Um doce pra quem conseguir digerir essa análise.
RESUMO: La Niña chega ao fim, mas fenômeno pode retornar no fim do ano ANÁLISE: Em atualização em 13 de maio de 2021, a Agência de Meteorologia e Oceanografia Norte Americana (NOAA) indicou que o fenômeno La Niña no oceano Pacífico terminou e que estamos sob neutralidade climática. A tendência é de manutenção da neutralidade durante o inverno brasileiro e chance de retorno de um La Niña fraco no fim do ano. E a palavra “chance” é usada aqui porque a previsão de longo prazo feita em estações de transição, como o outono, tem maior incerteza. Importante sempre ressaltar que neutralidade não significa chuva e temperatura dentro da média. Existem outras variáveis além da temperatura do oceano Pacífico que impactam o clima. Por isso mesmo, a atualização da previsão trimestral da simulação canadense CanSIPS indica o período entre maio e julho com chuva abaixo da média nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No Norte, há previsão de chuva acima da média, enquanto o Nordeste tem previsão de uma precipitação próxima do normal na maior parte da Região. Olhando-se para o Sul, Sudeste e Centro-Oeste, apesar da previsão de chuva abaixo da média, não teremos uma seca tão persistente como foi a observada no ano passado. Em 2020, sob La Niña, a chuva não apareceu com tanta frequência, mas neste ano, sem o fenômeno, não será estranho o aparecimento de alguns períodos mais úmidos, embora na soma de três meses, o acumulado de chuva não seja suficiente para alcançar a média histórica. A própria simulação europeia ECMWF indica chuva mais intensa sobre a Região Sul e Estados de São Paulo e de Mato Grosso do Sul entre 25 e 31 de maio, por exemplo. Para temperatura, a simulação CanSIPS indica desvio acima do normal especialmente no norte do Paraná, interior de São Paulo e de Minas Gerais e na Região Centro-Oeste. Já na costa do Sudeste, entre Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, observamos desvios entre a média e um pouco abaixo da média. Isso indica um padrão de deslocamento das ondas de frio, que passarão pela maior parte da Região Sul, mas desviarão para a costa do Sudeste, mantendo o interior do país com temperaturas mais elevadas que o normal. Entre agosto e outubro, a simulação CanSIPS mantém a chuva abaixo da média na Região Sul e em São Paulo, porém dentro da média em Mato Grosso do Sul e Goiás e acima da média em Mato Grosso e Região Norte. A previsão anima a agricultura do Centro-Oeste, mas deve ser monitorada com cautela. Isso porque o número de dias com chuva forte (acima dos 10mm) não chega a dez em outubro de 2021 em Mato Grosso. A impressão que temos é que a chuva não atrasará tanto na primavera de 2021, mas ainda assim o plantio deverá ser feito com cuidado. Entre novembro de 2021 e janeiro de 2022, a chuva consolidará sobre a maior parte do Brasil, ficando acima da média nas Regiões Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Apenas o Rio Grande do Sul permanecerá sob precipitação abaixo do normal, enquanto Santa Catarina e Paraná receberão precipitação próxima da média histórica. Por fim, entre fevereiro e abril de 2022, aparecerão as estiagens que têm sido comuns no Brasil nos últimos verões. Além da manutenção da previsão de chuva abaixo da média no Rio Grande do Sul, aparecem desvios negativos em Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Minas Gerais. Por outro lado, Regiões Norte e Nordeste permanecerão sob chuva acima da média histórica.