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Brasil Abaixo de Zero

Inácio PoA

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  1. Porto Alegre e São Leopoldo estão na zona cfa. Geada não é comum em poa, já em São Leopoldo e cidades da região é presença usual nos invernos. O efeito modulador do Guaíba, delta do jacuí e proximidade com o litoral faz com que poa, eternamente encoberta, tenha máximas muito mais baixas do que as cidades do Vale do Sinos, no outono/inverno. A lógica se inverte no verão: apesar de Forno Alegre ser abafada, justamente pela umidade, é na grande Porto Alegre que ocorrem as maiores máximas da região e, rotineiramente, do RS. A zona é cfa, mas há enorme diferença entre locais próximos. Mas, se ignorarmos a generalidade de Koppen que critérios vamos usar que sejam mundial e cientificamente aceitos? O fato de vc poder plantar uma amoreira (Morus nigra) em Porto Alegre e nyc, fazê-la crescer e dar frutos, em ambas as cidades, diz UM POUCO porque Koppen coloca as duas na zona cfa.
  2. Existem diversas outras classificações climáticas, muito mais detalhadas e que servem para o estudo bem localizado de certas áreas. Há uma tese de mestrado que propõe uma nova, detalhada e bastante complexa classificação climática para o RS. A metsul publicou texto a respeito no blog, na época em que o acesso era livre. Quanto à vegetação, até onde eu sei, o único país que fez isso de forma sistemática e científica foi o Estados Unidos, a Hardiness Zone da USDA. muito mais detalhada, comparativamente falando, do que a tabela de Koppen. Tem se aplicado essa tabela da USDA para outras partes do mundo, o que sempre gera críticas. Por exemplo, pela Hardiness Zone, Porto Alegre estaria no mesmo zoneamento que a península de Lands End, na Inglaterra. Bizarro, mas a lógica é a vegetação e sua capacidade de suportar extremos de frio e calor... Lands End é chamada de Riviera Inglesa, e o local mais ensolarado da Inglaterra e tem inclusive palmeiras. Quanto a dizer que tal cidade tem clima a igual a tal cidade, volto a repetir o que escrevi. Estar na mesma zona climática não é ter clima e microclimas iguais, em hipótese alguma. Mas parece que ninguém leu essa parte...
  3. Classificações climáticas não são aleatórias. São frutos de observações cientificamente obtidas. Do mesmo modo que as normais climáticas. São dados. Não é questão de "bom senso". É (deveria ser) uma questão científica. Não é inventada. Mas se a questão é bom senso, deixo com os entendidos e me retiro.
  4. É verdade que o clima de nyc e o da abafada Birmingham, no Alabama, estão na mesma região climática (cfa, a mesma de Porto Alegre). E também é verdade que são diferentes. Da mesma forma, Boston, que tem invernos frios e verões curtos, porém abafados, está na mesma zona climática de Novosibirsk, na Sibéria (ambas Dfa). Nem remotamente parecidas são: a cidade russa tem invernos longuíssimos, violentas ondas de frio atingem a cidade em todas as estações do ano, inclusive no alto verão. Boa parte do litoral ocidental do Alaska tem clima temperado oceânico (o mesmo de Londres e de quase todo o reino Unido, sul do Chile, etc). Soa absurdo comparar Juneau, capital do Alaska, com Londres. Já as Ilhas Shetland, no norte da Escócia, têm clima subpolar.... A classificação de Koppen pode ter, e tem, problemas. Mas é a mais usada por ser a mais viável. Assim como os modelos de previsão não conseguem pegar nuances muito sutis dos microclimas, a padronização de Koppen é isso: uma padronização.
  5. Nova Orleans, que deve ser tão ou mais quente que Londrina, é subtropical, assim como NYC... Há enormes controvérsias sobre a classificação de Koppen. Ainda é a mais usada.
  6. Cidade de Nova York, Sochi (Rússia), Locarno (Suíça), alguns locais do interior da Áustria(dos poucos locais na Europa Central capazes de produzir quase todo o tipo de legumes) têm clima subtropical, de acordo com a classificação de Koppen
  7. A história das regiões brasileiras anticorrelacionadas.... Mínima no Inmet/aut de poa de 10,4. Temperatura não consegue chegar nem nos 12... Três dias assim, céu chapado ora cinza claro, ora cinza chumbo. Nenhum instituto está conseguindo acertar a previsão de temperaturas, com erros de 4, 5 graus centígrados, para mais. A realidade tem sido bem mais gelada. Umidade estratosférica. Plátanos, Extremosas, Uvas-do-Japão, amoreiras e quase todas as árvores caducas estão, em sua maioria, com galhos nus. Em alguns bairros, gramados queimados pela geada. O frio nas terras baixas gaúchas foi quase constante neste mês. No Sul do estado, tempo em geral mais seco e muito frio.
  8. Ignoro qual é a explicação científica. O que eu sei é que desde que me interessei por Meteorologia e comecei a acompanhar o blog da metsul e os textos do professor Eugenio é que eu sei que raios verdes é um péssimo sinal para quem os observa. Por isso, além de tudo que já contei, o meu terror naquela noite. Foi mais de uma hora de descargas elétricas verdes...
  9. Eu pago pra ver se iremos ter toda essa anomalia positiva. Se o bloqueio for mais ao norte, apenas um pouco, pegaremos o frio do Sul e da Campanha. A ver.
  10. Sem falar do temporal em si da noite do dia 29. Eu desesperado dentro do apartamento, o barulho infernal de vento, coisa quebrando, coisas explodindo. Eu espiando pela veneziana da sacada e vendo a árvore da esquina ser arrancada pela raiz, os relâmpagos verdes (nunca tinha visto um relâmpago verde, VERDE MESMO) minha cozinha alagada, eu rezando e imaginando o momento em que o prédio inteiro iria pelos ares, já me imaginava morto, embaixo de algum escombro. Pavoroso. Jamais vou esquecer.
  11. Curioso falar em mês favorito, em termos de frio. Nasci e fui criado em São Leopoldo, minha família, por parte de mãe é toda de São Joaquim... Sempre passei férias escolares de verão e inverno lá. Peguei neve em grande quantidade certa vez na casa dos meus tios, em Três Pedrinhas (Menina Custódia). A gente pensou que pelo tanto de neve que tinha dado lá tinha nevado horrores em São Joaquim/cidade. Depois ficamos sabendo que só uma neve rala na cidade. Lembro de ter quase morrido congelado em 1984, ano da forte neve em Porto Alegre, em São Leopoldo, voltando a pé da escola (1h de caminhada por dentro dos matos da Scharlau), pegando chuva congelada. Tive a sorte de estar com um grupo de jovens da igreja católica em São Francisco de Paula, numa enorme Nevada (só não consigo lembrar se foi em 88, 89 ou 90, a memória me trai, mas foi uma neve mais impressionante do que as que eu presenciava em São Quincas. Em, 1994, a trabalho, o carro da empresa atolou na neve entre Morro Reuter e Santa Maria do Herval. No lado ruim, o dia mais marcante é o 29 de janeiro de 2015, ano do pior temporal da história de Porto Alegre. Vários dias sem energia, sem comida, sem ônibus, preso em casa num calor infernal, com medo de saques, não se podia sair nas ruas pela quantidade de postes e fios de energia caídos. A fachada do meu prédio destruída, todas as janelas das cozinhas do prédio estouraram. O supermercado funcionando com gerador a óleo, as prateleiras vazias e as pessoas se estapeando por iogurte vencido e legumes estragados. Me senti num filme catástrofe americano. Horrível, jamais vou esquecer.
  12. Metsul apostava em máxima de 16 graus para Porto Alegre hoje. Dia tem tempo carrancudo, muito úmido e gelado. Na automática, temperatura estacionada nos 12 graus, a não ser que aconteça alguma abertura, o que parece improvável, não vamos sair disso. A alta umidade diminui muito a sensação térmica e está francamente desagradável nos ambientes internos não-aquecidos 😒
  13. O Coutinho pode falar melhor, mas eu lembro que sim, especialmente no Norte do Paraná, interior de São Paulo e sul do MS.
  14. Se tivermos uma onda frio como a de 1918, não digo igual, mas até um pouco mais fraca, teríamos uma tragédia de proporções titânicas no país. Apenas para exemplificar: em 1918 fazia pouco mais de dez anos que a microscópica São Joaquim havia se emancipado de Lages. Boa parte das localidades e distritos nem existia. A economia baseava-se na indústria madeireira. Agricultura era de subsistência... A população era irrisória, com a região desabitada. Mude para o cenário populacional, agrícola e pecuário de agora. Acrescente o resto da região sul. Acrescente o mato grosso do sul (que não existia), Rondônia, Acre... E vc tem o cenário de uma tragédia jamais vista.
  15. Essa histórica massa polar de 1918 causou a menor mínima registrada em Porto Alegre: - 4,0, em área urbana, central e quase ao nível do mar. Foi um dia de clima muito seco (a máxima chegou a 13,6). Pode-se especular de temperaturas baixíssimas no resto da cidade e números absurdos no entorno (Campo Bom e São Leopoldo). Jornais da época referem dezenas de mortes por frio. Neste mesmo ano, em janeiro e fevereiro, a cidade havia enfrentado uma escaldante e longa onda de calor. E em outubro, quando ainda fazia frio, o estado foi fortemente atingido pela célebre epidemia de gripe espanhola: "O número de óbitos no Rio Grande do Sul em 1918 atingiu a cifra de 30.219, com um excedente de 6.639 sobre o ano de 1917. Nos três últimos meses de 1918 faleceram ao todo 12.811 pessoas, sendo 2.142 no primeiro, 6.430 no segundo e 4.239 no último mês. Conforme o Relatório da Diretoria de Higiene do Rio Grande do Sul, o total de óbitos decorrentes da epidemia foi de 3.971. (RIO GRANDE DO SUL, 1919, p. 75). No ano faleceram no município de Porto Alegre 5.840 indivíduos. A zona urbana da cidade foi a mais atingida, com 4.292 óbitos. Foram 1316 os óbitos atribuídos à influenza. Entretanto, é provável que a mortalidade tenha sido maior. Devido à gravidade da conjuntura epidêmica, muitos óbitos provavelmente não foram notificados às autoridades sanitárias. Presume-se que pelo menos metade da população de Porto Alegre tenha sido simultaneamente atacada pela doença." http://www.boletimdasaude.rs.gov.br/conteudo/1451/a-história-de-uma-epidemia-:-a-"hespanhola"-em-porto-alegre,-1918
  16. Uma vez vi um documentário sobre comunidades isoladas na Serra do Cariri e como era feito o atendimento médico, com o pessoal indo em lombo de burros atender a população. Não sei se está assim, isso foi no início dos anos 2000. Chamava a atenção que mesmo sendo um local nitidamente árido, a vegetação tinha um verde vivo. Havia um nevoeiro onipresente, muito denso. Os médicos usavam blusões de lã e casacos. Os sertanejos estavam encolhidos em seus casebres (alguns moravam em tocas na montanha) enrolados em cobertores e ao redor de fogueiras. Fiquei impressionado. Eram imagens que eu jamais poderia associar ao sertão.
  17. Accu weather discorda e radicalmente. Chuvas acima da média para todo o RS, Uruguai e nordeste argentino, incluindo Buenos Aires. E sul paraguaio e sul da patagônia. O restante do continente sofreria, de uma forma ou outra, com secas, que podem ser severas no Mato Grosso, Venezuela e Colômbia e temperatura acima do normal (centro sul argentino, o que pegaria o centro-norte patagônico. A ver.
  18. O problema é fazer a planta se estabelecer. Depois disso, a tendência é que ela suporte o clima local. Certamente não cresceria como no Sul, talvez jamais chegando ao seu formato de cálice. E quase certamente seria uma planta de frutos estéreis. As araucarias crescem e se desenvolvem muito bem na região de Porto Alegre e mesmo no litoral gaúcho: crescem e atingem a forma adulta de cálice sem problemas, mas nunca vi, NUNCA, darem frutos viáveis aqui.
  19. No mapa de precipitação, poa e sul da região metropolitana estão no limite de abaixo de normal a normal. Na de temperatura, acima do normal, mas com essa área tb próximo da de abaixo do normal. Ou seja, tudo pode acontecer para Porto Alegre...
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