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Brasil Abaixo de Zero

Pesquisa: DIFERENÇAS MESOCLIMÁTICAS POR RELEVO EM DIFERENTES PONTOS DO MUNICÍPIO DE IPORÃ DO OESTE – SC


jean10lj
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Salve!! É com satisfação que divulgo no nosso fórum a minha pesquisa de bolsa científica que concluí, em formato de artigo. Não vou me alongar aqui pois acredito que ficou bem didático no artigo em si e o BAZ está afiado nesse assunto. Acredito que deu para fazer algumas conclusões interessantes com dados originais.

 

Hoje algumas coisas eu faria e escreveria diferente, mas estou contente com o resultado.

 

https://revistas.uceff.edu.br/inovacao/article/view/248/248

 

 

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Parabéns!

Tem bastante coisa pra ler e aparentemente é um trabalho bem minucioso.

É o tipo de tratado q eu costumava ficar horas e horas lendo, no início do meu "interesse" por clima. Muitas coisas ainda me recordo e outras já esqueci: eu tinha pouca idade (15/17 anos) e ninguém pra discutir, como temos atualmente. 

Hoje meu interesse diminuiu bastante, pois não consegui formular absolutamente nenhuma pergunta. Até pq está tudo bem explicado, com tabelas e gráficos.

Vou ler com calma - um trabalho assim merece ser lido e apreciado.

Como a pesquisa está em pleno andamento (acredito q não é um trabalho encerrado) teremos q aguardar pelo menos 1 década pra ter dados mais robustos, óbvio.

Ah, veja: já formulei 1 pergunta! - Vc irá continuar com o estudo ou está tudo aqui? 

(o clima de Santa Catarina no geral é bastante turbulento, com tornados de vez em quando, neve de vez em quando e estiagens/enchentes de vez em quando, então vou ter q fazer minha segunda pergunta: haverá um tratado sobre esses assuntos (fenômenos) diversos? 

 

Abraço 

 

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Trabalho excelente, parabéns!
 

Muito impressionante a diferença de quase 11 graus entre topo/baixada próximos em um dos dias de inverno.

 

Nesse dia (24.07.2021), com números arredondados:

 

5/30 baixada

16/26 topo

 

Eu nunca vi nada parecido por aqui - que também tem relevo acidentado - mesmo com ajuda da urbanização.

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Em 05/05/2023 em 23:49, LeoP disse:

Trabalho excelente, parabéns!
 

Muito impressionante a diferença de quase 11 graus entre topo/baixada próximos em um dos dias de inverno.

 

Nesse dia (24.07.2021), com números arredondados:

 

5/30 baixada

16/26 topo

 

Eu nunca vi nada parecido por aqui - que também tem relevo acidentado - mesmo com ajuda da urbanização.

É interessante ver essa comparação entre topo (Linha Aparecida) e baixada (Taquarussu) e com base nisso chegar à alguma conclusão.  No meu caso, penso q (diferente de uma alegação q já li em outra época, de q é mais importante fazer o monitoramento no topo - padrão Inmet ), as baixadas são mais dinâmicas quanto à variação térmica. Nesses locais é q o clima se expressa da forma mais variada possível, dentro de um determinado padrão regional e vendo a tabelinha com as médias do mês de Julho/21, percebe-se q a grande amplitude térmica da baixada não afetou tanto a média simples, comparando com o topo (-1,6°C).

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No caso em questão, a latitude ajuda. Mais ainda, quanto mais ao sul e possivelmente quanto mais para o interior do continente. 

A secura atmosférica e a estabilidade (ausência de vento) na baixada fez com q a temperatura afundasse durante a noite, ao passo q (se tratando de uma poderosa pré frontal), o topo sofresse no mesmo momento a ação do vento (entrada de ar quente continental).

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É uma diferença bem grande, esses 11°C mas nada absurdo para regiões sujeitas à dinâmica temperada.

Em uma comparação "semelhante e não", as diferenças entre altura padrão (1,70/1,80m) e relva podem superar facilmente esse valor. O q irá determinar o grau de amplitude entre ambos será principalmente estabilidade e o índice de URA logo acima - quanto menor o valor da URA em, digamos, 2m, maior será a diferença entre a temperatura na altura padrão e a temperatura na relva, e já soube q em alguns casos esse valor alcança números bem expressivos. 

Em São Joaquim e nas regiões serranas de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul, também do Paraná isso não é incomum, pois são os Estados q mais sofrem ação direta dos anticiclones com trajetória continental, porém o MS, sul do MT, oeste/sudoeste Paulista, também estão sujeitos à situações parecidas. 

É claro q no oeste de Santa Catarina a dinâmica é parecida com a do centro-norte da Argentina e muitas vezes o efeito da MP seca é até mais intenso do q o q foi produzido lá naquele país em latitude maior, pq a MP pode ganhar intensidade à medida em q avança para norte/nordeste.

Como falei, quanto mais para oeste, maior a chance de se observar essas diferenças enormes entre temperatura do topo e temperatura da baixada sob estabilidade (situação pós frontal) ou sob "falsa estabilidade" (situação pré frontal, caso do dia 24/7/21), mas isso ocorre também (em menor escala - de frequência) no leste (serras, planaltos, principalmente). Em São Joaquim não é incomum ocorrer formação de geada com 7°C ou 8°C no topo (0°C ou menos, na baixada). 

Aqui mesmo em Piraquara eu já observei geada na baixada (-2°C relva), com 7°C na Vila (topinho). 

Na região sul de MG, região da Serra da Mantiqueira e no extremo nordeste de São Paulo (Campos do Jordão) ocorre geada intensa nas baixadas enquanto os topos desfrutam de 8°C ou mesmo 10°C em algumas situações q eu já acompanhei (na época em q o William publicava os registros das estações dele em Maria da Fé e em Gonçalves, entre outras). *situações basicamente "anticiclonais* ou sob MP velha.

 

*Então vc pode estar se perguntando: "...o q tem à ver "temperatura de relva/abrigo" com o assunto em questão, q seria a diferença de 11°C entre baixada e topo nas duas estações de Iporã do Oeste no dia 24/07/21?..."

Tudo!

É o mesmo princípio, só em escala menor.

Eu sempre digo, ou pelo menos falo de vez em quando, q a baixada de uma determinada região representa a relva de um determinado terreno ou vice-versa.

No caso de BH, acredito q os menores índices de URA ocorram no inverno e durante as horas mais quentes e q durante a madrugada esses índices subam até níveis "normais" mesmo em altitude razoável, o q não favorece para q ocorram grandes surpresas nos registros mínimos entre topos e baixadas. Vcs não sofrem diretamente ação dos anticiclones e na maioria das vezes o ar de origem polar chega pelo lado oceânico (menos seco).

No dia 24/7/21 em Iporã do Oeste, não foi o anticiclone q trabalhou para produzir a anomalia grande entre os dois locais e sim uma condição específica proporcionada pela condição pré frontal. São situações distintas: ar quente descia pelo norte e afetava o topo, enquanto a baixada "dormia tranquilamente" durante a bagunça logo acima. BH não tem essas loucuras.  Não tem um "Chaco" nas vizinhanças ou uma Argentina e Andes logo ali... enfim, vc sabe de tudo isso. Mas temos q falar, afinal é o objetivo do fórum. 

 

Quanto ao trabalho do Jean (e dos colegas dele), sim, muito bom mesmo.

Eu não esperaria menos.

Não adianta muita coisa apenas possuir estações pra ficar divulgando em redes sociais q "fez tanto (°C), lá em casa na manhã passada, vejam!!!..."

 

Abraços e espero a tua opinião 

Edited by Carlos Campos
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Em 05/05/2023 em 21:00, Carlos Campos disse:

Parabéns!

Tem bastante coisa pra ler e aparentemente é um trabalho bem minucioso.

É o tipo de tratado q eu costumava ficar horas e horas lendo, no início do meu "interesse" por clima. Muitas coisas ainda me recordo e outras já esqueci: eu tinha pouca idade (15/17 anos) e ninguém pra discutir, como temos atualmente. 

Hoje meu interesse diminuiu bastante, pois não consegui formular absolutamente nenhuma pergunta. Até pq está tudo bem explicado, com tabelas e gráficos.

Vou ler com calma - um trabalho assim merece ser lido e apreciado.

Como a pesquisa está em pleno andamento (acredito q não é um trabalho encerrado) teremos q aguardar pelo menos 1 década pra ter dados mais robustos, óbvio.

Ah, veja: já formulei 1 pergunta! - Vc irá continuar com o estudo ou está tudo aqui? 

(o clima de Santa Catarina no geral é bastante turbulento, com tornados de vez em quando, neve de vez em quando e estiagens/enchentes de vez em quando, então vou ter q fazer minha segunda pergunta: haverá um tratado sobre esses assuntos (fenômenos) diversos? 

  

Muito obrigado pelas palavras!!

 

Sobre a continuação do trabalho e o assunto, note que apesar de eu tentar manter o foco, escolhendo um assunto relativamente específico, ainda assim algumas coisas ficaram meio enxutas/resumidas, é o que acontece quando se tenta abranger um pouco mais em poucas páginas (25 páginas era o limite de envio pro artigo nesse modelo).

 

Renovei a bolsa de pesquisa, portanto, devo continuar o trabalho, nessa linha do artigo ou sob outra variável/evento etc. Não escolhi certo o tema ainda, mas pensei em fazer sobre radiação solar (diferença entre os vales e os topos), vou pensar bem ainda.

 

Ao se especializar, ou então se dedicar em um determinado tema, é bem fácil alcançar perto ou bater esse limite de 25 páginas para o artigo. Da pra fazer tranquilo tranquilo 25 páginas só sobre radiação solar, só sobre vento, só sobre tempo severo, só sobre precipitação, etc, então é complicado ser muito abrangente. Se juntar todas as variáveis e somar com o assunto de topografia/geografia, física, climatologia, tempo severo, e outros eventos meteorológicos/climáticos, da pra fazer um livro, literalmente.

 

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Em 05/05/2023 em 23:49, LeoP disse:

Trabalho excelente, parabéns!
 

Muito impressionante a diferença de quase 11 graus entre topo/baixada próximos em um dos dias de inverno.

 

Nesse dia (24.07.2021), com números arredondados:

 

5/30 baixada

16/26 topo

 

Eu nunca vi nada parecido por aqui - que também tem relevo acidentado - mesmo com ajuda da urbanização.

 

Muito obrigado!!

 

Sobre essa diferença entre topo e baixada, conversando com o @kevin cassol, notamos que ele teve exatamente a mesma diferença, na mesma data, e quase que com os valores de mínima idênticos!

 

Capela (topo): mínima 16,1ºC dia 24/07/2021

Portão (baixada): mínima 5,4ºC dia 24/07/2021

 

Se não me engano a distância entre o topo e baixada de lá é bem semelhante ao daqui também.

 

E lá na região do Kevin o relevo é menos acidentado, com menor diferença de altitude entre o topo e baixada mas com mais latitude. Isso nos diz bastante coisa

 

Acredito que a lógica do @Carlos Campostá no caminho certo.

 

O que acontece aqui também que preciso mencionar: a direção do vento influencia MUITO. Taquarussu se sobressai em relação as outras baixadas do município e da região/estado com vento leste/sudeste/nordeste e isso tem a ver com três coisas principais: formato do vale, direção do vale, e profundidade do vale. Neste caso, estou falando do "pós-MP", quando a maior parte do ar frio foi embora mas resta o ar bem seco, por N motivos acontece que muitas vezes o auge do frio em altitude NÃO coincide com o auge da secura, e por isso fica estranho que muitas vezes as baixadas/vales tem mínimas da onda de frio quando o ar frio já está indo ou foi embora. Em relação à esse pós-MP, os topos ficam parecendo que estão em outra estação do ano no período da noite, e quem se destaca é as baixadas realmente poderosas (válido para qualquer local que não tenha muita maritimidade).

 

Se você ver no meu artigo fiz um gráfico de correlação entre a umidade do topo e a diferença de temperatura entre as estações e o resultado ficou impressionante. Tenho dados recentes disso para exemplificar:

 

Observem as mínimas do dia 2, sob o auge dessa MP do começo do mês. Foi uma MP com pouco ar frio mas muito ar seco, e a mínima de taquarussu foi bem inferior a da baixada alta (flor e ser) e do topo (aparecida). A mínima do dia 2 equivale a mínima do dia 20 do mesmo mês, lá em taquarussu, sendo que no dia 20 foi com bem mais ar frio mas menor ar seco, e isso é notável com o 5,1C da baixada alta (Flor e Ser) contra 10,5C da mesma no dia 02.

 

Município em abril

 

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Ar seco na MP do dia, esses valores de água precipitável beiram os mais baixos possíveis para a região. Ah, na MP de julho 2021 e julho 2019, a atmosfera conseguiu alinhar o ar muito frio com o ar muito seco, batendo esses valores de 2/3mm de água precipitável junto com o ar bem frio.

 

Dia 2 

 

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Nessa noite:

 

Wickert 11,8°C 99%
Taquarussu 12,2°C 98%
Flor & Ser 12,2°C 79%
Aparecida 22,0°C 25%

 

Já nessa mesma semana de julho 2021 que estamos comentando, Bom Jardim da Serra conseguiu essa bizarrice (22/07/2021)

 

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Em 06/05/2023 em 08:23, Carlos Campos disse:

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Nesse caso, justamente por isso eu defendo a média horária SEMPRE. Ela vai mostrar os valores reais de média, como eu expliquei no trabalho, sem prejudicar ou beneficiar dados por metodologia falha. A diferença de 12,7C na média simples em taquarussu para 9,7C utilizando a média horária é bizarra e isso pode fazer um estrago gigantesco para definir um clima. Já o topo quase sempre tem a média horária igual ou muito próxima da simples.

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Em 06/05/2023 em 08:23, Carlos Campos disse:

É interessante ver essa comparação entre topo (Linha Aparecida) e baixada (Taquarussu) e com base nisso chegar à alguma conclusão.  No meu caso, penso q (diferente de uma alegação q já li em outra época, de q é mais importante fazer o monitoramento no topo - padrão Inmet ), as baixadas são mais dinâmicas quanto à variação térmica. Nesses locais é q o clima se expressa da forma mais variada possível, dentro de um determinado padrão regional e vendo a tabelinha com as médias do mês de Julho/21, percebe-se q a grande amplitude térmica da baixada não afetou tanto a média simples, comparando com o topo (-1,6°C).

Screenshot_20230506-072244_Chrome.jpg.22c0baa9515651490ac1f6b2249dcaff.jpg

No caso em questão, a latitude ajuda. Mais ainda, quanto mais ao sul e possivelmente quanto mais para o interior do continente. 

A secura atmosférica e a estabilidade (ausência de vento) na baixada fez com q a temperatura afundasse durante a noite, ao passo q (se tratando de uma poderosa pré frontal), o topo sofresse no mesmo momento a ação do vento (entrada de ar quente continental).

Screenshot_20230506-072244_Chrome.jpg.84f8ae76266e56c8a95217bdaa7bb697.jpg

É uma diferença bem grande, esses 11°C mas nada absurdo para regiões sujeitas à dinâmica temperada.

Em uma comparação "semelhante e não", as diferenças entre altura padrão (1,70/1,80m) e relva podem superar facilmente esse valor. O q irá determinar o grau de amplitude entre ambos será principalmente estabilidade e o índice de URA logo acima - quanto menor o valor da URA em, digamos, 2m, maior será a diferença entre a temperatura na altura padrão e a temperatura na relva, e já soube q em alguns casos esse valor alcança números bem expressivos. 

Em São Joaquim e nas regiões serranas de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul, também do Paraná isso não é incomum, pois são os Estados q mais sofrem ação direta dos anticiclones com trajetória continental, porém o MS, sul do MT, oeste/sudoeste Paulista, também estão sujeitos à situações parecidas. 

É claro q no oeste de Santa Catarina a dinâmica é parecida com a do centro-norte da Argentina e muitas vezes o efeito da MP seca é até mais intenso do q o q foi produzido lá naquele país em latitude maior, pq a MP pode ganhar intensidade à medida em q avança para norte/nordeste.

Como falei, quanto mais para oeste, maior a chance de se observar essas diferenças enormes entre temperatura do topo e temperatura da baixada sob estabilidade (situação pós frontal) ou sob "falsa estabilidade" (situação pré frontal, caso do dia 24/7/21), mas isso ocorre também (em menor escala - de frequência) no leste (serras, planaltos, principalmente). Em São Joaquim não é incomum ocorrer formação de geada com 7°C ou 8°C no topo (0°C ou menos, na baixada). 

Aqui mesmo em Piraquara eu já observei geada na baixada (-2°C relva), com 7°C na Vila (topinho). 

Na região sul de MG, região da Serra da Mantiqueira e no extremo nordeste de São Paulo (Campos do Jordão) ocorre geada intensa nas baixadas enquanto os topos desfrutam de 8°C ou mesmo 10°C em algumas situações q eu já acompanhei (na época em q o William publicava os registros das estações dele em Maria da Fé e em Gonçalves, entre outras). *situações basicamente "anticiclonais* ou sob MP velha.

 

*Então vc pode estar se perguntando: "...o q tem à ver "temperatura de relva/abrigo" com o assunto em questão, q seria a diferença de 11°C entre baixada e topo nas duas estações de Iporã do Oeste no dia 24/07/21?..."

Tudo!

É o mesmo princípio, só em escala menor.

Eu sempre digo, ou pelo menos falo de vez em quando, q a baixada de uma determinada região representa a relva de um determinado terreno ou vice-versa.

No caso de BH, acredito q os menores índices de URA ocorram no inverno e durante as horas mais quentes e q durante a madrugada esses índices subam até níveis "normais" mesmo em altitude razoável, o q não favorece para q ocorram grandes surpresas nos registros mínimos entre topos e baixadas. Vcs não sofrem diretamente ação dos anticiclones e na maioria das vezes o ar de origem polar chega pelo lado oceânico (menos seco).

No dia 24/7/21 em Iporã do Oeste, não foi o anticiclone q trabalhou para produzir a anomalia grande entre os dois locais e sim uma condição específica proporcionada pela condição pré frontal. São situações distintas: ar quente descia pelo norte e afetava o topo, enquanto a baixada "dormia tranquilamente" durante a bagunça logo acima. BH não tem essas loucuras.  Não tem um "Chaco" nas vizinhanças ou uma Argentina e Andes logo ali... enfim, vc sabe de tudo isso. Mas temos q falar, afinal é o objetivo do fórum. 

 

Quanto ao trabalho do Jean (e dos colegas dele), sim, muito bom mesmo.

Eu não esperaria menos.

Não adianta muita coisa apenas possuir estações pra ficar divulgando em redes sociais q "fez tanto (°C), lá em casa na manhã passada, vejam!!!..."

 

Abraços e espero a tua opinião 

 

Gosto muito desse conceito de "baixada protegida", indiferente às turbulências que estão ocorrendo nos topos e na maioria das áreas de uma região. É como um achado, por razões diversas (de relevo, topografia, direção predominante do vento, tipo de vegetação etc) um local preservar frio invernal naturalmente, quase pra geada, num momento em que deveria estar com temperaturas de (quase) verão, como foi apresentado no artigo. Outra coisa que aprendi aqui é que esses locais podem ter suas mínimas do ano sem ar frio - talvez, nesse caso que vc mencionou (pré-frontal), a temperatura mínima AUMENTE com a chegada do ar polar. É bizarramente contraditório, mas é como você disse, elas representam uma das manifestações do clima regional. 

 

É claro que, com a chegada do ar frio, as máximas despencam, aumenta o vento e as mínimas voltam a cair em seguida - ou seja, o ar cumpre o papel de reduzir a sensação térmica geral - mas não deixa de ser notável as menores marcas absolutas ocorrerem desassociadas do ar polar. Já vi gente aqui dizendo que a melhor condição para marcas absolutas baixíssimas nos buracos da serra de SC seja uma MP seca e não uma MP gelada (daquelas que trazem neve). Jamais imaginaria algo assim se não fosse pelos relatos aqui, até porque, ao menos pra minha realidade, as temperaturas de topo/encosta são muito mais representativas. Quanto aqui na região, a dinâmica atmosférica predominantemente tropical não permite a ocorrência de bizarrices dessa intensidade, inclusive uma atmosfera noturna tão seca e favorável aos microclimas.

 

O que ocorre é o seguinte: Como todo mundo sabe, o relevo aqui também varia muito e, desde que passei a andar de moto, sinto as diferenças de temperatura com muita facilidade nas noites estáveis de inverno. Existem alguns pontos que são mais frios que as estações com toda certeza, inclusive na orla da Lagoa da Pampulha. Você sobe o morro e o ar aquece sensivelmente. Já fui surpreendido muitas vezes nessa situação, de sair pra pilotar sem agasalho por estar fresco de forma geral (~20/21C), mas sentir frio em partes do trajeto. Quando está frio, esses lugares ficam gelados. Já cheguei a pensar: "deve ter chegado uma MP monstra pra estar frio desse jeito" mas, quando subo o primeiro morro, já entendo o que está acontecendo. Hoje, quando há estabilidade entre maio e agosto, já saio de casa esperando bolsões frios pelo caminho.

 

A partir de meados de junho, começa a ficar comum a estação da Pampulha (encosta/850 m) registrar mínimas menores que partes da Serra do Curral (topaço aço aço, 1200 m), um efeito do que foi comentado por vc e o @jean10lj nessa página, porém em menor intensidade. O máximo que já vi de diferença é 3°C. Não chega a ser raro, inclusive, o centro de BH (topo mega urbanizado/verticalizado a 915 m) registrar mínimas mais baixas que a mesma Serra do Curral em dias de grande estabilidade. O ar está literalmente aquecido em altitude. Quando chega uma MP, aí sim, as mínimas da cidade ocorrem na Serra do Curral, como em maio do ano passado, quando fez 4ºC lá (enquanto fez 6ºC na Pampulha e 7ºC no centro). Em, todo caso, como falei, as diferenças são muito menores que as de Iporã do Oeste e acho que as explicações que li aqui me ajudaram a entender. Obrigado.

 

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