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Brasil Abaixo de Zero

Inmet São José (SC)


Guest Wallace Rezende
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Guest Wallace Rezende
4 horas atrás, Felipe Backendorf disse:

 

Florianópolis registrou mínima de 0C em 2016 no norte da ilha (Carijós/Epagri) ao nível do mar. Insisto: não é só são paulo que tem estação do INMET quente...

No dia 13/06/2016, a automática de Iguape (SP) registrou mínima de 1ºc.  A estação fica no mesmo lugar onde funcionou a convencional, bem recolhido do mar e com muito verde ao redor, mas apenas a 3 metros de altitude, e ainda há uns morrinhos por perto que favorecem um acúmulo adicional de ar frio ao nível da estação.  Em 17/07/2000, a convencional de Iguape (como eu disse, no mesmo local da atual automática) registrou uma mínima de 2 graus negativos (depois foi colocado no Bdmep sem o sinal de negativo, um erro comum).    Não representa a área urbana de Iguape, bem mais perto do mar e moderada à noite.

 

Eu desconfiava destas mínimas de Iguape até a automática abrir ao lado da convencional, e confirmar os valores baixos sob determinadas condições atmosféricas.  Depois fecharam a convencional, mas por um tempo as duas funcionaram juntas.  A verdade é que locais ao nível do mar, devidamente isolados da brisa e pouco urbanizados (como Itapoá, Carijós e Iguape) podem registrar valores surpreendentemente baixos de mínima sob céu limpo e atuação de ar polar, enquanto locais muito próximos expostos ao vento podem estar até 10ºc mais quentes (ex: compare Capri/SF Sul com Itapoá, e Açores/Lagoa da Conceição com Carijós/Ratones nas noites de maior diferença).  Estes locais expostos ao vento só esfriam com advecção muito intensa; em 07/2013, com frio muito forte em altura e chuva, Florianópolis baixou para 5/6ºc de forma generalizada na madrugada (e neve nos pontos altos, ali perto).

 

Sobre a o INMET de Floranópolis (no continente, apesar de ao lado da água), noto que é mais frio que os locais mais densamente povoados e todos os locais expostos ao vento da ilha sob atuação de ar polar.  Hoje a mínima não baixou dos 16ºc nos pontos baixos mais expostos ao vento de Floripa, no centro de Floripa uma PWS marcou 13,4ºc, e o INMET foi a 10,9ºc (o Mirante do Santana jamais é mais frio que algum outro ponto da capital paulista à noite por tamanha diferença).  Não considero que o INMET/Floripa tenha mínimas ruins, mas sim que Carijós, Ratones e uma área verde no interior de Santo Antonio de Lisboa (exemplificando locais monitorados) é que têm mínimas "boas demais" que não representam as áreas mais urbanizadas à noite sob estabilidade e céu limpo (e Marsilac não representa nem os subúrbios mais frios de São Paulo, pois fica num um "buraco" cheio de mato que esfria até com ar muito quente acima, desde que o ar em altura seja seco e que não esteja ventando).  Antigamente, o INMET de Floripa ficava no centro e as mínimas eram "piores" que as de agora.  No continente, os bairros mais adensados (como a antiga PWS Coqueiros) também batem com o INMET, sendo até um pouco mais quentes pelo que lembro.

 

Sei que existem áreas verdes dentro do corredor de maior urbanização em Floripa que registram mínimas boas (muitas vezes menores que o INMET/São José), como o campus da UFSC e pontos de Itacorubi, mas basta sair desta área com mais vegetação que as mínimas sobem.

 

Em termos relativos, o INMET de SP (que eu considero uma boa estação urbana, jamais comprei esta ideia absurda de alguns que gostariam que a a estação principal da maior metrópole e ilha de calor do país ficasse um buraco verde nos confins do município só para regirar as menores mínimas, sentidas por 0,01% da população da cidade com sorte) é "pior" para mínimas que o de Floripa sob atuação de ar frio e seco. 

 

Sei que comparações entre cidades são complicadas e entram muitos fatores, além das preferências pessoais, mas achei necessário fazer esta observação...  Em vários lugares o INMET fica em bairros que são mais quentes que a maior parte da cidade à noite, mas outros "Inmets" ficam em locais mais frios também (é o caso do Recife), o que complica ainda mais a comparação entre cidades se baseando apenas num ponto (a estação convencional principal).  O ideal seria uma padronização "radical", tipo todas as estações principais no miolo urbano (como faz o Japão) e outras estações secundárias nas periferias.  Poderíamos comparar os centros da cidades (apenas) e ver quais são mais ou menos quentes.  No Rio, o "Centro nervoso" tem algumas das maiores mínimas da cidade, nunca baixou dos 10ºc desde 1881 e foi abaixo dos 11ºc pela última vez em 06/1918.  Só alguns bairros litorâneos se comparam, verdadeiros "cemitérios" do frio noturno.  Em compensação, alguns subúrbios baixam dos 10ºc na maioria dos anos, e acumulam várias centenas de casos no mesmo intervalo de tempo em que o centro tem zero ocorrências.

 

Baixadas não (ou pouco) urbanizadas em áreas serranas, via de regra, registram mínimas muito baixas até durante ondas de calor históricas, desde que haja ar seco em altura.  Numa das mais intensas ondas de calor em março da história de SC, com picos de 40ºc no extremo oeste e mais de 30ºc em várias cidades da Serra Catarinense em 2020, fez 4ºc em Vista Alegre/BJ da Serra na madrugada.  O mesmo acontece no Bairro do Charco em MG (ex) e Alto Itatiaia durante fortes ondas de calor mais secas que o normal (como a do início de fevereiro de 2019).  Realmente, para representar o comportamento da atmosfera livre, jamais poderemos abrir mão dos topos.

 

Edited by Wallace Rezende
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49 minutos atrás, Wallace Rezende disse:

No dia 13/06/2016, a automática de Iguape (SP) registrou mínima de 1ºc.  A estação fica no mesmo lugar onde funcionou a convencional, bem recolhido do mar e com muito verde ao redor, mas apenas a 3 metros de altitude, e ainda há uns morrinhos por perto que favorecem um acúmulo adicional de ar frio ao nível da estação.  Em 17/07/2000, a convencional de Iguape (como eu disse, no mesmo local da atual automática) registrou uma mínima de 2 graus negativos (depois foi colocado no Bdmep sem o sinal de negativo, um erro comum).    Não representa a área urbana de Iguape, bem mais perto do mar e moderada à noite.

 

Eu desconfiava destas mínimas de Iguape até a automática abrir ao lado da convencional, e confirmar os valores baixos sob determinadas condições atmosféricas.  Depois fecharam a convencional, mas por um tempo as duas funcionaram juntas.  A verdade é que locais ao nível do mar, devidamente isolados da brisa e pouco urbanizados (como Itapoá, Carijós e Iguape) podem registrar valores surpreendentemente baixos de mínima sob céu limpo e atuação de ar polar, enquanto locais muito próximos expostos ao vento podem estar até 10ºc mais quentes (ex: compare Capri/SF Sul com Itapoá, e Açores/Lagoa da Conceição com Carijós/Ratones nas noites de maior diferença).  Este locais expostos ao vento só esfriam com advecção muito intensa; em 07/2013, com frio muito forte em altura e chuva, Florianópolis baixou para 5/6ºc de forma generalizada na madrugada (e neve nos pontos altos, ali perto).

 

Sobre a o INMET de Floranópolis (no continente, apesar de ao lado da água), noto que é mais frio que os locais mais densamente povoados e todos os locais expostos ao vento da ilha sob atuação de ar polar.  Hoje a mínima não baixou dos 16ºc nos pontos baixos mais expostos ao vento de Floripa, no centro de Floripa uma PWS marcou 13,4ºc, e o INMET foi a 10,9ºc (o Mirante do Santana jamais é mais frio que algum outro ponto da capital paulista à noite por tamanha diferença).  Não considero que o INMET/Floripa tenha mínimas ruins, mas sim que Carijós, Ratones e uma área verde no interior de Santo Antonio de Lisboa (exemplificando locais monitorados) é que têm mínimas "boas demais" que não representam as áreas mais urbanizadas à noite sob estabilidade e céu limpo (e Marsilac não representa nem os subúrbios mais frios de São Paulo, pois fica num um "buraco" cheio de mato que esfria até com ar muito quente acima, desde que o ar em altura seja seco e que não esteja ventando).  Antigamente, o INMET de Floripa ficava no centro e as mínimas eram "piores" que as de agora.  No continente, os bairros mais adensados (como a antiga PWS Coqueiros) também batem com o INMET, sendo até um pouco mais quentes pelo que lembro.

 

Sei que existem áreas verdes dentro do corredor de maior urbanização em Floripa que registram mínimas boas (muitas vezes menores que o INMET/São José), como o campus da UFSC e pontos de Itacorubi, mas basta sair desta área com mais vegetação que as mínimas sobem.

 

Em termos relativos, o INMET de SP (que eu considero uma boa estação urbana, jamais comprei esta ideia absurda de alguns que gostariam que a a estação principal da maior metrópole e ilha de calor do país ficasse um buraco verde nos confins do município só para regirar as menores mínimas, sentidas por 0,01% da população da cidade com sorte) é "pior" para mínimas que o de Floripa sob atuação de ar frio e seco. 

 

Sei que comparações entre cidades são complicadas e entram muitos fatores, além das preferências pessoais, mas achei necessário fazer esta observação...  Em vários lugares o INMET fica em bairros que são mais quentes que a maior parte da cidade à noite, mas outros "Inmets" ficam em locais mais frios também (é o caso do Recife), o que complica ainda mais a comparação entre cidades se baseando apenas num ponto (a estação convencional principal).  O ideal seria uma padronização "radical", tipo todas as estações principais no miolo urbano (como faz o Japão) e outras estações secundárias nas periferias.  Poderíamos comparar os centros da cidades (apenas) e ver quais são mais ou menos quentes.  No Rio, o "Centro nervoso" tem algumas das maiores mínimas da cidade, nunca baixou dos 10ºc desde 1881 e foi abaixo dos 11ºc pela última vez em 06/1918.  Só alguns bairros litorâneos se comparam, verdadeiros "cemitérios" do frio noturno.  Em compensação, alguns subúrbios baixam dos 10ºc na maioria dos anos, e acumulam várias centenas de casos no mesmo intervalo de tempo em que o centro tem zero ocorrências.

 

 

Apesar do INMET não ter as piores mínimas da ilha é quente sim em relação a outros locais da cidade.

Não vou pegar as que tem mínimas "boas demais", vou pegar a parte realmente ventosa da ilha que compreende desde ingleses pela lagoa da conceição, campeche e sul da ilha (que em teoria seriam mais quentes) temos uma região com média simples mais baixa que o INMET mesmo com as minimas péssimas. Em 2019 por exemplo as médias simples foram:

22,3 São José INMET
22,0 Canto dos Araçás (estação mais quente das duas da lagoa da conceição)

 

INMET só é mais frio talvez que o centro de Florianópolis(sem estação confiável) e que o aeroporto (mas por dados de aeroporto não ponho a mão no fogo), mas um e outro local mais quente que o INMET há também em São Paulo se compararmos o mirante de santana.

 

Essa estação combina umas das maiores máximas da cidade com mínimas meia boca

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1 hora atrás, Wallace Rezende disse:

No dia 13/06/2016, a automática de Iguape (SP) registrou mínima de 1ºc.  A estação fica no mesmo lugar onde funcionou a convencional, bem recolhido do mar e com muito verde ao redor, mas apenas a 3 metros de altitude, e ainda há uns morrinhos por perto que favorecem um acúmulo adicional de ar frio ao nível da estação.  Em 17/07/2000, a convencional de Iguape (como eu disse, no mesmo local da atual automática) registrou uma mínima de 2 graus negativos (depois foi colocado no Bdmep sem o sinal de negativo, um erro comum).    Não representa a área urbana de Iguape, bem mais perto do mar e moderada à noite.

 

Eu desconfiava destas mínimas de Iguape até a automática abrir ao lado da convencional, e confirmar os valores baixos sob determinadas condições atmosféricas.  Depois fecharam a convencional, mas por um tempo as duas funcionaram juntas.  A verdade é que locais ao nível do mar, devidamente isolados da brisa e pouco urbanizados (como Itapoá, Carijós e Iguape) podem registrar valores surpreendentemente baixos de mínima sob céu limpo e atuação de ar polar, enquanto locais muito próximos expostos ao vento podem estar até 10ºc mais quentes (ex: compare Capri/SF Sul com Itapoá, e Açores/Lagoa da Conceição com Carijós/Ratones nas noites de maior diferença).  Estes locais expostos ao vento só esfriam com advecção muito intensa; em 07/2013, com frio muito forte em altura e chuva, Florianópolis baixou para 5/6ºc de forma generalizada na madrugada (e neve nos pontos altos, ali perto).

 

Sobre a o INMET de Floranópolis (no continente, apesar de ao lado da água), noto que é mais frio que os locais mais densamente povoados e todos os locais expostos ao vento da ilha sob atuação de ar polar.  Hoje a mínima não baixou dos 16ºc nos pontos baixos mais expostos ao vento de Floripa, no centro de Floripa uma PWS marcou 13,4ºc, e o INMET foi a 10,9ºc (o Mirante do Santana jamais é mais frio que algum outro ponto da capital paulista à noite por tamanha diferença).  Não considero que o INMET/Floripa tenha mínimas ruins, mas sim que Carijós, Ratones e uma área verde no interior de Santo Antonio de Lisboa (exemplificando locais monitorados) é que têm mínimas "boas demais" que não representam as áreas mais urbanizadas à noite sob estabilidade e céu limpo (e Marsilac não representa nem os subúrbios mais frios de São Paulo, pois fica num um "buraco" cheio de mato que esfria até com ar muito quente acima, desde que o ar em altura seja seco e que não esteja ventando).  Antigamente, o INMET de Floripa ficava no centro e as mínimas eram "piores" que as de agora.  No continente, os bairros mais adensados (como a antiga PWS Coqueiros) também batem com o INMET, sendo até um pouco mais quentes pelo que lembro.

 

Sei que existem áreas verdes dentro do corredor de maior urbanização em Floripa que registram mínimas boas (muitas vezes menores que o INMET/São José), como o campus da UFSC e pontos de Itacorubi, mas basta sair desta área com mais vegetação que as mínimas sobem.

 

Em termos relativos, o INMET de SP (que eu considero uma boa estação urbana, jamais comprei esta ideia absurda de alguns que gostariam que a a estação principal da maior metrópole e ilha de calor do país ficasse um buraco verde nos confins do município só para regirar as menores mínimas, sentidas por 0,01% da população da cidade com sorte) é "pior" para mínimas que o de Floripa sob atuação de ar frio e seco. 

 

Sei que comparações entre cidades são complicadas e entram muitos fatores, além das preferências pessoais, mas achei necessário fazer esta observação...  Em vários lugares o INMET fica em bairros que são mais quentes que a maior parte da cidade à noite, mas outros "Inmets" ficam em locais mais frios também (é o caso do Recife), o que complica ainda mais a comparação entre cidades se baseando apenas num ponto (a estação convencional principal).  O ideal seria uma padronização "radical", tipo todas as estações principais no miolo urbano (como faz o Japão) e outras estações secundárias nas periferias.  Poderíamos comparar os centros da cidades (apenas) e ver quais são mais ou menos quentes.  No Rio, o "Centro nervoso" tem algumas das maiores mínimas da cidade, nunca baixou dos 10ºc desde 1881 e foi abaixo dos 11ºc pela última vez em 06/1918.  Só alguns bairros litorâneos se comparam, verdadeiros "cemitérios" do frio noturno.  Em compensação, alguns subúrbios baixam dos 10ºc na maioria dos anos, e acumulam várias centenas de casos no mesmo intervalo de tempo em que o centro tem zero ocorrências.

 

Baixadas não (ou pouco) urbanizadas em áreas serranas, via de regra, registram mínimas muito baixas até durante ondas de calor históricas, desde que haja ar seco em altura.  Numa das mais intensas ondas de calor em março da história de SC, com picos de 40ºc no extremo oeste e mais de 30ºc em várias cidades da Serra Catarinense em 2020, fez 4ºc em Vista Alegre/BJ da Serra na madrugada.  O mesmo acontece no Bairro do Charco em MG (ex) e Alto Itatiaia durante fortes ondas de calor mais secas que o normal (como a do início de fevereiro de 2019).  Realmente, para representar o comportamento da atmosfera livre, jamais poderemos abrir mão dos topos.

 

Excelente abordagem, Wallace.

Temperaturas mínimas muito baixas acontecem eventualmente no nosso litoral, especialmente do Rio de Janeiro ao extremo sul gaúcho.

No litoral do Paraná já foram registradas mínimas absolutas negativas em algumas áreas, como por exemplo, em Morretes, Antonina e Guaraqueçaba, q são municípios litorâneos mas q abrangem áreas um pouco afastadas da costa.

Nesses município ocorrem geadas e não são tão raras.

No Rio Grande do Sul, a cidade de Santa Vitória do Palmar já teve registro de -6,4°C (isso foi antes da normal 1931-60). Pensar em uma mínima tão baixa em plena costa brasileira parece loucura, mas é realidade.

Claro q o local em q a estação fica ou ficava (no caso de SVP) faz toda uma diferença. Não se deve esperar -4/-5°C na beira da praia, mesmo q essa praia esteja no paralelo 33/34°S.

Pelo menos não na Americana do Sul, onde há muito mais água do q terra.

Abraço

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41 minutos atrás, Felipe Backendorf disse:

Apesar do INMET não ter as piores mínimas da ilha é quente sim em relação a outros locais da cidade.

Não vou pegar as que tem mínimas "boas demais", vou pegar a parte realmente ventosa da ilha que compreende desde ingleses pela lagoa da conceição, campeche e sul da ilha (que em teoria seriam mais quentes) temos uma região com média simples mais baixa que o INMET mesmo com as minimas péssimas. Em 2019 por exemplo as médias simples foram:

22,3 São José INMET
22,0 Canto dos Araçás (estação mais quente das duas da lagoa da conceição)

 

INMET só é mais frio talvez que o centro de Florianópolis(sem estação confiável) e que o aeroporto (mas por dados de aeroporto não ponho a mão no fogo), mas um e outro local mais quente que o INMET há também em São Paulo se compararmos o mirante de santana.

 

Essa estação combina umas das maiores máximas da cidade com mínimas meia boca

 

Inmet São José fica ali no ponto vermelho. Não lembro em que época aterraram pra fazer a beira-mar continental, mas a estação ficava na beira do mar antes disso. 

image.thumb.png.d3e2c9495a16eafe0f3a00d046470b48.png

 

Acho um local bem ruim no geral.

A806.jpg

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1 hora atrás, Wallace Rezende disse:

No dia 13/06/2016, a automática de Iguape (SP) registrou mínima de 1ºc.  A estação fica no mesmo lugar onde funcionou a convencional, bem recolhido do mar e com muito verde ao redor, mas apenas a 3 metros de altitude, e ainda há uns morrinhos por perto que favorecem um acúmulo adicional de ar frio ao nível da estação.  Em 17/07/2000, a convencional de Iguape (como eu disse, no mesmo local da atual automática) registrou uma mínima de 2 graus negativos (depois foi colocado no Bdmep sem o sinal de negativo, um erro comum).    Não representa a área urbana de Iguape, bem mais perto do mar e moderada à noite.

 

Eu desconfiava destas mínimas de Iguape até a automática abrir ao lado da convencional, e confirmar os valores baixos sob determinadas condições atmosféricas.  Depois fecharam a convencional, mas por um tempo as duas funcionaram juntas.  A verdade é que locais ao nível do mar, devidamente isolados da brisa e pouco urbanizados (como Itapoá, Carijós e Iguape) podem registrar valores surpreendentemente baixos de mínima sob céu limpo e atuação de ar polar, enquanto locais muito próximos expostos ao vento podem estar até 10ºc mais quentes (ex: compare Capri/SF Sul com Itapoá, e Açores/Lagoa da Conceição com Carijós/Ratones nas noites de maior diferença).  Este locais expostos ao vento só esfriam com advecção muito intensa; em 07/2013, com frio muito forte em altura e chuva, Florianópolis baixou para 5/6ºc de forma generalizada na madrugada (e neve nos pontos altos, ali perto).

 

Sobre a o INMET de Floranópolis (no continente, apesar de ao lado da água), noto que é mais frio que os locais mais densamente povoados e todos os locais expostos ao vento da ilha sob atuação de ar polar.  Hoje a mínima não baixou dos 16ºc nos pontos baixos mais expostos ao vento de Floripa, no centro de Floripa uma PWS marcou 13,4ºc, e o INMET foi a 10,9ºc (o Mirante do Santana jamais é mais frio que algum outro ponto da capital paulista à noite por tamanha diferença).  Não considero que o INMET/Floripa tenha mínimas ruins, mas sim que Carijós, Ratones e uma área verde no interior de Santo Antonio de Lisboa (exemplificando locais monitorados) é que têm mínimas "boas demais" que não representam as áreas mais urbanizadas à noite sob estabilidade e céu limpo (e Marsilac não representa nem os subúrbios mais frios de São Paulo, pois fica num um "buraco" cheio de mato que esfria até com ar muito quente acima, desde que o ar em altura seja seco e que não esteja ventando).  Antigamente, o INMET de Floripa ficava no centro e as mínimas eram "piores" que as de agora.  No continente, os bairros mais adensados (como a antiga PWS Coqueiros) também batem com o INMET, sendo até um pouco mais quentes pelo que lembro.

 

Sei que existem áreas verdes dentro do corredor de maior urbanização em Floripa que registram mínimas boas (muitas vezes menores que o INMET/São José), como o campus da UFSC e pontos de Itacorubi, mas basta sair desta área com mais vegetação que as mínimas sobem.

 

Em termos relativos, o INMET de SP (que eu considero uma boa estação urbana, jamais comprei esta ideia absurda de alguns que gostariam que a a estação principal da maior metrópole e ilha de calor do país ficasse um buraco verde nos confins do município só para regirar as menores mínimas, sentidas por 0,01% da população da cidade com sorte) é "pior" para mínimas que o de Floripa sob atuação de ar frio e seco. 

 

Sei que comparações entre cidades são complicadas e entram muitos fatores, além das preferências pessoais, mas achei necessário fazer esta observação...  Em vários lugares o INMET fica em bairros que são mais quentes que a maior parte da cidade à noite, mas outros "Inmets" ficam em locais mais frios também (é o caso do Recife), o que complica ainda mais a comparação entre cidades se baseando apenas num ponto (a estação convencional principal).  O ideal seria uma padronização "radical", tipo todas as estações principais no miolo urbano (como faz o Japão) e outras estações secundárias nas periferias.  Poderíamos comparar os centros da cidades (apenas) e ver quais são mais ou menos quentes.  No Rio, o "Centro nervoso" tem algumas das maiores mínimas da cidade, nunca baixou dos 10ºc desde 1881 e foi abaixo dos 11ºc pela última vez em 06/1918.  Só alguns bairros litorâneos se comparam, verdadeiros "cemitérios" do frio noturno.  Em compensação, alguns subúrbios baixam dos 10ºc na maioria dos anos, e acumulam várias centenas de casos no mesmo intervalo de tempo em que o centro tem zero ocorrências.

 

 

 

Muito pertinentes sua observações. Bairros continentais de Florianópolis (Capoeiras, Abraão, etc.) são mais quentes que o INMET com toda certeza. O INMET embora urbanizado, tem uma razoável área verde próxima que vai até a BR-101, o que com certeza ameniza um pouco. Este bairros + Centro + Agronômica, Itacorubi e Trindade (ou parte deste bairros) devem ser mais quentes que o INMET, não só nas mínimas, mas também nas máximas.

 

Depois quase a totalidade dos outros bairros que já são menores (e por isso menos urbanizados) devem ter médias menores, contudo próximo do mar as mínimas não devem ser grande coisa.

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15 minutos atrás, Moretão disse:

 

 

Muito pertinentes sua observações. Bairros continentais de Florianópolis (Capoeiras, Abraão, etc.) são mais quentes que o INMET com toda certeza. O INMET embora urbanizado, tem uma razoável área verde próxima que vai até a BR-101, o que com certeza ameniza um pouco. Este bairros + Centro + Agronômica, Itacorubi e Trindade (ou parte deste bairros) devem ser mais quentes que o INMET, não só nas mínimas, mas também nas máximas.

 

Depois quase a totalidade dos outros bairros que já são menores (e por isso menos urbanizados) devem ter médias menores, contudo próximo do mar as mínimas não devem ser grande coisa.

 

Itacorubi e Trindade são mais frios que o INMET devido às mínimas, eu moro nessa região. Além disso o INMET está numa configuração péssima, urbanização pesada a nordeste, que é o vento dominante e a baía sul fica do ladinho a sul da estação, o que deixa na maioria das vezes o INMET com a maior temperatura dentre todas durante advecções polares.

 

edit: configuração péssima pra média baixa, não estou julgando se deveria ou não ser ali o INMET

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25 minutos atrás, Moretão disse:

 

 

Muito pertinentes sua observações. Bairros continentais de Florianópolis (Capoeiras, Abraão, etc.) são mais quentes que o INMET com toda certeza. O INMET embora urbanizado, tem uma razoável área verde próxima que vai até a BR-101, o que com certeza ameniza um pouco. Este bairros + Centro + Agronômica, Itacorubi e Trindade (ou parte deste bairros) devem ser mais quentes que o INMET, não só nas mínimas, mas também nas máximas.

 

Depois quase a totalidade dos outros bairros que já são menores (e por isso menos urbanizados) devem ter médias menores, contudo próximo do mar as mínimas não devem ser grande coisa.

Trindade eu moro, e a anual nessa região, incluindo todos os bairros ao redor, é mais fria que o INMET.

O local que ele tá é péssimo e representa pouca coisa (nem fica em Florianópolis), outras capitais como Curitiba e São Paulo, tem INMET's mais padronizados e representativos.

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4 minutos atrás, Felipe Backendorf disse:

 

Itacorubi e Trindade são mais frios que o INMET devido às mínimas, eu moro nessa região. Além disso o INMET está numa configuração péssima, urbanização pesada a nordeste, que é o vento dominante e a baía sul fica do ladinho a sul da estação, o que deixa na maioria das vezes o INMET com a maior temperatura dentre todas durante advecções polares.

 

Itacorubi tu fala da Epagri? Será que o mangue não influencia? A Cidasc tem uma generosa área verde em volta. Como eu disse em alguma parte, este bairros podem ser mais quentes.

 

Contudo, até acho discutível estes bairros. Agora o continente e o centro é sem discussão que é mais quente que o INMET. O INMET além de ser menos urbanizado fica no plano. Os bairros continentais com raríssimas exceções, ainda tem morros para piorar as mínimas.

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1 hora atrás, Moretão disse:

 

Itacorubi tu fala da Epagri? Será que o mangue não influencia? A Cidasc tem uma generosa área verde em volta. Como eu disse em alguma parte, este bairros podem ser mais quentes.

 

Contudo, até acho discutível estes bairros. Agora o continente e o centro é sem discussão que é mais quente que o INMET. O INMET além de ser menos urbanizado fica no plano. Os bairros continentais com raríssimas exceções, ainda tem morros para piorar as mínimas.

A estação que fica no João Paulo (está por algum motivo atualmente offline) mostra que qualquer morrinho já baixa bastante as máximas devido a influência do mar

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Guest Wallace Rezende

Como eu meio que coloquei esta questão em discussão, deixo a moderação à vontade se quiser transferir para cá a minha mensagem original (que efetivamente deu origem ao tópico, onde eu comentava mínimas baixas no litoral e ponderava que o INMET de Floripa/São José está longe de ser um lugar "ruim de mínimas" para a realidade da população residente nas áreas mais adensadas da capital catarinense.

 

Acompanhei duas PWS (hoje desativadas) por um bom tempo, uma no parte continental de Florianópolis (Capoeiras/Coqueiros) e outra em São José (Ponta de Baixo), e ambas usualmente registravam mínimas mais altas que o INMET, especialmente "no frio".  A da Ponta de Baixo superaquecia nas máximas (que eu ignorava), mas a posição em encosta (e numa ponta) explica as mínimas quase sempre "péssimas", mas condizentes com o local, e a de Capoeiras ficava num ponto muito adensado, naturalmente ruim de mínimas e com pouca diferença nas máximas na maior parte dos dias.

 

A explicação que eu encontro para isso, analisando também as imagens de satélite e o "street view", é que a estação do INMET, além de ficar num gramado relativamente grande, está na ponta de um "corredor verde" orientado de noroeste para sudeste, com muitas áreas abertas favoráveis ao resfriamento noturno, e tenho certeza que sob atuação de ar frio e com pouco vento (esta parte da baía é mais protegida do vento noturno) este local será, em média, mais frio que bairros como Capoeiras/Coqueiros/Estreito/Barreiros/Centro de Floripa durante a atuação de massas de ar polar à noite.  Durante o dia, um pouco mais quente (em média) que a maioria dos bairros continentais com ventos predominantes de norte, e um pouco mais fresco com vento sul.  Na média compensada, fico com o Moretão, penso que o Inmet seja um pouco mais fresco que os bairros mais adensados da ilha e do continente (bem pouco mais fresco, e tenho certeza que não é apreciavelmente mais quente).  Essa relação adensamento/mínimas é algo global, todas as estações do mundo reagem com mínimas mais baixas à presença de áreas verdes por perto, mesmo que sejam desmatadas (predomínio de mato) e degradadas, quando comparamos com os bairros mais densamente urbanizados/impermeabilizados.

 

Me parece uma estação urbana plenamente satisfatória, dentro da ideia que sempre defendi que uma estação urbana deve ficar em locais urbanizados, que representam o que sentem os moradores de locais adensados (tem casas e avenidas por perto), ao mesmo tempo que é beneficiada por um resfriamento radiativo que moradores de outros pontos ainda mais adensados da região sentem com menos intensidade.  Conheço várias estações que são piores no quesito mínimas.  Nas máximas, creio que (o Inmet) seja mais quente que grande parte da Ilha de Santa Catarina, mas seguramente há locais mais quentes que o Inmet (média das máximas) na ilha também.

 

Eu também quero deixar meus parabéns para o pessoal que está investindo neste monitoramento mais amplo da ilha com várias estações, é algo que aprecio muito.  Independente da estação do INMET ser "X" ou "Y", ela sozinha diz muito pouco sobre as características do tempo na região.  Estive em Floripa em 2016 e curti muito a cidade; lugar ótimo, com muitas belezas, e até mesmo para usar o transporte público achei mil vezes melhor que o Rio.  Me locomovi de ônibus para todos os locais que pretendia visitar, através dos terminais de integração.

Edited by Wallace Rezende
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Assunto de Floripa tá rendendo.... Bom, sobre a estação do INMET, acho confuso o local da estação, não representa bem a cidade como um todo, já que a maior parte da população mora dentro da ilha, isso é óbvio, seria interessante colocar uma estação lá, o INMET nunca pensou nisso? Ou já colocaram mas tiraram? Não sei bem como é a história, nunca fui atrás pra saber por trás disso tudo.  A estação parece captar muito o aquecimento, pelas fotos parece não ter prédios ao redor para atrapalhar a queda maior durante a noite. É raro ver a estação ter maior queda que as outras estações espalhadas pela ilha. 

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5 horas atrás, Wallace Rezende disse:

No dia 13/06/2016, a automática de Iguape (SP) registrou mínima de 1ºc.  A estação fica no mesmo lugar onde funcionou a convencional, bem recolhido do mar e com muito verde ao redor, mas apenas a 3 metros de altitude, e ainda há uns morrinhos por perto que favorecem um acúmulo adicional de ar frio ao nível da estação.  Em 17/07/2000, a convencional de Iguape (como eu disse, no mesmo local da atual automática) registrou uma mínima de 2 graus negativos (depois foi colocado no Bdmep sem o sinal de negativo, um erro comum).    Não representa a área urbana de Iguape, bem mais perto do mar e moderada à noite.

 

Eu desconfiava destas mínimas de Iguape até a automática abrir ao lado da convencional, e confirmar os valores baixos sob determinadas condições atmosféricas.  Depois fecharam a convencional, mas por um tempo as duas funcionaram juntas.  A verdade é que locais ao nível do mar, devidamente isolados da brisa e pouco urbanizados (como Itapoá, Carijós e Iguape) podem registrar valores surpreendentemente baixos de mínima sob céu limpo e atuação de ar polar, enquanto locais muito próximos expostos ao vento podem estar até 10ºc mais quentes (ex: compare Capri/SF Sul com Itapoá, e Açores/Lagoa da Conceição com Carijós/Ratones nas noites de maior diferença).  Estes locais expostos ao vento só esfriam com advecção muito intensa; em 07/2013, com frio muito forte em altura e chuva, Florianópolis baixou para 5/6ºc de forma generalizada na madrugada (e neve nos pontos altos, ali perto).

 

Wallace, sobre essas mínimas de Iguape pairam algumas dúvidas.

Os dados disponíveis (Que infelizmente são incompletos) mostram que Iguape não registrou temperaturas negativas em massas polares mais fortes.

Infelizmente, não estão disponíveis dados de 1990 e 1994, em que massas polares intensas atingiram o estado de São Paulo.

Mas a convencional de Iguape não negativou em julho de 1975 e nem em maio/junho de 1979.

Foram: 3,2°C em 18/07/1975 e 5,0°C em 01/06/1979.

 

Iguape tem registro de -2,2°C em 17/07 e -1,0°C em 18/07/2000.

Nesses mesmos dias, todas as estações do CIIAGRO existentes na época no vale do Ribeira e litoral sul paulista registraram valores positivos:

Cananéia: 2,2 e 2,6°C

Eldorado: 2,0 e 2,5°C

Jacupiranga: 2,2 e 2,6°C

Miracatu: 4,8 e 2,8°C

Pariquera Açu: 2,2 e 2,6°C

Registro: 4,8 e 2,8°C

Sete Barras: 3,1 e 2,2°C

 

Não dá pra afirmar com certeza, claro, mas se esses valores de Iguape de 2000 fossem positivos estariam bem mais coerentes com o restante da região.

Além disso, com exceção de Cananéia, todas as demais estações ficam longe do litoral e abaixo de 50 m de altitude.

Pariquera Açu, inclusive, é município vizinho a Iguape.

 

Edited by Aldo Santos
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Guest Wallace Rezende

@Aldo Santos, a estação de Iguape mudou de lugar, de um ponto mais perto da água para o atual, e foi depois de 1975.  Infelizmente não tenho o ano da mudança, mas sei que ocorreu (no site do INMET antes aparecia, acho que foi no final dos anos 80 ou nos anos 90, ficou muitos anos sem dados entre as duas localizações).

 

A mínima de 1ºc em 2016 (que pode ser consultada aqui: https://mapas.inmet.gov.br/) é totalmente coerente.  Em 07/2007, com as duas estações (auto e conv) funcionando lado a lado, as mínimas batiam também.  Este valor de 2016 me fez pensar que a negativa de 2000 não é tão absurda, mas uma característica do microclima local sob condições bem específicas, uma dessas bizarrices locais.  Acontece o mesmo entre Itapoá e outras estações mais continentais do leste de SC algumas vezes.

 

Tenho o valor original do dia 17/07/2000 e realmente foi -2,2ºc, e no dia seguinte foi negativa também (o valor anotado pelo observador).  É mais um caso de sinal retirado na digitalização para o BDMEP.  Veja que as positivas por décimos nas madrugadas dos dias 20, 21 e 25, que foram menos frias, permanecem iguais.  Claro que não dá para ter certeza sobre a calibração dos instrumentos (e o termômetro pode ter derivado sim), pena que não havia automática em 2000.  A verdade é que não dá para bater o martelo.

 

Este é o local da estação (com e sem zoom, na segunda imagem é o "ponto" vermelho).  Tem morros ao sul, e uma várzea ao lado "estilo Itapoá".  Não sei se isto justifica mudar o nome do tópico para "Inmets São José e Iguape", mas como mencionei Iguape logo no começo da primeira mensagem não vi problemas.

 

 

INEMET.png

inemet iguape.png

Edited by Wallace Rezende
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INMET de São José, se não é o local mais quente de "Florianópolis", é um dos top 3. Sofre influencia da ilha de calor do Continente, cujo a área central de Floripa não tem, está virado pra Sul pra o mar (Sem proteção pra mínimas decentes em muitos casos) e o vento nordeste que é o predominante, vem quente da bolha densa que tem justamente a nordeste da Estação.

 

As bóias da Lagoa da Conceição em Florianópolis, que são terríveis pra mínimas, são locais consideravelmente mais frios que o INMET São José. Um extremo ou outro não anula este fato. Já os bairros continentais como Capoeiras ou até aqui onde eu moro, no Estreito, são mais frios que o INMET. Pega o vento nordeste sem interferência de chegarem "quentes" e ainda são protegidos do Vento Sul, ocasionando mínimas levemente melhores.

O Mirante de São Paulo é um topo, que está muito a frente, melhor instalado e representativo que o INMET de Floripa. 

Logo, a comparação que o INMET de Florianópolis seria melhor que o Mirante de SP ou mais representativo, se mostra totalmente falsa. Se fosse pra dizer qual capital está com uma estação que não representa a realidade, é o INMET "de Floripa". Lembrando que sou gaúcho, ou seja, não ligo pra este tipo de bairrismo. Mas a realidade é esta, já morei do lado do INMET São José e hoje moro no Estreito(Florianópolis). Sem dúvidas aqui é levemente mais frio. 

Edited by VitorVM
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Guest Wallace Rezende

Com relação às mínimas, estou totalmente convicto que o INMET São José é mais frio em média que a maioria dos pontos mais adensados dos principais bairros continentais e da ilha, principalmente em noites com pouco vento e ar polar/seco.

 

Nas máximas, admito que seja mais quente que a maior parte da cidade em média, mas não que toda ela, e depende da direção vento (semana passada, vi Açores mais quente que o INMET por mais de 1ºc durante o dia sob vento norte no pré-frontal, e Sertão do Ribeirão no patamar do INMET, reforçando que foi um dia, não estou dizendo que o sejam em média).  Mas lembro muito bem dos valores das PWS em Capoeiras e Ponta de Baixo, elas “perdiam” para o INMET nas mínimas sempre que havia ar frio e pouco vento (o que, repito, uma breve análise da imagem de satélite já aponta ser o esperado). E a PWS Capoeiras tinha médias ligeiramente maiores por margem pequena também, o que bate com o maior grau de adensamento urbano do local.

 

Posso não ter me expressado bem, pois o foco foi mais nas mínimas mesmo, e não nas médias, e de fato o Mirante, que é uma estação urbana muito boa, se aproxima da maior mínima de São Paulo (até 1 ou 2ºc abaixo) com mais frequência que o INMET da maior mínima de Florianópolis nos meses frios.  Nas médias talvez seja páreo duro (o quanto cada estação é quente em comparação com a média da cidade), o ideal seria ter um monitoramento mais amplo nas duas cidades por vários anos, ou pegar apenas o centro das duas e comparar; não é a minha intenção fazer “cidade x cidade”.

 

Nas médias, não tenho nada a acrescentar, o INMET/SJ é tão ou um pouco menos quente que a maioria dos locais mais adensados de Floripa, mas claro que tem média maior que os muitos locais pouco adensados da ilha/continente, e também tem média um pouco maior que áreas onde o ar frio se acumula mesmo em bairros bem urbanizados (pontos mais baixos de Trindade, Itacorubi, etc).

 

Agora, bastou o veto sul parar para o Inmet (14ºc) cair muito abaixo de de Açores (18ºc) pela segunda noite seguida, efeito do resfriamento radiativo causado pelas áreas verdes nas proximidades do Inmet.  A diferença nas máximas foi de 1,5ºc, Açores mais fresca, mas com vento sul "na veia" o dia inteiro, diretamente do mar para a estação.  No Centro de Floripa, faz 16ºc.

 

Edited by Wallace Rezende
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1 hora atrás, Wallace Rezende disse:

Com relação às mínimas, estou totalmente convicto que o INMET São José é mais frio em média que a maioria dos pontos mais adensados dos principais bairros continentais e da ilha, principalmente em noites com pouco vento e ar polar/seco.

Não. Tu está comparando arroz com ervilhas. Primeiro que o INMET é uma estação padrão e as falecidas PWS de Capoeiras e Ponta de Baixo, não eram padrão. Sofriam aquecimento por estarem mal instaladas nos locais. A de ponta de baixo aquecia por ser um estação ruim em si. Sobre "pontos mais adensados", difícil definir isto em Florianópolis. Não há nenhuma bolha urbana realmente grande comparada a São Paulo. Floripa tem um estilo de várias cidades dentro de uma. Cada bairro é distante do outro. Por exemplo, o Sul da Ilha inteiro é basicamente mais frio na média que o INMET São José(E também nas mínimas, tem uma estação próxima ao Aeroporto da UFSC). O leste inteiro é mais quente nas mínimas mas o banho que dá nas máximas é tão brutal que é 1ºC mais frio que o INMET São José. E no Norte, aonde está boa parte do restante da população excetuando o centro e continente, tem locais bem mais frios em toda parte oeste e na parte Nordeste é um mistério, mas não deve fugir do padrão Lagoa, já que são virados pra Nordeste. 

 

Enfim e no Centro ainda não temos uma estação confiável também. Já a estação do Itacorubi, retrata bem um dos pontos mais densos da cidade. Que é a Trindade, Itacorubi, Santa Monica, Córrego Grande e Pantanal. Ou seja, a única especulação é sobre o Centro e o resto do continente.

 

O fato é que a estação do INMET São José é simplesmente mais quente que todas as estações Epagri da Ilha e todas PWS  PADRÕES da Ilha. E o meu ponto de discussão aqui sempre foi em relação as médias e não mínimas absolutas. Já que pelo que vi a discussão começou sobre São Paulo ter médias mais frias que Porto Alegre e depois alguém falou que estava muito mais próximo era de Florianópolis.

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Creio que ficou bastante claro essa realidade: o Inmet de São José obviamente tem mínimas melhores que locais adensados urbanamente porque é uma estação padrão, em área gramada, como deve ser qualquer estação padrão. É claro que no meio de prédios e asfaltos você terá mínima maior. Mas estações meteorológicas, via de regra, não devem ficar entre prédios e sob asfalto. Ainda assim, o Inmet não está em local aberto; pelo contrário, tem barreiras para todas as direções, impedindo melhor qualidade de dados.

 

Ficou também claro que o local tem máximas bastante altas, o que se explicita ao comparar os dados de lá com qualquer outra estação de Florianópolis. O motivo já foi bem exposto aqui pelo @Vitor V, que mora há alguns anos na área continental onde fica a estação.

 

Em se tratando de uma ilha com variados microclimas, fica difícil falar na representatividade de somente uma estação. Mas, para mim, sem dúvidas o Inmet São José, que fica fora da Ilha (a qual abriga 97% do território) e em outro município não representa o clima urbano de Florianópolis. Nesse quesito, acredito que a Epagri do Itacorubi, que fica na Ilha, dentro do Jardim Botânico, represente melhor o contexto urbano de quem vive nessa área do vale central da Ilha (o Centro Histórico é outra história, lá falta uma estação). Pelos mesmos motivos do Inmet, a Epagri/Itacorubi tem mínimas melhores que os locais densamente urbanizados, afinal fica em área verde, como devem ser as estações padrão. As máximas são bem altas por lá, já que é um "buraco", mas ainda quero ir visitar a estação pra ver se não há muitos obstáculos que podem estar aquecendo ela.

 

Pra finalizar, acho que o Inmet oficial de Florianópolis, uma vez que deve ser em local bem aberto que registre as condições atmosféricas mais puras para alimentar os modelos, deveria ficar perto do Aeroporto ou em qualquer local da planície da Tapera. O local é uma bela pista de ventos já que é o único lugar sem interferências do relevo entre a baía e o mar grosso. Por isso tenho considerado bastante a estação da Ressacada/UFSC como a mais padrão e representativa da Ilha de Santa Catarina (ainda que isso seja impossível, claro).

 

É muito bom que o debate esteja com boa qualidade de argumentos e saudável. Obrigado ao @Wallace Rezende pelo elogio sobre a questão do monitoramento de Floripa, fico feliz que esteja acompanhando as minhas estações do Sul da Ilha.

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16 horas atrás, Felipe Backendorf disse:

 

A estação que fica no João Paulo (está por algum motivo atualmente offline) mostra que qualquer morrinho já baixa bastante as máximas devido a influência do mar

 

Faz sentido. Isso depende também da direção predominante do vento.

 

Agora se a intenção foi sugerir que lá seja parecido com os bairros continentais. que é uma das áreas mais densamente povoadas de Santa Catarina eu não concordo.

 

Não dá para comparar a urbanização de um e de outro. Não há vento "salvador" que irá tirar muito o efeito do concretão.

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15 horas atrás, Wallace Rezende disse:

@Aldo Santos, a estação de Iguape mudou de lugar, de um ponto mais perto da água para o atual, e foi depois de 1975.  Infelizmente não tenho o ano da mudança, mas sei que ocorreu (no site do INMET antes aparecia, acho que foi no final dos anos 80 ou nos anos 90, ficou muitos anos sem dados entre as duas localizações).

 

A mínima de 1ºc em 2016 (que pode ser consultada aqui: https://mapas.inmet.gov.br/) é totalmente coerente.  Em 07/2007, com as duas estações (auto e conv) funcionando lado a lado, as mínimas batiam também.  Este valor de 2016 me fez pensar que a negativa de 2000 não é tão absurda, mas uma característica do microclima local sob condições bem específicas, uma dessas bizarrices locais.  Acontece o mesmo entre Itapoá e outras estações mais continentais do leste de SC algumas vezes.

 

Tenho o valor original do dia 17/07/2000 e realmente foi -2,2ºc, e no dia seguinte foi negativa também (o valor anotado pelo observador).  É mais um caso de sinal retirado na digitalização para o BDMEP.  Veja que as positivas por décimos nas madrugadas dos dias 20, 21 e 25, que foram menos frias, permanecem iguais.  Claro que não dá para ter certeza sobre a calibração dos instrumentos (e o termômetro pode ter derivado sim), pena que não havia automática em 2000.  A verdade é que não dá para bater o martelo.

 

Eu desconhecia essa mudança de local da estação de Iguape, a localização atual eu já conhecia.

Iguape apresenta mínimas baixas sim, várias vezes inferiores ao Mirante, aliás como todo o vale do Ribeira.

É que, geralmente, pelo que acompanho, ela não costuma apresentar uma diferença tão gritante em relação às outras estações do vale em massas polares fortes.

Daí a minha estranheza com relação às negativas de 2000.

Se houve algum erro, pode ter sido também na transmissão dos dados, isto é, foi feito tudo corretamente na estação mas ter havido erro na hora de transmitir.

É uma possibilidade.

Mas, como você mesmo disse, não dá pra bater o martelo.

 

O vale do Ribeira recebe bastante ar frio, não sendo raro temperaturas próximas de 0°C em massas polares fortes.

A estação do SIMEPAR em Cerro Azul, no lado paranaense do vale, também apresenta mínimas desta ordem.

 

Andei bastante por aquela região a trabalho, muitos anos atrás.

Inclusive, conversando com o pessoal, me disseram que na grande onda polar de julho de 1975, quando nevou em Apiaí (920 m) e na região do planalto, no mesmo episódio de Curitiba, caíram flocos na cidade de Ribeira-SP.

Ribeira fica a 160 m de altitude, a 33 km de Apiaí, no fundo do vale, na margem esquerda do rio Ribeira, no pequeno trecho em que ele faz a divisa SP/PR.

 

Edited by Aldo Santos
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16 horas atrás, Wallace Rezende disse:

Como eu meio que coloquei esta questão em discussão, deixo a moderação à vontade se quiser transferir para cá a minha mensagem original (que efetivamente deu origem ao tópico, onde eu comentava mínimas baixas no litoral e ponderava que o INMET de Floripa/São José está longe de ser um lugar "ruim de mínimas" para a realidade da população residente nas áreas mais adensadas da capital catarinense.

 

Acompanhei duas PWS (hoje desativadas) por um bom tempo, uma no parte continental de Florianópolis (Capoeiras/Coqueiros) e outra em São José (Ponta de Baixo), e ambas usualmente registravam mínimas mais altas que o INMET, especialmente "no frio".  A da Ponta de Baixo superaquecia nas máximas (que eu ignorava), mas a posição em encosta (e numa ponta) explica as mínimas quase sempre "péssimas", mas condizentes com o local, e a de Capoeiras ficava num ponto muito adensado, naturalmente ruim de mínimas e com pouca diferença nas máximas na maior parte dos dias.

 

A explicação que eu encontro para isso, analisando também as imagens de satélite e o "street view", é que a estação do INMET, além de ficar num gramado relativamente grande, está na ponta de um "corredor verde" orientado de noroeste para sudeste, com muitas áreas abertas favoráveis ao resfriamento noturno, e tenho certeza que sob atuação de ar frio e com pouco vento (esta parte da baía é mais protegida do vento noturno) este local será, em média, mais frio que bairros como Capoeiras/Coqueiros/Estreito/Barreiros/Centro de Floripa durante a atuação de massas de ar polar à noite.  Durante o dia, um pouco mais quente (em média) que a maioria dos bairros continentais com ventos predominantes de norte, e um pouco mais fresco com vento sul.  Na média compensada, fico com o Moretão, penso que o Inmet seja um pouco mais fresco que os bairros mais adensados da ilha e do continente (bem pouco mais fresco, e tenho certeza que não é apreciavelmente mais quente).  Essa relação adensamento/mínimas é algo global, todas as estações do mundo reagem com mínimas mais baixas à presença de áreas verdes por perto, mesmo que sejam desmatadas (predomínio de mato) e degradadas, quando comparamos com os bairros mais densamente urbanizados/impermeabilizados.

 

Me parece uma estação urbana plenamente satisfatória, dentro da ideia que sempre defendi que uma estação urbana deve ficar em locais urbanizados, que representam o que sentem os moradores de locais adensados (tem casas e avenidas por perto), ao mesmo tempo que é beneficiada por um resfriamento radiativo que moradores de outros pontos ainda mais adensados da região sentem com menos intensidade.  Conheço várias estações que são piores no quesito mínimas.  Nas máximas, creio que (o Inmet) seja mais quente que grande parte da Ilha de Santa Catarina, mas seguramente há locais mais quentes que o Inmet (média das máximas) na ilha também.

 

Eu também quero deixar meus parabéns para o pessoal que está investindo neste monitoramento mais amplo da ilha com várias estações, é algo que aprecio muito.  Independente da estação do INMET ser "X" ou "Y", ela sozinha diz muito pouco sobre as características do tempo na região.  Estive em Floripa em 2016 e curti muito a cidade; lugar ótimo, com muitas belezas, e até mesmo para usar o transporte público achei mil vezes melhor que o Rio.  Me locomovi de ônibus para todos os locais que pretendia visitar, através dos terminais de integração.

 

Perfeito.

 

Um detalhe que eu gostaria de ressaltar é que eu não sei se essa estação de Capoeiras tinha ao menos alguma distância de fontes de calor e um gramado mínimo pelo menos para ficar uma comparação mais justa. Pelo menos para ter um padrão "mínimo".  No entanto isso não altera o quadro que lá continua sendo mais quente.

 

Nas bordas da península as médias talvez sejam um pouco mais próximas que o INMET (ainda com variações) nas mínimas e máximas, mas ao menos a urbanização é menor. No centro a distância deve ser maior.

 

Ainda sobre o INMET qualquer reduzida no vento ajuda nas mínimas porque é plano e tem algum verde. Diferente da maior parte dos bairros continentais que é acidentada.

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14 horas atrás, Wallace Rezende disse:

Nas máximas, admito que seja mais quente que a maior parte da cidade em média, mas não que toda ela, e depende da direção vento (semana passada, vi Açores mais quente que o INMET por mais de 1ºc durante o dia sob vento norte no pré-frontal, e Sertão do Ribeirão no patamar do INMET, reforçando que foi um dia, não estou dizendo que o sejam em média).  Mas lembro muito bem dos valores das PWS em Capoeiras e Ponta de Baixo, elas “perdiam” para o INMET nas mínimas sempre que havia ar frio e pouco vento (o que, repito, uma breve análise da imagem de satélite já aponta ser o esperado). E a PWS Capoeiras tinha médias ligeiramente maiores por margem pequena também, o que bate com o maior grau de adensamento urbano do local.

 

Posso não ter me expressado bem, pois o foco foi mais nas mínimas mesmo, e não nas médias, e de fato o Mirante, que é uma estação urbana muito boa, se aproxima da maior mínima de São Paulo (até 1 ou 2ºc abaixo) com mais frequência que o INMET da maior mínima de Florianópolis nos meses frios.  Nas médias talvez seja páreo duro (o quanto cada estação é quente em comparação com a média da cidade), o ideal seria ter um monitoramento mais amplo nas duas cidades por vários anos, ou pegar apenas o centro das duas e comparar; não é a minha intenção fazer “cidade x cidade”.

 

Nas médias, não tenho nada a acrescentar, o INMET/SJ é tão ou um pouco menos quente que a maioria dos locais mais adensados de Floripa, mas claro que tem média maior que os muitos locais pouco adensados da ilha/continente, e também tem média um pouco maior que áreas onde o ar frio se acumula mesmo em bairros bem urbanizados (pontos mais baixos de Trindade, Itacorubi, etc).

 

Agora, bastou o veto sul parar para o Inmet (14ºc) cair muito abaixo de de Açores (18ºc) pela segunda noite seguida, efeito do resfriamento radiativo causado pelas áreas verdes nas proximidades do Inmet.  A diferença nas máximas foi de 1,5ºc, Açores mais fresca, mas com vento sul "na veia" o dia inteiro, diretamente do mar para a estação.  No Centro de Floripa, faz 16ºc.

 

 

Havia PWS's em Jurerê e Canasvieiras que tinham vento norte e tinham mínimas horríveis no verão, enquanto outras áreas da cidade tinham vento L/SE . Porém não sei o nível de confiabilidade que tinham. Florianópolis tem muitos microclimas, efeito de uma ilha acidentada e um tamanho razoável.

 

Quanto ao Mirante, concordo que é representativo igual ou talvez até mais nas mínimas ao contrário que alguns sugerem. As estações do CGE são mais quentes mas não seguem o padrão OMM e ficam em cima de pontes, viadutos ou muito próximas. Que eu me lembre poucas tem área verde embaixo.

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Guest Wallace Rezende

É natural e saudável esta divergência de opiniões, este é um espaço para troca de ideias e não doutrinação. É o bom e velho “vamos concordar em discordar”.

 

A estação do INMET em Floripa não registra mínimas por vezes baixas porque não está plantada no meio do asfalto (embora esta questão do maior adensamento urbano eu tenha colocado desde o início). Grande parte do sul da ilha registra mínimas mais altas sob atuação de ar frio de origem polar que o INMET de cara por causa do relevo mais acidentado e da consequente maior exposição aos ventos noturnos, mesmo sem muita urbanização, e o norte da ilha, a despeito das grandes áreas verdes e planas favoráveis ao resfriamento radiativo, também concentra boa parte da população (e as maiores densidades populacionais) em locais com noites mais cálidas, por estarem de cara para o mar ou para a baía (Ingleses, Canasvieiras, Jurerê, etc).  Santo Antônio de Lisboa, que visitei (a vila) fica numa “rampa”, de cara para a baía, a estação que existe numa fazenda ali perto é bem mais fria à noite que a vila.

 

O fato de haver obstáculos ao redor (nada demais comprado a outras estações do INMET pelo Brasil, e totalmente normal para uma estação urbana) não impede um resfriamento radiativo bem satisfatório no INMET/São José, por motivos já expostos, embora provavelmente prejudique um pouco as máximas sim (mas nada que invalide os dados, nem perto disso, pena que vocês não conheceram o INMET/Rio de Janeiro entre 2002 e 2013, aquilo sim era um atentado).  Do Centro de Florianópolis e dos principais bairros da parte continental nem há mais o que falar; de cara para o vento, com relevo acidentado (maior inimigo das mínimas) e muito adensados, praticamente toda esta região é mais quente que o INMET na maioria das madrugadas, e tudo indica que grande parte iguala ou é um pouquinho mais quente que o INMET nas médias anuais também.

 

De todas as estações expostas aqui (repito: excelente monitoramento), a maioria fica em locais com bastante verde e adensamento médio ou baixo, que não representam o que sentem os moradores dos bairros mais urbanizados da cidade à noite, e mesmo assim o INMET não fez feio nas mínimas em abril, superando vários destes locais.  As grandes áreas planas e cobertas por vegetação do norte da ilha (representadas por Carijós, por exemplo) são naturalmente melhores para mínimas, mas a densidade populacional destes locais é muito baixa.

Nas máximas (médias), pelo fato de o INMET estar no continente, mesmo se descontarmos um possível ligeiro superaquecimento da estação, é natural que a maior parte da ilha seja mais fresca; a região da Lagoa da Conceição e o extremo norte da ilha, em particular, ficam muito abaixo das máximas do INMET, principalmente nos dias mais quentes, mas por “causas naturais”.

 

Mas não quero mais enfadar ninguém com esse assunto, prefiro partir para algo mais interessante (ao menos, assim o considero)...  Há uns 3 ou 4 anos, houve uma ventania súbita durante a madrugada em Florianópolis (causada pela formação de uma baixa bem parto da costa); me lembro bem das notícias sobre estragos na rede elétrica (principalmente no sul da ilha), e que houve rajadas de até 120 Km/h em uma estação oficial (não sei se o aero), o que sugere talvez 150 Km/h nos pontos mais expostos.  Lembro das fotos de (muitas, muitas mesmo) árvores derrubadas e das dunas da Joaquina terem “jateado” tudo ao redor.  Algum colega morador da região se lembra disso, sabe quando foi exatamente?

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1 hora atrás, Wallace Rezende disse:

  Há uns 3 ou 4 anos, houve uma ventania súbita durante a madrugada em Florianópolis (causada pela formação de uma baixa bem parto da costa); me lembro bem das notícias sobre estragos na rede elétrica (principalmente no sul da ilha), e que houve rajadas de até 120 Km/h em uma estação oficial (não sei se o aero), o que sugere talvez 150 Km/h nos pontos mais expostos.  Lembro das fotos de (muitas, muitas mesmo) árvores derrubadas e das dunas da Joaquina terem “jateado” tudo ao redor.  Algum colega morador da região se lembra disso, sabe quando foi exatamente?

04/12/2016: https://www.infoclimat.fr/observations-meteo/archives/4/decembre/2016/florianopolis-aeroporto/83899.html

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2 horas atrás, Wallace Rezende disse:

É natural e saudável esta divergência de opiniões, este é um espaço para troca de ideias e não doutrinação. É o bom e velho “vamos concordar em discordar”.

 

A estação do INMET em Floripa não registra mínimas por vezes baixas porque não está plantada no meio do asfalto (embora esta questão do maior adensamento urbano eu tenha colocado desde o início). Grande parte do sul da ilha registra mínimas mais altas sob atuação de ar frio de origem polar que o INMET de cara por causa do relevo mais acidentado e da consequente maior exposição aos ventos noturnos, mesmo sem muita urbanização, e o norte da ilha, a despeito das grandes áreas verdes e planas favoráveis ao resfriamento radiativo, também concentra boa parte da população (e as maiores densidades populacionais) em locais com noites mais cálidas, por estarem de cara para o mar ou para a baía (Ingleses, Canasvieiras, Jurerê, etc).  Santo Antônio de Lisboa, que visitei (a vila) fica numa “rampa”, de cara para a baía, a estação que existe numa fazenda ali perto é bem mais fria à noite que a vila.

 

O fato de haver obstáculos ao redor (nada demais comprado a outras estações do INMET pelo Brasil, e totalmente normal para uma estação urbana) não impede um resfriamento radiativo bem satisfatório no INMET/São José, por motivos já expostos, embora provavelmente prejudique um pouco as máximas sim (mas nada que invalide os dados, nem perto disso, pena que vocês não conheceram o INMET/Rio de Janeiro entre 2002 e 2013, aquilo sim era um atentado).  Do Centro de Florianópolis e dos principais bairros da parte continental nem há mais o que falar; de cara para o vento, com relevo acidentado (maior inimigo das mínimas) e muito adensados, praticamente toda esta região é mais quente que o INMET na maioria das madrugadas, e tudo indica que grande parte iguala ou é um pouquinho mais quente que o INMET nas médias anuais também.

 

De todas as estações expostas aqui (repito: excelente monitoramento), a maioria fica em locais com bastante verde e adensamento médio ou baixo, que não representam o que sentem os moradores dos bairros mais urbanizados da cidade à noite, e mesmo assim o INMET não fez feio nas mínimas em abril, superando vários destes locais.  As grandes áreas planas e cobertas por vegetação do norte da ilha (representadas por Carijós, por exemplo) são naturalmente melhores para mínimas, mas a densidade populacional destes locais é muito baixa.

Nas máximas (médias), pelo fato de o INMET estar no continente, mesmo se descontarmos um possível ligeiro superaquecimento da estação, é natural que a maior parte da ilha seja mais fresca; a região da Lagoa da Conceição e o extremo norte da ilha, em particular, ficam muito abaixo das máximas do INMET, principalmente nos dias mais quentes, mas por “causas naturais”.

 

Mas não quero mais enfadar ninguém com esse assunto, prefiro partir para algo mais interessante (ao menos, assim o considero)...  Há uns 3 ou 4 anos, houve uma ventania súbita durante a madrugada em Florianópolis (causada pela formação de uma baixa bem parto da costa); me lembro bem das notícias sobre estragos na rede elétrica (principalmente no sul da ilha), e que houve rajadas de até 120 Km/h em uma estação oficial (não sei se o aero), o que sugere talvez 150 Km/h nos pontos mais expostos.  Lembro das fotos de (muitas, muitas mesmo) árvores derrubadas e das dunas da Joaquina terem “jateado” tudo ao redor.  Algum colega morador da região se lembra disso, sabe quando foi exatamente?

 

Eu não estava na cidade, mas lembro bem. Ciclone (que viria a ser tempestade subtropical Eçaí) explodiu bem em cima da Ilha. Por isso os estragos foram numa área bem grande: teve posto com telhado derrubado no continente, ali pela região do Morro dos Cavalos, estragos em todo o sul da Ilha, na Lagoa da Conceição, dentre outros bairros. Dá pra ver mais detalhes e fotos no monitoramento da época, aqui: 

 

Rendeiras amanheceu assim: 

qcupUTH.jpg

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8 horas atrás, Tomás WRuas disse:

Mas, para mim, sem dúvidas o Inmet São José, que fica fora da Ilha (a qual abriga 97% do território) e em outro município não representa o clima urbano de Florianópolis. Nesse quesito, acredito que a Epagri do Itacorubi, que fica na Ilha, dentro do Jardim Botânico, represente melhor o contexto urbano de quem vive nessa área do vale central da Ilha (o Centro Histórico é outra história, lá falta uma estação).

 

Nesse aspecto talvez seja impossível chegarmos num consenso. Estamos falando de 3% (um pouco mais porque a área de interesse da discussão inclui o Centro) porém 30% da população da cidade.

 

E não precisamos falar da importância social e econômica destes 3% certo? Dezenas e dezenas de orgãos públicos e todo o grande comércio.

 

Mudando de assunto... Quem sabe no futuro não fazemos uma vakinha para conferir a realidade? Quem sabe...

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Guest Wallace Rezende

Aproveitando o tópico, a atual estação automática de São José (no local havia uma convencional, que aquecia nas máximas antes de fechar), inaugurada em janeiro de 2003, registrou seus recordes de média horária mensal (média de todas as temperaturas horárias instantâneas) em junho de 2016 (média de 14,2ºc) e em janeiro de 2019 (média de 27,2ºc), diferença de exatos 13ºc entre o mês mais quente e o mais frio.

 

Em São Joaquim (auto Inmet) os recordes de média horária mensal desde 2008 são: 7,4ºc (06/2016) e 19,4ºc (01/2019).

 

Para efeito de comparação, a diferença entre o mês mais quente o mais frio em todo o período de observação é de 10,2ºc na Vila Militar * (Rio de Janeiro), com 19,4ºc (06/2010) e 29,6ºc (01/2019), 8,2ºc na Pampulha (Belo Horizonte), com 17,5ºc (07/2017) e 25,7ºc (10/2015), e 7,8ºc em Brasília, com 17,6ºc (07/2017) e 25,4ºc (10/2015).  Os registros foram iniciados em 2007 nas automáticas do Rio e Belo Horizonte, e no ano 2000 em Brasília (esta foi a primeira automática/INMET do Brasil).  na maior parte da cidade do Rio junho de 2016 também foi o mês mais frio destes últimos anos, mas na Vila Militar 06/2010 levou por um décimo, pois teve mais noites de céu limpo, e nesta estação o resfriamento radiativo tem mais peso nas médias de inverno.

 

Aqui vemos bem a atuação da latitude, que vai diminuindo a variação máxima das médias mensais.

 

 

Voltando ao INMET/São José, as temperaturas médias horárias mensais e totais de precipitação no ano até agora:

 

Jan/2020:

25,2ºc/141,2 mm

 

Fev/2020:

24,6ºc/194 mm

 

Mar/2020:

24,5ºc/39,6 mm

 

Abr/2020:

21,8ºc/15,2 mm

Edited by Wallace Rezende
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  • Tomás WRuas changed the title to Inmet São José (SC)

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