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Brasil Abaixo de Zero

Mudanças Climáticas - Discussões Gerais


Carlos Dias
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Em 12/01/2022 em 00:24, LeoP disse:

 

Em 1963, com a Amazônia bem mais intacta que hoje, choveu quase 5x menos que em 2020 em BH, época de avanço da fronteira agrícola.

 

Vários recordes históricos de chuva foram nos últimos 13 anos na capital mineira:

 

Janeiro mais chuvoso (2020)

Abril mais chuvoso (2014)

Junho mais chuvoso (2016)

Outubro mais chuvoso (2009)

Dezembro mais chuvoso (2011)

Dia mais chuvoso (23 de janeiro/2020)

Mês mais chuvoso (janeiro/2020)

 

Nesse período, ainda tivemos alguns recordes de meses secos, de baixa URA e todos aqueles recordes de calor. 

 

Parece que outras variáveis são mais importantes que a amazônia na quantidade e distribuição da chuva pelo Brasil e foi a confluência delas que deve ter causado toda a seca de 1963, mesmo com toda a evapotranspiração da época.

 

O que parece é que os cientistas do AG estão acertando quando dizem que os extremos estão se acentuando. 

 

Tu tá indo pelo caminho correto ! Existe uma Variabilidade Natural da Circulação Atmosférica. (1945/1975 período de escoamento Meridional). (1975/2005 período de escoamento Zonal). George Vangeingeim a partir de dados fidedignos (100 anos) lançou a tese do ACI (índice de circulação atmosférica). 

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Em 12/01/2022 em 00:24, LeoP disse:

 

Em 1963, com a Amazônia bem mais intacta que hoje, choveu quase 5x menos que em 2020 em BH, época de avanço da fronteira agrícola.

 

Vários recordes históricos de chuva foram nos últimos 13 anos na capital mineira:

 

Janeiro mais chuvoso (2020)

Abril mais chuvoso (2014)

Junho mais chuvoso (2016)

Outubro mais chuvoso (2009)

Dezembro mais chuvoso (2011)

Dia mais chuvoso (23 de janeiro/2020)

Mês mais chuvoso (janeiro/2020)

 

Nesse período, ainda tivemos alguns recordes de meses secos, de baixa URA e todos aqueles recordes de calor. 

 

Parece que outras variáveis são mais importantes que a amazônia na quantidade e distribuição da chuva pelo Brasil e foi a confluência delas que deve ter causado toda a seca de 1963, mesmo com toda a evapotranspiração da época.

 

O que parece é que os cientistas do AG estão acertando quando dizem que os extremos estão se acentuando. 

 

Não só BH mas SP tbm, todos os recordes de chuva tanto mensais quanto diários já são quase todos deste século.

Há um vídeo do coutinho no canal dele que ele toca neste assunto, que já houve secas piores do que as de agora no sul, sp teve 15 anos de chuvas abaixo do normal entre os anos 30 e 40, toda hora vejo matéria falando de seca no nordeste, mas não é só lá que acontece estas coisas, o problema é que não tinhamos a população que temos hoje então uma situação dessas hoje seria catastrófica para a agricultura, geração de energia, abastecimento, etc....

 

E eu diria que estas chuvas em MG é o que vai segurar a onda este ano pq a seca na bacia do rio Paraná contínua, matéria fresca, deste ano.

 

https://g1.globo.com/pr/oeste-sudoeste/noticia/2022/01/03/nivel-do-rio-parana-esta-quase-10-metros-abaixo-do-normal-na-regiao-de-foz-do-iguacu.ghtml

 

Já na questão temperaturas aí é outra história é uma chuva de recordes e não é urbanização, sp e em especial o Mirante não mudou tanto assim dos anos 80/90 para cá, mas as temperaturas sim.

E mesmo pelo interior de sp é quente, mas quarentar não era coisa corriqueira, agora estamos vendo um festival de 41, 42, teve os 43 de Lins (que não lembro se alguém aqui contestou ou confirmou) e foi um milagre o Mirante ter escapado do recorde de 38° de 2014. Mas não dou 5 anos para isto ser batido.

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A cidade de São Paulo teve várias secas no passado.

O posto pluviométrico da Jardim da Luz, centro da cidade de São Paulo, que tem dados desde 1887, registrou apenas 899,1 mm no longínquo ano de 1893.

 

Nos anos de 1923/1924 houve outra grande seca em Sampa.

Relatos da época dizem que o rio Tietê (Que ainda não era retificado) baixou a 1/4 da vazão normal.

As pessoas podiam atravessá-lo de uma margem a outra com água nos joelhos em alguns trechos.

 

1933 foi outro ano seco.

O IAG somou apenas 849,8 mm em todo aquele ano.

O Jardim da Luz somou 844,2 mm.

Interessante que 4 anos antes, em fevereiro de 1929, ocorreu a maior enchente de que se tem registro na cidade de São Paulo.

E que ficou conhecida como a grande cheia de 1929.

 

Aliás, enchentes não são coisa recente em Sampa.

Além das inundações normais, que já ocorriam todos os anos desde aquela época, existem registros de grandes enchentes em 1906, 1919...

A diferença é que a cidade era muito menor e não havia tanta ocupação indiscriminada de várzeas e áreas de risco.

 

Registros do IAG mostram que o volume de chuva vem aumentando (Como ocorre também no Mirante).

Mas o número de dias de chuva vem diminuindo.

Isto é, tem chovido mais em menos dias.

Ou seja, estamos tendo cada vez mais chuvas curtas e intensas e cada vez menos aquelas chuvas fracas a moderadas porém prolongadas.

 

 

Volume de chuva.png

 

 

Número de dias de chuva.png

Edited by Aldo Santos
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Em 12/01/2022 em 00:24, LeoP disse:

 

Em 1963, com a Amazônia bem mais intacta que hoje, choveu quase 5x menos que em 2020 em BH, época de avanço da fronteira agrícola.

 

Vários recordes históricos de chuva foram nos últimos 13 anos na capital mineira:

 

Janeiro mais chuvoso (2020)

Abril mais chuvoso (2014)

Junho mais chuvoso (2016)

Outubro mais chuvoso (2009)

Dezembro mais chuvoso (2011)

Dia mais chuvoso (23 de janeiro/2020)

Mês mais chuvoso (janeiro/2020)

 

Nesse período, ainda tivemos alguns recordes de meses secos, de baixa URA e todos aqueles recordes de calor. 

 

Parece que outras variáveis são mais importantes que a amazônia na quantidade e distribuição da chuva pelo Brasil e foi a confluência delas que deve ter causado toda a seca de 1963, mesmo com toda a evapotranspiração da época.

 

O que parece é que os cientistas do AG estão acertando quando dizem que os extremos estão se acentuando. 

 

LeoP,

existe ou pode ter sido extinta, uma estação pluviométrica instalada no ano de 1855 na mina de Morro Velho/Nova Lima(uma CIA.Inglesa de mineração, que instalou), representa bem o clima de BH e arredores.

Fiquei numa noite uns 10 anos atrás, pesquisando os meses mais chuvosos de nov a março, registrou grandes volumes em alguns anos, outros de pouca chuva na primavera/verão. Teve anos secos e bem chuvosos.

 

Os de muita chuva me lembro de 1896, 1906, 1916, 1924,1926, nos mais recentes, foram 1961, 1979, 1985, 1992, 1997.

 

Os trimestres de jan a março dos anos de 1896, 1906, 1916 e 1924, registraram grandes volumes de chuva, com valores acima de 1000 mm.

 

De 1855 a 1900 ou seja século XIX, teve muitos anos bem secos.

Desde janeiro de 2019, não consigo mais pesquisar dados dessas estações Pluviométricas da ANA( agencia nacional de águas), eles mudaram o acesso a pesquisa das estações, já tentei várias vezes em 2019 e 2020, aí desisti. Era fácil acessar os dados, bem abertos.

 

 

 

Edited by marinhonani
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Em 12/01/2022 em 16:34, Aldo Santos disse:

A cidade de São Paulo teve várias secas no passado.

O posto pluviométrico da Jardim da Luz, centro da cidade de São Paulo, que tem dados desde 1887, registrou apenas 899,1 mm no longínquo ano de 1893.

 

Nos anos de 1923/1924 houve outra grande seca em Sampa.

Relatos da época dizem que o rio Tietê (Que ainda não era retificado) baixou a 1/4 da vazão normal.

As pessoas podiam atravessá-lo de uma margem a outra com água nos joelhos em alguns trechos.

 

1933 foi outro ano seco.

O IAG somou apenas 849,8 mm em todo aquele ano.

O Jardim da Luz somou 844,2 mm.

Interessante que 4 anos antes, em fevereiro de 1929, ocorreu a maior enchente de que se tem registro na cidade de São Paulo.

E que ficou conhecida como a grande cheia de 1929.

 

Aliás, enchentes não são coisa recente em Sampa.

Além das inundações normais, que já ocorriam todos os anos desde aquela época, existem registros de grandes enchentes em 1906, 1919...

A diferença é que a cidade era muito menor e não havia tanta ocupação indiscriminada de várzeas e áreas de risco.

 

Registros do IAG mostram que o volume de chuva vem aumentando (Como ocorre também no Mirante).

Mas o número de dias de chuva vem diminuindo.

Isto é, tem chovido mais em menos dias.

Ou seja, estamos tendo cada vez mais chuvas curtas e intensas e cada vez menos aquelas chuvas fracas a moderadas porém prolongadas.

 

 

Volume de chuva.png

 

 

Número de dias de chuva.png

Excelentes esses gráficos !

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  • 4 weeks later...
Em 08/02/2022 em 10:28, Augusto Göelzer disse:

 

 

Esse gif é a coisa mais didática possível para o assunto de mudanças climáticas.

 

Tenho três comentários, primeiro que esses recordes diários - bastante usados nos EUA e Canadá - para mim são algo não tão importantes, tanto que nesse caso achei que apenas poluiu o GIF, podia ser só mensal e absoluto mesmo.

 

Segundo, imagina se o Brasil fosse melhor monitorado e essa análise fosse de 2020, o tanto de recorde all time quebrado em setembro-outubro.

 

Por fim, muito interessante a América do Norte com vastas áreas que tiveram recordes absolutos de calor e frio no mesmo ano.

 

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  • 5 months later...
  • 2 weeks later...

Para entender se o aquecimento global tem ou não influencia humana, vai muito da própria confiança nos dados. Faz pouquíssimo tempo que temos uma considerável rede de estações meteorológicas espalhadas pelo globo. Há uma minúscula seleção de estações centenárias, para ter um panorama de um período um pouco mais prolongado. E só. O que sabemos do clima do planeta desde o início até "ontem" é baseado em estudos, simulações, e não em dados oficialmente registrados de estações meteorológicas, assim os resultados podem não ser tão precisos. 

 

Agora, considerando que os dados sobre o comportamento do clima nos últimos séculos sejam próximos de verdadeiros, realmente algo estranho vem acontecendo. O planeta teve períodos mais quentes, mais frios, mas as oscilações entre estes períodos parecem ser mais suaves. Já no decorrer do século XX e início do XXI, todo e qualquer gráfico sobre clima mostra que a oscilação deixou de ser suave e bem espaçada no tempo, para se tornar uma rápida e constante escalada. A diferença é absurda. Resta saber se o clima nos séculos anteriores realmente foi tão "comportado" assim ou se podemos estar enganados e o que estamos vivenciando hoje é algo absolutamente natural. Afinal, me parece muito difícil estimar como era o clima terrestre nos séculos passados com uma precisão de décimos.

 

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Em 26/07/2022 em 12:13, EduardoFinatto disse:

Afinal, me parece muito difícil estimar como era o clima terrestre nos séculos passados com uma precisão de décimos.images.jpeg-5.jpg.442322627b24d0bca07af2f5406ee1b1.jpg

https://arstechnica.com/science/2021/11/scientists-extend-and-straighten-iconic-climate-hockey-stick/

 

Link sobre a reconstrução do clima para até 24000 anos antes de cristo.

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Em 26/07/2022 em 12:13, EduardoFinatto disse:

Para entender se o aquecimento global tem ou não influencia humana, vai muito da própria confiança nos dados. Faz pouquíssimo tempo que temos uma considerável rede de estações meteorológicas espalhadas pelo globo. Há uma minúscula seleção de estações centenárias, para ter um panorama de um período um pouco mais prolongado. E só. O que sabemos do clima do planeta desde o início até "ontem" é baseado em estudos, simulações, e não em dados oficialmente registrados de estações meteorológicas, assim os resultados podem não ser tão precisos. 

 

Agora, considerando que os dados sobre o comportamento do clima nos últimos séculos sejam próximos de verdadeiros, realmente algo estranho vem acontecendo. O planeta teve períodos mais quentes, mais frios, mas as oscilações entre estes períodos parecem ser mais suaves. Já no decorrer do século XX e início do XXI, todo e qualquer gráfico sobre clima mostra que a oscilação deixou de ser suave e bem espaçada no tempo, para se tornar uma rápida e constante escalada. A diferença é absurda. Resta saber se o clima nos séculos anteriores realmente foi tão "comportado" assim ou se podemos estar enganados e o que estamos vivenciando hoje é algo absolutamente natural. Afinal, me parece muito difícil estimar como era o clima terrestre nos séculos passados com uma precisão de décimos.

 

images.jpeg-5.jpg.442322627b24d0bca07af2f5406ee1b1.jpg


Exatamente ! Mas, o que eu acredito hoje em dia é que o ser humano tem potencializado a tendência de subida da temperatura média planetária. O aquecimento global potencializado pelo ser humano, e talvez não totalmente causado pelo ser humano. 

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Não temos como saber como era o clima dos séculos passados, mas nós sabemos da drástica redução da cobertura vegetal. Somente esse fator altera de diversas formas os padrões climáticos, e dessa forma, a partir de métodos numéricos e por estatística, é possível fazer retroanálise dos padrões climáticos. Além da análise da ecologia, impressão em plantas e diversos outros fatores. Se a paleoclimatologia consegue com bom previsão identificar as características atmosféricas em eras geológicas diferentes, eu acredito que os dados de retroanálise e métodos numéricos é possível determinar, muito fielmente, dados climáticos no decorrer da história humana recente.

 

Uma imagem como essa (oeste da região sul) deixa mais do que evidente o tamanho da destruição da cobertura vegetal. Alguém ainda acredita que somente isso não tem um efeito enorme no clima do planeta? Isso altera vários índices, como evapotranspiração e etc. E se somar com vários outros fatores, fica ainda mais evidente. A cor verde escura são as áreas preservadas, em contraste com as outras áreas completamente desmatadas que, outrora eram cobertas pela Floresta Atlântica e estariam com o mesmo tom verde escuro na imagem.

 

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Edited by Nestor Antonio Bresolin Junior
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On 7/26/2022 at 3:15 PM, Renan said:


Exatamente ! Mas, o que eu acredito hoje em dia é que o ser humano tem potencializado a tendência de subida da temperatura média planetária. O aquecimento global potencializado pelo ser humano, e talvez não totalmente causado pelo ser humano. 

 

Me llama la atención, durante el Optimo climático romano aparentemente el clima Mediterraneo avanzo hacia el norte de Europa, no es lo que sucede ahora, la produccion de vino britanico era una fuerte competencia del vino romano.

 

https://www.meteorologiaenred.com/optimo-climatico-romano.html

 

optimo climatico romano

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  • 4 weeks later...
  • 6 months later...

https://metsul.com/como-o-brasil-fugiu-a-tendencia-mundial-do-clima-em-2022/

2022 foi um ano frio para o Brasil e Austrália, os dois maiores países do Hemisfério Sul, no Brasil o frio se destacou com geadas no Mato Grosso, Goiás e Brasília em maio, tardes excepcionalmente frias como no sul de Minas Gerais em 18 de maio e sul do Mato Grosso em 1 de novembro também é algo pra se destacar, além da primeira neve que se tem registro no País em novembro no dia 1 no Morro da Igreja. 

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  • 1 month later...
  • 2 months later...
  • 3 weeks later...

A maldade, a covardia e a ignorância humana não têm limites! 

Vejam o que fizeram com a linda e rica floresta que existia no interior do Paraná. A biodiversidade era incrível.

 

A foto mostra uma gigantesca peroba sendo covardemente derrubada (região de Londrina). A quantidade de árvores dessa espécie na nossa região era absurdamente grande. A peroba-rosa é uma espécie muito longeva, podendo chegar até a 1200 anos. O exemplar abaixo deveria ter uns 1000 anos, na minha opinião:

 

images.jpeg.6a81e6109a0db32322c1784b09f8673d.jpeg

 

 

 

131023-1.gif

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Matéria muito preocupante da Metsul. É uma das coisas mais impactantes que já li sobre as mudanças climáticas em curso. Não sei até onde faz sentido:

 

https://metsul.com/o-que-ocorreria-no-brasil-se-a-circulacao-meridional-do-atlantico-colapsar/ 

 

Basicamente, aqui na América do Sul, todas as regiões afetadas pelas MPs continentais clássicas ficariam muito mais quentes e secas, enquanto o leste do país teria aumento de chuva e pouco aumento de temperatura - o que vai contra, em parte, as previsões do IPCC.

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  • 2 weeks later...
  • 2 months later...

Não se se convém dizer que o desmatamento é a causa do aumento das ondas de calor no oeste do País com mais intensidade que no leste, visto que o nível de preservação da vegetação original nos estados ocidentais é maior que nos orientais, no Mato Grosso a taxa é de 60%, o leste do País é muito mais desmatado, muito mais habitado, tem muito mais transformações antropogênicas, e o que pensar da Europa, que há 100 anos já era igualmente desmatada, e mesmo assim era mais fria, tinha invernos mais rigorosos e as ondas de calor não eram tão severas quanto as dos últimos 20 anos, parece que o mundo naturalmente esquenta a cada 1000 anos, vide aquecimento romano e medieval, normalmente por volta das viradas de milênio, e o aquecimento atinge um pico que pode durar décadas sob um platô, e depois esfria de novo, de repente nós estamos passando por esse pico, e, daqui a alguns anos ou décadas, pode ficar mais frio de novo, e num futuro mais longe pode vir outra PEG. 

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  • 2 months later...

Aos dados:

 

 

 

Como normalmente acontece, as altas latitudes são as áreas que mais aquecem no planeta e chama demais a atenção parte do Canadá com temperaturas entre 3 e 6ºC acima da média. Isso para um período longo (um ano inteiro) é um absurdo. A onda de frio desse mês no Hemisfério Norte compensa muito pouco ou quase nada esse quadro acumulado dos últimos meses.

 

Na América do Sul, nenhuma surpresa: o maior aquecimento é observado entre a região de Cuiabá e o centro-norte da Argentina (mas menos que nas altas latitudes do HN). Apesar das nossas lamentações e do El Niño, o Brasil, especialmente sua porção mais central e a nordeste, teve um aquecimento bem mais modesto, com várias áreas dentro da média, muito por causa do 1º semestre camarada.

 

Aqui em BH (Pampulha), a média horária do ano de 2023 ficou em 22,5°C, o que tá mais ou menos 1°C acima da média. Bateu com o mapa. Por curiosidade, o tempo esteve mais úmido que a média, com média de 65% (+2%) de umidade do ar.

Edited by LeoP
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Em 09/01/2024 em 11:04, LeoP disse:

Aos dados:

 

 

 

Como normalmente acontece, as altas latitudes são as áreas que mais aquecem no planeta e chama demais a atenção parte do Canadá com temperaturas entre 3 e 6ºC acima da média. Isso para um período longo (um ano inteiro) é um absurdo. A onda de frio desse mês no Hemisfério Norte compensa muito pouco ou quase nada esse quadro acumulado dos últimos meses.

 

Na América do Sul, nenhuma surpresa: o maior aquecimento é observado entre a região de Cuiabá e o centro-norte da Argentina (mas menos que nas altas latitudes do HN). Apesar das nossas lamentações e do El Niño, o Brasil, especialmente sua porção mais central e a nordeste, teve um aquecimento bem mais modesto, com várias áreas dentro da média, muito por causa do 1º semestre camarada.

 

Aqui em BH (Pampulha), a média horária do ano de 2023 ficou em 22,5°C, o que tá mais ou menos 1°C acima da média. Bateu com o mapa. Por curiosidade, o tempo esteve mais úmido que a média, com média de 65% (+2%) de umidade do ar.

Se com 5 ondas de calor quase que seguidas o que aconteceu aqui ainda foi modesto, imagino o que aconteceria se não fosse.

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  • 1 month later...

Ninguém comentou aqui, mas saiu um estudo que sugere uma consequência explicitamente catastrófica do aquecimento global ainda nesse século: o rompimento ou colapso da AMOC (Atlantic Meridional Overturning Circulation), que é a principal corrente marítima que distribui calor entre os hemisférios. Basicamente, haveria alterações nos fluxos de água em função de alterações de suas densidades causadas pela entrada de água doce no oceano salgado. O planeta ficaria parecido com o que tá no filme "O dia depois da amanhã".

 

Pelo pouco que entendi lendo a respeito, o clima se tornaria mais gelado e seco em partes do HN e mais quente e chuvoso no hemisfério sul. Ou seja, aumentariam as áreas de desertos gelados na Europa e Ásia e as florestas tropicais iriam se expandir por aqui, embora a amazônia possa ter ligeira redução de chuvas. As diferenças entre os hemisférios se tornariam ainda mais extremas: o frio se concentraria ainda mais lá pra cima e a chuva, ainda mais por aqui.

 

No Brasil, o clima viraria de ponta cabeça: o anti-ciclone, que atualmente domina aquela região do oceano a leste do Brasil, seria bizarramente descaracterizado, com o maior aumento de precipitação do planeta. E é claro que isso afeta e muito o Brasil, que teria aumento de chuvas do centro para leste e redução a oeste e sul. Particularmente o nordeste poderia deixar de ser semi-árido. Quanto às temperaturas, aquecimento mais significativo na amazônia e região Sul e baixos desvios do centro para nordeste. Resumindo: amazônia e sul mais quentes e secos, centro-oeste (Goiás), Sudeste (Minas Gerais/ES) e todo o Nordeste mais chuvosos e com baixos desvios térmicos:

 

620106864_Semttulo.png.4b07c991bddc6994993c514768362a8e.png

fonte: Metsul (link abaixo).

 

Eu acho essas previsões extremamente confusas. Esse estudo contraria o IPCC aqui pro Brasil, por exemplo, que coloca aumento de precipitação nas latitudes médias da Am. do sul. Outras incoerências que percebi:

 

  1.  o próprio aquecimento do planeta - o resfriamento a norte seria mais intenso que o aquecimento a sul e isso traria uma redução (???) da temperatura média global;
  2. foi dito que a AMOC já tem reduzido sua atuação nas últimas décadas (em torno de 10%). Isso sugere que seus efeitos já estariam em curso, ainda que de maneira discreta. Mas o observado na prática indica o oposto:
    1. os maiores desvios positivos de temperatura ocorrem na região do Ártico;
    2. recentemente surgiram áreas de clima árido no Nordeste;
    3. Quase metade das maiores cheias da amazônia são dos últimos 10/15 anos.

 

Tem um relatório que aponta que isso pode ocorrer ano que vem, ou seja, o fim chegou 9_9tudo muito confuso. E, claro, já estão usando isso politicamente.

 

Alguns links para leitura:

 

https://metsul.com/o-que-ocorreria-no-brasil-se-a-circulacao-meridional-do-atlantico-colapsar/

 

https://jornal.usp.br/radio-usp/corrente-oceanica-que-regula-o-clima-do-planeta-esta-ameacada-pelas-emissoes-de-gases-do-efeito-estufa/

 

https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/sistema-de-correntes-do-atlantico-mostra-sinais-de-colapso-resultado-pode-ser-catastrofico/

 

 

Deixo maiores esclarecimentos para os especialistas daqui.

 

Edited by LeoP
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Em 27/02/2024 em 11:56, LeoP disse:

Ninguém comentou aqui, mas saiu um estudo que sugere uma consequência explicitamente catastrófica do aquecimento global ainda nesse século: o rompimento ou colapso da AMOC (Atlantic Meridional Overturning Circulation), que é a principal corrente marítima que distribui calor entre os hemisférios. Basicamente, haveria alterações nos fluxos de água em função de alterações de suas densidades causadas pela entrada de água doce no oceano salgado. O planeta ficaria parecido com o que tá no filme "O dia depois da amanhã".

 

Pelo pouco que entendi lendo a respeito, o clima se tornaria mais gelado e seco em partes do HN e mais quente e chuvoso no hemisfério sul. Ou seja, aumentariam as áreas de desertos gelados na Europa e Ásia e as florestas tropicais iriam se expandir por aqui, embora a amazônia possa ter ligeira redução de chuvas. As diferenças entre os hemisférios se tornariam ainda mais extremas: o frio se concentraria ainda mais lá pra cima e a chuva, ainda mais por aqui.

 

No Brasil, o clima viraria de ponta cabeça: o anti-ciclone, que atualmente domina aquela região do oceano a leste do Brasil, seria bizarramente descaracterizado, com o maior aumento de precipitação do planeta. E é claro que isso afeta e muito o Brasil, que teria aumento de chuvas do centro para leste e redução a oeste e sul. Particularmente o nordeste poderia deixar de ser semi-árido. Quanto às temperaturas, aquecimento mais significativo na amazônia e região Sul e baixos desvios do centro para nordeste. Resumindo: amazônia e sul mais quentes e secos, centro-oeste (Goiás), Sudeste (Minas Gerais/ES) e todo o Nordeste mais chuvosos e com baixos desvios térmicos:

 

620106864_Semttulo.png.4b07c991bddc6994993c514768362a8e.png

fonte: Metsul (link abaixo).

 

Eu acho essas previsões extremamente confusas. Esse estudo contraria o IPCC aqui pro Brasil, por exemplo, que coloca aumento de precipitação nas latitudes médias da Am. do sul. Outras incoerências que percebi:

 

  1.  o próprio aquecimento do planeta - o resfriamento a norte seria mais intenso que o aquecimento a sul e isso traria uma redução (???) da temperatura média global;
  2. foi dito que a AMOC já tem reduzido sua atuação nas últimas décadas (em torno de 10%). Isso sugere que seus efeitos já estariam em curso, ainda que de maneira discreta. Mas o observado na prática indica o oposto:
    1. os maiores desvios positivos de temperatura ocorrem na região do Ártico;
    2. recentemente surgiram áreas de clima árido no Nordeste;
    3. Quase metade das maiores cheias da amazônia são dos últimos 10/15 anos.

 

Tem um relatório que aponta que isso pode ocorrer ano que vem, ou seja, o fim chegou 9_9tudo muito confuso. E, claro, já estão usando isso politicamente.

 

Alguns links para leitura:

 

https://metsul.com/o-que-ocorreria-no-brasil-se-a-circulacao-meridional-do-atlantico-colapsar/

 

https://jornal.usp.br/radio-usp/corrente-oceanica-que-regula-o-clima-do-planeta-esta-ameacada-pelas-emissoes-de-gases-do-efeito-estufa/

 

https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/sistema-de-correntes-do-atlantico-mostra-sinais-de-colapso-resultado-pode-ser-catastrofico/

 

 

Deixo maiores esclarecimentos para os especialistas daqui.

 

 

Excelente postagem, obrigado pela apresentação dos pontos em destaque desses estudos importantes e também pelos links. Pessoal, vejam isso aqui.

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On 2/27/2024 at 11:56 AM, LeoP said:

Ninguém comentou aqui, mas saiu um estudo que sugere uma consequência explicitamente catastrófica do aquecimento global ainda nesse século: o rompimento ou colapso da AMOC (Atlantic Meridional Overturning Circulation), que é a principal corrente marítima que distribui calor entre os hemisférios. Basicamente, haveria alterações nos fluxos de água em função de alterações de suas densidades causadas pela entrada de água doce no oceano salgado. O planeta ficaria parecido com o que tá no filme "O dia depois da amanhã".

 

Pelo pouco que entendi lendo a respeito, o clima se tornaria mais gelado e seco em partes do HN e mais quente e chuvoso no hemisfério sul. Ou seja, aumentariam as áreas de desertos gelados na Europa e Ásia e as florestas tropicais iriam se expandir por aqui, embora a amazônia possa ter ligeira redução de chuvas. As diferenças entre os hemisférios se tornariam ainda mais extremas: o frio se concentraria ainda mais lá pra cima e a chuva, ainda mais por aqui.

 

No Brasil, o clima viraria de ponta cabeça: o anti-ciclone, que atualmente domina aquela região do oceano a leste do Brasil, seria bizarramente descaracterizado, com o maior aumento de precipitação do planeta. E é claro que isso afeta e muito o Brasil, que teria aumento de chuvas do centro para leste e redução a oeste e sul. Particularmente o nordeste poderia deixar de ser semi-árido. Quanto às temperaturas, aquecimento mais significativo na amazônia e região Sul e baixos desvios do centro para nordeste. Resumindo: amazônia e sul mais quentes e secos, centro-oeste (Goiás), Sudeste (Minas Gerais/ES) e todo o Nordeste mais chuvosos e com baixos desvios térmicos:

 

620106864_Semttulo.png.4b07c991bddc6994993c514768362a8e.png

fonte: Metsul (link abaixo).

 

Eu acho essas previsões extremamente confusas. Esse estudo contraria o IPCC aqui pro Brasil, por exemplo, que coloca aumento de precipitação nas latitudes médias da Am. do sul. Outras incoerências que percebi:

 

  1.  o próprio aquecimento do planeta - o resfriamento a norte seria mais intenso que o aquecimento a sul e isso traria uma redução (???) da temperatura média global;
  2. foi dito que a AMOC já tem reduzido sua atuação nas últimas décadas (em torno de 10%). Isso sugere que seus efeitos já estariam em curso, ainda que de maneira discreta. Mas o observado na prática indica o oposto, com os maiores desvios positivos de temperatura na região do Ártico.

 

Tem um relatório que aponta que isso pode ocorrer ano que vem, ou seja, o fim chegou 9_9E, claro, já estão usando isso politicamente.

 

Alguns links para leitura:

 

https://metsul.com/o-que-ocorreria-no-brasil-se-a-circulacao-meridional-do-atlantico-colapsar/

 

https://jornal.usp.br/radio-usp/corrente-oceanica-que-regula-o-clima-do-planeta-esta-ameacada-pelas-emissoes-de-gases-do-efeito-estufa/

 

https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/sistema-de-correntes-do-atlantico-mostra-sinais-de-colapso-resultado-pode-ser-catastrofico/

 

Eu li sobre este estudo, e também levantei os mesmos questionamentos que você.

Houveram simulações passadas que mostraram OUTROS resultados pela quebra da AMOC. Eu penso assim, se houver a alteração do sistema de correntes, para você mensurar o impacto no clima global é muito, mas muito difícil mesmo de se prever.

Fluídos é uma coisa muito complicada de você simular, mesmo com todo poder computacional que temos atualmente, ainda temos uma margem de erro bem grande.

Não é atoa que mesmo tendo todos os dados, anos de estudos, a gente ainda não consegue nem prever El Niño e La Niña com 100% de exatidão a longo prazo.

Com toda certeza a alteração das correntes marítimas irá alterar o panorama global, e o pior de tudo, a gente não tem uma real noção do impacto e das área que serão afetadas, e isso que é o mais preocupante. É uma roleta russa praticamente.

Edited by GabrielG.
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  • 3 weeks later...

Fevereiro de 2023 no mundo, com destaque para as anomalias entre +4 e +8ºC em vastas áreas do hemisfério norte:

 

 

Significativamente acima da média no hemisfério sul também. Basicamente, somente a Ásia e a Antártica tiveram anomalias negativas. No Brasil, anomalias menores entre o Sudeste e o Nordeste por conta das chuvas.

 

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Em 15/03/2024 em 11:15, LeoP disse:

Fevereiro de 2023 no mundo, com destaque para as anomalias entre +4 e +8ºC em vastas áreas do hemisfério norte:

 

 

Significativamente acima da média no hemisfério sul também. Basicamente, somente a Ásia e a Antártica tiveram anomalias negativas. No Brasil, anomalias menores entre o Sudeste e o Nordeste por conta das chuvas.

 

 

Esse mapa está exagerado ...digo pela região de Estocolmo, Helsinque,  Oslo e Murmansk.

Estou acompanhando essa região desde Outobro , e em Fevereiro ficaram entre a média e levemente acima da média. 

Nada dessas anomalias grotescas .

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Em 15/03/2024 em 22:24, Juzinho disse:

 

Esse mapa está exagerado ...digo pela região de Estocolmo, Helsinque,  Oslo e Murmansk.

Estou acompanhando essa região desde Outobro , e em Fevereiro ficaram entre a média e levemente acima da média. 

Nada dessas anomalias grotescas .


O aquecimento global é real e sua principal causa é humana, porém não é de hoje que observo alguns mapas dando uma “exagerada” em algumas anomalias, sejam de análises , sejam previsões. 

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Em 15/03/2024 em 22:24, Juzinho disse:

 

Esse mapa está exagerado ...digo pela região de Estocolmo, Helsinque,  Oslo e Murmansk.

Estou acompanhando essa região desde Outobro , e em Fevereiro ficaram entre a média e levemente acima da média. 

Nada dessas anomalias grotescas .

 

O quanto seria levemente acima da média? Essas cidades que citou não estão dentro desse destaque que comentei, das "super anomalias".  Estocolmo, Oslo e Helsinque já estão na área de anomalias entre +4 e +2 e Murmansk com anomalias na casa dos +0,XºC.

 

No entanto, também percebo há tempos esses exageros, inclusive de previsões que não se cumprem. Não precisamos disso. Obrigado por esse feedback, vou acompanhar essa página com mais cautela. 

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@LeoP@Renan@Juzinho

Qualquer dúvida sobre reanálises, podem utilizar esse site aqui, contém a reanálise do ECMWF - ERA5 ou do NCEP/NCAR, atualizando mensalmente: Climate Reanalyzer
 

Fevereiro 2024 ECMWF - ERA5:

IMG_1835.thumb.png.99d62e1bd18fa168813d8f09c2954078.png

 

NCEP/NCAR: 

ncep1_75.png

 

Esse mesmo site possui reanálises de tudo quanto é tipo, até em modo de gráficos se quiser.


 

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