Resumiu exatamente qual a situação por aqui. É por isso que eu e muitos outros nordestinos ficamos sempre na expectativa pela chuva. É basicamente o único evento “diferente” do nosso clima. Falando especificamente do norte do Nordeste, temos duas estações: a chuvosa (popularmente conhecida como inverno) e a seca (popularmente conhecida como verão). Nosso “inverno” acontece no 1º semestre e o verão no 2º. O problema é que a única certeza que temos é que vai ter o verão no 2º semestre, invariavelmente. Já o inverno no 1º semestre nem sempre é garantido. Aqui em Fortaleza nem mesmo temos variação de temperatura significativa entre as épocas do ano, todos os 12 meses, nesse aspecto, são idênticos. Então a dinâmica daqui depende exclusivamente das chuvas do “inverno”. A partir do final de julho até meados de dezembro (ou em anos muito secos, do final de abril até fevereiro), TODOS os dias são iguais. As médias mensais de chuva são baixíssimas e a temperatura fica no eterno intervalo feijão com arroz: 25ºC/32ºC. Nem mesmo um recorde absurdo de calor (36ºC, 37ºC) aparece pra dar alguma emoção, apesar da secura.
Uma das situações mais atípicas que vivi no clima de Fortaleza aconteceu ano passado: choveu 84 mm no dia 30/11, especificamente entre a manhã e o meio da tarde daquele dia. Novembro é o mês mais seco do ano; a média é de apenas 9,1 mm. E depois disso ainda tivemos um dezembro histórico. Choveu o dobro da média de dezembro em apenas duas horas no início da manhã do dia 23. A média é 44 milímetros e entre outros temporais, o mês terminou com 223 mm.