa noite.
  22. A Julgar pelo Satelite das 18h, parece ser bem por aí mesmo... São Joaquim com nuvens, e as duas últimas com nebulosidade em diminuição agora.
  23. Essa é a estação do PHP?? http://www.weatherlink.com/user/parquedastuias/ Aliás... Parabens pela instalação!! E segura o Mafili :mosking: :mosking:
  24. Mirante de Santana antes da incursão da MP: Até as 9h00 desse sábado: Média das Máximas: 29,8C (+2,6C em relação a média climatologica) Média das Mínimas: 20,1C (+1,9C em relação a média climatologica) Volume de Chuva: 215,9mm (35,1% acima da média climatologica) No caso das máximas, se confirmar o que está sendo previsto, a média poderá cair para 28,6C (1,2C em relação a hoje) até o final da próxima semana!
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