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Brasil Abaixo de Zero

Monitoramento de chuvas - 2013


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Aldo, fotos fantásticas! Belo trabalho!

 

com relaçao a chuvas em Cubatão, de acordo com o SAISP, do dia 22 ao dia 26 (4 dias) já choveu mais de 320 mm (275 mm entre 22 e 23/02, e mais 44 mm neste dia 26). Creio que do dia 22 ao dia 28, pode chegar a 400mm de chuvas na cidade da baixada Santista. O acumulado por lá este mês será bem interessante.

 

Abraços!

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SP - Chuva de ontem:

 

Maiores índices pluviométricos registrados pelas estações meteorológicas do CGE até as 21h20:

 

São Mateus - 29,2mm

Aricanduva/Vila Formosa - 28,0mm

Ipiranga - 25,0mm

Perus - 22,6mm

Campo Limpo - 21,6mm

Penha - 20,2mm

M’Boi Mirim - 19,2mm

Santo Amaro - 18,8mm

 

Maiores índices pluviométricos registrados pela Rede Telemétrica do Alto-Tietê no mesmo horário:

 

Ribeirão dos Couros (Jd Taboão/São Bernardo do Campo) - 47,8mm

Ribeirão dos Couros (Ford/São Bernardo do Campo) - 40,2mm

Córrego Saracantan (São Bernardo do Campo) - 39,4mm

Riacho Grande (São Bernardo do Campo) - 37,8 mm

Rio Tietê (Anhembi) - 36,6mm

Imigrantes (Fei/São Bernardo do Campo) - 35,8mm

Rudge Ramos (São Bernardo do Campo) - 35,2mm

Ribeirão dos Couros (Vila Rosa/São Bernardo do Campo) - 31mm

Rio Aricanduva (Av Ragueb Chohfi) - 29,4mm

Córrego Poá (Taboão da Serra) - 28,4mm

Rio Aricanduva (Shopping) - 28mm

Córrego Morro do S (Rua Joaquim Nunes Teixeira) - 27,8mm

Ribeirão dos Couros (Mercedes Benz - Diadema) - 27,0mm

Córrego Pirajuçara (Sharp) - 26,6mm

Rio Tamanduateí (Vila Santa Cecília/Mauá) - 26mm

Ribeirão dos Meninos (Clube São José/São Bernardo do Campo) - 25,2mm

Rio Pinheiros (Ponte João Dias) - 25,0mm

Rio Tamanduateí (Mercado Municipal) - 24,6mm

Barragem da Penha (Rio Tietê) - 22,4mm

Rio Tietê (Belenzinho) - 21,6mm

Rio Tietê (Ponte do Limão) - 21,8mm

Rio Aricanduva (Reservatório 2) - 21,4mm

Rio Aricanduva (Av. Itaquera) - 20,8mm

Córrego Ipiranga - 16,6mm

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Lavras MG (Lago de Furnas) - comportamento 2013:

 

Dez12: 140 mm (-156mm)

 

Jan13: 500 mm (+228mm)

 

Fev13: 70 mm (-122mm)

 

Situação no meu ver preocupante , já que o reservatório já vinha em baixa, resta esperar março, sua normal é de 174 mm, caso tivermos uns 250mm, creio que será satisfatório, do contrario , não..!!

 

Carlos Dias, Furnas está com 49,7% de sua capacidade. Não é o ideal para a estação, mas também não é o fim do mundo.

 

No link abaixo vão as informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS

 

http://www.ons.org.br/tabela_reservatorios/conteudo.asp

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E sempre estranhei o cultivo de arroz no Rio Grande do Sul, pois me parece uma cultura tão

equatorial, dada a clima de monções...acho que o vinho combina muito mais, heheheheheh...

 

O que me impressiona é como isso virou sensação entre as vinícolas da Serra. Entre grandes, médias e pequenas, todas que puderam investiram em parreirais na Serra do Sudeste e na Campanha.

 

Muitas levam essas uvas para vinificação na Serra, mas a tendência é a instalação de vinícolas no Sul do estado.

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E sempre estranhei o cultivo de arroz no Rio Grande do Sul, pois me parece uma cultura tão

equatorial, dada a clima de monções...acho que o vinho combina muito mais, heheheheheh...

 

O que me impressiona é como isso virou sensação entre as vinícolas da Serra. Entre grandes, médias e pequenas, todas que puderam investiram em parreirais na Serra do Sudeste e na Campanha.

 

Muitas levam essas uvas para vinificação na Serra, mas a tendência é a instalação de vinícolas no Sul do estado.

 

Isso deve ter muito a ver com o período de chuvas e umidade elevada que acontece bem na época da colheita na Serra Gaúcha, ante o tempo mais seco no sul do estado.

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E sempre estranhei o cultivo de arroz no Rio Grande do Sul, pois me parece uma cultura tão

equatorial, dada a clima de monções...acho que o vinho combina muito mais, heheheheheh...

 

O que me impressiona é como isso virou sensação entre as vinícolas da Serra. Entre grandes, médias e pequenas,

todas que puderam investiram em parreirais na Serra do Sudeste e na Campanha.

 

Muitas levam essas uvas para vinificação na Serra, mas a tendência é a instalação de vinícolas no Sul do estado.

 

As melhores regiões vinícolas do Mundo com exceção de algumas regiões francesas e do Norte da Itália, de clima temperado oceânico,

e da Alemanha, de clima tipicamente temperado tendendo ao continental; ficam em regiões de clima mediterrâneo, que

nada mais é do que uma modalidade de clima subtropical que é uma transição entre o temperado e o tropical árido ou semi-árido.

Não existe esse tipo de clima no Brasil, pois o nosso clima subtropical é úmido, semelhante ao do Sudeste da China, pois fazemos fronteira

climática com o clima tropical úmido.

Mesmo assim, o Sul do Rio Grande do Sul tem tendências mediterrâneas, ou seja, verões quentes e relativamente secos

e invernos frios e úmidos; é subtropical pois não chega a apresentar um verão definitivamente seco, mas é o que mais se aproxima de

uma clima mediterrâneo, creio não haver região mais propícia ao cultivo do vinho em todo o País.

Na serra, a uva para vinhos finos que melhor se adaptou é a Merlot, mas no Sul do Estado a Cabernet Savignon encontra ambiente muito

mais propício que na própria serra!

Entretanto, os espumantes se dão bem na serra!

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Lavras MG (Lago de Furnas) - comportamento 2013:

 

Fev13: 70 mm (-122mm)

 

Carlos Dias, Furnas está com 49,7% de sua capacidade. Não é o ideal para a estação, mas também não é o fim do mundo.

 

No link abaixo vão as informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS

 

http://www.ons.org.br/tabela_reservatorios/conteudo.asp

 

Estes 49% me causaram estranheza , pois Furnas fechou janeiro com 32% e neste mes de Fev só choveu 70mm na região...como pode ter subido para 49%...Vou esperar 01/03, para ver o resultado final.

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Estes 49% me causaram estranheza , pois Furnas fechou janeiro com 32% e neste mes de Fev só choveu 70mm na região...como pode ter subido para 49%...Vou esperar 01/03, para ver o resultado final.

 

Os rios seguem alguma direção, é possível uma represa encher sem sequer ter chovido na região.

 

Abraços

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Lavras MG (Lago de Furnas) - comportamento 2013:

 

Fev13: 70 mm (-122mm)

 

Carlos Dias, Furnas está com 49,7% de sua capacidade. Não é o ideal para a estação, mas também não é o fim do mundo.

 

No link abaixo vão as informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS

 

http://www.ons.org.br/tabela_reservatorios/conteudo.asp

 

Estes 49% me causaram estranheza , pois Furnas fechou janeiro com 32% e neste mes de Fev só choveu 70mm na região...como pode ter subido para 49%...Vou esperar 01/03, para ver o resultado final.

 

Ah, se você gostou da brincadeira, vai gostar dessa outra também:

 

Acesse o link a seguir para fazer um comparativo histórico por regiões da federação.

 

1º você escolhe a região e

 

2º, depois selecione a "unidade de medida", que pode ser Mw/mês, Gw/horário ou % do valor máximo (que deve se referir às reservas, acredito eu) e

 

3º escolha o período (ano) e depois

 

4º escolha outro ano para efeito comparativo.

 

De resultado sai um gráfico e uma tabela.

 

A propósito, na comparação com 2012, 2013 realmente preocupa...

 

O link: http://www.ons.org.br/historico/energia_armazenada.aspx

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Estes 49% me causaram estranheza , pois Furnas fechou janeiro com 32% e neste mes de Fev só choveu 70mm na região...como pode ter subido para 49%...Vou esperar 01/03, para ver o resultado final.

 

Os rios seguem alguma direção, é possível uma represa encher sem sequer ter chovido na região.

 

Abraços

Já vi casos, aqui no Brasil, de cidades serem inundadas com sol, tempo firme, sem nenhuma chuva.

 

É que houve muita chuva rio acima e a enchente veio descendo...

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Melo, muito legal o site, desconhecia.

 

abraços

 

Legal pacas, né?

 

Nesse link dá para fazer todo o comparativo "por reservatório":

 

http://www.ons.org.br/historico/percentual_volume_util.aspx

 

Pelas informações, Furnas estava com 94% em janeiro/2012....

 

Abraços.

 

Este é tipo de link que eu nunca procurei, e agora eu me pergunto, porque não procurei ? ? :punish:

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Melo...incrivel o 2012 em Furnas...só de out pra frente que ddesabou.....valeu o link..!!

 

Incrível. Melo,

 

Links como este é desmistificam a quantidade de asneiras que somos submetidos.

 

O excesso de informação de regiões não importantes para geração de energia termoelétrica podem levar a formação equivocada da real situação dos reservatórios nacionais.

 

Abração

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Melo...incrivel o 2012 em Furnas...só de out pra frente que ddesabou.....valeu o link..!!

 

Incrível. Melo,

 

Links como este é desmistificam a quantidade de asneiras que somos submetidos.

 

O excesso de informação de regiões não importantes para geração de energia termoelétrica podem levar a formação equivocada da real situação dos reservatórios nacionais.

 

Abração

 

Outra questão que preocupa é o modelo de hidrelétricas imposto pelo ambientalismo: usinas operadas "a fio d'água", sem reservatórios.

 

O risco das usinas sem reservatórios

 

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-risco-das-usinas-sem-reservatorios

 

Abraços.

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Melo, reli minha mensagem (ficou cheia de imprecisão)

 

sem problemas o teu link matou a pau

 

Essa involução cria fatores complicados de segurança.

 

Realmente, estamos em um grave processo de involução

 

Coisas assim é que fazem o fórum de leitura agradável.

 

Abraços

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Incrível. Melo,

 

Links como este é desmistificam a quantidade de asneiras que somos submetidos.

 

O excesso de informação de regiões não importantes para geração de energia termoelétrica podem levar a formação equivocada da real situação dos reservatórios nacionais.

 

Abração

 

Outra questão que preocupa é o modelo de hidrelétricas imposto pelo ambientalismo: usinas operadas "a fio d'água", sem reservatórios.

 

O risco das usinas sem reservatórios

 

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-risco-das-usinas-sem-reservatorios

 

Abraços.

Não sou especialista no assunto, acompanho como leigo, mas acho que falta bom senso neste debate.

De um lado, o governo impondo projetos "goela abaixo" sem o necessário debate, sem pensar no futuro (Em todos os aspectos, mão só o energético), de outro os ambientalistas mais radicais.

 

É necessário separar o que é restrições sérias de pessoas que estudam o problema e tentam antecipar problemas futuros daqueles que são contra por ser contra.

 

Aqui na capital paulista somos vítimas de muitas decisões quase unilaterais tomadas no passado e criaram problemas quase insolúveis 70, 80, 90 anos depois.

Um exemplo gritante é o problema das enchentes hoje.

 

Existem publicações com os debates que ocorreram nas primeiras décadas do século XX, sobre o aproveitamento das várzeas dos principais rios paulistanos.

Hoje sabemos que as soluções adotadas foram as piores, resultando em problemas praticamente insolúveis atualmente na capital paulista.

E na época já havia técnicos propondo soluções que, sabemos hoje, teriam causado muito menos problemas. Eram os críticos da época...

 

A impressão que eu tenho é que no problema energético brasileiro ocorre o mesmo. Só se pensa em resolver o agora. Não vejo ninguém do lado do governo, empresarial, formadores de opinião, etc, pensando e analisando com calma quais as consequências que decisões tomadas agora terão daqui a 50, 60 anos. :sad:

Estão querendo fazer hidroelétricas em tudo quanto é canto pensando só no hoje, alagando terras férteis a torto e a direito, alterando regimes de rios, mudando seus cursos... E as consequências futuras?

Vamos deixar "pepinos" para as próximas gerações, como ocorreu em Sampa?

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Não sou especialista no assunto, acompanho como leigo, mas acho que falta bom senso neste debate.

De um lado, o governo impondo projetos "goela abaixo" sem o necessário debate, sem pensar no futuro (Em todos os aspectos, mão só o energético), de outro os ambientalistas mais radicais.

 

É necessário separar o que é restrições sérias de pessoas que estudam o problema e tentam antecipar problemas futuros daqueles que são contra por ser contra.

 

Aqui na capital paulista somos vítimas de muitas decisões quase unilaterais tomadas no passado e criaram problemas quase insolúveis 70, 80, 90 anos depois.

Um exemplo gritante é o problema das enchentes hoje.

 

Existem publicações com os debates que ocorreram nas primeiras décadas do século XX, sobre o aproveitamento das várzeas dos principais rios paulistanos.

Hoje sabemos que as soluções adotadas foram as piores, resultando em problemas praticamente insolúveis atualmente na capital paulista.

E na época já havia técnicos propondo soluções que, sabemos hoje, teriam causado muito menos problemas. Eram os críticos da época...

 

A impressão que eu tenho é que no problema energético brasileiro ocorre o mesmo. Só se pensa em resolver o agora. Não vejo ninguém do lado do governo, empresarial, formadores de opinião, etc, pensando e analisando com calma quais as consequências que decisões tomadas agora terão daqui a 50, 60 anos. :sad:

Estão querendo fazer hidroelétricas em tudo quanto é canto pensando só no hoje, alagando terras férteis a torto e a direito, alterando regimes de rios, mudando seus cursos... E as consequências futuras?

Vamos deixar "pepinos" para as próximas gerações, como ocorreu em Sampa?

 

Aldo Santos, então empatamos, eu também não sou especialista, hehehe.

 

A ocupação das tropicais várzeas de Sampa e do resto do Brasil foi um grande erro mesmo. As enchentes decorrem disso e também da impermebealização do solo. E tudo isso resultou na falta de planejamento urbano. Na verdade a urbanização em Sampa e no resto do Brasil ficou "aos cuidados" da especulação imobiliária.

 

Por outro lado, mesmo levando em conta a importância das várzeas, a falta de novos reservatórios energéticos poderá - segundo o autor do link postado acima - gerar seríssimos problemas para o país.

 

O autor deixa claro: as fontes de energia ditas "alternativas" vão crescer muito em produção doravante. O problema é que essas fontes não são passíveis de se estocar. Ou seja, não se estoca energia fotovoltaica, eólica, etc. Então, a "equação" citada pelo autor é mais ou menos assim: quanto maior for a produção de energias "alternativas", aumentando a sua importância na produção/consumo nacional, maior será a necessidade de se estocar energia. Esse estoque, essa segurança, deverá compensar a falta de ventos (no caso das eólicas), o período noturno e a atmosfera encoberta (no caso da fotovoltaica) e também o período de seca (no caso das próprias hidrelétricas).

 

E sempre lembrando: no futuro, daqui a 50 ou 60 anos e além, a matriz energética do Brasil e do mundo deverá ser múltipla, vai acabar o predomínio de uma única fonte sobre as outras. Desse modo, a longo prazo vamos precisar do uso intenso de todas as fontes disponíveis ao mesmo tempo. Incluindo aí as atualmente tidas por "prevalentes", bem como as "alternativas". E mesmo tudo isso junto aí misturado, vamos ter que rezar para que as necessidades sejam atendidas. Tudo porque o consumo energético cresce a uma velocidade muito superior à da população e do PIB em todo o mundo.

 

A partir daí até dá para partir para um questionamento desse processo baseado no crescimento econômico e do consumo. Mas aí a coisa acaba derivando para outras "paragens", afinal os países hoje tidos por desenvolvidos jamais iriam abrir mão da dianteira e do poder em prol da ecologia. Talvez eles prefiram que esse "sacrifício" sobre somente para nosotros, hehehe.

 

Tá vendo, já divaguei... :mail:

 

Abraços!

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Perguntinha chata: :laugh:

 

Será que, mesmo aqui no Patropi, essa prevalência do modelo hidroelétrico é sustentável no longo prazo (50, 60, 70 anos)?

 

O potencial do SE, sul e NE já está quase todo explorado. Tenho impressão que o que resta nessas regiões é percentualmente pouco.

 

Será a que todos os rios terão que virar um Tietê?

Explicando: O Tietê atualmente não é mais um rio... É uma represa emendada na outra... O rio Grande (Divisa SP/MG) idem... O Paranaíba...

Até o rio Jequitinhonha no NE mineiro caminha para isso, com a barragem de Irapé. E mesmo assim não parece suficiente a longo prazo...

 

Na Amazônia, o Tapajós e tributários, Xingu, o trecho encachoeirado do Madeira (Sto Antônio, Jirau)... Quase todo o resto são rios de planície...

 

Também divaguei... :pleasantry:

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Perguntinha chata: :laugh:

 

Será que, mesmo aqui no Patropi, essa prevalência do modelo hidroelétrico é sustentável no longo prazo (50, 60, 70 anos)?

 

O potencial do SE, sul e NE já está quase todo explorado. Tenho impressão que o que resta nessas regiões é percentualmente pouco.

 

Será a que todos os rios terão que virar um Tietê?

Explicando: O Tietê atualmente não é mais um rio... É uma represa emendada na outra... O rio Grande (Divisa SP/MG) idem... O Paranaíba...

Até o rio Jequitinhonha no NE mineiro caminha para isso, com a barragem de Irapé. E mesmo assim não parece suficiente a longo prazo...

 

Na Amazônia, o Tapajós e tributários, Xingu, o trecho encachoeirado do Madeira (Sto Antônio, Jirau)... Quase todo o resto são rios de planície...

 

Também divaguei... :pleasantry:

 

Boa questão! No caso de Belo Monte, os planos originais incluíam um reservatório. Eles redimensionaram o projeto para fio d'água justamente para o projeto ser aprovado pelo Ibama. Acho que o mesmo aconteceu com Sto Antônio e Jirau...

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Boa questão! No caso de Belo Monte, os planos originais incluíam um reservatório. Eles redimensionaram o projeto para fio d'água justamente para o projeto ser aprovado pelo Ibama. Acho que o mesmo aconteceu com Sto Antônio e Jirau...

Tenho um palpite (Posso estar errado...) que aí também entra custo...

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Boa questão! No caso de Belo Monte, os planos originais incluíam um reservatório. Eles redimensionaram o projeto para fio d'água justamente para o projeto ser aprovado pelo Ibama. Acho que o mesmo aconteceu com Sto Antônio e Jirau...

Tenho um palpite (Posso estar errado...) que aí também entra custo...

 

Dentro dessa polêmica de custo, tem gente aí que considera o projeto original (reservatório de 1225 Km2) como única possibilidade satisfatória.

 

O projeto atual conta com apenas 400 Km2.

 

Do ponto de vista desse pessoal, o regime hidrológico - com seca acentuada - vai tornar o investimento anti-econômico.

 

http://www.brasilengenharia.com/portal/images/stories/revistas/edicao579/Art_Barragensp75.pdf

 

Bom, aí os investidores devem estar rasgando dinheiro. Será?

 

A alegação dos responsáveis pelo projeto atual é que a carga máxima de produção de energia elétrica de Belo Monte vai ser formidável no pico e que isso vai contribuir para poupar os reservatórios do Sudeste. Desse modo, indiretamente Belo Monte acrescenta produção no sistema ao mesmo tempo em que aumenta a segurança dos estoques energéticos de outras regiões.

 

Nesse momento mesmo, vendo o baixo nível das usinas do Sudeste/Centro-Oeste, dá até um alívio em ver que outras usinas estão saindo do papel, mesmo a fio d'água. O problema parece que vai ser é a falta desses reservatórios daqui a um par de décadas. Que falta eles vão fazer "lá na frente" eu não tenho ideia...

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Realmente, é inegável que estamos sofrendo as consequências da falta de investimento no setor elétrico desde, pelo menos, a década de 80.

 

Por outro lado, vi críticas de técnicos (Não ligados a organizações ambientalistas, diga-se) sobre a viabilidade de Belo Monte, logo que se tornaram públicos os projetos.

 

A argumentação foi justamente a grande oscilação na vazão do rio Xingu durante o ano. Originário do Mato Grosso, ele sofre os efeitos do longo período de seca, característico da região.

Segundo esses técnicos, mesmo com o projeto original, Belo Monte operaria a plena carga apenas 5 a 6 meses por ano, com um custo total de construção por volta dos R$ 30 bi.

Segundo dados coletados, em todo o periodo de observação, a vazão do rio variou de 700 m³ (Na pior seca) a 25.000 m³ por segundo (No ano mais chuvoso).

Segundo esse pessoal, seriam necessários novos reservatórios rio acima para regularizar a vazão, mesmo caso de Sobradinho.

 

A função do lago de Sobradinho é menos gerar energia e mais, principalmente, regular a vazão do rio São Francisco para garantir a geração das usinas de Moxotó, Paulo Afonso, Xingó...

 

Segundo vi publicado, o projeto original do aproveitamento do Xingu, da época dos militares, era construção de uma série de grandes represas ao longo do rio...

 

É uma discussão complicada, que vai longe...

 

Agora, como você disse, nem loucos rasgam dinheiro, que dirá investidores... :sarcastic:

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Segundo vi publicado, o projeto original do aproveitamento do Xingu, da época dos militares, era construção de uma série de grandes represas ao longo do rio...

 

É uma discussão complicada, que vai longe...

 

Agora, como você disse, nem loucos rasgam dinheiro, que dirá investidores... :sarcastic:

 

Olha, a boca (não tão) pequena, parece que o pessoal da Eletrobras tem mesmo planos para outras usinas à montante de Belo Monte, talvez eles contem com isso para uma regularização do fluxo. Já imagino a grita...

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Talvez seja viável a longo prazo fazer a transposição de alguns rios da Amazônia para o Centro-Oeste.

 

A minha intuição diz que isso é mais barato que extensas linhas de transmissão.

 

Nossa, nunca imaginei isso. Se bem que esses sistemas de transposição aí são dimensionados só pra irrigação, não para a geração de energia.

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Achei o que procurava...

 

Xingu pode ter mais quatro usinas

Enviado por luisnassif, sex, 15/04/2011 - 13:36

Belo Monte será apenas mais uma no Xingu

 

Por Lilian Milena, no Brasilianas.org

Da Agência Dinheiro Vivo

 

O Conselho Nacional de Política Energética assegura que Belo Monte será a única usina hidrelétrica construída na bacia do rio Xingu. Mas o professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP e ex-assessor do Ministério de Minas e Energia, Célio Bermann, afirma que o empreendimento não será viável sem a construção de mais quatro usinas na mesma região, necessárias para aumentar a vazão das águas e, portanto, à produção energética de Belo Monte.

 

O projeto atual da hidrelétrica prevê uma capacidade de produção igual a 11 mil MW/h. Para se ter ideia o potencial instalado de Itaipu, atualmente a maior usina hidrelétrica do mundo, é de 14 mil MW/h. O problema, explica o professor, é que a capacidade de Belo Monte só poderá ser aproveitada durante 4 meses do ano, quando o volume de águas é maior, em decorrência do regime de chuvas. No restante do ano, a hidrelétrica oferecerá 1 mil MW/h, portanto 10% do seu poder original. Logo, a capacidade instalada média anual será de 4500 MW, que corresponde a 39%, abaixo da medida de produção das demais usinas do país, de 55%.

 

 

“Há uma concepção que procura atender a questão ambiental e acaba penalizando o projeto. Assim, a regulamentação da vazão não será conseguida sem construírem quatro usinas acima do Rio Xingu”, completa.

 

O professor afirma não ser contra a utilização do potencial hidrelétrico da região Norte do país e defende a rediscussão do projeto de Belo Monte, colocando as questões sociais e ambientais à frente da necessidade de atender a demanda energética das indústrias de base, que hoje respondem por 30% do consumo de energia elétrica do país.

 

Acompanhe a entrevista.

 

O PDE estima que em 2030 teremos que dobrar a produção de energia para poder acompanhar a demanda. Sabemos, ao mesmo tempo, que 50% do potencial hidrelétrico do país está concentrado na região Norte, na Amazônia, como poderemos resolver isso sem construir usinas do porte de Belo Monte?

 

A demanda é caracterizada, principalmente pelo aumento do desempenho econômico, da produção, de setores industriais que consomem muita energia – estou falando em cimento, aço, alumínio, ferro ligas, papel e celulose, que são os setores que consomem hoje 30% da energia consumida no Brasil. Se eles crescem, puxam a demanda. Portanto, essa previsão se dá em função, principalmente, da economia brasileira e de sua natureza intensiva em energia, e não por um aumento da capacidade do poder aquisitivo da população em função da melhoria da rende e da melhor qualidade de vida.

 

Logo, a questão deveria ser: será que vamos precisar mesmo aumentar a capacidade de produção até 2030? Ou a atitude mais adequada é rever o perfil industrial brasileiro? Não estou falando em fechar essas indústrias, mas todas elas têm previsão de crescimento que puxa a nova demanda.

 

Se pensarmos, até 2030, teríamos tempo para rever esse modelo?

Realmente a mudança não pode ser feita do dia para a noite. Mas nós estamos falando num horizonte de 20 anos, 2030. A política industrial no Brasil simplesmente deixa de realizar esse debate profundamente, de extrema dependência da produção industrial brasileira, baseada em bens primários de baixo valor agregado, que demandam muita energia. E aí a opção da hidroeletricidade dos rios da Amazônia passa a ser apresentada como a melhor dentre outras que poderiam ser verificadas.

 

Devemos reorientar nossa economia de forma a reduzir a necessidade de novos investimentos para a construção de plantas de geração de energia elétrica. No caso, a hidroelétrica é considerada a fonte com menor custo de geração – esse tem sido o ponto de vista que norteia os leilões de energia e toda a política de expansão da oferta, atualmente colocada em prática pelo governo Lula e governo Dilma.

 

Esta energia produzida numa região de fragilidade ambiental e social, como é o caso da Amazônia, se for tratada de forma adequada, em que os investimentos necessários para reduzir o processo inevitável da degradação ambiental e deslocamento compulsório das populações, forem efetivamente feitos, vai acabar resultando num custo que acaba tornando competitiva outras fontes de energia, inclusive as fontes chamadas de alternativa.

 

E qual seria essa conta?

 

De forma nenhuma eu tenho a posição de que não vamos construir usinas hidrelétricas na região amazônica, mas há necessidade de incorporar nesse investimento as questões de ordem ambiental e social que não são levadas em consideração.

 

O que quero dizer com isso é que algumas usinas hidrelétricas na Amazônia poderão ser feitas desde que tenham maior rigor às questões sociais e ambientais, lembrando que os custos que envolvem uma gestão adequada do rio, da manutenção da biodiversidade, o deslocamento compulsório das populações, variam de situação.

 

Chegando nesse ponto dos custos, as empresas que abandonaram o projeto dizem que a ordem de grandeza é de 30 bilhões e o PDE estima o custo total em 20 bilhões. Isso significaria que o custo da energia seria equivalente a quanto?

 

O custo de Belo Monte, o valor do leilão foi da ordem de 78 reais o 1000 kW/h, preço vencedor no leilão que tem 49% de participação da Chesf. E agora tem toda uma discussão de reorganização do consórcio, com a saída da Bertin. Mas basicamente são principalmente essas indústrias elétrico-intensivas que estão buscando essa participação, com um custo de energia que não vai cobrir o investimento.

 

Para conseguir superar isso, o governo determinou, em novembro do ano passado, que a Eletrobrás, empresa pública, comprasse a energia produzida em Belo Monte há um preço de 120 reais o MW/h. E esse sobre-custo será pago pelo tesouro nacional. O empreendimento foi colocado num patamar, no eleição, absolutamente irreal. Fazendo as contas se descobriu que era inviável o empreendimento. A estratégia foi, portanto, determinar que a Eletrobrás seja compradora da energia e com isso assegurar a rentabilidade do investimento. O sobre-custo, vai cair nas costas de quem? Das empresas de transmissão, de distribuição, aos consumidores finais? Essa é uma questão que não está determinada, mas no meu ver vai recair sobre o consumidor final.

 

Voltando a questão onde disse que existe uma necessidade de revisão do modelo industrial brasileiro. Belo Monte terá um potencial de 11 mil MW, apenas atrás de Itaipu, que produz 14 mil MW. Se não conseguirmos fazer essa revisão em 20 anos e de fato precisarmos construir usinas de grande porte para atender a demanda, Belo Monte não será importante para matriz nacional?

 

O problema central de Belo Monte é que ela tem uma capacidade de 11 mil MW, o que o projeto indica, mas que só estará disponível 4 meses por ano. A camada de energia que está disponível para geração ao longo de todo o ano chega no mês de outubro a um pouco mais de 1 mil MW, porque o empreendimento não tem a regularização da vazão, não é um grande reservatório que acumula água independente do regime hidrológico. Há uma concepção que procura atender a questão ambiental e acaba penalizando o projeto. Assim, a regulamentação da vazão não será conseguida sem construírem quatro usinas acima do Rio Xingu.

 

E você acha que isso acabará acontecendo?

 

Acho que é inevitável para poder assegurar a economicidade do aproveitamento. Eu me bati na época pela redução do porte de Belo Monte de forma a adequar a capacidade de geração para todo o ano. Isso não foi considerado.

 

No final das contas se o projeto original de reservatório e 1.200 km2 fosse mantido, seria melhor?

O problema não é o tamanho. O reservatório inicialmente estimado, de 1.200 km2, foi reduzido para 516 km2, embora na licitação o valor é de 628 km2. Aliás, um ponto que não foi explicado, é por que o Estudo de Impacto Ambiental indica uma dimensão (516 km2) e a licitação da obra, o leilão ocorreu, foi realizada com outra indicação de tamanho de reservatório (628 km2).

 

Bom, mas voltando ao problema de vazão, isso acontece porque serão construídos dois canais cujo volume de terra será equivalente a um Canal do Panamá. É uma questão de engenharia, de física, a água que inicialmente iria cobrir essa extensão de 1.200 kn2 será engolida por esses canais, por isso a redução da área reservatório em praticamente metade.

 

Isso resolver parte do problema ambiental, mas não resolve problema da regularização da vazão que só é obtida com um barramento que segure a água rio acima e libere essa água de forma regular durante o ano todo rio abaixo. Vai depender, simplesmente, do regime de chuvas. E a gente sabe que chove muito na região de outubro, janeiro, fevereiro e março, porque nós estamos num rio cujo o manancial é do Planalto Central, então a chamada complementação hidrológica com os rios da Amazônia também é uma ficção do governo, não é tão acentuada.

 

A construção de Belo Monte vai ser muito pouco significativa para o sistema, em função do regime hidrológico. Mas, ao mesmo tempo em que há essa capacidade de geração durante esses quatro meses de alta pluviosidade, vai chegar os meses de setembro, outubro, e a água para geração de energia elétrica vai poder rodar apenas 1 mil MW, não mais do que isso, ou seja 10% da capacidade inicialmente instalada.

 

Um argumento utilizado pelo governo, é a tal da capacidade instalada média de 4000 a 4500 MW de potencial, calculado para apresentar a produção anual de Belo Monte, que corresponde a 39% da capacidade instalada que a usina terá. Mas isso também é uma situação inadequada.

 

*A capacidade média de produção das usinas hidrelétricas brasileiras é de 55% em relação ao potencial nelas instalado.

 

Daí a gente partiria para a ideia de outros empreendimentos para complementar a oferta de energia durante o ano, por exemplo, usinas termelétricas?

 

Não. São quatro usinas hidrelétricas que estão previstas para serem construídas acima, que o Conselho Nacional de Política Energética afirmou, numa resolução que foi tomada há dois anos, de que só iria construir Belo Monte. Mas sabemos que essas decisões podem ser mudadas.

 

Essas outras usinas vão regularizar a vazão, não complementar o sistema, para que a capacidade instalada de Belo Monte possa ser usada de uma forma mais regular do que o projeto de uma só usina. O problema é social, porque essa região em que está sendo prevista outras usinas é a área de ocupação indígena.

 

A oposição indígena hoje a Belo Monte, também se dá em função da previsão de que a primeira usina será o início de outras que vão, fatalmente, colocar em questão o modo de vida da população indígena daquelas populações. A manifestação da OEA [Organização dos Estados Americanos] é justamente em relação a isso. A avaliação hoje é que algo em torno de 25 mil pessoas vão ser deslocadas pelo empreendimento de Belo Monte. E não há nenhuma sinalização para onde essas populações serão realocadas e se vão receber indenização, porque a indenização só é assegurada aos proprietários de terra e 80% dessa população é posseiro e não tem regularização da propriedade.

 

Esta é uma situação acaba limitando a possibilidade de uma exploração adequada do potencial hidrelétrico brasileiro.

 

Você disse que não é de todo contra o aproveitamento do potencial hidrelétrico do Norte. Tem algum lugar em que entende que seria possível aproveitar esse potencial sem os problemas ocorridos em Belo Monte?

 

Todos os projetos hidrelétricos vão fatalmente resultar em conflitos. O problema é como esses conflitos serão gerenciados, de que forma o pleito dessas populações atingidas vai ser incorporado, se haverá uma política, que não é de estado, mas dá empresa que assume o compromisso de fazer os investimentos para redução da perda de biodiversidade, do gerenciamento adequado do reservatório e o assentamento e recuperação de vida dessas populações.

 

Fazendo a consideração adequada das questões ambientais e sociais, afinal de contas a energia que vai ser gerada, que pode satisfazer a demanda de indústrias ou, eventualmente, da população, significa a perda das condições de vida da população. Não podemos reproduzir a situação de décadas de descompromisso dessa população.

 

Não a toa existe o Movimento dos Atingidos pelas Barragens (MAB)...

 

O MAB procura de forma organizada solucionar esses problemas, mas a situação ainda é extremamente dificultosa. O passivo ambiental hoje das hidrelétricas envolve população desassistida que vivia bem antes das barragens, mas hoje depende de cestas básicas para se manter, em situação absolutamente condenável do ponto de vista dos direitos humanos.

 

O professor diz que a indústria utiliza intensivamente a energia. Como o Brasil, ainda na sua qualidade de continuar fundamentando sua economia em produtos básicos, não muito industrializados, pode usar com menos intensidade a sua energia?

No início você também comentou que demoraria muito para o Brasil reorganizar a sua indústria. Vamos relembrar o que o Japão fez com a sua indústria da década de 1970, início da década de 1980. O governo desse país, na segunda crise do petróleo, em que uma parte considerável da sua indústria de energia elétrica era produzida de derivado de petróleo, reuniu a empresa de alumínio, os trabalhadores e iniciou um processo de fechamento dessas indústrias. O Japão, no começo dos anos 1980, tinha uma capacidade de produção de alumínio igual ou similar ao que temos hoje no Brasil, para se ter ideia.

 

Mas se nós fecharmos de repente...

 

Mas eles fecharam de repente. O governo japonês criou condições para requalificação da mão de obra que trabalhava nessas usinas e empresas que produziam 1,6 milhão de toneladas de alumínio e que foram fechadas num curto espaço de tempo.

 

Foi um entendimento de que não era mais possível manter uma produção intensiva em eletricidade com um custo de geração proibitivo. Eles buscaram satisfazer as necessidades de alumínio primário importando de outros países. Os japoneses vieram para o Brasil e se instalaram na hidrelétrica de Tucuruí, na Albrás. Então claro que houve uma estratégia definida do governo japonês e conduzida pelas empresas do setor de alumínio daquele país importar matéria bruta, e produzir produtos de maior valor agregado. Essa ação pode também ser conduzida, se houver vontade política, no Brasil.

 

Há necessidade de aumentar no país investimentos em pesquisa e desenvolvimento de forma que o Brasil ganhe condições de produzir bens de maior valor agregado para consumo doméstico e para exportação.

 

O Japão não é rico em minérios quanto o Brasil, e mais cedo ou mais tarde teria que fazer essa modificação. Agora se o Brasil fizer essa mudança drasticamente terá que comprar de alguém o produto primário...

 

Nós temos uma capacidade de produção anual de 1,6 milhão toneladas, 70% sendo importada. Se nós precisamos aumentar nosso valor agregado, temos o minério, temos a bauxita, temos as refinarias para produzir alumina. Logo não vamos gastar dinheiro para importar. Não temos necessidade.

 

No quadro mundial prejudicaremos outros países, então?

De certa forma estamos subordinados a uma lógica de globalização que nos faz permanecer como um país rico em recursos naturais, com uma disponibilidade de hidroeletricidade elétrica invejável para produzir bens primários de baixo valor agregado. Essa é perspectiva para um projeto de país? E nenhum dos governos anteriores apontou para perspectiva de mudar, nem mesmo o governo Lula, e agora o governo Dilma. Fiz uma avaliação da política de bens primários de 2002 a 2009, e o período Lula foi um que aumentou substancialmente a produção de bens primários para a exportação.

 

Vi que em algumas entrevistas o senhor sugere como forma de reduzir a necessidade de construir mais hidrelétricas a diminuição de perdas no sistema. Como seria isso?

Na verdade isso acabou aparecendo em algumas publicações, que eu estaria indicando que não precisamos construir novas usinas reduzindo perdas no sistema. Não é bem assim. Temos hoje, no Brasil, perda da produção de energia elétricas de 15%, porque passa pelo sistema de transmissão, à grandes distâncias, chega às subestações, depois é distribuída nos centros urbanos. Nos países como Estados Unidos e Japão as perdas são entre 7% e 8%.

 

Mas nós não podemos imaginar reduzir as perdas para 7% numa situação como a brasileira, em que as usinas estão muito distancias do lugar de consumo, em especial as usinas hidrelétricas que satisfazem 75% da demanda elétrica. Enquanto que esses países instalam usinas termelétricas, localizadas próximas dos centros urbanos e industriais.

 

O governo sabe dessa perda de 15%. O que deveria ser feito no Brasil é um programa onde a ANEEL [Agência Nacional de Energia Elétrica] seria responsabilizada pelo diagnóstico profundo de onde e como ocorrem essas perdas. Se conseguíssemos reduzir para 10%, ganharíamos obviamente 5%, ou o equivalente a, aproximadamente, uma usina hidrelétrica de 3,5 mil MW/h instalado. Não é isso que irá resolver o problema da demanda, mas vai atenuar com o investimento que é um quarto do que é necessário para construir uma nova usina, calculo

 

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/xingu-pode-ter-mais-quatro-usinas

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Eu diria que existem alguns projetos realmente mirabolantes...

 

Tinha conhecidos na área de geologia que, por circunstâncias da vida (Mudanças de emprego minha e deles, etc), perdi contato.

Por eles, fiquei sabendo que existia um projeto (Real) de reverter o curso do rio Juquiá Guaçu e trazer água do rio Ribeira para Sampa.

Significava trazer um volume de água enorme, subindo mais de 750 m de altitude.

 

Não é maluquice não. Este projeto existia mesmo (No âmbito do governo paulista) embora, ao que eu saiba, nunca tenha se tornado público... Não sei se foi abandonado ou está apenas hibernando...

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Melo, adorei este último link.

 

Creio que o melhor é construir a barragem e deixar o reservatório "ajeitado" para a "expansão" futura.

 

Simultaneamente iniciar o "debate" de usina nuclear em Belém do Pará.

 

Quanto a transposição só conheço a Billings para alimentar a usina Henry Bolder em Cubatão e fornecer água para o ABC e parte de São Paulo.

 

Sempre é possível.

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Melo, adorei este último link.

 

Creio que o melhor é construir a barragem e deixar o reservatório "ajeitado" para a "expansão" futura.

 

Simultaneamente iniciar o "debate" de usina nuclear em Belém do Pará.

 

Quanto a transposição só conheço a Billings para alimentar a usina Henry Bolder em Cubatão e fornecer água para o ABC e parte de São Paulo.

 

Sempre é possível.

 

Tem razão, Mafili, tinha me esquecido desse caso clássico, hahaha...

 

E esse negócio de usina nuclear em Belém?

 

Será que não é outra Belém?

 

http://jeremoaboagora.com.br/noticias/politica/1647

Edited by Guest
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Eu diria que existem alguns projetos realmente mirabolantes...

 

Tinha conhecidos na área de geologia que, por circunstâncias da vida (Mudanças de emprego minha e deles, etc), perdi contato.

Por eles, fiquei sabendo que existia um projeto (Real) de reverter o curso do rio Juquiá Guaçu e trazer água do rio Ribeira para Sampa.

Significava trazer um volume de água enorme, subindo mais de 750 m de altitude.

 

Não é maluquice não. Este projeto existia mesmo (No âmbito do governo paulista) embora, ao que eu saiba, nunca tenha se tornado público... Não sei se foi abandonado ou está apenas hibernando...

 

Boa essa. Pode ser que esteja hibernando mesmo, porque do jeito que as bacias hidrográficas de São Paulo estão ficando...

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Achei o que procurava...

 

Xingu pode ter mais quatro usinas

Enviado por luisnassif, sex, 15/04/2011 - 13:36

Belo Monte será apenas mais uma no Xingu

 

No quadro mundial prejudicaremos outros países, então?

De certa forma estamos subordinados a uma lógica de globalização que nos faz permanecer como um país rico em recursos naturais, com uma disponibilidade de hidroeletricidade elétrica invejável para produzir bens primários de baixo valor agregado. Essa é perspectiva para um projeto de país? E nenhum dos governos anteriores apontou para perspectiva de mudar, nem mesmo o governo Lula, e agora o governo Dilma. Fiz uma avaliação da política de bens primários de 2002 a 2009, e o período Lula foi um que aumentou substancialmente a produção de bens primários para a exportação.

 

Essa é a grande pergunta de 1 milhão de dólares do momento!!!

 

Por que de uma década pra cá estamos num processo de primarização da pauta de exportações?? Por que a indústria vem perdendo espaço rapidamente no PIB depois de todo o esforço realizado nos anos 70 para industrializar o país?

 

1) Foi a explosão do preço das commodities aliada a enorme demanda Chinesa que provocou esse fenômeno?

2) Foi a entrada da China na OMC em 2001, causando competição forte demais para nossa indústria incapaz de reagir?

3) A Falta de políticas macroeconômicas adequadas, além do histórico de baixo investimento do Estado Brasileiro, que inclusive vem caindo mais nos últimos anos, provocando o chamado custo Brasil?

4) A Indústria brasileira se "acostumou" aos altos subsídios dados pelo governo nas décadas de 70 e 80, aliados ao mercado fechado para os importados, e não tem capacidade de inovação?

4) Todas as alternativas anteriores? :sarcastic:

 

Sds.

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Achei o que procurava...

 

Xingu pode ter mais quatro usinas

Enviado por luisnassif, sex, 15/04/2011 - 13:36

Belo Monte será apenas mais uma no Xingu

 

No quadro mundial prejudicaremos outros países, então?

De certa forma estamos subordinados a uma lógica de globalização que nos faz permanecer como um país rico em recursos naturais, com uma disponibilidade de hidroeletricidade elétrica invejável para produzir bens primários de baixo valor agregado. Essa é perspectiva para um projeto de país? E nenhum dos governos anteriores apontou para perspectiva de mudar, nem mesmo o governo Lula, e agora o governo Dilma. Fiz uma avaliação da política de bens primários de 2002 a 2009, e o período Lula foi um que aumentou substancialmente a produção de bens primários para a exportação.

 

 

Essa é a grande pergunta de 1 milhão de dólares do momento!!!

 

Por que de uma década pra cá estamos num processo de primarização da pauta de exportações?? Por que a indústria vem perdendo espaço rapidamente no PIB depois de todo o esforço realizado nos anos 70 para industrializar o país?

 

1) Foi a explosão do preço das commodities aliada a enorme demanda Chinesa que provocou esse fenômeno?

2) Foi a entrada da China na OMC em 2001, causando competição forte demais para nossa indústria incapaz de reagir?

3) A Falta de políticas macroeconômicas adequadas, além do histórico de baixo investimento do Estado Brasileiro, que inclusive vem caindo mais nos últimos anos, provocando o chamado custo Brasil?

4) A Indústria brasileira se "acostumou" aos altos subsídios dados pelo governo nas décadas de 70 e 80, aliados ao mercado fechado para os importados, e não tem capacidade de inovação?

4) Todas as alternativas anteriores? :sarcastic:

 

Sds.

 

A princípio eu "chutaria" em "todas as alternativas anteriores" , hehehe...

 

* Mas a 4 mostra um dado "histórico", os subsídios e o mercado fechado ficaram para trás, há muito tempo. Então as indústrias brasileiras não estão mais "acostumadas" à proteção. Muitíssimo pelo contrário. Aliás, ao contrário do que propunha Frederick List (economista alemão do século XIX) o Brasil se escancarou para a competição internacional antes de conquistar eficiência produtiva inigualável. O List foi muito bem recebido nos EUA, onde eles fizeram a coisa certa ainda no século XIX: primeiro conquistaram uma produtividade inigualável na indústria e depois disso, somente depois disso, abriram o seu mercado e pregaram para o resto do mundo o "evangelho do liberalismo". Tal e qual os britânicos fizeram antes. Espertaços eles...

 

* A 3 é um dado ao meu ver histórico também. O Estado foi arrebentado nas últimas décadas. Em termos macroeconômicos, a dívida pública/PIB caiu de algo próximo a 60% até 2002 e agora está abaixo de 35%. Tem que cair mais e está caindo. E o Estado começa a investir e infra-estrutura. Mas descobre que o passivo na infra-estrutura é gigantesco, que a iniciativa privada vai ter que entrar no jogo através de concessões. É o que vai acontecer. O problema é que até aqui, tudo recai nos ombros do BNDES, os grandes bancos privados brasileiros assobiam e saem de fininho.

 

* 1 e 2 são incontestáveis.

 

Mas a verdade é que falta mesmo uma política industrial de longo prazo, uma ação para desenvolver tecnologias e indústrias de capital nacional.

 

Um dos entraves para isso é o velho e bom "complexo vira-latas" do brasileiro. Por exemplo: na nossa constituição foi gravado que o capital estrangeiro não pode ser discriminado, que tem que receber o mesmo tratamento que o capital nacional. Um exemplo de cordura, lindo de morrer. Mas que nunca foi adotado pelo Reino Unido, pela França, pelos EUA, pelo Japão, pela Coréia do Sul...

 

O cara da CAOA tem umas ideias de construir uma marca brasileira de automóveis. Já imagino a perseguição que ele vai sofrer dos vira-latas do Brasil. Aqui nada pode dar certo. Enfim, divaguei de novo....

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A hora de repensar os reservatórios de hidrelétricas

Luis Nassif

 

Coluna Econômica

 

Vamos retomar a questão dos reservatórios em usinas.

 

Antes de Belo Monte, houve abusos extremos contra o meio ambiente, na usina de Balbina. Imensos lagos inundaram enormes áreas de mata.

 

Houve a grita dos movimentos ambientalistas, uma ação mais firme do Ministério Público Federal, maior rigor do IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente), da Funai (Fundação Nacional do Índio).

 

A partir daí, no entanto, o pêndulo virou de forma perigosa.

 

Decisões de política pública não são neutras nem indolores. São escolhas. Como tal, cabe à política pública buscar o ótimo, a compatibilização ideal entre as várias prioridades.

 

***

 

No caso dos reservatórios de hidrelétricas, há duas prioridades: mitigação dos efeitos ambientais e segurança energética. Se se conferir 100% de prioridade a um lado, mata-se o outro.

 

Por segurança energética entenda-se um volume de água armazenada que garanta alguns meses de consumo. Como o consumo aumenta todo dia, o mesmo tem que ocorrer com os reservatórios. Dos reservatórios depende o próprio crescimento das energias alternativas sustentáveis.

 

Por exemplo, não se pode apostar na energia eólica se não houver reservas para compensar períodos de menor vento.

 

***

 

Certamente não se pretende voltar à devastação dos projetos anteriores. Mas não se pode tratar a questão ambiental e indígena como intocável. Nem definir uma regra geral para todo projeto, sem atentar para as características de cada um.

 

Não tem lógica.

 

Hoje em dia, há um bom potencial energético de futuras usinas com lagos de tamanho médio, com boa possibilidade de mitigação de eventuais transtornos ambientais ou para populações da área.

 

Se determinada obra poderá afetar a vida econômica de uma centena de pessoas, por exemplo, há alternativas imensamente mais baratas de resolver a questão, do que interromper a obra ou comprometer sua eficácia energética. Por exemplo, providenciar uma renda vitalícia às famílias afetadas, que seja mais do que ganham atualmente. Ou providenciar sua mudança para outra região, similar.

 

Órgãos ambientais poderão se condoer do fato das famílias trocarem o dia a dia da pesca por uma renda mensal vitalícia. Mas será que, consultadas, elas recusariam essa troca? Na outra ponta estão 190 milhões de brasileiros que necessitam da energia como fator não apenas de segurança como de promoção social. Não se trata de ganha-ganha mas de um ganha-perde.

 

E não se trata de tirar os direitos dos indígenas ou habitantes da selva, mas de negociar compensações e propor mudanças defensáveis, negociadas e, sob supervisão de todas as ONGs ambientais.

 

***

 

Desde os anos 70 tem-se essa questão indígena em jogo. É possível permanentemente manter índios e ribeirinhos com seu status histórico? Ora, seria possível remanejamentos negociados dentro da própria selva. Além disso, reservatórios são locais que, se bem aproveitados, podem se constituir em fontes de receita para pesca, turismo.

 

Enfim, há um conjunto de saídas legítimas, negociadas, que dependem apenas do bom senso das partes envolvidas.

 

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-hora-de-repensar-os-reservatorios-de-hidreletricas

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  • 2 months later...
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