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Brasil Abaixo de Zero

Furacões no Atlântico Norte e Pacífico Leste/Central - 2019


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Ampliando nosso papo tropical, vamos falar do resto do hemisfério norte-ocidental. No momento há outras perturbações tropicais a serem monitoradas.

Atlântico Norte:

Invest 97L:

 Situado naquele "x" em vermelho, possui no momento 70% de chance de se tornar um ciclone tropical nas próximas 48 horas e há julgar pelas últimas imagens de satélite, provavelmente de torne hoje. O cisalhamento de vento é baixo (10 nós) e possui até mesmo suporte de um anticiclone nas camadas mais altas da atmosfera. Todos os modelos indicam formação desse sistema nos próximos dias.

Invest 98L:

 No Golfo do México, um pequeno distúrbio tropical começou a adquirir circulação em superfície junto a convecção profunda e por isso, o Centro Nacional de Furacões aumentou para 30% de chance de se tornar um ciclone tropical nas próximas 48h e designou o sistema como "Invest 98L". Por se tratar de um sistema pequeno, em um ambiente úmido, de baixo cisalhamento de vento e de temperatura da água do mar altíssima (30°C), pode trazer surpresas de forma rápida, como há vários relatos de ciclones tropicais pequenos que se desenvolveram rapidamente próximos da costa e inclusive se intensificaram de forma rápida. 

 Os próximos 2 nomes da lista são "Imelda" e "Jerry".

 

Pacífico Nordeste:

 Invest 91E e Invest 92E estão ambas com 90% de chance de se tornar um ciclone tropical nas próximas 48 horas. Os 2 sistemas estão localizados em condições favoráveis para formação e intensificação. Os modelos indicam que daí possa sair pelo menos mais um grande furacão. Os próximos 2 nomes da lista são "Lorena" e "Mario".

 

Pacífico Central:

 No Pacífico Central o Centro Nacional de Furacões aumentou para 40% de chance de se tornar um ciclone tropical um dos 3 distúrbios tropical em atuação na região, atribuindo a classificação de "Invest 91C". Tem boas condições para de tornar ciclone tropical e o próximo nome da lista do Pacífico Central é "Ema".

 

 

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Edited by PabloMartins
faltou imagens
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Em 17/09/2019 em 05:12, PabloMartins disse:

Invest 98L:

 No Golfo do México, um pequeno distúrbio tropical começou a adquirir circulação em superfície junto a convecção profunda e por isso, o Centro Nacional de Furacões aumentou para 30% de chance de se tornar um ciclone tropical nas próximas 48h e designou o sistema como "Invest 98L". Por se tratar de um sistema pequeno, em um ambiente úmido, de baixo cisalhamento de vento e de temperatura da água do mar altíssima (30°C), pode trazer surpresas de forma rápida, como há vários relatos de ciclones tropicais pequenos que se desenvolveram rapidamente próximos da costa e inclusive se intensificaram de forma rápida. 

98L/10E/Imelda:

  Como bem eu dizia ontem de madrugada... O Invest 98L deu origem à depressão tropical 10L e apenas 45 minutos depois, foi atualizada para "Tempestade Tropical Imelda". Acho que nem 3 horas depois a tempestade fez landfall em "Freeport", Texas, com ventos de 40 mph. Mesmo sobre o estado Texano, Imelda continuou se organizando, quem sabe até tenha se intensificado um pouco, mas já caiu para depressão tropical e com ventos de apenas 30 mph. Grandes enchentes estão sendo esperadas por causa deste sistema entre o Leste do Texas e Oeste da Luisiana. 

 

97L/09E/Jerry:

   Antes de Imelda, 97L se tornou 09E e durante esta madrugada se tornou Jerry. Em um período de 18 horas, o NHC nomeou 4 tempestades, um número considerado impressionante mesmo estando no pico da temporada. Nas últimas 18h, Jerry fez sucesso, tornando-se uma tempestade extremamente bem apresentável nas imagens de satélite. 

 

08E/Humberto:

  Humberto se tornou o 2° grande furacão da temporada na noite de ontem e nesta tarde atingiu seu provável pico de intensidade, com ventos de 120 mph (194 km/h) e pressão atmosférica em torno de 951 mbar. Ventos sustentados de furacão já estão sendo registrados na ilha de Bermuda que está com aviso de furacão há mais de 24 horas. Nas próximas horas, a expectativa é de que Humberto comece a enfraquecer com o aumento do "southwesterly wind shear", cisalhamento de vento que vem do sudoeste, típico na região. A expectativa também é de que Humberto complete a transição extratropical na sexta feira. 

 

Lorena: 

  Ontem uma das baixas pressões que estavam na costa sul do México se tornou a tempestade tropical Lorena. Em um ambiente atmosférico e oceânico bastante favorável, Lorena segue se intensificando e já possui ventos de 70 mph (110 km/h) e está já causando ventania nas prais mexicanas. Foi emitido aviso de furacão entre Punta San Telmo até Cabo Corrientes. O NHC espera que Lorena vire um furacão esta noite e seu futuro depende das próximas 24 horas. Motivo: interação com a terra e as montanhas podem causar o colapso do nucleo interno. A agência prevê que Lorena atinja a categoria 2 com ventos de até 160 km/h noas próximos dias, mas tudo depende de como ela irá se comportar tão próximo dessas montanhas; Inclusive, é possível até que Lorena e Mario passem pelo efeito fujiwhara, e pode acontecer de Lorena absorver a tempestade Mario, algo que aconteceu ano passado com as tempestades John e Ileana. 

 

Mario:

  Mario, assim como Lorena, está em um ambiente altamente favorável, mas como está muito próximo de Lorena, vai depender da mesma para sabermos ao certo qual será sua intensidade final durante o pico. Mesmo assim o centro nacional de furacões espera que ambas tempestades se tornem furacão no máximo amanhã, uma vez que já foi avistado a formação do núcleo interno nas imagens microondas. A cada hora as explosões de convecção nas duas tempestades impressionam, provavelmente ambas se intensificariam rapidamente se não estivessem muito próximas. 

 

 Kiko: 

  O furacão Kiko ontem perdeu força e foi rebaixado para tempestade tropical, mas hoje voltou a ganhar força. O Centro Nacional  de Furacões indica que Kiko virará furacão amanhã outra vez. Seu deslocamento segue lento e ainda o veremos por mais dias. 

 

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T.S Imelda causou intensas chuvas no Texas e grandes inundações estão sendo registradas, sendo que o maior acumulado já chega a quase 1100 mm.

Imelda já é considerado o sétimo ciclone que mais causou chuva nos EUA.

O ciclone também causou alguns tornados, mas não foi reportado grandes danos.

Até o momento 2 mortes foram confirmadas e os danos ainda não foram estimados.

Imelda já causou mais chuvas que a T.S Alison (2001), que foi a primeira tempestade tropical que teve seu nome aposentado.

 

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Humberto chegou até a categoria 3 (205 km/h - 951 mbar) e agora já se dissipou.

O ciclone causou danos nas Bermudas, porém não se reporta algo muito significativo.

Nenhuma fatalidade foi reportada nas Bermudas e nos EUA o ciclone causou duas mortes indiretas.

 

O furacão Jerry chegou até a categoria 2, porém se despedaçou devido ao cisalhamento/ar seco.

O ciclone que está afetando o norte das Antilhas, poderia trazer chuvas e ventos com força de furacão de categoria 1 para as Bermudas na quarta.

 

Três áreas estão sendo monitoradas no momento na Atlântico.

A área em amarelo praticamente não tem nenhuma chance de se desenvolver, mas deve trazer fortes chuvas para Hiati.

O Euro indica que a área em laranja poderia se tornar pelo menos uma tempestade tropical brevemente amanhã e trazer chuvas e ventos para Antilhas, Porto Rico e Hispaniola.

A onda tropical saindo da África (em vermelho) é prevista pelos modelos para ser um forte furacão, porém deve ficar no mar durante toda sua vida.

Os próximos dois nomes são Karen e Lorenzo.

 

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Edited by Felipe F
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Depois de chegar na categoria 4, Kiko segue ativo como uma tempestade tropical.

O ciclone poderia durar pelo menos mais uma semana.

 

A tempestade tropical Mario deve afetar algumas ilhas mexicanas pouco povoadas.

O ciclone deve se dissipar no começo da próxima semana.

O nome Mario foi utilizado pela primeira vez, sendo ele substituto do nome Manuel que foi aposentado em 2013.

 

Lorena segue margeando a costa mexicana e provocando fortes chuvas e ventos.

O ciclone se fortaleceu para um furacão de categoria 1 e está afetando a região da Baixa Califórnia do Sul.

 

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Imagem de Lorena

Mike Theiss está no Cabo San Lucas no momento: https://twitter.com/MikeTheiss

 

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Trópicos seguem movimentados nesta manhã. 

 

Três sistemas ativos.

 

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Jerry segue se movendo a norte. Deverá passar a oeste das Ilhas Bermudas.

 

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INVEST 90L está ganhando força rapidamente na costa da África e tem 90% de chances de gerar Lorenzo nos próximos dias. Não deverá ser ameaça a áreas habitadas.

 

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Enquanto isso no Mar do Caribe, Karen se formou nesse domingo. A princípio o sistema seguirá como uma tempestade tropical, indo para norte, em direção a Porto Rico e Ilhas Virgens.

 

Porém, após a passagem de Jerry, um bloqueio iria se formar ao norte do Atlântico, o que levaria Karen sob águas quentes das Bahamas, Cuba e Flórida, pela última saída do modelo Europeu.

 

Karen terá que ser assistido de perto nos próximos dias.

 

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Lorena causou intensas chuvas na costa mexicana, com alguns locais acumulando até 200 mm.

Não se reporta feridos ou fatalidades devido ao ciclone e também nenhum dano significativo.

O ciclone também trouxe fortes chuvas para região do Arizona.

 

Mario se dissipou sem causar danos e NHC até fez algumas brincadeiras.

 

Imagem

 

Kiko segue ativo.

O ciclone não causou nenhum dano.

 

 

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6 minutos atrás, Felipe F disse:

Lorena causou intensas chuvas na costa mexicana, com alguns locais acumulando até 200 mm.

Não se reporta feridos ou fatalidades devido ao ciclone e também nenhum dano significativo.

O ciclone também trouxe fortes chuvas para região do Arizona.

 

Mario se dissipou sem causar danos e NHC até fez algumas brincadeiras.

 

Imagem

 

Kiko segue ativo.

O ciclone não causou nenhum dano.

 

 

 

Mario se dissipou porque se esqueceu de comer os cogumelos verdes pelo oceano. 

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O voo de reconhecimento previsto para ontem teve problemas e por isso não aconteceu.

Além do problema, um dos aviões foi direcionado para o resgaste de 14 pessoas que estavam um navio.

Até o momento 3 foram encontradas e 11 seguem desaparecidas.

 

Um voo está sendo realizado neste momento e indica que o ciclone voltou para a categoria 4.

Ventos sustentados de 215 km/h e pressão de 950 mbar.

Açores segue em alerta, pois o ciclone pode afetar a região na quarta ainda como um furacão. 

 

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Edited by Felipe F
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Esta belezinha poderá impactar diretamente a Ilha das Flores (possivelmente como categoria 1 ou 2), ou ao menos passar bem perto.  Está longe de ser algo digno de nota um furacão passar por perto do arquipélago dos Açores, mas um impacto direto é bem menos comum.

 

Depois disso, o que restar poderá se aproximar das Ilhas Britânicas, tocando o solo como tempestade extratropical (mas a trajetória está longe de estar  "gravada na pedra").

 

Edited by Wallace Rezende
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...LORENZO STRENGTHENS INTO A CATEGORY 5 HURRICANE...

Recent satellite data indicate that Lorenzo has continued to
rapidly strengthen to an extremely dangerous category 5 hurricane
with maximum sustained winds near 160 mph (260 km/h).  This
increase in intensity will be reflected in the forecast issued at
11 pm AST (0300 UTC).


SUMMARY OF 1010 PM AST...0210 UTC...INFORMATION
----------------------------------------------
LOCATION...24.1N 45.0W
ABOUT 1410 MI...2270 KM SW OF THE AZORES
MAXIMUM SUSTAINED WINDS...160 MPH...260 KM/H
PRESENT MOVEMENT...N OR 360 DEGREES AT 10 MPH...17 KM/H
MINIMUM CENTRAL PRESSURE...925 MB...27.31 INCHES

$$
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10 minutos atrás, Wallace Rezende disse:

Dorian não entra nesta lista?  Não entendi, era no mínimo tão forte quanto Irma, e claramente mais forte que Michael e Matthew.

Acho que chegou até T6.5 apenas.

Dvorak nem sempre funciona bem, sorte que tinha reconhecimento.

 

EDIT:

Confirmando o dado: https://www.ssd.noaa.gov/PS/TROP/DATA/2019/tdata/atl/05L.html

Edited by Felipe F
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7 minutos atrás, Felipe F disse:

2019 entrou na rara lista de anos que tiveram mais de um (1) categoria 5.

Os outros anos foram 2017 (Irma e Maria),  2007 (Dean e Felix), 2005 ( Emily, Katrina, Rita e Wilma), 1961 (Carla e Hattie), 1933 (Cuba-Brownsville e Tampico) e 1932 (Bahamas e Cuba).

Lembrando que a chance de Lorenzo (uma cópia exata dele) ser classificado como cat 5 (e até 4, eu diria) antes da era dos satélites (ainda mais nesta posição) era basicamente nenhuma. 

 

Até mesmo na era dos satélites há diferença entre os anos iniciais e agora, mas antes era como procurar agulha num palheiro, e se não passasse perto de algum lugar habitado com força e chance era quase zero (exceto algum navio no olho, mas que eu saiba todos os furacões antigos que receberam a classificação máxima tocaram a terra ao menos ainda como furacões intensos, o que diz muito).

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Vou bancar o pedante aqui, eu não manjo muito nesses bangs de Dvorak. A classificação deu-se sobre a temperatura de topo do CDO é isso?

Pq a estrutura da parede do olho nunca esteve "lisa" e o olho nem estava simétrico, tampouco limpo.

 

Momento de melhor simetria no canal IR

wB6uYTU.jpg

oiw5YDs.jpg

 

Depois de um pulso convectivo mais intenso, já parece perder força.

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Já li sobre a altitude da tropopausa ter variações ao redor do planeta, em alguns locais ela é mais alta e permite às nuvens registrarem menores temperaturas no topo, não sei se há um mapeamento disso. Lorenzo parece um tufão ordinário pra mim. rsrs

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2 horas atrás, Felipe F disse:

Acho que chegou até T6.5 apenas.

Dvorak nem sempre funciona bem, sorte que tinha reconhecimento.

 

EDIT:

Confirmando o dado: https://www.ssd.noaa.gov/PS/TROP/DATA/2019/tdata/atl/05L.html

Isto mostra bem as limitações desta técnica, também não sou entendido nela mas há limitações que saltam aos olhos.  Por exemplo: no dia 02/09 Dorian estava claramente bem mais fraco que no pico (dia 01 e madrugada do dia 02), mas o DVORAK indica a mesma estimativa de intensidade até 18Z do dia 02, totalmente absurdo!

 

Uma pena não termos um voo de reconhecimento para averiguar Lorenzo, esta intensidade (estimada pelo NHC) pode muito bem estar superestimada.  Assim como a falta de reconhecimento nos tufões é lamentável, se Dorian fosse um tufão não teria passado de um categoria 4 pelas estimativas por satélite.  Lembrando que Rammasun em 2014 (com pressão no olho abaixo de 900 mb medida por uma estação automática no meio do nada) foi considerado pelo JTWC apenas um tufão mediano com pressão de 935 mb.

 

Claro que o reconhecimento não é perfeito, e a questão do quanto os ventos em superfície são mais fracos que os registrados pelos instrumentos lançadas dos aviões e que as estimativas agressivas por SFMR (quase sempre são, e por vezes bem mais fracos) ainda não recebeu a atenção que merece, mas é um belo passo adiante do "Dvorak", pois na pior das hipóteses as medições de pressão no olho são confiáveis.

 

Infelizmente, a contaminação deste assunto por política está prejudicando a própria ciência também... Quando vemos algumas das maiores autoridades no assunto (como o Sr. Klotzbach) fazendo comparações totalmente absurdas que seriam criticadas até num trabalho de ensino médio (de número e intensidade de furacões entre antes da era dos satélites e os dias de hoje), percebe-se que qualquer tentativa de ser rigoroso/científico evapora diante de uma "boa causa".  O próprio NHC deixou de ser isento há tempos, mudam a metodologia (critérios para nomeação de sistemas e atribuição de intensidade) mas a comunicação sobre as implicações destas mudanças ou não é feita ou é feita de maneira incompleta.  Este ano em particular, parece que estão fazendo de tudo para atingir o alvo que eles mesmo estabelecerem, o número de "sistemas nomeados".

Edited by Wallace Rezende
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16 horas atrás, Wallace Rezende disse:

Isto mostra bem as limitações desta técnica, também não sou entendido nela mas há limitações que saltam aos olhos.  Por exemplo: no dia 02/09 Dorian estava claramente bem mais fraco que no pico (dia 01 e madrugada do dia 02), mas o DVORAK indica a mesma estimativa de intensidade até 18Z do dia 02, totalmente absurdo!

 

Uma pena não termos um voo de reconhecimento para averiguar Lorenzo, esta intensidade (estimada pelo NHC) pode muito bem estar superestimada.  Assim como a falta de reconhecimento nos tufões é lamentável, se Dorian fosse um tufão não teria passado de um categoria 4 pelas estimativas por satélite.  Lembrando que Rammasun em 2014 (com pressão no olho abaixo de 900 mb medida por uma estação automática no meio do nada) foi considerado pelo JTWC apenas um tufão mediano com pressão de 935 mb.

 

Claro que o reconhecimento não é perfeito, e a questão do quanto os ventos em superfície são mais fracos que os registrados pelos instrumentos lançadas dos aviões e que as estimativas agressivas por SFMR (quase sempre são, e por vezes bem mais fracos) ainda não recebeu a atenção que merece, mas é um belo passo adiante do "Dvorak", pois na pior das hipóteses as medições de pressão no olho são confiáveis.

 

Infelizmente, a contaminação deste assunto por política está prejudicando a própria ciência também... Quando vemos algumas das maiores autoridades no assunto (como o Sr. Klotzbach) fazendo comparações totalmente absurdas que seriam criticadas até num trabalho de ensino médio (de número e intensidade de furacões entre antes da era dos satélites e os dias de hoje), percebe-se que qualquer tentativa de ser rigoroso/científico evapora diante de uma "boa causa".  O próprio NHC deixou de ser isento há tempos, mudam a metodologia (critérios para nomeação de sistemas e atribuição de intensidade) mas a comunicação sobre as implicações destas mudanças ou não é feita ou é feita de maneira incompleta.  Este ano em particular, parece que estão fazendo de tudo para atingir o alvo que eles mesmo estabelecerem, o número de "sistemas nomeados".

Rammasun atingiu a categoria 5, inclusive o segundo na história a fazer esse feito no mar da China 🤔

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1 hora atrás, PabloMartins disse:

Rammasun atingiu a categoria 5, inclusive o segundo na história a fazer esse feito no mar da China 🤔

  Sim, graças ao dado de uma estação automática chinesa num pequeno rochedo desabitado foi possível ter uma noção melhor da pressão mínima do Rammasun (dependendo do método varia entre 888 e 905 mb, o último me parece mais realista considerando que o registro de 899.2 mb foi causado por um mesovórtice), então certamente era um categoria 5, e provavelmente mais forte que os 160 mph indicados pelo JTWC (a pressão de 935 é risível, mesmo diante dos dados  eles mantiveram esta estimativa conservadora).  É um belo exemplo de estimativas por satélite subestimando a intensidade, assim como Dorian. 

  Também foi um caso raro de tufão que atingiu a intensidade máxima após atravessar as Filipinas já como um tufão significativo.

 

  Ou seja, os exemplos mostram que as estimativas por satélite, especialmente as que colocam maior peso na temperatura do topo das nuvens, podem tanto subestimar quanto superestimar, e Lorenzo é um que pode ter sido superestimado (mas não deixa de ser um furacão bem incomum).  Aliás, a última previsão oficial já direciona (o que sobrar de) Lorenzo para longe das Ilhas Britânicas, mas ainda pode passar perto da Ilha das Flores (provavelmente no máximo como categoria 1).

 

Neste tópico, algumas opiniões sobre Rammasun, "Labor Day", Camille, Dorian, Irma.. http://www.storm2k.org/phpbb2/viewtopic.php?f=31&t=117675&start=300

Edited by Wallace Rezende
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A passagem de Lorenzo pelos Açores não tem grandes destaques. A rajada máxima foi de 163 km/h e o nome não deve ser aposentado.
Lorenzo não tem mais características tropicais porém a área de ventos com força de furacão era, às 11 horas de hoje, do tamanho da Irlanda.

A intensidade dos ventos deve reduzir antes de o ciclone atingir o país mas avisos de don't make unnecessary journeys podem ser necessários. (desculpa eu não resisti 😁)

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Guest Wallace Rezende
7 horas atrás, Tavares disse:

A passagem de Lorenzo pelos Açores não tem grandes destaques. A rajada máxima foi de 163 km/h e o nome não deve ser aposentado.
Lorenzo não tem mais características tropicais porém a área de ventos com força de furacão era, às 11 horas de hoje, do tamanho da Irlanda.

A intensidade dos ventos deve reduzir antes de o ciclone atingir o país mas avisos de don't make unnecessary journeys podem ser necessários. (desculpa eu não resisti 😁)

 

A parte mais forte de Lorenzo passou a oeste da Ilha das Flores e raspou na Ilha do Corvo no início da última madrugada no Brasil (meio/final da madrugada por lá), e a maior rajada foi registrada justamente na Ilha do Corvo.  O mar excepcionalmente agitado causou alguma destruição do porto de Lajes das Flores, mas "para dentro" das ilhas não houve nada excepcional, as Açores como um todo já viram tempestades de inverno bem piores.

 

https://www.publico.pt/2019/10/02/sociedade/noticia/lorenzo-destroi-porto-lajes-flores-deixa-grupo-ocidental-abastecimento-1888701

 

Nas Ilhas Britânicas, os restos mortais de Lorenzo prometem ser bem menos severos que algumas das tempestades históricas que atingiram a região (ex: Debbie), apesar do habitual sensacionalismo na mídia.

 

Efeitos da agitação do mar(Horta, Açores):

 

Edited by Wallace Rezende
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  • 2 weeks later...

Tempestade subtropical Melissa se formou na costa leste dos EUA.

O ciclone vai ter uma vida bem curta.

 

BULLETIN
Subtropical Storm Melissa Advisory Number   1
NWS National Hurricane Center Miami FL       AL142019
1100 AM AST Fri Oct 11 2019

...NOR'EASTER CENTERED SOUTHEAST OF NEW ENGLAND BECOMES A
SUBTROPICAL STORM...
...CHANGE IN STORM STATUS DOES NOT CHANGE EXPECTED IMPACTS FROM WIND
AND COASTAL FLOODING ALONG PORTIONS OF THE MID-ATLANTIC COAST AND
SOUTHEASTERN NEW ENGLAND...


SUMMARY OF 1100 AM AST...1500 UTC...INFORMATION
-----------------------------------------------
LOCATION...38.5N 69.6W
ABOUT 190 MI...300 KM S OF NANTUCKET MASSACHUSETTS
MAXIMUM SUSTAINED WINDS...65 MPH...100 KM/H
PRESENT MOVEMENT...SSW OR 200 DEGREES AT 3 MPH...6 KM/H
MINIMUM CENTRAL PRESSURE...995 MB...29.39 INCHES


WATCHES AND WARNINGS
--------------------
There are no coastal tropical cyclone watches or warnings in effect.

For information on wind and coastal flooding hazards, see products
issued by your local National Weather Service office at
weather.gov.

 

EGmx0NiW4AARsx5?format=jpg&name=medium


 
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Tempestade tropical Nestor se forma no Golfo.

Deve fazer landfall amanhã na Flórida.

 

BULLETIN
Tropical Storm Nestor Intermediate Advisory Number 5A
NWS National Hurricane Center Miami FL AL162019
100 PM CDT Fri Oct 18 2019

...DISTURBANCE BECOMES TROPICAL STORM NESTOR...
...DANGEROUS STORM SURGE AND TROPICAL STORM FORCE WINDS EXPECTED
ALONG PORTIONS OF THE NORTHERN GULF COAST LATER TODAY AND TONIGHT...


SUMMARY OF 100 PM CDT...1800 UTC...INFORMATION
----------------------------------------------
LOCATION...26.3N 89.5W
ABOUT 195 MI...315 KM S OF THE MOUTH OF THE MISSISSIPPI RIVER
ABOUT 355 MI...570 KM SW OF PANAMA CITY FLORIDA
MAXIMUM SUSTAINED WINDS...60 MPH...95 KM/H
PRESENT MOVEMENT...NE OR 55 DEGREES AT 22 MPH...35 KM/H
MINIMUM CENTRAL PRESSURE...1001 MB...29.56 INCHES

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Em 18/10/2019 em 14:43, Renan disse:

Dá pra perceber que Dorian foi um ponto fora da curva nesta temporada de furacões. Quando fechar a temporada, queria uma análise do pessoal especializado.

Não foi um ponto fora da curva. Teve o furacão Lorenzo também de categoria 5 e ainda um outro grande furacão (Humberto de CAT3). Última temporada com furacões de categoria 5 sem ter havido furacões de categoria 4 foi 2007 que foi um esculacho. 2 furacões CAT5 e somente mais 4 de CAT1, aí sim pontos fora da curva.

 

O GFS vem há várias rodadas mostrando uma ciclogênese que surgiria no Atlântico Norte e que poderia se deslocar pra região dos Açores adquirindo características tropicais ou subtropicais.

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