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Brasil Abaixo de Zero

Monitoramento e Previsão - Brasil/América do Sul - Agosto/2022


Marcos
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Em 02/08/2022 em 15:35, SandroAlex disse:

Pela 12z do GFS teríamos alguma neve na Serra e meio-oeste Catarinense, proximidades de Vacaria e Bom Jesus.

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Se for olhar de hora em hora, seria uma neve bem distribuida... Vale a pena dar uma conferida no Windy.

Edited by SandroAlex
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Em 02/08/2022 em 15:22, marcio valverde disse:

Antes de acompanhar este fórum eu imaginava que a tua região era o que havia de pior em termos de clima em SP por conta da baixa altitude e de alta umidade o ano todo. Agora em muitas situações vejo que o clima daí pode ser bem mais agradável e frio do que eu suporia. Claro que há os dias de tempo abafado e quente no verão mas lugar nenhum é perfeito. Mesma surpresa positiva vem das tabelas de cidades altas no NE do @Samihr Hermes que, se não tem frio, como é natural, revelam dias com maximas muito comportadas para a latitude. Enfim, vivendo e aprendendo.

Então, eu acredito que a minha região de janeiro até meados de março seja de fato a pior região de SP em termos de calor, justamente pela baixa altitude + alta umidade + temperaturas passando facilmente dos 35°C como você bem disse. Mas, passado esse período, aqui se torna bastante agradável, afinal, qualquer MP por mais fajuta que seja traz influência para cá enquanto o interior costuma a ficar "chupando os dedos". Tanto é que aqui só costuma passar dos 30°C nesta época do ano em dias de pré-frontal.

 

Até mesmo em setembro e outubro, que costumam ser o ápice do calor aí no interior, aqui costuma ficar de fora. Ano passado, aqui em Eldorado, tivemos apenas 8 máximas sob-30 somando ambos os meses, sendo que em setembro a máxima absoluta foi de 34,2°C e em outubro foi de 30,7°C. Hoje mesmo a previsão era de 26°C por aqui, mas mal passamos dos 20°C por conta das nuvens baixas que costumam influenciar bastante na região e que ajudam a segurar as temperaturas.

 

----------------------------------------

Enfim, voltando para o tópico, a previsão para cá também está excelente, seria a MP mais forte do ano e, quem sabe, alguma geadinha isolada aqui na zona urbana, mas ainda tem bastante chão pela frente. Previsão para Eldorado (27 m):

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E também para Apiaí (891 m):

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On 8/1/2022 at 6:39 PM, Carlos Campos said:

Nossa 

Achei estupenda essa tabela, por se tratar do Rio Grande do Norte, um estado minúsculo, praticamente na linha do Equador e imaginavelmente sem grandes contrastes térmicos entre os municípios. 

Vemos agora q não é bem assim.

2 meses sem chegar nos 30°C nessa localidade de Lagoa Nova e teve máxima de apenas 20! Já gostei... quero ir até lá conhecer e ficar uma temporada 😊....Ah...lembrei q não tenho grana pra essa empreitada toda 😞

Olha essa pracinha q simpática! 

 

@Carlos Campos

 

Eu também não esperava. Sinceramente não achei que o RN conseguiria ter uma temperatura abaixo de 15 C.

 

Essa madrugada lá em São Miguel bateu 13.9 C.

 

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O que achei legal é que esses meses apesar dos dias serem quentes, eles parecem ficar com umidade abaixo de 50%, que ameniza bastante o calor. Quem sabe numas baixadas de maior altitude tenha uma temperatura um pouco mais baixa.

 

No RN a cidade comumente associada com o frio é Martins. Só que essa cidade fica no sertão, então fez, em Julho, uma média de 2 C a mais que Lagoa Nova.

 

O dia que eu juntar mtos dolares e eu tiver meu sítio no NE vc será bem vindo! 😆 (Tá difícil mas a gente vive de sonhos)

 

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Agora é só esperar o monitoramento no NE melhorar. Em Pernambuco há regiões de baixada acima de 1000 m, talvez tenham umas temperaturas bem legais lá tbm.

Edited by Samihr Hermes
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Dia quente e seco, típico de uma "primavera seca". Dias assim começam a ser mais comuns a partir de Agosto, mas mais normais no final do mês, e não agora. Apesar do sol pleno durante o dia, consegui observar algumas tímidas formações de nuvens mais desenvolvidas durante a tarde.

 

Grandes amplitudes hoje tanto em Juiz de Fora quanto em Ibitipoca. Nas minhas estações de monitoramento ficamos assim:

 

JF: 10,6°C / 28,6°C

Ibiti: 06,2°C / 25,3°C

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Mais um dia nublado e com final de tarde chuvoso em Lajeado.

O Rio Grande do Sul ficou dividido praticamente pela metade: na porção sul a tarde foi bastante amena, e até fria em algumas cidades devido à nebulosidade, enquanto que a metade norte esquentou bastante. 

Grande parte da metade sul teve máximas sub15.

 

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Edited by Nestor Antonio Bresolin Junior
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Em 02/08/2022 em 14:59, Renan disse:

Pelo GFS, a tarde seria excepcionalmente gelada no Sudeste no dia 12:

 

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Seria uma tarde nublada com chuva, o cenário perfeito. Mas ainda faltam muitos dias para termos certeza do que vem. 

Caramba, seria bem gelado.

 

Sub 10°C acima dos 1.300/1.400m. Em Varginha uns 14°C. 

 

Em Agosto de 2019, tivemos uma tarde de agosto chuvosa com temperatura de 12°C se não me engano.

 

Edit: chuva em agosto irá ajudar atenuar a quebra no café para o próximo ano. Esta colheita já está altamente prejudicada pela seca dos últimos anos e as 3 geadas do ano passado. 

Edited by Victor Naia
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Hoje registrei a tarde mais quente desde o dia 28/4. 

A variação naquele dia na minha estação ficou entre 16,0/28,7°C enquanto hoje a variação foi entre 8,8/27,0°C.

No sensor externo e exposto diretamente à radiação solar, a variação hoje ficou entre 8,4/30,2°C sendo a máxima o maior registro também desde 28/4.

O entardecer foi deslumbrante. 

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Não se atenham a dados brutos de temperatura apenas, mas sim ao conjunto da obra da sinótica prevista. Isso se manteve, o que para mim me parece uma notícia boa. Ainda haverá mais danças e muita alegria e estresse dos "Euro lovers" até chegar a hora de saber o que vem de fato.

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GFS - Linha de 0 ºC em 1500m passando 20ºS no interior do continente, nesse nível a atmosfera estará amplamente congelada sobre o sul do Brasil, exceto norte do PR, modelo mostra precipitação no sul do RS nessa condição e nas serras do RS e SC, seriam 3 dias com janela de neve em pontos específicos.

 

ECMWF - A atmosfera em 1500m sequer ficaria congelada no Uruguai, apenas por breves momentos, frio absolutamente normal e comum p agosto e nenhuma chance de neve

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Em 02/08/2022 em 19:43, LucianoD disse:

 

GFS - Linha de 0 ºC em 1500m passando 20ºS no interior do continente, nesse nível a atmosfera estará amplamente congelada sobre o sul do Brasil, exceto norte do PR, modelo mostra precipitação no sul do RS nessa condição e nas serras do RS e SC, seriam 3 dias com janela de neve em pontos específicos.

 

ECMWF - A atmosfera em 1500m sequer ficaria congelada no Uruguai, apenas por breves momentos, frio absolutamente normal e comum p agosto e nenhuma chance de neve

A linha de congelamento em 1500m chega em São Paulo, MS, cobre boa parte do Paraguai e atinge o sul da Bolívia. Isso entre o dia 10 e 11 de agosto. Pode até intensificar um pouco mais, levando em consideração que ainda faltam 8/9 dias 

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Em 02/08/2022 em 16:13, Otavio Cyrino disse:

Então, eu acredito que a minha região de janeiro até meados de março seja de fato a pior região de SP em termos de calor, justamente pela baixa altitude + alta umidade + temperaturas passando facilmente dos 35°C como você bem disse. Mas, passado esse período, aqui se torna bastante agradável, afinal, qualquer MP por mais fajuta que seja traz influência para cá enquanto o interior costuma a ficar "chupando os dedos". Tanto é que aqui só costuma passar dos 30°C nesta época do ano em dias de pré-frontal.

 

Até mesmo em setembro e outubro, que costumam ser o ápice do calor aí no interior, aqui costuma ficar de fora. Ano passado, aqui em Eldorado, tivemos apenas 8 máximas sob-30 somando ambos os meses, sendo que em setembro a máxima absoluta foi de 34,2°C e em outubro foi de 30,7°C. Hoje mesmo a previsão era de 26°C por aqui, mas mal passamos dos 20°C por conta das nuvens baixas que costumam influenciar bastante na região e que ajudam a segurar as temperaturas.

 

Acho que o vale do Ribeira segue mais ou menos a tendência do litoral.

Já estive várias vezes em várias cidades do vale mas só por poucos dias, insuficiente para conhecer um clima.

Mas já peguei dias de calor infernais no verão. :D

 

Entretanto, morei 6 anos em Santos.

E o litoral paulista, no verão, tem um calor úmido, abafado, pegajoso... que realmente maltrata a gente.

Com noites muitas vezes "indormíveis" sem ar condicionado.

 

Porém, mais ou menos de abril/maio até novembro é tranquilo.

Altas temperaturas normalmente só ocorrem em dias de ventos NO pré-frontais.

Mas aí é um calor seco, muito mais suportável do que no verão.

Nesta época, muitas vezes, passa mais de mês sem chegar nos 30°C.

E qualquer ponta de frente fria fraca provoca chuvas no litoral.

 

Além disso, de fins de agosto/setembro até meados de novembro, o contraste entre o oceano ainda relativamente frio e o continente aquecendo, com a ajuda do paredão da serra do Mar, provoca sequências intermináveis de dias nublados.

Quantas vezes eu saí daqui de Sampa com o maior sol e, chegando no alto da serra, a gente via aquele "oceano" de nuvens stratus logo abaixo...

 

Como consequência, nesses meses, Paranaguá, Iguape, Santos e Ubatuba têm médias das temperaturas máximas muito baixas para cidades litorâneas nas nossas latitudes.

Não é à toa que essas 4 cidades mais áreas do vale do Itajaí estão entre os locais do Brasil com menos horas de sol no ano.

 

Edited by Aldo Santos
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Em 02/08/2022 em 19:59, Aldo Santos disse:

 

Acho que o vale do Ribeira segue mais ou menos a tendência do litoral.

Já estive várias vezes em várias cidades do vale mas só por poucos dias, insuficiente para conhecer um clima.

Mas já peguei dias de calor infernais no verão. :D

 

Entretanto, morei 6 anos em Santos.

E o litoral paulista, no verão, tem um calor úmido, abafado, pegajoso... que realmente maltrata a gente.

Com noites muitas vezes "indormíveis" sem ar condicionado.

 

Porém, mais ou menos de abril/maio até novembro é tranquilo.

Altas temperaturas normalmente só ocorrem em dias de ventos NO pré-frontais.

Mas aí é um calor seco, muito mais suportável do que no verão.

Nesta época, muitas vezes, passa mais de mês sem chegar nos 30°C.

E qualquer ponta de frente fria fraca provoca chuvas no litoral.

 

Além disso, de fins de agosto/setembro até meados de novembro, o contraste entre o oceano ainda relativamente frio e o continente aquecendo, com a ajuda do paredão da serra do Mar, provoca sequências intermináveis de dias nublados.

Quantas vezes eu saí daqui de Sampa com o maior sol e, chegando no alto da serra, a gente via aquele "oceano" de nuvens stratus logo abaixo...

 

Como consequência, nesses meses, Paranaguá, Iguape, Santos e Ubatuba têm médias das temperaturas máximas muito baixas para cidades litorâneas nas nossas latitudes.

Não é à toa que essas 4 cidades mais áreas do vale do Itajaí estão entre os locais do Brasil com menos horas de sol no ano.

 

Descreveu muito bem o verão daqui das áreas baixas do Vale do Ribeira, Aldo. Essa sua descrição do litoral paulista cabe perfeitamente para cá.

É bem como você disse, o nosso clima é muito parecido com o do litoral, até porque não temos a barreira da serra do mar, aí o que costuma ocorrer no litoral também ocorre aqui, são apenas ~50 km em linha reta do mar até a cidade de Eldorado.

A única diferença em relação ao litoral são os extremos, tanto de mínimas quanto de máximas, enquanto aqui mais para dentro do continente temos mínimas menores (com exceção de Iguape que, para mim, é um grande mistério neste quesito), o litoral costuma ter máximas mais comportadas (com, também, algumas exceções, como foi no dia de hoje).

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Deu bug na matrix hj em POA. Além de ter aquecido menos do que o esperado (máxima de 17,8 °C, INMET - que foi um pico bem destacado entre 15:00 e 16:00, que tiveram temperaturas horárias ~1 °C abaixo disso, de 16,7 e 16,6 °C respectivamente), veio um pouco de chuva - que não era prevista - perto das 20:00

Edited by Eclipse
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Máxima: 31°C em Iporã do Oeste/Linha Taquarussu

Mínimas por município: -2,2°C em Bom Jardim da Serra/Terra do Gelo

                                                  0,7°C em Painel/Lava Tudo

                                                  1,1°C em São Joaquim/Caminhos da Neve

                                                  1,63°C em Urupema/Parque de Exposição

                                                  1,92°C em Urubici/Vacas Gordas

                                                  2,7°C em Água Doce/Fazenda Gottardi

                                                  2,9°C em Lebon Régis/Sítio Santian

                                                  3,31°C em Rio Rufino/Centro

                                                  4,08°C em Curitibanos/UFSC

                                                  4,5°C em Ponte Alta do Norte

Menor máxima: 14,6°C em Timbé do Sul/Areia Branca

Rajada máxima: 41,4 km/h em Brusque/Centro

 

> Sul catarinense e cidade litorâneas tiveram máximas baixas hoje Resto do estado teve máximas normais a altas.

 

> Não entendo a empolgação de alguns. A previsão do Euro me parece tão fraquinha... Isso que estamos ainda há mais de uma semana do evento... GFS que tem superestimado a neve em vários eventos prevê mísera coisa.

 

Por enquanto a previsão atual pra mim é que não caia nada mesmo.

Edited by Moretão
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Em 02/08/2022 em 14:26, Renan disse:


Aqui no Sudeste, pelas rodadas de hoje, seria o melhor evento do ano em SP, RJ, zona da mata mineira, ES. Parece ser parecido com o de Maio no Centro de MG, e mais fraco que o de Maio no norte de MG. Não saberia dizer pro Triângulo e Sul/ Sudoeste de MG. 

 

Aqui pra BH, tenho certeza que a de maio será a MP mais forte do ano. Não tenho a mínima expectativa de superar maio - o que não significa que não espero nada. Espero frio sim, mas não como aquele.

 

Pampulha teve máxima de 17°C com CÉU AZUL (após mínima de 6). Isso é por demais significativo e me lembro que o topão aí de JF (muito melhor para máximas baixas que aqui) só foi atingir esse nível de frio diurno um mês depois e com céu nublado! Aquele ar polar foi realmente anômalo. Muito relevante, também, os 7°C do centro de Belo Horizonte, topão totalmente urbanizado e verticalizado ao lado de um viaduto movimentado.

 

Por enquanto, agosto seguirá muito ruim, mas com melhores perspectivas a partir do dia 10, quando o inverno pode voltar. Nada forte por enquanto, mas pelo menos teremos o gostinho do frio de volta. Tá previsto mínimas se aproximando novamente dos 10°C e máximas entre 23 e 21°C, a assinatura do inverno belorizontino.

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Em 02/08/2022 em 23:54, LeoP disse:

 

Aqui pra BH, tenho certeza que a de maio será a MP mais forte do ano. Não tenho a mínima expectativa de superar maio - o que não significa que não espero nada. Espero frio sim, mas não como aquele.

 

Pampulha teve máxima de 17°C com CÉU AZUL (após mínima de 6). Isso é por demais significativo e me lembro que o topão aí de JF (muito melhor para máximas baixas que aqui) só foi atingir esse nível de frio diurno um mês depois e com céu nublado! Aquele ar polar foi realmente anômalo. Muito relevante, também, os 7°C do centro de Belo Horizonte, topão totalmente urbanizado e verticalizado ao lado de um viaduto movimentado.

 

Por enquanto, agosto seguirá muito ruim, mas com melhores perspectivas a partir do dia 10, quando o inverno pode voltar. Nada forte por enquanto, mas pelo menos teremos o gostinho do frio de volta. Tá previsto mínimas se aproximando novamente dos 10°C e máximas entre 23 e 21°C, a assinatura do inverno belorizontino.

Mas a MP de maio não trouxe mínimas excepcionais em boa parte do MG? Não é fácil mesmo ter duas ondas de frio históricas no mesmo ano kkkk.

______

Rodada ruim a 00z, principalmente do gfs 

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Manhã de muito sol em São Paulo nessa quinta feira.

 

Nas estações do CGE, as temperaturas estão entre 13 e 16 graus.

A umidade estão variando. Em locais urbanizados, ela está na casa dos 70%. Já em áreas com menor urbanização, ela encosta nos 100%.

 

Os ventos sopram fraco de ESE de acordo com os dados do aeroporto de Congonhas.

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Em 03/08/2022 em 06:34, Luide Luckmann disse:

Mas a MP de maio não trouxe mínimas excepcionais em boa parte do MG? Não é fácil mesmo ter duas ondas de frio históricas no mesmo ano kkkk.

______

Rodada ruim a 00z, principalmente do gfs 

Fez frio em todo estado. Mas ele foi muito mais significativo para as médias do centro de MG para cima. Norte de MG ficou bem gelado. Triângulo e Noroeste idem.

 

Na região de Varginha mesmo:

 

Inmet Varginha (950m alto da encosta limite zona urbana com rural): 
 
17/05 9,6/20.0°C
18/05: 4,3/14,9°C
19/05: 6,8/15,7°C
20/05: 4,1/19,9°C
21/05: 6,2/21,6°C
22/05: 8,8/22,7°C

 

PWS Faz. São Gabriel II Coqueiral - 850m baixada rural.

 

17/05: 6,4/21,8°C

18/05: 5,9/17,4°C

19/05: 3,3/17,2°C

20/05: - 0,8/21,3°C

21/05: - 0,1/23,2°C

 
PWS Sítio Campestre - Varginha (1005m - alto da encosta):
 
17/05: 9,3/19,5°C
18/05: 2,5/14,6°C
19/05: 5.0/15,7°C
20/05: 2,4/20,6°C
21/05: 7,2/21,8°C
22/05: 10,7/23,2°C

 
PWS Três Corações (932m baixada )
 
17/05: 7,9/21,3
18/05: 1,4/15,3
19/05: 5,9/17.0
20/05: 0,4/21,6
21/05: 1,8/22,7
22/05: 3,7/24,7
 
PWS Fazenda Cobiça Três Corações (927m encosta):
 
17/05: 8,8/19,8
18/05: 3,3/14,6
19/05: 5.0/15,2
20/05: 1,2/20,1
21/05: 4,3/21.0
22/05: 5,2/22,1
 

Fazenda Lagoinha Carmo da Cachoeira (1014m encosta): 
 
17/05: 9,6/20,9
18/05: 4,4/14,1
19/05: 6,7/16,3
20/05: 1,2/19,4
21/05: 4,4/20,7
22/05: 6,3/21,7

 

A média do Inmet Varginha para Maio é 10,6/25.0°C.

 

Baixadas devem ser 8/26°C e topos 11,5 - 12/ 24°C

 

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Em 03/08/2022 em 08:14, Victor Naia disse:

Fez frio em todo estado. Mas ele foi muito mais significativo para as médias do centro de MG para cima. Norte de MG ficou bem gelado. Triângulo e Noroeste idem.

 

Na região de Varginha mesmo:

 

Inmet Varginha (950m alto da encosta limite zona urbana com rural): 
 
17/05 9,6/20.0°C
18/05: 4,3/14,9°C
19/05: 6,8/15,7°C
20/05: 4,1/19,9°C
21/05: 6,2/21,6°C
22/05: 8,8/22,7°C

 

PWS Faz. São Gabriel II Coqueiral - 850m baixada rural.

 

17/05: 6,4/21,8°C

18/05: 5,9/17,4°C

19/05: 3,3/17,2°C

20/05: - 0,8/21,3°C

21/05: - 0,1/23,2°C

 
PWS Sítio Campestre - Varginha (1005m - alto da encosta):
 
17/05: 9,3/19,5°C
18/05: 2,5/14,6°C
19/05: 5.0/15,7°C
20/05: 2,4/20,6°C
21/05: 7,2/21,8°C
22/05: 10,7/23,2°C

 
PWS Três Corações (932m baixada )
 
17/05: 7,9/21,3
18/05: 1,4/15,3
19/05: 5,9/17.0
20/05: 0,4/21,6
21/05: 1,8/22,7
22/05: 3,7/24,7
 
PWS Fazenda Cobiça Três Corações (927m encosta):
 
17/05: 8,8/19,8
18/05: 3,3/14,6
19/05: 5.0/15,2
20/05: 1,2/20,1
21/05: 4,3/21.0
22/05: 5,2/22,1
 

Fazenda Lagoinha Carmo da Cachoeira (1014m encosta): 
 
17/05: 9,6/20,9
18/05: 4,4/14,1
19/05: 6,7/16,3
20/05: 1,2/19,4
21/05: 4,4/20,7
22/05: 6,3/21,7

 

A média do Inmet Varginha para Maio é 10,6/25.0°C.

 

Baixadas devem ser 8/26°C e topos 11,5 - 12/ 24°C

 

Foi literalmente uma onda de frio, com características necessárias para ser considerada tal.

Por aqui não teve nada demais, foi uma MP forte de maio apenas. 2007 bota essa no chão. Ainda espero que a maior MP do ano chegue, pra bater aquela de junho.

 

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Em 03/08/2022 em 01:00, kevin cassol disse:

WRF COMERCIAL - CASO CORUJAS (SÃO JOAQUIM/SC)

 

Nota:

Este post tem conteúdo científico e estatístico, que é o que se espera de uma análise técnica.

 

Pra começar e deixar bem claro, é conveniente que todos aqui neste fórum de meteorologia/entusiastas tenham ciência de que para uma instrumentação de qualidade que produza leituras consideráveis de temperatura do ar seco válidas, é necessário atender a 3 pilares fundamentais/critérios:

1 - SENSOR

2 - ABRIGO

3 - AMBIENTAÇÃO

 

Estes critérios são mencionados em artigos, blogs ou publicações, como por exemplo:

https://www.encyclopedie-environnement.org/en/air-en/ground-weather-observations-what-is-measured-and-what-is-done-with-it/

 

image.png.0eb947418be4e0921acae0e30cdc9bd6.png

 

1 - SENSOR:

É o dado bruto, determinado através da corrente elétrica que passa dentro de um sistema elétrico. Os parâmetros elétricos são influenciados pela própria variação na temperatura, independente das condições de exposição. O dispositivo eletrônico o interpreta e retorna em temperatura, análogo a uma mola, que mede a grandeza força, interpreta a força-peso, e como a aceleração em F=m.a é uma constante, retorna o dado em massa. É basicamente o dado cru e fundamental.

 

Dando ênfase nos sensores elétricos, eis alguns deles:

- Sensor de Temperatura Infravermelho sem contato

- Sensor de Temperatura Interruptor bimetálico

- Sensor de Temperatura Termopar

- Sensor de Temperatura RTD (Detectores de Temperatura de Resistência)

- Sensor de Temperatura Termistor

FONTE:

https://www.manualdaeletronica.com.br/sensor-de-temperatura-tipos-caracteristicas/

 

2 - ABRIGO:

É o escudo que permite o sensor de qualidade coletar a informação de temperatura (bulbo seco) do ar. Requer aprovação do primeiro critério (sensor) para fazer sentido, senão nada adianta abrigo bom associado a sensor ruim ou impreciso, pois uma coisa vem DEPOIS da outra.

 

Os pratos devem ter a função de REFLETIR para fora a radiação eletromagnética na faixa do visível e PRINCIPALMENTE INFRAVERMELHA, que é a frequência que aquece superfícies.

 

São duas direções predominantes de radiação que atinge o abrigo: direta e indireta.

 

- Direta: é a radiação que vem por cima, sobretudo com sol lateral, que é o motivo da existência da dobra na borda do prato (o prato da WRF comercial é PLANO - não deveria).

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 image.png.c1149f07c6b19dd593b34432f09148ca.png

FONTE:
https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1682435663-estaco-meteorologica-autnoma-wi-fi-monitoramento-remoto-_JM

https://www.davisinstruments.com/products/wireless-vantage-pro2-with-standard-radiation-shield

 

- Indireta: é a radiação REFLETIDA pelo solo, sobretudo em meses de maior insolação, como o verão, e situações com neve acumulada sobre o solo. Esta radiação refletida entra por baixo e deve ser dissipada pela parte plana interna do prato do abrigo.

 

Logo, você NÃO PODE conseguir enxergar o sensor dentro do abrigo, pois se é possivel vê-lo, também é possível a luz incidir sobre ele, logo, absorvendo calor por radiação indireta. O sensor deve operar NO ESCURO e a temperatura NÃO PODE ser maior nem menor que o ambiente em que se encontra inserida. Inclusive é interessante alguns abrigos estáticos (não-aspirados) terem pintura preta na borda interna de cada prato por uma questão de ALBEDO, a fim de absorver o calor radiativo e evitar transmissão para o sensor.

 

Schematic of the naturally ventilated radiation shield

 

Simulation results of the temperature field of the radiation shield.... |  Download Scientific Diagram

FONTE: https://www.researchgate.net/publication/310822203_Computational_Fluid_Dynamics_Analysis_on_Radiation_Error_of_Surface_Air_Temperature_Measurement

 

Como conteúdo CIENTÍFICO extra para quem deseja aprender mais sobre abrigos, incluindo abrigos aspirados, deixo aqui embaixo este vídeo onde é ilustrado de forma claríssima a mecânica dos fluidos interagindo com os pratos e sensores. O vídeo é repleto de dados e estatística, no qual você mesmo pode tirar a conclusão de como deve se deve comportar um sensor frente a um referencial confiável.

 

 

3 - AMBIENTAÇÃO

É o respeito com as regras de distanciamento dos obstáculos que possam interferir nas propriedades atmosféricas naturais do local, sob ponto de vista local e não geográfico. Estas considerações quando respeitadas 100% dão o título de ESTAÇÃO SINÓTICA - Meteorologia Sinótica - Wiki - para a estação meteorológica. E sim, este é o motivo pelo qual se instala estações em locais desabitados, e não "onde estão as pessoas": monitoramento do fluxo atmosférico terrestre natural e seus valores estatísticos para melhor compreensão dos seus fenômenos envolvidos.

 

Considerando que a estação já se considera aprovada nos critérios 1 e 2, explicados acima, é possível verificar microclimas e efeitos de má ventilação, bem como ilhas de calor, causadas por proximidades de casas, árvores, pavimentações, etc. Repito: de nada adianta verificar este critério sem estar de acordo com os dois primeiros, seria utopia, e por isto segue esta ordem.

 

As escalas de grandeza dos elementos de interferência podem ser divididas em 3 categorias:

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FONTE: https://library.wmo.int/doc_num.php?explnum_id=9286 artigo indicado para um bom entendimento do efeito da interferência dos elementos sobre o vento, com ênfase no meio urbano, de modo a explicar porque insistimos em não instalar estações próximas de casas ou árvores.

 

Tomando ciência do comportamento turbulento da atmosfera fluindo através de obstáculos naturais ou artificiais, foram definidos critérios de distanciamento e regras de distanciamento ao longo de anos, para a instalação de uma estação meteorológica PADRONIZADA. Estações padronizadas podem servir de REFERENCIAL CONFIÁVEL para os valores atmosféricos naturais intrínsecos à geografia de um ponto específico no planeta.

 

Abaixo, temos a orientação da Campbell Scientific para a situlocalização ideal de uma estação e, logo, medição PADRÃO da temperatura do ar:

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FONTE: https://www.campbellsci.com/weather-station-siting

 

E ainda, outro artigo informando o distanciamento de uma estação meteorológica como sendo 7 a 10 vezes a altura do obstáculo mais próximo, como árvores ou edificações:

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FONTE: https://extension.arizona.edu/sites/extension.arizona.edu/files/pubs/az1260.pdf

 

Basicamente o motivo de estampar o CONSIDERO em estações situadas em ambientes isentos de todas estas interferências. São exemplos de estações bem posicionadas, que respeitam os 3 critérios (note que só citei baixadas, propositalmente):

- Terra do Gelo/BJS/SC (Davis Vantage Vue)

- Campo Belo/PNI (Davis Vantage Pro2 - com atenção ao cooler operando parcialmente - critério 2/abrigo)

- Curral de Pedras/Pinheiro Machado/RS (Davis Vantage Pro2)

- Linha Cavalhada/Barra do Ribeiro/RS (Davis Vantage Pro2)

 

Exemplo de estações que respeitam os critérios 1 e 2, mas falham no critério 3:

- INMET Campo Bom/RS (Vaisala) - motivo: árvores de mata ciliar a 8m

- Cristo Rei/São Leopoldo/RS (Davis Vantage Pro2) - motivo: muros de residências a 5m

- Licínio de Almeida/BA (AW 2902) - motivo: árvores a 4m

- Plastcromo/Parobé/RS (Davis Vantage Pro2) - motivo: pátio de estacionamento/pavimentação

 

TESTES FEITOS AQUI:

Este aqui é um teste que eu mesmo fiz em 29/ago/2020, onde ilustra o efeito do posicionamento de uma estação com dados e gráficos utilizando de duas convencionais com dois sensores Hobo e La Crosse. Este teste foi realizado após verificar pequenas diferenças nos efeitos de sensor e abrigo. Desprezíveis me refiro ao valor praticamente nulo na análise de erro. Verificar o critério de sensor ocorre primeiro para que os critérios seguintes não sejam mascarados.

 

Após o teste de sensor e antes do teste de ambientação, verificação dos critérios de SENSOR e ABRIGO combinados, e aprovados abaixo:

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abrigos a 2m de distância (desnível de 20cm)

 

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Minimas 14.10/14.1°C (erro 0.00°C)

Máximas 30.68/30.7°C (erro 0.02°C)

Máximo erro instantâneo -0.4/+0.4°C

Média do quadrado dos resíduos da amostra de dados: 0.02

 

Pra quem não sabe, esta é a maneira correta de verificar desvio - não usando média absoluta. Senão um desvio de +10 durante o dia poderia anular um desvio de -10 durante a noite, resultando em 0.0°C de "erro" e assim sendo uma estação perfeita, o que é claramente uma utopia sem sentido nenhum.

 

Leitura necessária para o entendimento da metodologia:

https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Método_dos_mínimos_quadrados

 

Após a proximidade das árvores:

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Média de 5 dias ensolarados:

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Outro teste feito com abrigo de pratos em Portão/RS, mostra uma precisão ainda melhor quando colocados em ambiente ventilados. Quando a instrumentação atende os 3 critérios de sensor, abrigo e ambientação, não há motivos para desvios na medição. Mesmo com a distância de 244 metros, ficam evidentes apenas os efeitos locais relativos à sua própria geografia:

 

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Foi considerado o dia mais desfavorável ao desempenho do abrigo, o dia 09/05/2022 (ensolarado), E para o desempenho do sensor o dia 11/05/2022 (chuvoso).

 

Situação de tempo seco e ensolarado:

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Minimas 7.9/8.1°C (dif 0.2°C)

Máximas 25.6/25.3°C (dif 0.3°C)

Máximo erro instantâneo -1.8/+1.0°C - questão de timing do aquecimento natural do local, não é erro.

Média do quadrado dos resíduos da amostra de dados: 0.14

 

Situação de tempo úmido e chuvoso:

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Minimas 11.8/11.7°C (dif 0.1°C)

Máximas 20.6/20.7°C (dif 0.1°C)

Máximo erro instantâneo -0.7/+0.5°C - mesma questão de timing por estarem distantes

Média do quadrado dos resíduos da amostra de dados: 0.03

 

CONCLUSÃO DO TESTE:

Em dias ensolarados, o principal impacto nas diferenças locais é exclusivamente a distância entre os sensores: ao amanhecer, quando bate sol primeiro em um antes do outro, ele aquece na frente, mas logo a mistura e turbulência do ar faz com que se homogenize as diferenças na hora mais quente do dia. Já nos dias chuvosos sem radiação solar e elevada umidade, a diferença é desprezível, inferior a 0.3°C, mostrando que SÃO SENSORES E ABRIGOS DE QUALIDADE, e lembrando também que estavam a 244 metros entre eles.

 

De maneira resumida, vou deixar aqui, um terceiro teste rápido de sensor (critério 1) que fiz usando dois dataloggers da Hobo dentro do mesmo abrigo, cujo resultado foi de 0.0°C em todos os parâmetros estatísticos na variável temperatura do ar.

 

 

E ainda, um outro levantamento de dados a partir de um referencial confiável de temperatura, para definir uma equação de calibração de erros causados por um sensor com desvio/descalibrado, tornando seus dados consideráveis.

 

 

AGORA VAMOS DE WRF COMERCIAL:

 

WRF EM ADAMANTINA:

SENSOR:

Uma WRF comprada por Matheus Bonato mostrou alguns dados absurdos, conforme foto tirada por ele. Esta é única foto existente do experimento, pois as demais foram perdidas no telefone que estragou.

 

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O que acontece aqui é o seguinte: foi tirado o sensor termohigrômetro do abrigo da WRF e colocado dentro de um abrigo de pratos artesanal, que teve dados menos absurdos que os do abrigo original, na qual passavam dos +2.5°C de erro instantâneo.

O referencial confiável é um termohigrômetro Ecowitt WH32, e o teste foi feito no dia 18/08/2021, e os dados podem ser encontrado nos IDs Wunderground IADAMA1 e IADAMA2.

 

Os dados registrados por ambos os sensores no mesmo abrigo estão a seguir:

Ecowitt:

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WRF Comercial:

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De cara, já se percebe que uma teve 36.2°C e a outra 38.8°C. Deveriam ser iguais por estarem no mesmo abrigo. Problema exclusivo de sensor, e lembrando que a WRF era nova.

 

Fazendo uma sobreposição de gráficos, tem-se o seguinte:

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Dados de ponto de orvalho calculados com a equação de Tetens, conforme Temp e UR informada.

Média do quadrado dos resíduos: 5.00 (meus testes apontavam 0.14 com estações independentes a 244 metros uma da outra)

 

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Desvio fixo em 2.2°C de dia e de noite.

Não é problema de abrigo, é problema de SENSOR, pois é constante durante as 24 horas do dia.

 

Exemplos do efeito de sensor errado:

- Meça sua temperatura corporal sem febre em 38.5°C.

- Congele água a 2°C.

- Avance 100 anos em aquecimento global na Terra.

 

Lembrando que o abrigo original da WRF foi jogado fora pq ainda se somava mais 1°C de erro durante o dia. Lembrando: estação nova.

Qualidade passou longe nesse caso.

 

PONTO DE ORVALHO:

Outra coisa que se nota é que a WRF Comercial reporta valor errado de Ponto de Orvalho.

Como pode a UR atingir 12% e o PO não ser menor que 10.3°C ?

 

De acordo com a Equação de Tetens, que calcula o PO a partir da Temperatura e UR do ar, vc não teria como conseguir 12% com este PO mínimo. Mesmo com 38.8°C, seria obrigatório que o PO atingisse 4.3°C para tal, ou seja, a própria WRF calculou errado 10.3°C e enviou para o Wunder.

 

https://en.wikipedia.org/wiki/Tetens_equation

 

Esta variável pode ser calculada facilmente pela fórmula:

PO=237.3*(1/((237.3/(237.3+T)-LN(U)/17.3))-1)

ou
UR=100*EXP(-(410529*(T-PO))/((2373+10*T)*(2373+10*PO)))

 

WRF EM GUATAMBU/SC:

 

Outra prova de inconsistência nos dados (menos grave que a do Matheus de Adamantina), provada sem querer, espontaneamente com uma Ambient Weather WS 2902 nova instalada ao lado (IDs Wunder IGUATA2 e IGUATA6):

 

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Foto de 29/05/2022

 

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Foto de 29/06/2022 

 

SENSOR TEMPERATURA:

Escolhi um dia ensolarado com amplitude térmica, com sensor e abrigo se mostrando ineficaz, medindo temperatura muito abaixo da real, ilustrada pela WS 2902 como referencial confiável. 

 

Dados de 30/07/2022

Em cores fortes: WRF

Em cores fracas: WS 2902 (referencial)

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Minimas 5.3/4.0°C (dif 1.3°C) - inaceitável

Máximas 16.9/16.9°C (dif 0.0°C)

Máximo erro instantâneo -0.4/+1.8°C

Média do quadrado dos resíduos da amostra de dados: 0.71 

 

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Percebe-se o efeito combinado de Abrigo ruim + sensor ruim + ambientação terrível. Tudo se soma, e acaba acertando por acaso a temperatura da WS 2902 em algum momento. Mas nem tudo que parece, é.

 

Como toda estação, os 3 pilares da medição padronizada entram aqui, e neste caso os 3 tem falhas. Se decompor os 3 efeitos, o erro de cada um se comporta de uma maneira similar à essa:

1 - SENSOR: Em vermelho, o efeito do erro (negativo) do sensor ruim, com ênfase na madrugada, onde a irradiação e umidade agrava o erro ainda mais. Percebe que o efeito de sensor é um tanto constante, assim como o caso de Adamantina, que estava isento dos outros 2 efeitos.

2 - ABRIGO: Em amarelo, o efeito do sol, incidindo sobre o abrigo, porém barrado pela presença de árvores na parte da manhã.

3 - AMBIENTAÇÃO: Em verde, o efeito da sombra das árvores que acontece pela manhã, enquanto o sol está a nordeste, subtraindo o superaquecimento devido à falha do abrigo ruim (abrigo na sombra é óbvio que o sol não aquece). A tarde o sol incide, e o efeito de superaquecimento é totalmente pela falha do abrigo.

 

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Soma-se estes desvios positivos para aquecimento e negativos para sensor, e eventualmente vai "acertar" a temperatura no momento em que o sensor tiver -1.0°C e o aquecimento do abrigo tiver +1.0°C. Mas não se esqueça: relógio parado acerta a hora 2 vezes por dia!

 

Não sei se é proposital, mas parece ser uma gambiarra pra tentar aproximar a medição do real. E as vezes até que funciona, mas chamar isso de qualidade, é deboche.

 

SENSOR UMIDADE:

Outro exemplo de erro no cálculo de umidade segue abaixo:

Duas estações diferentes, Ecowitt e WRF, reportando a exata mesma Temperatura, porém, a WRF com UR MAIOR, retorna PO MENOR. Sim, ela é a única que erra, é o patinho feio, tanto nos dados de Adamantina, quanto nos dados de Guatambu (outra WRF). Davis, Ambient Weather, Acurite, Ecowitt, La Crosse, todas são coerentes em seus PO e UR.

 

Ecowitt Portão/RS:

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WRF Comercial Guatambu/SC:

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Tentei explicar, mas em vão. Articularam que a culpa é do Wunderground. Será?

 

As estações todas costumam reportar apenas Temperatura e UR para o Wunderground, e ele mesmo tem uma calculadora de PO interna. Ao informar a T e a UR, ele automaticamente retorna o PO sozinho (o que a maioria das estações fazem), mas se informar manualmente o PO, ele prioriza o PO que a estação informou manualmente.

 

Isso pode facilmente ser provado aqui:
Coloque 2 estações reportando no mesmo ID, com temperaturas diferentes, sendo a mais fria a cada 5 min e a mais quente cada 15 min. Dará conflito de leitura, mas o gráfico plotado será do valor MÁXIMO dos reports no intervalo de 5 min para T/UR/PO, ou seja, será o dado bruto da estação de valor maior, porém no table, será exibido o valor MÉDIO das leituras, nas variáveis T/UR/PO.

 

Para este exemplo, usei uma estação com 17.7°C/PO 13.2°C e outra com 11.8°C/PO 11.7°C.

 

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Nenhuma estação reportou 13.0/PO 12.0°C, pois uma estava com 17.7°C e a outra 11.8°C. Portanto, de onde vem tal valor? Bingo: o Wunder calcula sozinho, e sim, ele usa a equação correta.

 

E segue acontecendo, neste dia 01/08/2022, muito curioso 23.9°C/58% ser PO 15.5 e 15.0 ao mesmo tempo:

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Começando errado e com incoerências, sem assumir o desconhecimento do seu próprio instrumento fabricado, a medição de umidade já mergulha em utopia e o produtor rural já está sendo enganado com um produto de qualidade duvidosa, assim como o Matheus Bonato se sente enganado até hoje.

 

Isso vai longe.

 

WRF CORUJAS EM SÃO JOAQUIM/SC:

 

Pois bem, instalaram uma WRF, que já vinha com longa bagagem de dados inconsistentes, frente às já consagradas Davis, Ambient Weather, La Crosse, Ecowitt, em um local com as temperaturas mais extremas monitoradas de São Joaquim (de fato, muito forte em mínima). Onde DEVERIA ter excelência, para ser destaque na esfera meteorológica do país, em vez de espetáculo, virou um circo.

 

Todas as fabricantes de equipamentos meteorológicos do mercado costumam ter seus produtos testados e extraídos seus dados de testes feitos nos diversos tempos por muitos usuários aqui neste espaço.

 

Houve a época em que a Acurite era referência no pior dado de temperatura do mercado, porém o seu problema era apenas o abrigo praticamente inexistente na medição da temperatura. Atualmente tem mostrado melhora no desempenho nas novas atualizações (tema para outro post).

 

Sobre a marca WRF Comercial, desde 2021 é falado por diversas pessoas que a marca peca em qualidade nos seus produtos, tem problemas e dados inconsistentes (não só de temperatura). Então para verificação foi colocada uma Davis Vue no local. A davis está com problemas na UR por ser antiga, mas está ok na Temperatura. Começou uma militância em defesa de alguns interesses pessoais (WRF Sport Club), teve quem criticou a Davis Vue, se baseando de variáveis escolhidas a dedo, que "puxam o assado pro seu lado" quando convêm (dois pesos, duas medidas).

 

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A Davis até pode ser um tanto antiga, mas os dados de temperatura são consistentes, mesmo tendo a aparência de descaso, o importante é a saúde e integridade do sensor, até por quê a WRF é nova, né? Não deveria ser impecável?

 

Dadas algumas divergências, colocou-se uma Ambient Weather nova ao lado, e isso foi incrível: mostrou que além da temperatura duvidosa, deixou claro que os vários outros sensores meteorológicos da WRF também tem qualidade duvidosa.

 

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De cara: a WRF tá bem mais alta que a ambient weather. E em um local onde a temperatura de relva (em situações de ar extremamente seco) é falada por diversas vezes que podem ter diferenças superiores a 10°C em relação a temperatura em 2m.  Deveriam ficar na mesma altura, né?

 

Essa diferença de altura traz um efeito favorável aos militantes da WRF Sport Club: a potencialização do acúmulo de ar frio de madrugada na Ambient Weather, minorando o erro de sensor noturno da WRF (imagine o que não faz 10°C de contraste em 2m de desnível).

 

Teste justo se faz com sensores em altura igual, como foi feito em Guatambu/SC e lá o efeito de cada parcela de erro ficou muito claro sua contribuição, descrita acima.

Desta forma, erros podem vir suavizados e diluídos, mas abaixo, verá que o padrão de comportamento e de erro é um tanto parecido ao de Guatambu e de possivelmente centenas de WRF comercializadas por aí, o que é lamentável para o lado de quem paga por um instrumento de qualidade (cliente), e para o lado de quem preza pela qualidade dos dados que descrevem a climatologia de uma região (ciência).

 

Dadas considerações de instalação para execução do teste, foi verificado os seguintes dados para o invervalo em que estiveram as três juntas (22/07 a 31/08). Dados podem ser encontrados nos seguintes IDs Wunderground:

ISOJOA20 - WRF

ISOJOA28 - Ambient Weather

ISOJOA29 - Davis

 

EXTREMOS DIÁRIOS:

Estas são as mínimas e máximas compreendidas entre o período da manhã e da tarde. Não estão sendo consideradas invertidas neste caso.

 

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Agora para ver o padrão de aquecimento e comportamento de sensor e abrigo, os dias são parecidos. Todos os dias tiveram vantagem para a WRF, visto que se tivesse nivelada em altura igual, a diferença nas mínimas poderia ser maior.

 

DADOS INSTANTÂNEOS:

 

DESEMPENHO COMBINADO ABRIGO+SENSOR DE TEMPERATURA:

 

27/07/2022 - Condição de tempo seco e estável:

Com a finalidade de submeter ao teste prático tradicional de uma estação meteorológica instalada em campo, em ambientação padronizada e respeitando o distanciamento de obstáculos (critério 3):

DAVIS

WRF

AMBIENT WEATHER

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Considerações:

Extremos do dia já citados na tabela acima.

Ponto de orvalho calculado pela fórmula de Tetens, partindo da Temperatura e UR informadas pelo sensor.

Não foi considerado PO da Davis pois ela desvia quando entra em saturação.

 

Abaixo, a diferença entre cada estação submetida ao teste, frente ao referencial confiável.

DAVIS - AMBIENT WEATHER

WRF - AMBIENT WEATHER

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Admitindo a Ambient Weather nova como referencial confiável:

Máximo erro instantâneo entre Davis-AW: -1.9/+1.1°C (-0.8/+1.0 fora do pico isolado de timing)

Máximo erro instantâneo entre WRF-AW: -1.0/+2.4°C (-1.0/+0.4 fora do pico isolado de timing)

Média do quadrado dos resíduos (Davis-AW): 0.148 - mesmo desempenho do meu teste realizado em Portão/RS a 244 metros de distância.

Média do quadrado dos resíduos (WRF-AW): 0.235 - contribuição de erros acumulados da madrugada tem principal peso neste valor.

 

DESEMPENHO APENAS DO SENSOR:

Agora o mesmo resultado de erros referente ao período noturno (0h-7h em união com 18h-24h) para efeito somente de sensor (1) excluindo o efeito de abrigo (2) do período diurno:

 

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Máximo erro instantâneo entre Davis-AW: -0.3/+1.0°C

Máximo erro instantâneo entre WRF-AW: -1.0/+0.4°C

Média do quadrado dos resíduos (Davis-AW): 0.086 - erro ok

Média do quadrado dos resíduos (WRF-AW): 0.232 - erro bem maior

 

Padrão de comportamento de erro/imprecisão por regressão se mostraram semelhantes nos demais dias desta amostra de dados.

 

WRF comercial claramente marca temperatura inferior ao referencial confiável durante a madrugada, especialmente em dias onde a perda de calor por irradiação é intensa, podendo chegar a 1.5°C de diferença pontualmente, LEMBRANDO QUE ELA ESTÁ MAIS ALTA QUE AS OUTRAS ESTAÇÕES, o que claramente dá vantagem por poder mascarar agravamento do desvio em noites secas de forte estratificação térmica - e isso é inaceitável.

 

28 e 29/07/2022 - Condição de tempo úmido e chuvoso:

 

Situação onde não existe desvios relacionados à insolação durante o dia e perda radiativa de calor durante a noite. As temperaturas devem ser OBRIGATORIAMENTE IDÊNTICAS durante todo o período instável.

 

DAVIS

WRF

AMBIENT WEATHER

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Abaixo, a diferença entre cada estação submetida ao teste, frente ao referencial confiável, que é a Ambient Weather.

DAVIS - AMBIENT WEATHER

WRF - AMBIENT WEATHER

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Aqui não precisa ter 50 anos de experiência pra perceber que a WRF claramente informa o valor ERRADO de temperatura em -0.7/-0.9°C durante todo o período chuvoso onde deveria marcar honestamente a mesma temperatura das demais estações, com bônus de erro constante em -0.7°C totalmente explícito, causado por efeito de SENSOR, em outra noite VENTOSA, em advecção de ar polar que ocorreu durante o dia 29 inteiro até o dia seguinte, revelando o que já era esperado. Quem diria hein!

 

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OUTRAS VARIÁVEIS:

Uma estação meteorológica de qualidade não se resume somente em termohigrômetro. Analisar friamente só estas duas variáveis seria desonesto de minha parte. Então vamos para os próximos sensores.

 

Higrômetro:

Apesar dos dados de UR da WRF "Corujas 1" estarem com precisão aprimorada frente aos sensores das outras duas estações WRF de Guatambu e Adamantina, vistas neste post, segue cometendo a mesma gafe de fazer o cálculo errado de ponto de orvalho e reportá-lo para o Wunderground. Seria redundância trazer outra vez o mesmo fato. Os valores estão no Wunder e podem ser consultados à qualquer tempo.

 

Vale apenas calcular manualmente o valor do PO pela fórmula de Tetens, partindo da T e UR informada, como feito no gráfico das 3 estações acima e desconsiderar o PO informado pela estação reportado no Wunder.

 

Barômetro:

Uma verdadeira piada neste caso. Não cabe analisar o sensor, uma vez que ele não apresenta qualquer comportamento lúcido e atinge valores absurdos e caóticos à qualquer instância.

 

26/07/2022

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27/07/2022

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Curto e grosso: ao que se apresenta, antes no lixo que no wunder, ESTE sensor, NESTA estação.

 

WRF de Guatambu apresenta dados de barômetro corretos, com a observação de que ela está reportando a pressão absoluta, enquanto a Ambient Weather está reportando a pressão reduzida ao nível do mar.

 

Anemômetro:

Dados do dia 27/07/2022: dia calmo com estabilidade.

Referencial confiável: Ambient Weather

 

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Velocidade do vento da Davis Vue correspondendo à Ambient Weather com boa precisão, mas parece estar com a biruta travada pois ela é inexistente (possível ver na foto).

 

Velocidade da WRF parece ok, brisa da madrugada das 3 estações concordam entre si, mas pela tarde ele simplesmente desaparece, adivinha: justamente quando venta com mais intensidade. Em todos os dias acontece isto.

 

A direção do vento é imprecisa e não faz o menor sentido. Parece não saber quem é a ponta e quem é a cauda, fazendo 360° o tempo inteiro ao invés de apontar para a direção certa com clareza. Além da imprecisão de exibir os dados em quadrantes de 45° em 45°, o que deixa o gráfico magro.

 

Demais dias de teste apresentaram o mesmo padrão de comportamento nos respectivos anemômetros.

Derrota para a WRF na variável vento.

 

Pluviômetro:

Único evento com precipitação do período em que esteve as 3 estações operando durante o teste, foi a noite e madrugada dos dias 28 e 29/07/2022. A chuva começou no início da noite do dia 28 e seguiu até a madrugada, onde parou. Pela manhã, uma leve garoa movimentou pela última vez a báscula dos pluviômetros.

 

28/07/2022

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29/07/2022

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A WRF comercial simplesmente não consegue manter o volume de chuva acumulado no dia até fechar as 24 horas. Perde valores acumulados anteriormente no meio do evento e a informação ao wunder fica defasada, faltando acumulado.

 

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O valor de precipitação total no dia é claramente errado, consequência dos resets involuntários que ocorrem. O valor deveria ser de 8.12 mm (0.25+6.86+0.51+0.25+0.25) no primeiro dia e 6.86 mm (1.02+5.59+0.25) no segundo dia.

 

Precisão no valor da precipitação:

Dia 28:

9.4 mm - Ambient Weather

10.67 mm - Davis Vue (13% maior)

8.12 mm - WRF (14% menor)

 

Dia 29:

8.1 mm - Ambient Weather

9.4 mm - Davis Vue (16% maior)

6.86 mm - WRF (15% menor)

 

Dado mostra tendência da WRF exibir valor menor que o reportado pelas outras duas estações. Em uma chuva de 100 mm a imprecisão começa a ganhar tamanho em igual proporção. Isso é algo que poderia ser facilmente calibrado, ajustando a volumetria da báscula do pluviômetro, de modo que cada tombamento gere um volume de 15% maior que o apresentado por tombamento, conforme referencial confiável.

 

A Ambient Weather, apesar de estar possivelmente com o relógio atrasado em 1 hora, reinicia a contagem as 23:00 mas não peca em precisão. Isso é facilmente ajustado e corrigido no console da estação.

 

Radiação Solar:

Um dia com céu azul sem nuvens foi possível no dia 26/07.

 

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Curva de radiação solar da WRF parece excelente, com um pico na parte da manhã. Normalmente pode ocorrer devido a uma gota de orvalho ou garoa que funciona como uma lupa no sensor quando ele é pequeno (isto ocorre nas Ambient Weather). Ou é mais uma falha aleatória e involuntária mesmo - que é mais provável neste caso, devido ao ponto ser exclusivo e isolado. O que resta é a concordância entre os valores máximos de pico de radiação.

 

612 W/m² - Ambient Weather

480 W/m² - WRF

 

Pelo sensor da Ambient Weather ser simples e pouco preciso, fica indeterminado qual é a curva de radiação correta. Uma Davis Pro2 6162, referência na medição de radiação solar, poderia ser o referencial confiável neste caso e definir isto.

 

O índice ultravioleta, que é grosseiramente proporcional à radiação solar, da WRF é exibido todo com valor nulo no gráfico. A WRF de Guatambu também faz igual. Poderia vir de fábrica programada para reportar somente a radiação, sem UV.

 

CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS:

 

Depois de todas estas considerações e fatos, ilustrando o comportamento de sensores testados por mim e por outras pessoas aqui no meu monitoramento, dá pra afirmar com propriedade que, se você dispõe de condições para comprar uma estação meteorológica, WRF COMERCIAL NÃO PODE SER UMA OPÇÃO no seu projeto.

 

Minha mais sincera crítica pessoal (e de outras dezenas de entusiastas e meteorologistas profissionais de respeitável conhecimento técnico), é a de que passar pano pra equipamento ruim, por desconhecimento é até compreensível, afinal, todos temos o tempo certo de aprender (ninguém nasce sabendo, né?). Mas quando isto é consciente, e em proveito de vantagens pessoais vagas e subjetivas, além de vergonhoso, é de extremo retrocesso para todos, sem exceção.

 

Fica minha dúvida se realmente o equipamento dispõe de ensaios laboratoriais de qualidade (dizem eles que sim, pelo instagram), mas uma vez que vêm de fábrica com estes defeitos/imprecisões, acho pouco provável - ou é descaso mesmo. Deixo aqui um exemplo de certificado de calibração de uma Davis Vantage Pro2 adquirida por mim recentemente:

https://www.mediafire.com/file/gixdj8xxujy5uef/1178-21-+Certificado+Calibração+Davis+(1).pdf/file

 

Como se sairia um ensaio destes com uma estação WRF comercial? Tenho muita curiosidade. Lembrando que uma estação da WRF custa R$ 2.400,00 conforme anúncio abaixo:

https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1682435663-estaco-meteorologica-autnoma-wi-fi-monitoramento-remoto-_JM

 

Quem conhece o ditado: "não troque o certo pelo duvidoso" sabe do que eu tô falando. Portanto cuidado, quem está iniciando na caminhada, pois embasada em todas estas citações, referenciação bibliográfica e experimentações seguindo uma metodologia bem definida e claríssima, quero chamar a atenção disso. Ao meu ver (espero que seja consenso), ciente destes dados, é uma atitude de pouca inteligência investir um tal valor em uma WRF, (tampouco indicar e enganar a outrem), sobretudo em locais de clima extremo, onde podem ser potenciais destaques inclusive na mídia, estando ciente destas opções abaixo, já consolidadas no mercado meteorológico, com preços não menos competitivos:

Davis - robustez e segurança nos dados para uso científico e profissional;

Ambient Weather - praticidade e custo benefício "all in one" para iniciantes e uso doméstico;

Ecowitt - o melhor custo benefício e versatilidade para iniciantes com excelente qualidade e precisão nos dados entregues.

 

Em todas estas marcas realizei testes básicos e a qualidade entregue foi ótima, tanto que uso em meu próprio monitoramento sem hesitar. Tudo isso, sem pesar mais nem menos no bolso do usuário, portanto, WRF: esqueçam.

 

Quanto ao monitoramento das variáveis meteorológicas e divulgação das mesmas:

Se for para fins científicos: qualidade, por favor.

Se for para agricultura: qualidade, por favor.

Se for para fins recreativos: qualidade, por favor.

Se for para medir errado/fora das regras: faça isso offline e, se possível, bem longe daqui.

 

Lembrando que os melhores cientistas do mundo trabalham sempre com os melhores equipamentos do mundo.

 

Leiam e estudem, pois o conhecimento está disperso na sociedade e cada indivíduo só é capaz de deter uma parcela ínfima do conhecimento disponível (Friedrich A. von Hayek).

 

Um abraço e fiquem com Deus.

 


Kevin, essa análise foi incrível ! Parabéns ! Para isso não se perder aqui no tópico de monitoramento nos próximos dias, vou criar posteriormente um tópico extra e deixar organizado lá na sessão de “Instrumentação Meteorológica “, ok ? 

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Em 02/08/2022 em 23:54, LeoP disse:

 

Aqui pra BH, tenho certeza que a de maio será a MP mais forte do ano. Não tenho a mínima expectativa de superar maio - o que não significa que não espero nada. Espero frio sim, mas não como aquele.

 

Pampulha teve máxima de 17°C com CÉU AZUL (após mínima de 6). Isso é por demais significativo e me lembro que o topão aí de JF (muito melhor para máximas baixas que aqui) só foi atingir esse nível de frio diurno um mês depois e com céu nublado! Aquele ar polar foi realmente anômalo. Muito relevante, também, os 7°C do centro de Belo Horizonte, topão totalmente urbanizado e verticalizado ao lado de um viaduto movimentado.

 

Por enquanto, agosto seguirá muito ruim, mas com melhores perspectivas a partir do dia 10, quando o inverno pode voltar. Nada forte por enquanto, mas pelo menos teremos o gostinho do frio de volta. Tá previsto mínimas se aproximando novamente dos 10°C e máximas entre 23 e 21°C, a assinatura do inverno belorizontino.


Bom dia, Léo ! Tem razão ! Para a região da capital e norte do estado eu acho que não tem mesmo como superar a de Maio. Engraçado que ela foi totalmente banal por aqui em termos de temperatura MÁXIMA, mas a mínima atingiu o menor valor para Maio desde 1990 (histórica para Maio neste aspecto, foi a terceira menor mínima para este mês desde 1973). 
 

Na minha estação, então, nem se fala, não teve nada de histórica ! Essa MP não teve destaque nas baixadas de JF e região. Mas a máxima sub-20 com sol o dia todo foi a primeira que eu registrei para um mês de Maio. 
 

Enfim, jogo segue aberto para o provável evento do dia 10/12 de Agosto, mas infelizmente não dá para saber nada sobre sua intensidade. Vamos ter que aguardar mais uns dias. 

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Em 03/08/2022 em 11:16, Renan disse:


Kevin, essa análise foi incrível ! Parabéns ! Para isso não se perder aqui no tópico de monitoramento nos próximos dias, vou criar posteriormente um tópico extra e deixar organizado lá na sessão de “Instrumentação Meteorológica “, ok ? 

 

Ia propor isso mesmo, colocar num local para não ficar perdido aqui nesse thread. E parabéns ao @kevin cassol pela dedicação no estudo!

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A "chuva surpresa" que pegou a região de POA em parte da noite de terça, e voltou em parte da madrugada , foi fraca e rendeu 1,4 mm (INMET-POA).

Mas ela não estava prevista, pelo menos nas fontes em que consultei antes do dia ontem, e eu já estava estranhando ontem, na segunda metade tarde, ao ver o céu começando a ficar mais cinza em alguns pontos.

Essa chuva veio após o aumento de nebulosidade na tarde de ontem, que deixou a tarde tb mais fria que o previsto. 

 

A variação em POA na terça foi de 12,4 / 17,8 °C (INMET), com boa parte da tarde em torno de 16 °C.

 

Nesta quarta, a mínima foi de 13,9 °C à meia-noite (INMET), viemos aquecendo ao longo da madrugada e manhã, e o céu abriu pelo meio da manhã. Às 11:00 já tínhamos 21,6 °C. Amanhã volta a chuva e o frio.

 

 

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Em 03/08/2022 em 11:30, Daniel Lisboa disse:

Acordei ansioso pra ver as atualizações e...até o GFS matou a MP. É isso, o sonho acabou.

 

Daniel hoje: o sonho acabou

 

Daniel amanhã: Pelo visto a MP vem mesmo !

 

Daniel depois de amanhã: Já era, inverno lixo, acabou tudo, que venha 2023 !

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Em 02/08/2022 em 12:29, Carlos Campos disse:

Estou preocupado pois o Peregrine não mencionou nada sobre essa data... 

Vamos aguardar.  Também tem o Moisés Alexandre... Ele não apareceu neste inverno por aqui. 

Aliás, muitos colegas simplesmente desapareceram. Obviamente se um dia retornarem irão dizer q estavam sem tempo livre devido à cursos, trabalho e faculdade. O q não seria um motivo válido... seria o mesmo q dizer q antes eles não tinham nada pra fazer, ou q o Baz só serve pra quando não se tem outra coisa interessante pra fazer. 

Nossa ... Tô viajando kkkk

Sempre tirando um tempinho para o BAZ. Ainda vamos ter entrada de ar frio no mês de Agosto. Só não vou mais é marcar data, o Clima tá nem aí para o nosso calendário. Talvez as próximas Ondas de Frio fiquem mais restritas ao Sul do Brasil, podendo um impacto maior ocorrer na Argentina. Enquanto isso, vou acompanhando as temperaturas na Antártica e tentando seguir a lógica do pensamento de Leroux (déficit térmico acentuado, AMPs fortes). 

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Em 03/08/2022 em 09:49, Luide Luckmann disse:

Foi literalmente uma onda de frio, com características necessárias para ser considerada tal.

Por aqui não teve nada demais, foi uma MP forte de maio apenas. 2007 bota essa no chão. Ainda espero que a maior MP do ano chegue, pra bater aquela de junho.

 

Provavelmente ainda teremos uma MP maior, tanto para vocês aí proximos do litoral de SC, quanto para nós no Norte do PR. Em Maio, o destaque foi a ST e máxima bem baixa em Londrina para o mês, na casa dos 12-14°C e mínimas entre 5 e 6°C. Baixadas fez um mais frio, mas nada anormal.

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E o que essas entradas de Ar Frio pelo Sul do Brasil têm haver com o Nordeste brasileiro ? TUDO ! Desde maio vamos tendo chuvas significativas em parte do Nordeste relacionadas a dinâmica dos AMPs. Hoje pela madrugada, registrei 20mm. Pode parecer pouco, todavia é muito para essa época do ano. Que venha Frio ! Que venha Chuva ! 

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Vi que tem até previsão de chuva para Cuiabá na próxima semana. Espero que se concretize, pois ao meu ver, acredito que as chuvas e a nebulosidade nessa região do continente desempenham um papel fundamental para impedir que a bolha de ar quente tome proporções absurdas. 

 

Sim, estou mais preocupado em não sofrer com o calor esse ano que com o frio. Para o frio, feliz 2023... até aparecer alguma ilusão. 

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Em 03/08/2022 em 01:00, kevin cassol disse:

WRF COMERCIAL - CASO CORUJAS (SÃO JOAQUIM/SC)

 

Nota:

Este post tem conteúdo científico e estatístico, que é o que se espera de uma análise técnica.

 

Pra começar e deixar bem claro, é conveniente que todos aqui neste fórum de meteorologia/entusiastas tenham ciência de que para uma instrumentação de qualidade que produza leituras consideráveis de temperatura do ar seco válidas, é necessário atender a 3 pilares fundamentais/critérios:

1 - SENSOR

2 - ABRIGO

3 - AMBIENTAÇÃO

 

Estes critérios são mencionados em artigos, blogs ou publicações, como por exemplo:

https://www.encyclopedie-environnement.org/en/air-en/ground-weather-observations-what-is-measured-and-what-is-done-with-it/

 

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1 - SENSOR:

É o dado bruto, determinado através da corrente elétrica que passa dentro de um sistema elétrico. Os parâmetros elétricos são influenciados pela própria variação na temperatura, independente das condições de exposição. O dispositivo eletrônico o interpreta e retorna em temperatura, análogo a uma mola, que mede a grandeza força, interpreta a força-peso, e como a aceleração em F=m.a é uma constante, retorna o dado em massa. É basicamente o dado cru e fundamental.

 

Dando ênfase nos sensores elétricos, eis alguns deles:

- Sensor de Temperatura Infravermelho sem contato

- Sensor de Temperatura Interruptor bimetálico

- Sensor de Temperatura Termopar

- Sensor de Temperatura RTD (Detectores de Temperatura de Resistência)

- Sensor de Temperatura Termistor

FONTE:

https://www.manualdaeletronica.com.br/sensor-de-temperatura-tipos-caracteristicas/

 

2 - ABRIGO:

É o escudo que permite o sensor de qualidade coletar a informação de temperatura (bulbo seco) do ar. Requer aprovação do primeiro critério (sensor) para fazer sentido, senão nada adianta abrigo bom associado a sensor ruim ou impreciso, pois uma coisa vem DEPOIS da outra.

 

Os pratos devem ter a função de REFLETIR para fora a radiação eletromagnética na faixa do visível e PRINCIPALMENTE INFRAVERMELHA, que é a frequência que aquece superfícies.

 

São duas direções predominantes de radiação que atinge o abrigo: direta e indireta.

 

- Direta: é a radiação que vem por cima, sobretudo com sol lateral, que é o motivo da existência da dobra na borda do prato (o prato da WRF comercial é PLANO - não deveria).

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FONTE:
https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1682435663-estaco-meteorologica-autnoma-wi-fi-monitoramento-remoto-_JM

https://www.davisinstruments.com/products/wireless-vantage-pro2-with-standard-radiation-shield

 

- Indireta: é a radiação REFLETIDA pelo solo, sobretudo em meses de maior insolação, como o verão, e situações com neve acumulada sobre o solo. Esta radiação refletida entra por baixo e deve ser dissipada pela parte plana interna do prato do abrigo.

 

Logo, você NÃO PODE conseguir enxergar o sensor dentro do abrigo, pois se é possivel vê-lo, também é possível a luz incidir sobre ele, logo, absorvendo calor por radiação indireta. O sensor deve operar NO ESCURO e a temperatura NÃO PODE ser maior nem menor que o ambiente em que se encontra inserida. Inclusive é interessante alguns abrigos estáticos (não-aspirados) terem pintura preta na borda interna de cada prato por uma questão de ALBEDO, a fim de absorver o calor radiativo e evitar transmissão para o sensor.

 

Schematic of the naturally ventilated radiation shield

 

Simulation results of the temperature field of the radiation shield.... |  Download Scientific Diagram

FONTE: https://www.researchgate.net/publication/310822203_Computational_Fluid_Dynamics_Analysis_on_Radiation_Error_of_Surface_Air_Temperature_Measurement

 

Como conteúdo CIENTÍFICO extra para quem deseja aprender mais sobre abrigos, incluindo abrigos aspirados, deixo aqui embaixo este vídeo onde é ilustrado de forma claríssima a mecânica dos fluidos interagindo com os pratos e sensores. O vídeo é repleto de dados e estatística, no qual você mesmo pode tirar a conclusão de como deve se deve comportar um sensor frente a um referencial confiável.

 

 

3 - AMBIENTAÇÃO

É o respeito com as regras de distanciamento dos obstáculos que possam interferir nas propriedades atmosféricas naturais do local, sob ponto de vista local e não geográfico. Estas considerações quando respeitadas 100% dão o título de ESTAÇÃO SINÓTICA - Meteorologia Sinótica - Wiki - para a estação meteorológica. E sim, este é o motivo pelo qual se instala estações em locais desabitados, e não "onde estão as pessoas": monitoramento do fluxo atmosférico terrestre natural e seus valores estatísticos para melhor compreensão dos seus fenômenos envolvidos.

 

Considerando que a estação já se considera aprovada nos critérios 1 e 2, explicados acima, é possível verificar microclimas e efeitos de má ventilação, bem como ilhas de calor, causadas por proximidades de casas, árvores, pavimentações, etc. Repito: de nada adianta verificar este critério sem estar de acordo com os dois primeiros, seria utopia, e por isto segue esta ordem.

 

As escalas de grandeza dos elementos de interferência podem ser divididas em 3 categorias:

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FONTE: https://library.wmo.int/doc_num.php?explnum_id=9286 artigo indicado para um bom entendimento do efeito da interferência dos elementos sobre o vento, com ênfase no meio urbano, de modo a explicar porque insistimos em não instalar estações próximas de casas ou árvores.

 

Tomando ciência do comportamento turbulento da atmosfera fluindo através de obstáculos naturais ou artificiais, foram definidos critérios de distanciamento e regras de distanciamento ao longo de anos, para a instalação de uma estação meteorológica PADRONIZADA. Estações padronizadas podem servir de REFERENCIAL CONFIÁVEL para os valores atmosféricos naturais intrínsecos à geografia de um ponto específico no planeta.

 

Abaixo, temos a orientação da Campbell Scientific para a situlocalização ideal de uma estação e, logo, medição PADRÃO da temperatura do ar:

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FONTE: https://www.campbellsci.com/weather-station-siting

 

E ainda, outro artigo informando o distanciamento de uma estação meteorológica como sendo 7 a 10 vezes a altura do obstáculo mais próximo, como árvores ou edificações:

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FONTE: https://extension.arizona.edu/sites/extension.arizona.edu/files/pubs/az1260.pdf

 

Basicamente o motivo de estampar o CONSIDERO em estações situadas em ambientes isentos de todas estas interferências. São exemplos de estações bem posicionadas, que respeitam os 3 critérios (note que só citei baixadas, propositalmente):

- Terra do Gelo/BJS/SC (Davis Vantage Vue)

- Campo Belo/PNI (Davis Vantage Pro2 - com atenção ao cooler operando parcialmente - critério 2/abrigo)

- Curral de Pedras/Pinheiro Machado/RS (Davis Vantage Pro2)

- Linha Cavalhada/Barra do Ribeiro/RS (Davis Vantage Pro2)

 

Exemplo de estações que respeitam os critérios 1 e 2, mas falham no critério 3:

- INMET Campo Bom/RS (Vaisala) - motivo: árvores de mata ciliar a 8m

- Cristo Rei/São Leopoldo/RS (Davis Vantage Pro2) - motivo: muros de residências a 5m

- Licínio de Almeida/BA (AW 2902) - motivo: árvores a 4m

- Plastcromo/Parobé/RS (Davis Vantage Pro2) - motivo: pátio de estacionamento/pavimentação

 

TESTES FEITOS AQUI:

Este aqui é um teste que eu mesmo fiz em 29/ago/2020, onde ilustra o efeito do posicionamento de uma estação com dados e gráficos utilizando de duas convencionais com dois sensores Hobo e La Crosse. Este teste foi realizado após verificar pequenas diferenças nos efeitos de sensor e abrigo. Desprezíveis me refiro ao valor praticamente nulo na análise de erro. Verificar o critério de sensor ocorre primeiro para que os critérios seguintes não sejam mascarados.

 

Após o teste de sensor e antes do teste de ambientação, verificação dos critérios de SENSOR e ABRIGO combinados, e aprovados abaixo:

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abrigos a 2m de distância (desnível de 20cm)

 

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Minimas 14.10/14.1°C (erro 0.00°C)

Máximas 30.68/30.7°C (erro 0.02°C)

Máximo erro instantâneo -0.4/+0.4°C

Média do quadrado dos resíduos da amostra de dados: 0.02

 

Pra quem não sabe, esta é a maneira correta de verificar desvio - não usando média absoluta. Senão um desvio de +10 durante o dia poderia anular um desvio de -10 durante a noite, resultando em 0.0°C de "erro" e assim sendo uma estação perfeita, o que é claramente uma utopia sem sentido nenhum.

 

Leitura necessária para o entendimento da metodologia:

https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Método_dos_mínimos_quadrados

 

Após a proximidade das árvores:

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Média de 5 dias ensolarados:

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Outro teste feito com abrigo de pratos em Portão/RS, mostra uma precisão ainda melhor quando colocados em ambiente ventilados. Quando a instrumentação atende os 3 critérios de sensor, abrigo e ambientação, não há motivos para desvios na medição. Mesmo com a distância de 244 metros, ficam evidentes apenas os efeitos locais relativos à sua própria geografia:

 

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Foi considerado o dia mais desfavorável ao desempenho do abrigo, o dia 09/05/2022 (ensolarado), E para o desempenho do sensor o dia 11/05/2022 (chuvoso).

 

Situação de tempo seco e ensolarado:

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Minimas 7.9/8.1°C (dif 0.2°C)

Máximas 25.6/25.3°C (dif 0.3°C)

Máximo erro instantâneo -1.8/+1.0°C - questão de timing do aquecimento natural do local, não é erro.

Média do quadrado dos resíduos da amostra de dados: 0.14

 

Situação de tempo úmido e chuvoso:

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Minimas 11.8/11.7°C (dif 0.1°C)

Máximas 20.6/20.7°C (dif 0.1°C)

Máximo erro instantâneo -0.7/+0.5°C - mesma questão de timing por estarem distantes

Média do quadrado dos resíduos da amostra de dados: 0.03

 

CONCLUSÃO DO TESTE:

Em dias ensolarados, o principal impacto nas diferenças locais é exclusivamente a distância entre os sensores: ao amanhecer, quando bate sol primeiro em um antes do outro, ele aquece na frente, mas logo a mistura e turbulência do ar faz com que se homogenize as diferenças na hora mais quente do dia. Já nos dias chuvosos sem radiação solar e elevada umidade, a diferença é desprezível, inferior a 0.3°C, mostrando que SÃO SENSORES E ABRIGOS DE QUALIDADE, e lembrando também que estavam a 244 metros entre eles.

 

De maneira resumida, vou deixar aqui, um terceiro teste rápido de sensor (critério 1) que fiz usando dois dataloggers da Hobo dentro do mesmo abrigo, cujo resultado foi de 0.0°C em todos os parâmetros estatísticos na variável temperatura do ar.

 

 

E ainda, um outro levantamento de dados a partir de um referencial confiável de temperatura, para definir uma equação de calibração de erros causados por um sensor com desvio/descalibrado, tornando seus dados consideráveis.

 

 

AGORA VAMOS DE WRF COMERCIAL:

 

WRF EM ADAMANTINA:

SENSOR:

Uma WRF comprada por Matheus Bonato mostrou alguns dados absurdos, conforme foto tirada por ele. Esta é única foto existente do experimento, pois as demais foram perdidas no telefone que estragou.

 

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O que acontece aqui é o seguinte: foi tirado o sensor termohigrômetro do abrigo da WRF e colocado dentro de um abrigo de pratos artesanal, que teve dados menos absurdos que os do abrigo original, na qual passavam dos +2.5°C de erro instantâneo.

O referencial confiável é um termohigrômetro Ecowitt WH32, e o teste foi feito no dia 18/08/2021, e os dados podem ser encontrado nos IDs Wunderground IADAMA1 e IADAMA2.

 

Os dados registrados por ambos os sensores no mesmo abrigo estão a seguir:

Ecowitt:

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WRF Comercial:

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De cara, já se percebe que uma teve 36.2°C e a outra 38.8°C. Deveriam ser iguais por estarem no mesmo abrigo. Problema exclusivo de sensor, e lembrando que a WRF era nova.

 

Fazendo uma sobreposição de gráficos, tem-se o seguinte:

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Dados de ponto de orvalho calculados com a equação de Tetens, conforme Temp e UR informada.

Média do quadrado dos resíduos: 5.00 (meus testes apontavam 0.14 com estações independentes a 244 metros uma da outra)

 

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Desvio fixo em 2.2°C de dia e de noite.

Não é problema de abrigo, é problema de SENSOR, pois é constante durante as 24 horas do dia.

 

Exemplos do efeito de sensor errado:

- Meça sua temperatura corporal sem febre em 38.5°C.

- Congele água a 2°C.

- Avance 100 anos em aquecimento global na Terra.

 

Lembrando que o abrigo original da WRF foi jogado fora pq ainda se somava mais 1°C de erro durante o dia. Lembrando: estação nova.

Qualidade passou longe nesse caso.

 

PONTO DE ORVALHO:

Outra coisa que se nota é que a WRF Comercial reporta valor errado de Ponto de Orvalho.

Como pode a UR atingir 12% e o PO não ser menor que 10.3°C ?

 

De acordo com a Equação de Tetens, que calcula o PO a partir da Temperatura e UR do ar, vc não teria como conseguir 12% com este PO mínimo. Mesmo com 38.8°C, seria obrigatório que o PO atingisse 4.3°C para tal, ou seja, a própria WRF calculou errado 10.3°C e enviou para o Wunder.

 

https://en.wikipedia.org/wiki/Tetens_equation

 

Esta variável pode ser calculada facilmente pela fórmula:

PO=237.3*(1/((237.3/(237.3+T)-LN(U)/17.3))-1)

ou
UR=100*EXP(-(410529*(T-PO))/((2373+10*T)*(2373+10*PO)))

 

WRF EM GUATAMBU/SC:

 

Outra prova de inconsistência nos dados (menos grave que a do Matheus de Adamantina), provada sem querer, espontaneamente com uma Ambient Weather WS 2902 nova instalada ao lado (IDs Wunder IGUATA2 e IGUATA6):

 

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Foto de 29/05/2022

 

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Foto de 29/06/2022 

 

SENSOR TEMPERATURA:

Escolhi um dia ensolarado com amplitude térmica, com sensor e abrigo se mostrando ineficaz, medindo temperatura muito abaixo da real, ilustrada pela WS 2902 como referencial confiável. 

 

Dados de 30/07/2022

Em cores fortes: WRF

Em cores fracas: WS 2902 (referencial)

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Minimas 5.3/4.0°C (dif 1.3°C) - inaceitável

Máximas 16.9/16.9°C (dif 0.0°C)

Máximo erro instantâneo -0.4/+1.8°C

Média do quadrado dos resíduos da amostra de dados: 0.71 

 

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Percebe-se o efeito combinado de Abrigo ruim + sensor ruim + ambientação terrível. Tudo se soma, e acaba acertando por acaso a temperatura da WS 2902 em algum momento. Mas nem tudo que parece, é.

 

Como toda estação, os 3 pilares da medição padronizada entram aqui, e neste caso os 3 tem falhas. Se decompor os 3 efeitos, o erro de cada um se comporta de uma maneira similar à essa:

1 - SENSOR: Em vermelho, o efeito do erro (negativo) do sensor ruim, com ênfase na madrugada, onde a irradiação e umidade agrava o erro ainda mais. Percebe que o efeito de sensor é um tanto constante, assim como o caso de Adamantina, que estava isento dos outros 2 efeitos.

2 - ABRIGO: Em amarelo, o efeito do sol, incidindo sobre o abrigo, porém barrado pela presença de árvores na parte da manhã.

3 - AMBIENTAÇÃO: Em verde, o efeito da sombra das árvores que acontece pela manhã, enquanto o sol está a nordeste, subtraindo o superaquecimento devido à falha do abrigo ruim (abrigo na sombra é óbvio que o sol não aquece). A tarde o sol incide, e o efeito de superaquecimento é totalmente pela falha do abrigo.

 

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Soma-se estes desvios positivos para aquecimento e negativos para sensor, e eventualmente vai "acertar" a temperatura no momento em que o sensor tiver -1.0°C e o aquecimento do abrigo tiver +1.0°C. Mas não se esqueça: relógio parado acerta a hora 2 vezes por dia!

 

Não sei se é proposital, mas parece ser uma gambiarra pra tentar aproximar a medição do real. E as vezes até que funciona, mas chamar isso de qualidade, é deboche.

 

SENSOR UMIDADE:

Outro exemplo de erro no cálculo de umidade segue abaixo:

Duas estações diferentes, Ecowitt e WRF, reportando a exata mesma Temperatura, porém, a WRF com UR MAIOR, retorna PO MENOR. Sim, ela é a única que erra, é o patinho feio, tanto nos dados de Adamantina, quanto nos dados de Guatambu (outra WRF). Davis, Ambient Weather, Acurite, Ecowitt, La Crosse, todas são coerentes em seus PO e UR.

 

Ecowitt Portão/RS:

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WRF Comercial Guatambu/SC:

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Tentei explicar, mas em vão. Articularam que a culpa é do Wunderground. Será?

 

As estações todas costumam reportar apenas Temperatura e UR para o Wunderground, e ele mesmo tem uma calculadora de PO interna. Ao informar a T e a UR, ele automaticamente retorna o PO sozinho (o que a maioria das estações fazem), mas se informar manualmente o PO, ele prioriza o PO que a estação informou manualmente.

 

Isso pode facilmente ser provado aqui:
Coloque 2 estações reportando no mesmo ID, com temperaturas diferentes, sendo a mais fria a cada 5 min e a mais quente cada 15 min. Dará conflito de leitura, mas o gráfico plotado será do valor MÁXIMO dos reports no intervalo de 5 min para T/UR/PO, ou seja, será o dado bruto da estação de valor maior, porém no table, será exibido o valor MÉDIO das leituras, nas variáveis T/UR/PO.

 

Para este exemplo, usei uma estação com 17.7°C/PO 13.2°C e outra com 11.8°C/PO 11.7°C.

 

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Nenhuma estação reportou 13.0/PO 12.0°C, pois uma estava com 17.7°C e a outra 11.8°C. Portanto, de onde vem tal valor? Bingo: o Wunder calcula sozinho, e sim, ele usa a equação correta.

 

E segue acontecendo, neste dia 01/08/2022, muito curioso 23.9°C/58% ser PO 15.5 e 15.0 ao mesmo tempo:

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Começando errado e com incoerências, sem assumir o desconhecimento do seu próprio instrumento fabricado, a medição de umidade já mergulha em utopia e o produtor rural já está sendo enganado com um produto de qualidade duvidosa, assim como o Matheus Bonato se sente enganado até hoje.

 

Isso vai longe.

 

WRF CORUJAS EM SÃO JOAQUIM/SC:

 

Pois bem, instalaram uma WRF, que já vinha com longa bagagem de dados inconsistentes, frente às já consagradas Davis, Ambient Weather, La Crosse, Ecowitt, em um local com as temperaturas mais extremas monitoradas de São Joaquim (de fato, muito forte em mínima). Onde DEVERIA ter excelência, para ser destaque na esfera meteorológica do país, em vez de espetáculo, virou um circo.

 

Todas as fabricantes de equipamentos meteorológicos do mercado costumam ter seus produtos testados e extraídos seus dados de testes feitos nos diversos tempos por muitos usuários aqui neste espaço.

 

Houve a época em que a Acurite era referência no pior dado de temperatura do mercado, porém o seu problema era apenas o abrigo praticamente inexistente na medição da temperatura. Atualmente tem mostrado melhora no desempenho nas novas atualizações (tema para outro post).

 

Sobre a marca WRF Comercial, desde 2021 é falado por diversas pessoas que a marca peca em qualidade nos seus produtos, tem problemas e dados inconsistentes (não só de temperatura). Então para verificação foi colocada uma Davis Vue no local. A davis está com problemas na UR por ser antiga, mas está ok na Temperatura. Começou uma militância em defesa de alguns interesses pessoais (WRF Sport Club), teve quem criticou a Davis Vue, se baseando de variáveis escolhidas a dedo, que "puxam o assado pro seu lado" quando convêm (dois pesos, duas medidas).

 

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A Davis até pode ser um tanto antiga, mas os dados de temperatura são consistentes, mesmo tendo a aparência de descaso, o importante é a saúde e integridade do sensor, até por quê a WRF é nova, né? Não deveria ser impecável?

 

Dadas algumas divergências, colocou-se uma Ambient Weather nova ao lado, e isso foi incrível: mostrou que além da temperatura duvidosa, deixou claro que os vários outros sensores meteorológicos da WRF também tem qualidade duvidosa.

 

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De cara: a WRF tá bem mais alta que a ambient weather. E em um local onde a temperatura de relva (em situações de ar extremamente seco) é falada por diversas vezes que podem ter diferenças superiores a 10°C em relação a temperatura em 2m.  Deveriam ficar na mesma altura, né?

 

Essa diferença de altura traz um efeito favorável aos militantes da WRF Sport Club: a potencialização do acúmulo de ar frio de madrugada na Ambient Weather, minorando o erro de sensor noturno da WRF (imagine o que não faz 10°C de contraste em 2m de desnível).

 

Teste justo se faz com sensores em altura igual, como foi feito em Guatambu/SC e lá o efeito de cada parcela de erro ficou muito claro sua contribuição, descrita acima.

Desta forma, erros podem vir suavizados e diluídos, mas abaixo, verá que o padrão de comportamento e de erro é um tanto parecido ao de Guatambu e de possivelmente centenas de WRF comercializadas por aí, o que é lamentável para o lado de quem paga por um instrumento de qualidade (cliente), e para o lado de quem preza pela qualidade dos dados que descrevem a climatologia de uma região (ciência).

 

Dadas considerações de instalação para execução do teste, foi verificado os seguintes dados para o invervalo em que estiveram as três juntas (22/07 a 31/08). Dados podem ser encontrados nos seguintes IDs Wunderground:

ISOJOA20 - WRF

ISOJOA28 - Ambient Weather

ISOJOA29 - Davis

 

EXTREMOS DIÁRIOS:

Estas são as mínimas e máximas compreendidas entre o período da manhã e da tarde. Não estão sendo consideradas invertidas neste caso.

 

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Agora para ver o padrão de aquecimento e comportamento de sensor e abrigo, os dias são parecidos. Todos os dias tiveram vantagem para a WRF, visto que se tivesse nivelada em altura igual, a diferença nas mínimas poderia ser maior.

 

DADOS INSTANTÂNEOS:

 

DESEMPENHO COMBINADO ABRIGO+SENSOR DE TEMPERATURA:

 

27/07/2022 - Condição de tempo seco e estável:

Com a finalidade de submeter ao teste prático tradicional de uma estação meteorológica instalada em campo, em ambientação padronizada e respeitando o distanciamento de obstáculos (critério 3):

DAVIS

WRF

AMBIENT WEATHER

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Considerações:

Extremos do dia já citados na tabela acima.

Ponto de orvalho calculado pela fórmula de Tetens, partindo da Temperatura e UR informadas pelo sensor.

Não foi considerado PO da Davis pois ela desvia quando entra em saturação.

 

Abaixo, a diferença entre cada estação submetida ao teste, frente ao referencial confiável.

DAVIS - AMBIENT WEATHER

WRF - AMBIENT WEATHER

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Admitindo a Ambient Weather nova como referencial confiável:

Máximo erro instantâneo entre Davis-AW: -1.9/+1.1°C (-0.8/+1.0 fora do pico isolado de timing)

Máximo erro instantâneo entre WRF-AW: -1.0/+2.4°C (-1.0/+0.4 fora do pico isolado de timing)

Média do quadrado dos resíduos (Davis-AW): 0.148 - mesmo desempenho do meu teste realizado em Portão/RS a 244 metros de distância.

Média do quadrado dos resíduos (WRF-AW): 0.235 - contribuição de erros acumulados da madrugada tem principal peso neste valor.

 

DESEMPENHO APENAS DO SENSOR:

Agora o mesmo resultado de erros referente ao período noturno (0h-7h em união com 18h-24h) para efeito somente de sensor (1) excluindo o efeito de abrigo (2) do período diurno:

 

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Máximo erro instantâneo entre Davis-AW: -0.3/+1.0°C

Máximo erro instantâneo entre WRF-AW: -1.0/+0.4°C

Média do quadrado dos resíduos (Davis-AW): 0.086 - erro ok

Média do quadrado dos resíduos (WRF-AW): 0.232 - erro bem maior

 

Padrão de comportamento de erro/imprecisão por regressão se mostraram semelhantes nos demais dias desta amostra de dados.

 

WRF comercial claramente marca temperatura inferior ao referencial confiável durante a madrugada, especialmente em dias onde a perda de calor por irradiação é intensa, podendo chegar a 1.5°C de diferença pontualmente, LEMBRANDO QUE ELA ESTÁ MAIS ALTA QUE AS OUTRAS ESTAÇÕES, o que claramente dá vantagem por poder mascarar agravamento do desvio em noites secas de forte estratificação térmica - e isso é inaceitável.

 

28 e 29/07/2022 - Condição de tempo úmido e chuvoso:

 

Situação onde não existe desvios relacionados à insolação durante o dia e perda radiativa de calor durante a noite. As temperaturas devem ser OBRIGATORIAMENTE IDÊNTICAS durante todo o período instável.

 

DAVIS

WRF

AMBIENT WEATHER

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Abaixo, a diferença entre cada estação submetida ao teste, frente ao referencial confiável, que é a Ambient Weather.

DAVIS - AMBIENT WEATHER

WRF - AMBIENT WEATHER

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Aqui não precisa ter 50 anos de experiência pra perceber que a WRF claramente informa o valor ERRADO de temperatura em -0.7/-0.9°C durante todo o período chuvoso onde deveria marcar honestamente a mesma temperatura das demais estações, com bônus de erro constante em -0.7°C totalmente explícito, causado por efeito de SENSOR, em outra noite VENTOSA, em advecção de ar polar que ocorreu durante o dia 29 inteiro até o dia seguinte, revelando o que já era esperado. Quem diria hein!

 

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OUTRAS VARIÁVEIS:

Uma estação meteorológica de qualidade não se resume somente em termohigrômetro. Analisar friamente só estas duas variáveis seria desonesto de minha parte. Então vamos para os próximos sensores.

 

Higrômetro:

Apesar dos dados de UR da WRF "Corujas 1" estarem com precisão aprimorada frente aos sensores das outras duas estações WRF de Guatambu e Adamantina, vistas neste post, segue cometendo a mesma gafe de fazer o cálculo errado de ponto de orvalho e reportá-lo para o Wunderground. Seria redundância trazer outra vez o mesmo fato. Os valores estão no Wunder e podem ser consultados à qualquer tempo.

 

Vale apenas calcular manualmente o valor do PO pela fórmula de Tetens, partindo da T e UR informada, como feito no gráfico das 3 estações acima e desconsiderar o PO informado pela estação reportado no Wunder.

 

Barômetro:

Uma verdadeira piada neste caso. Não cabe analisar o sensor, uma vez que ele não apresenta qualquer comportamento lúcido e atinge valores absurdos e caóticos à qualquer instância.

 

26/07/2022

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27/07/2022

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Curto e grosso: ao que se apresenta, antes no lixo que no wunder, ESTE sensor, NESTA estação.

 

WRF de Guatambu apresenta dados de barômetro corretos, com a observação de que ela está reportando a pressão absoluta, enquanto a Ambient Weather está reportando a pressão reduzida ao nível do mar.

 

Anemômetro:

Dados do dia 27/07/2022: dia calmo com estabilidade.

Referencial confiável: Ambient Weather

 

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Velocidade do vento da Davis Vue correspondendo à Ambient Weather com boa precisão, mas parece estar com a biruta travada pois ela é inexistente (possível ver na foto).

 

Velocidade da WRF parece ok, brisa da madrugada das 3 estações concordam entre si, mas pela tarde ele simplesmente desaparece, adivinha: justamente quando venta com mais intensidade. Em todos os dias acontece isto.

 

A direção do vento é imprecisa e não faz o menor sentido. Parece não saber quem é a ponta e quem é a cauda, fazendo 360° o tempo inteiro ao invés de apontar para a direção certa com clareza. Além da imprecisão de exibir os dados em quadrantes de 45° em 45°, o que deixa o gráfico magro.

 

Demais dias de teste apresentaram o mesmo padrão de comportamento nos respectivos anemômetros.

Derrota para a WRF na variável vento.

 

Pluviômetro:

Único evento com precipitação do período em que esteve as 3 estações operando durante o teste, foi a noite e madrugada dos dias 28 e 29/07/2022. A chuva começou no início da noite do dia 28 e seguiu até a madrugada, onde parou. Pela manhã, uma leve garoa movimentou pela última vez a báscula dos pluviômetros.

 

28/07/2022

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29/07/2022

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A WRF comercial simplesmente não consegue manter o volume de chuva acumulado no dia até fechar as 24 horas. Perde valores acumulados anteriormente no meio do evento e a informação ao wunder fica defasada, faltando acumulado.

 

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O valor de precipitação total no dia é claramente errado, consequência dos resets involuntários que ocorrem. O valor deveria ser de 8.12 mm (0.25+6.86+0.51+0.25+0.25) no primeiro dia e 6.86 mm (1.02+5.59+0.25) no segundo dia.

 

Precisão no valor da precipitação:

Dia 28:

9.4 mm - Ambient Weather

10.67 mm - Davis Vue (13% maior)

8.12 mm - WRF (14% menor)

 

Dia 29:

8.1 mm - Ambient Weather

9.4 mm - Davis Vue (16% maior)

6.86 mm - WRF (15% menor)

 

Dado mostra tendência da WRF exibir valor menor que o reportado pelas outras duas estações. Em uma chuva de 100 mm a imprecisão começa a ganhar tamanho em igual proporção. Isso é algo que poderia ser facilmente calibrado, ajustando a volumetria da báscula do pluviômetro, de modo que cada tombamento gere um volume de 15% maior que o apresentado por tombamento, conforme referencial confiável.

 

A Ambient Weather, apesar de estar possivelmente com o relógio atrasado em 1 hora, reinicia a contagem as 23:00 mas não peca em precisão. Isso é facilmente ajustado e corrigido no console da estação.

 

Radiação Solar:

Um dia com céu azul sem nuvens foi possível no dia 26/07.

 

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Curva de radiação solar da WRF parece excelente, com um pico na parte da manhã. Normalmente pode ocorrer devido a uma gota de orvalho ou garoa que funciona como uma lupa no sensor quando ele é pequeno (isto ocorre nas Ambient Weather). Ou é mais uma falha aleatória e involuntária mesmo - que é mais provável neste caso, devido ao ponto ser exclusivo e isolado. O que resta é a concordância entre os valores máximos de pico de radiação.

 

612 W/m² - Ambient Weather

480 W/m² - WRF

 

Pelo sensor da Ambient Weather ser simples e pouco preciso, fica indeterminado qual é a curva de radiação correta. Uma Davis Pro2 6162, referência na medição de radiação solar, poderia ser o referencial confiável neste caso e definir isto.

 

O índice ultravioleta, que é grosseiramente proporcional à radiação solar, da WRF é exibido todo com valor nulo no gráfico. A WRF de Guatambu também faz igual. Poderia vir de fábrica programada para reportar somente a radiação, sem UV.

 

CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS:

 

Depois de todas estas considerações e fatos, ilustrando o comportamento de sensores testados por mim e por outras pessoas aqui no meu monitoramento, dá pra afirmar com propriedade que, se você dispõe de condições para comprar uma estação meteorológica, WRF COMERCIAL NÃO PODE SER UMA OPÇÃO no seu projeto.

 

Minha mais sincera crítica pessoal (e de outras dezenas de entusiastas e meteorologistas profissionais de respeitável conhecimento técnico), é a de que passar pano pra equipamento ruim, por desconhecimento é até compreensível, afinal, todos temos o tempo certo de aprender (ninguém nasce sabendo, né?). Mas quando isto é consciente, e em proveito de vantagens pessoais vagas e subjetivas, além de vergonhoso, é de extremo retrocesso para todos, sem exceção.

 

Fica minha dúvida se realmente o equipamento dispõe de ensaios laboratoriais de qualidade (dizem eles que sim, pelo instagram), mas uma vez que vêm de fábrica com estes defeitos/imprecisões, acho pouco provável - ou é descaso mesmo. Deixo aqui um exemplo de certificado de calibração de uma Davis Vantage Pro2 adquirida por mim recentemente:

https://www.mediafire.com/file/gixdj8xxujy5uef/1178-21-+Certificado+Calibração+Davis+(1).pdf/file

 

Como se sairia um ensaio destes com uma estação WRF comercial? Tenho muita curiosidade. Lembrando que uma estação da WRF custa R$ 2.400,00 conforme anúncio abaixo:

https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1682435663-estaco-meteorologica-autnoma-wi-fi-monitoramento-remoto-_JM

 

Quem conhece o ditado: "não troque o certo pelo duvidoso" sabe do que eu tô falando. Portanto cuidado, quem está iniciando na caminhada, pois embasada em todas estas citações, referenciação bibliográfica e experimentações seguindo uma metodologia bem definida e claríssima, quero chamar a atenção disso. Ao meu ver (espero que seja consenso), ciente destes dados, é uma atitude de pouca inteligência investir um tal valor em uma WRF, (tampouco indicar e enganar a outrem), sobretudo em locais de clima extremo, onde podem ser potenciais destaques inclusive na mídia, estando ciente destas opções abaixo, já consolidadas no mercado meteorológico, com preços não menos competitivos:

Davis - robustez e segurança nos dados para uso científico e profissional;

Ambient Weather - praticidade e custo benefício "all in one" para iniciantes e uso doméstico;

Ecowitt - o melhor custo benefício e versatilidade para iniciantes com excelente qualidade e precisão nos dados entregues.

 

Em todas estas marcas realizei testes básicos e a qualidade entregue foi ótima, tanto que uso em meu próprio monitoramento sem hesitar. Tudo isso, sem pesar mais nem menos no bolso do usuário, portanto, WRF: esqueçam.

 

Quanto ao monitoramento das variáveis meteorológicas e divulgação das mesmas:

Se for para fins científicos: qualidade, por favor.

Se for para agricultura: qualidade, por favor.

Se for para fins recreativos: qualidade, por favor.

Se for para medir errado/fora das regras: faça isso offline e, se possível, bem longe daqui.

 

Lembrando que os melhores cientistas do mundo trabalham sempre com os melhores equipamentos do mundo.

 

Leiam e estudem, pois o conhecimento está disperso na sociedade e cada indivíduo só é capaz de deter uma parcela ínfima do conhecimento disponível (Friedrich A. von Hayek).

 

Um abraço e fiquem com Deus.

 

 

 

É exatamente disso que precisamos, dados científicos que comprovem a veracidade dos fatos! Meus parabéns pela dedicação em preparar esse material espetacular.

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São Paulo vem tendo uma tarde de quarta feira com sol e temperaturas um pouco altas (nada de extraordinário para uma situação de subsidência novamente como essa).

 

Na maioria das estações do CGE, temos nesse momento, 25/26 graus com umidade na casa dos 30/40%.

Já no extremo sul e um pouco da zona sul, 22/23 graus com umidade mais alta, na casa dos 60%.

 

Os ventos sopram fraco de leste, de acordo com os dados do aeroporto de Congonhas das 14 horas.

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