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Brasil Abaixo de Zero

O Tempo Antigamente


Vinicius Lucyrio
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Do finado MeteoBrasil, um post do Allef Matos:

 

Abri este tópico para tratarmos dos fenômenos meteorológicos ocorridos num passado mais distante.

 

Para começar alguns dados sobre ondas de frio extrema entre 1814 á 1824 no país.

 

Vejam abaixo descrições de como o frio foi intenso naquele período entre 1818-1821 no interior do Brasil , segundo trechos em livros:

 

 

1814 - Datam deste ano, os primeiros registros achados a respeito do frio. Existem referências, oriundas de 3 fontes distintas (todas de MG), que fazem menção a uma violentíssima onda de frio neste ano. Ainda não foi determinado o local exato onde foram feitas as seguintes observações. Aparentemente as anotações principais provêm de Ouro Preto. Os dados dizem que geou durante 8 dias consecutivos. A água congelou em mais de 1 dedo de espessura e houve dia em que à sombra , não derretia, mesmo durante o dia. A devastação das lavouras e das florestas foi catastrófica. Florestas inteiras morreram, dando lugar ao capim e 4 anos depois ainda não haviam se recuperado. Os peixes, na maioria dos rios foram dizimados. Há um registro de 1818, no qual fala-se de árvores mortas nesta onda de frio , numa região não muito longe de Juiz de Fora ( cerca de 20 ou 30 KM à noroeste da atual cidade). Aparentemente , esta geada atingiu todo o Centro ??? Sul de Minas Gerais.

 

1815 - explosão do vulcão Tambora.

 

1818 - O verão de 1817 para 1818 foi extremamente chuvoso no Sudeste do Brasil. As chuvas começaram em outubro de 1817, atingiram níveis fortes em novembro do referido ano e prolongaram-se terrívelmente intensas e quase sem interrupções até março de 1818. Por outro lado, em abril / maio teve início uma rigorosa seca, também na região Sudeste e que durou até a segunda quinzena de outubro, fazendo a população padecer , assim como as enchentes gigantescas do começo do ano. Na primavera de 1818 é que surgem os primeiros indícios de um distúrbio meteorológico ; o mais forte ligado ao frio no Brasil dos até agora verificados. Em 25 de setembro é registrada geada nas proximidades de Juiz de Fora-MG. O frio permaneceu forte na região até o dia 30 do mesmo mês. Em outubro, a seca atingiu seu auge em Minas. Em Barbacena há registros de procissões para que ocorresse o fim do problema. E finalmente, nos dias 19 e 20, começa a temporada da chuvas. Novembro começa chuvoso no Estado. No dia 4 ocorrem temporais na região de Bambuí. Aqui começa uma baixa de temperatura interessante: na noite do dia 5, segundo um viajante, foi necessário o uso de fogueiras de fogo alto, mas que incrívelmente não conseguiam aquecer. E a manhã do dia 6 foi espantosamente fria. Geou com grande intensidade. O registro diz que às 8 hs, a vegetação estava coberta de espessa geada. Sabe-se apenas que esta anotação foi feita na região de Bambuí, em uma baixada. O frio perdeu força rapidamente no dia 7. Anotações feitas na Bahia falam de violentos temporais neste dia. Seria a frente fria? Outra coisa importante a destacar-se é o fato de que as chuvas de novembro e dezembro deste ano em Minas , parecerem ter sido irregulares espacialmente. Enquanto em algumas regiões houve muita chuva, em outras quase não choveu. OBS: Existe uma nota que fala de muito frio na noite de 16 de dezembro.

 

Janeiro 1818 São Paulo

" A diferença de temperatura no inverno (maio-setembro) e no verão e nos meses chuvosos (outubro a abril) é significativa, deitado nas províncias do norte. Não é incomum ver, mesmo que não diretamente para a cidade, mas nas regiões mais altas de geadas durante a estação fria, o frio é tão sensível e persistente, mas nunca que você acha que ele iria criar para além do habitual fogareiros e fogões. Sobre as Grandes Planícies, que estendem a oeste e ao sul da capital, nota-se uma proporção constante dos ventos para a posição do sol. Onde que está localizado nos sinais do Norte, Estado SSW e ventos SE. Quando ela se vira para o S., os ventos são menos duráveis ".

 

Janeiro 1818 - Ouro Preto

 

"O clima desta capitania é devido à posição alta na maior parte bastante fresca, a fruta europeus e os preços da fruta. O termômetro alterado durante a nossa estadia em Villa Rica, de l muito: ele ficou na parte da manhã antes do amanhecer a 12 ° C, ao meio-dia a 23 °, na noite i6 °, 14 ° à meia-noite. O barômetro subiu e desceu entre 23 ° e 25,50 ", o Fischbeinhygrometer mostrou que 55 ° a 70 °. (:.:-) O clima foi muito agradável, mas freqüentemente resfriado por uma tempestade repentina. Durante os meses mais frios Junnho e Júlho entra por vezes soprar as culturas de maturação muito prejudicial um, era assim nos anos anteriores à nossa chegada, uma parcela considerável da colheita de bananas, cana-de-açúcar e café gelado. Os ventos aqui a partir de direcções diferentes, e nunca trazem com grande cordialidade, mas denso nevoeiro em que são muitas vezes os topos das montanhas vizinhas olhar envolvido" .( Obs: Estas temperaturas foram feitas em janeiro, ou seja amanhecia com 12 graus em pleno verão,e a máxima não passava de 23 graus)

 

1819 - Este ano é o grande ano quando se fala de frio no Brasil. Não há confirmação de todas as informações ainda e o porque de frio tão violento. Janeiro começa com temperaturas relativamente normais no Centro do país. Porém, registros de Goiás revelam que no dia 14, algo de estranho começou a acontecer... Anotações realizadas perto da atual cidade de Jaraguá (GO), indicam que o dia 14 foi quente, mas houve então um forte temporal, após o qual a temperatura baixou violentamente. Não se fala mais nada, até que se relata um fato no mínimo estranho: GEOU NA REGIÃO DE JARAGUÁ, GOIÁS, NO DIA 19 DE JANEIRO, EM PLENO VERÃO, NUMA ÁREA ABAIXO DE 1000 METROS DE ALTITUDE. O registro aponta para às 8hs da manhã forte geada. Esta anotação foi feita num engenho de cana-de-açúcar. No mesmo dia relata-se que foram achadas mortas várias cascavéis da grossura de um braço. OBS: Ao ser achado este registro, pensou-se que tratava-se de algum erro, mas verificando todas as outras anotações percebeu-se que era realmente isto que o autor queria dizer. Também é difícil que seja erro de tradução, pois os originais em alemão foram verificados por pelo menos 3 tradutores e todos traduziram o trecho da mesma forma. Porém é necessário a procura de novas fontes para este ano, que possam esclarecer melhor o fato, assim como confirmá-lo ou desmentí -lo. O anotador fazia parte de uma expedição científica, encomendada por um monarca europeu. Choveu bastante na região de Goiás, da segunda quinzena de janeiro a meados de abril. A noite de 30 de abril para 1º de maio foi muito fria. Em uma localidade ainda não identificada da região central do Estado, o amanhecer deste dia foi de geada forte. E curiosamente, no dia 3, gafanhotos passam por lá.

 

Maio segue tranqüilo até o dia 25, quando se relata muito frio.

 

Na noite de 28 para 29 é que ocorre o pico desta onda. A anotação do dia 29, às 6hs da manhã, relata que geou e acrescenta:

 

"A minha própria tenda estava inteiramente branca, parecendo coberta de neve. Partimos. A vegetação em todas as calmas, estava crestada, (...).

 

Deste relato, podemos deduzir que a temperatura caiu a pelo menos 0ºC na relva, congelando o orvalho sobre as tendas dos viajantes. Detalhe: esta observação foi feita no norte de Goiás.

 

Junho teve início com frio intenso, mas não ocorreu nenhuma excepcionalidade. Exceto a rigorosa seca que assolou o Sudeste do país.

 

O ar seco provocou calor em junho e início de Julho na região. Nos primeiros 10 dias de julho completaram-se 2 meses sem um pingo d'água no Centro-Norte de Goiás. No dia 6 de julho ocorre uma forte elevação de temperatura, seguida de frio muito forte no dia 7. À noite, as temperaturas já estavam baixíssimas em todo o Centro-Sul do Brasil. No amanhecer de 8 de julho, quase na fronteira com o Tocantins, a água havia congelado até mesmo dentro de um cálice deixado de propósito ao ar livre. Mas já no dia 9 a temperatura voltou a subir fortemente. Faz calor após o dia 12. Mas no dia 21 volta a gear, com força, na fronteira de Goiás com o Tocantins, congelando o orvalho.

 

OBS: Na verdade, não está certo se este registro é mesmo de Goiás. Há indícios de que pode ser do Tocantins. Volta a esquentar somente no dia 25.

 

Em agosto, já no Tocantins, entre os dias 19 e 22 fez frio a ponto de tirar o sono de um grupo de viajantes. Na manhã do dia 22, um deles que era austríaco , relata que o frio chegava a ser desagradável de tão forte.

 

"À SOMBRA EM GOIÁS EM 1819 TEMPO: Durante todo o mês houve somente 5 dias serenos, com sol, muito quentes, ao passo que as ... eram sempre frescas, sendo três delas com muita névoa; no dia 19, porém, a 17°6, acompanhada de forte geada ". ..

.

Nota: Infelizmente , não se conseguiu nenhum registro para os meses subseqüentes de 1819. Para a região Sul do Brasil também não acharam-se dados anteriores a 1820. Apenas sabemos que ocorreram violentas enchentes na região, passando para seca no Rio Grande do Sul no fim do ano.

 

 

 

1820 - Este ano entraria para a História do Rio Grande do Sul por ter sido registrada uma das mais fortes secas que se tem notícia na região. Não choveu de janeiro a agosto em várias áreas do Estado, ao passo que o primeiro trimestre foi muito chuvoso no Paraná.

Neste ano é que surgem os primeiros registros de frio no Sul do país. Enchentes calamitosas atingiram o Centro do Brasil durante o verão e parte do outono. A primeira grande geada deste ano, atinge a região de Pirenópolis, Goiás, no dia 6 de maio. No dia 7, mais uma vez, mas ainda mais forte. Entre os dias 8 e 9 o frio aumentou mais ainda, e a noite deste último dia foi extremamente fria. A temperatura só subiria no dia 12. Relatos do Rio Grande do Sul dão conta de uma forte onda de frio iniciada na noite do dia 11 de junho e que prolongou-se até o dia 16. O frio foi considerado "excessivo"; note-se que as observações foram feitas no litoral.

 

No dia 19 começa uma nova onda polar , que vai até o dia 21. O relato seguinte, de 4 de julho, diz que há vários dias o tempo está frio e que quase todas as noites forma-se geada em Porto Alegre. Algumas de grande intensidade. Está onda polar estendeu-se até o dia 7 , pelo menos. Não há outros relatos significativos , embora tenham ocorrido várias ondas de frio fortes até o fim de setembro. Até o momento estes são os relatos para este ano.

 

Porto Alegre, 4 de julho 1820 - "Durante vários dias o tempo manteve-se frio. Hoje está sombrio, como na França antes de nevar, tendo chovido em grande parte do dia. Há geada quase todas as noites e o Conde mandou juntar muito gelo para fazer sorvete.

Acostumado, como já estou, às altas temperaturas da zona tórrida sofro muito com o frio. Ele tira-me toda espécie de atividade, privando-me quase da faculdade de pensar.

{Esse frio repete-se todos os anos. Toda a gente se queixa dele, sem contudo procurar meios eficazes de defesa contra o inverno. Apenas cuidam de agasalhar o corpo com vestes pesadas. Todos os habitantes de Porto Alegre usam em casa um espesso capote que, impedindo-lhes até os movimentos, não os impede de tremer de frio...} Ninguém tem a idéia de aquecer os quartos, trazendo-os bem fechados e munidos de lareira"

 

 

 

1821 - Em janeiro terminou de vez a seca no Rio Grande do Sul, passando para um regime de chuvas constantes e um outono extremamente úmido.

Registrou-se uma forte onda de frio no Estado entre os dias 31 de março e 2 de abril. Nota: Na noite do dia 13 de abril, na localidade de "Tronqueira", ocorreu um tornado, o primeiro que temos registro até o momento no Brasil. Ainda precisa-se de confirmação, mas todos os dados indicam que o fenômeno não foi uma simples ventania. Durou cerca de 3 minutos e devastou boa parte da região, derrubando árvores e destruindo parcialmente casas.

 

Abril foi excessivamente chuvoso no Rio Grande. Não conseguiu-se a data exata, mas há relatos de enchentes grandes na região do rio Uruguai.*

 

Não foi encontrada mais nenhuma menção de frio para este ano, o que leva a deduzir que o distúbio de 1819 teve fim.

 

Segunda Viagem do Rio de Janeiro a Minas Gerais e a S. Paulo / Auguste de Saint-Hilaire - 1822

Pg. 91 – Mogi das Cruzes - 13 abril. "O frio, como havia previsto, foi muito intenso esta noite e passei

bem mal."

 

1824 - Uma carta datada de 10 de setembro, escrita pelo líder religioso da primeira leva de alemães que chegou em Nova Friburgo - RJ, assim descreve o clima da cidade: No verão é muito quente, mas o calor é suportável, pois dura somente 12 horas por dia. As noites são mais frescas que na Europa. O inverno em Nova Friburgo, não é fresco, mas frio, tão frio que vi nas partes da manhã, até às 10 horas uma crosta de gelo na água e não me arrependi de ter trazido da Alemanha uma coberta de penas. Teria ocorrido uma super onda de frio em 1824?

 

 

 

Fonte: Blog do Carlos Alberto.(meteorologiaeclima).

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Mensagem minha, também no MeteoBrasil, de 2010:

 

Seguem abaixo alguns relatos retirados de jornais da época, postados pelo usuário Paulo Lima no Interativo da Climatempo:

 

Gazeta de Campinas - 07 de Julho de 1870 Anno I - N.70

Rio Claro - desta localidade, em data de 3 do corrente, o nosso correspondente escreve-nos o seguinte: continuam a chegar noticias de vários pontos sobre diversos factos que se deram por ocasião da ultima geada. São-nos comunicados por pessoa de fé e como tal os transmitimos a nossos leitores. De uma carta de S. Carlos do Pinhal consta que, em uma fazenda daquele município, as gotas d´agoa que pingavam d´uma bica foram gelando á proporção que caiam, de modo que chegou a formar-se uma pequena pyramide de dous palmos de altura, mais ou menos, e cera de três polegadas de diâmetro. Da Freguezia do Patrocínio, município da Limeira, referem-nos que no Ribeirão das Araras morreu uma grande quantidade de peixes nas noites em que a geada foi mais intensa. Na fazenda do sr. Francisco de Queiroz Telles, município de Jundiahy, ficou completamente gelada a agoa de colonia que se continha em um vidro colocado sobre a mesa de uma sala forrada e assoalhada. Finalmente, no Ribeirão, que banha a Villa de Bethlem de Jundiahy, a agoa gelou em a superfície de suas margens, na extensão de cerca de dois palmos por banda.

 

Gazeta de Campinas - 06 de Julho de 1876 Anno VII - N.785

Geada - tem resfriado bastante o tempo, e parece que o flagello da geada virá mais uma vez prejudicar a nossa lavoura. Em alguns sitios tem apparecido o terreno coberto de neve, e consta-nos que nos Vallinhos a agua tem gelado a ponto de se levantarem laminas de gello de tres a quatro centimetros de espessura.

 

Gazeta de Campinas - 22 de Agosto de 1879 Anno X - N.1702

O Ypanema, de Sorocaba, refere o seguinte: Por uma carta de Botucatú dirigida a uma pessoa desta cidade, soubemos que os prejuizos causados pela geada do dia 9, foram avultados. Perderam-se muitas e grandes plantações novas de café e os que poderam resistir soffrem, no dizer do communicante, um atrazo de dois annos pelo menos. Em Itapetininga tambem, segundo nos informam houve bastantes prejuizos. Dizem os entendidos que não foi geada, mas sim neve que cahio naquelle dia; e de facto as plantações que estavam nos altos foram as que mais soffreram.

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Retirado do DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO de 13 de dezembro de 1893:

 

"Martin de Mousay observou em Montevideo, Republica do Uruguay, a maxima absoluta de 41 graos. Não nos consta que se tenha observado tal temperatura em nenhum ponto do territorio brasileiro."

 

"Em Nova Friburgo, estado do Rio de Janeiro, para 22°19 de latitude sul e 876 metros de altitude, as observações de Engert, durante quatro annos, dão a média de 17,3°C, com uma máxima de 29°C e uma mínima de 1°C."

 

"Em Uberaba, ainda em Minas Geraes, a 750 metros acima do nivel do mar, as observações do frei Germano d'Annecy dão a media annual de 21°C, sendo de 2°C, abaixo de zero o mínimo absoluto."

 

"Martins afirma que não é raro a queda de neve nessas regiões. Julio Hann refere que nas localidades entre Barbacena, a 21°13 de latitude sul e Ouro Preto, a 26°28 de latitude sul, no estado de Minas, se observou uma temperatura de 3,5°C abaixo de zero em junho de 1870 e mesmo 6°C abaixo de zero em Barbacena, em 19 de junho de 1943. Nesse ano houve em Ouro Preto uma boa queda de neve."

 

"Em Cascata, na Serra de Caldas, em uma altura de 1270 metros e 21°59 de latitude sul, observaram-se 40°C em 1884, no mês de janeiro, e 0°C em junho. Toda a região visinha tem o mesmo clima."

 

"A cidade de São Paulo, capital do estado do mesmo nome, situada a 730 metros de altitude, tem segundo Jayner, a temperatura média de 17°C. A máxima normal é de 31,8°C. Em junho e julho gia muitas vezes. Nos meses de outubro a dezembro domina o vento marítimo de sudeste; de janeiro a março domina o vento de terra de nornoroeste (isso mesmo) e no resto do ano o nordeste e sudeste. A nebulosidade é de 7,2 (!!!!!!!!!!!!!!) e o número de dias de chuva é de 147, inclusive 68 de tempestade."

 

"Em Descalvado, que está a 16° de latitude sul, cahiu em 21 de outubro de 1875 com a temperatura de 39,9°C, uma tempestade de sudoeste (observação minha: com uma temperatura dessas, e uma tempestade de sudoeste, a região deve ter ficado com vários dias quentes e logo chegou uma frente fria) acompanhada de granizo, phenomeno muito raro em tais latitudes. À noute a temperatura baixou para 15,5°C, havendo assim uma queda de 25 gráos no espaço de algumas horas."

 

"Nas regiões elevadas do Matto Grosso não é raro haver geada no mês de julho."

 

"Em Palmeira, a 27°45 de latitude sul e a 580 metros acima do nivel do mar, cahiu de 5 a 6 centimetros de neve no mez de agosto de 1879."

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Trechos retirados de Diários Oficiais de São Paulo de junho/1899:

 

"Em consequencia desse frio, houve geadas muito prejudiciaes por todo o interior do Estado, tanto que se encontraram pedaços de gelo nas ruas de Sorocaba até as 10 horas da manhan do dia 18, e, segundo uma notícia publicada na Germania, desta capital, até morreu de frio um homem de côr, desabrigado em São Carlos do Pinhal (atual São Carlos), em uma das noites do mez.

 

A maior temperatura média das 24 horas de um dia durante o mês foi de 17,6°C, no dia 1º; a menor foi de 8,3°C no dia 18."

 

"A média de temperatura do mês, que foi de 14,2°C, foi 0,2°C menor que a normal, a máxima, que foi de 27°C, foi egual a maior registrada anteriormente em Junho, e a mínima, que, no observatório da Eschola Normal, foi de 2,8°C, mas em outros pontos da cidade, de 0,5°C, foi sensivelmente maior do que as observadas em alguns outros annos; pois nesse mez, em 1895 foi de 0,0°C e em 1890 foi de -0,9°C. No interior do estado, porém, o frio foi mais rigoroso. Em Sorocaba fez -2°C, e na chácara do ar, do senhor Manoel A. de Mattos, perto de São Carlos do Pinhal, a -4°C."

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Vinícius o interessante é que o frio naquela época era severo até mesmo no verão, primeiro a geada em janeiro no estado de Goiás, agora este relato preciosíssimo do contando acerca do clima na provincia de Mato Grosso além de relatar um frio severo em pleno verão a leste da capital em Marços de 1822 veja:

 

"As regiões habitadas de Matto-Grosso, situada bem no centro do continente, n'uma espécie de corredor aberto entre a cordilheira dos Andes e as terras altas do Brasil central, distiguem-se por um regimem climatico especial. A temperatura média é muito elevada, ainda mais do que no littoral: o fraco relevo do solo acima do nivel do mar, nestas latitudes 15 a 18°, deixa toda sua força ao calor solar, reflectido de mais a mais pelos paredões brancacentos das montanhas vizinhas. Os ardores do verão castigam mais do que nas próprias margens do Amazonas, debaixo do equador: mas as oscilações do thermometro não oferecem a mesma regularidade. As mudanças dão-se ás vezes com uma subitaneidade sem exemplo nas outras regiões tropicais do Brasil: no espaço de 12 horas veem-se differença de 15 a 18 graos na columna thermometrica. Estas variações repentinas provêm dos ventos que saltam do noroeste para sudeste, ou vice-versa. O movimento das columnas de ar é determinado pela fórma de corredor por onde são arrastadas: aos ventos tepidos provenientes da região amazonica succedem, no inverno, ventos que sompram do frio pampa. Nas alturas do circo de chapadões e montanhas que rodeia as planicies de Matto-Grosso o frio desce abaixo do ponto de congelação e muitas vezes morrem viajantes na travessia do Araxá; em Março de 1822, isto é, no fim do verão, uma caravana procedente do Rio de Janeiro perdeu mais de vinte negros, mortos pelo frio no vale do Manso, a Leste de Cuyabá"

 

No período do verão e segunda metade da primavera não é raro um bolsão de ar frio atingir o sul, oeste, centro de MS e MT, baixando as temperaturas consideravelmente. Raramente atinge outrs áreas do Centro-Oeste, algumas vezes chega a fazer um friozinho só no oeste de MS e sudoeste de MT. Este ano em Janeiro tive um dia com variação de 18/26°C e em Corumbá 17/23°C. Já no século XIX como observamos esses bolsões eram extramente fortes e mais amplo. Fico imaginando, o oeste da região Centro-Oeste que é a mais atingida pelas mP's como deveria ser naquela época? como era a antiga Vila Maria do Paraguai, que hoje é Cáceres? será que um dia já nevou nas serras em volta da cidade? em no norte de MS e nas chapadas de MT?

 

São perguntas que aos poucos podem ser respondidas. Assim espero.

 

Abraços.

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Jornal Gazeta de Campinas - 21/08/1876 - Ano VII - N. 826 - Pag. 2

 

Tempestade - do Jahú escrevem-nos: “Na noite do dia 7 em lugar distante do municipio dos Dois Corregos, cerca de duas leguas vi um espectaculo tenebroso: em um perimetro de 500 metros mais ou menos deu-se um tufão com tal redemoinho que deixou aquelle logar tão devastado como se os arbustos e arvores dahi tivessem sido arrastados a fouce e machado. A estrada ficou toda obstruida de troncos de páos e pedaços de galhos, de modo que se nesse momento terrivel alguem por alli passasse seria victima infallivel de similhante arrojo da natureza.”

 

FONTE: "A História do Clima de São Paulo" (Ricardo Araki, sob orientação de Profª Drª Lucí Hidalgo Nunes e co-orientação de Prof. Dr. Christian Pfister - UNICAMP). Disponível em www.bibliotecadigital.unicamp.br/docume ... =000895682

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Jornal Gazeta de Campinas - 11/03/1877 - Ano VIII - N. 982 - Pag. 2

 

Um cyclone - Refere a Província de hontem:

 

De S. José dos Campos, a 7 do corrente, nos communicam:

 

Hoje, às 3 horas menos 10 minutos da tarde, a população desta cidade foi surprehendida por um phenomeno meteorologico, que admirou e causou muito medo a muitos. Nada menos foi do que uma tromba formada de uma columna de vento e precedida de um ruído semelhante ao de volumosa cachoeira. No seu movimento gyratorio bastante rápido, correspondendo com o seu cone formado nas nuvens, a tromba derrubava por terra tudo que encontrava, envolvendo em si ramos, folhas e poeira, que a acompanhava em seu gyro. Este phenomeno, por felicidade nossa, não atravessou o povoado, fazendo seu trajecto de sueste a noroeste, dos lados da estação; deitou por terra grande numero de arvores, quebrando e desarraigando muitas, atirando aqui e acolá os galhos; passando pela casa do sr. Martinho, virou todas as telhas, lançando a maior parte por terra; empurrou para longe um wagão que estava em uma das chaves dos trilhos da estação, e assim seguiu seu trajecto devastador, até que o perdemos de vista em conseqüência de uma pesada chuva com vento e saraiva que durou até 3 ½ horas; as pedras cahiram por espaço de 15 minutos, e deram para formar em muitos lugares camada grossa. Pessoalmente verifiquei arvores, entre muitas, desarraigadas por este phenomeno; três d´ellas têm as seguintes circumferencias no tronco: 1m10, 1m, 0,90m. O cyclone em seu caminhar parece ter feito seu gyro n´uma extensão de 20 metros de largura, como se vê das arvores derrubadas e quebradas.

 

FONTE: "A História do Clima de São Paulo" (Ricardo Araki, sob orientação de Profª Drª Lucí Hidalgo Nunes e co-orientação de Prof. Dr. Christian Pfister - UNICAMP). Disponível em http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?down=000895682

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Os eventos de frio era incríveis, monumentais, inimagináveis nos dias de hoje. O aquecimento Global é realidade e

trouxe essa suavização no clima brasileiro, que me parecia mais extremado para o frio principalmente.

 

Neve em Ouro Preto....tento imaginar isso mas não consigo!

 

O Aquecimento Global faz parte dos ciclos da natureza: Se ocorreu um período de resfriamento, com o fim do mesmo, o planeta, por causas naturais , esquenta; um tipo de compensação climática. Mas, tal aquecimento pode estar chegando ao fim, ou seja, já pode estar diminuindo de intensidade.Provavelmente, poderemos ter de volta ventos extremos de frio no Brasil no futuro.

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Os eventos de frio era incríveis, monumentais, inimagináveis nos dias de hoje. O aquecimento Global é realidade e

trouxe essa suavização no clima brasileiro, que me parecia mais extremado para o frio principalmente.

 

Neve em Ouro Preto....tento imaginar isso mas não consigo!

 

O Aquecimento Global faz parte dos ciclos da natureza: Se ocorreu um período de resfriamento, com o fim do mesmo, o planeta, por causas naturais , esquenta; um tipo de compensação climática. Mas, tal aquecimento pode estar chegando ao fim, ou seja, já pode estar diminuindo de intensidade.Provavelmente, poderemos ter de volta ventos extremos de frio no Brasil no futuro.

 

Eu também enxergo dessa forma. O aquecimento global é um fato, mas não dá pra dizer que é causado pelo homem. Os eventos extremos de frio de séculos passados têm chance

de voltar a ocorrer neste século XXI. Só não sabemos se iremos testemunhá-los.

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Acrescentando; os extremos de frio podem voltar ainda quando estivermos vivo, andei lendo que o pico do aquecimento ficou na década de 2000 ( não exatamente com essas palavras); e que, talvez, teríamos um novo mínimo solar, como ocorreu entre os séculos 14 e 19.Ou seja, há esperanças de um novo período frio em algumas décadas, entretanto, os efeitos disso poderão ser sentidos brevemente, com a volta dos invernos normais (massas polares fortes, neve nas regiões serranas do sul e sudeste geadas nas duas regiões e no MS, friagens no AC e RO) e depois, com invernos verdadeiramente gélidos. Tais teses possuem só porte dos cientistas russos, que argumentam a chegada duma nova era glacial ainda nessa década; possivelmente, para ocorrer tal resfriamento, a órbita terrestre deverá ficar mais enclinada; o que causaria numa inclinação dos raios solares refletidos na Terra.

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Os russos estão praticamente sozinhos nesse estudo...boa parte dos cientistas sustentam a teoria de que o homem é grande causador do aquecimento

e que o século atual seria marcado por grande aumento da temperatura média global.

 

As pessoas fiquem com as opiniões que quiserem. Prefiro ser um sonhador de que em algum momento os gráficos indicarão queda da temperatura

do planeta.

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  • 3 weeks later...

Interessante, Vinicius. Gosto deste tópico.

 

Renan,

Certa vez vi um estudo de um ilustre professor ( trabalha com climatologia) mostrando anomalias de algumas variáveis entre 1980/2010 na América do Sul e juntamente com teste de significância a respeito destas variáveis.

O teste de significância nos permite rejeitar ou não uma hipótese estatística com base nos resultados de uma amostra.

Assim foi mostrado que em parte da Argentina, do cone sul e do oeste do continente houve uma redução na temperatura mínima, ao passo que houve um aumento sobre parte do norte/nordeste do Brasil. O que aumentava numa parte, diminuia na outra. É compensatório! A atmosfera é um fluido preso ao campo gravitacional terrestre.....como um balão cheio de ar, onde tu aperta de um lado infla do outro.

 

Abraços.

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Interessante, Vinicius. Gosto deste tópico.

 

Renan,

Certa vez vi um estudo de um ilustre professor ( trabalha com climatologia) mostrando anomalias de algumas variáveis entre 1980/2010 na América do Sul e juntamente com teste de significância a respeito destas variáveis.

O teste de significância nos permite rejeitar ou não uma hipótese estatística com base nos resultados de uma amostra.

Assim foi mostrado que em parte da Argentina, do cone sul e do oeste do continente houve uma redução na temperatura mínima, ao passo que houve um aumento sobre parte do norte/nordeste do Brasil. O que aumentava numa parte, diminuia na outra. É compensatório! A atmosfera é um fluido preso ao campo gravitacional terrestre.....como um balão cheio de ar, onde tu aperta de um lado infla do outro.

 

Abraços.

 

Allef, meu querido.

 

Música aos ouvidos e o corpo pôs-se a bailar.

 

Teste de significância.

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Os russos estão praticamente sozinhos nesse estudo...boa parte dos cientistas sustentam a teoria de que o homem é grande causador do aquecimento

e que o século atual seria marcado por grande aumento da temperatura média global.

 

As pessoas fiquem com as opiniões que quiserem. Prefiro ser um sonhador de que em algum momento os gráficos indicarão queda da temperatura

do planeta.

 

Acho que os Russos não estão sozinhos nessa...hehehe

Veja: http://noticias.terra.com.br/ciencia/cientistas-terra-passara-por-mini-era-do-gelo-em-15-anos,67dd5b527490109287c0ab6668a1cd78q41eRCRD.html

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Relatos são relatos.

 

Conversei ano passado com um senhor de aproximadamente 80 anos aqui do interior da cidade, sobre a neve de Julho de 2013, perguntei se ele já tinha visto algo semelhante, e ele me disse que antigamente ocorria de ele acordar muito cedo pra trabalhar e os morros da cidade estarem cobertos de neve, mas ele afirmou que na década de 1910 o pai dele dele sempre comentou que houve uma nevada aqui na cidade que chegou a acumular 10/20cm no chão e falou que neste evento morreram diversos animais, matou todas as plantações dos colonos e chegou até a morrer gente.

 

Pode ser até difícil, mas acredito não ser impossível, afinal antigamente eventos mais extremados eram mais comuns que hoje em dia.

Mas se em julho de 2013 os morros acima dos 300/400 metros aqui na cidade chegaram a acumular 10/20cm de neve, pode ser realmente possível que algo mais forte que julho de 2013 possa ter causado precipitação com acúmulo em toda a cidade.

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Certa vez, li comentário do prof. Eugênio, da Metsul, sobre uma onda de frio que ocorreu em 1885 (Se não me engano).

 

Teria sido mais potente que todas dos séculos XX e XXI.

 

Pelos relatos que o Vini postou aqui, uma onda de frio que causa NEVE em Ouro Preto pode automaticamente ser considerada uma das mais fortes de sempre.

 

- Também esse relato de geada em Janeiro em GO é no mínimo surreal.

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Interessante, Vinicius. Gosto deste tópico.

 

Renan,

Certa vez vi um estudo de um ilustre professor ( trabalha com climatologia) mostrando anomalias de algumas variáveis entre 1980/2010 na América do Sul e juntamente com teste de significância a respeito destas variáveis.

O teste de significância nos permite rejeitar ou não uma hipótese estatística com base nos resultados de uma amostra.

Assim foi mostrado que em parte da Argentina, do cone sul e do oeste do continente houve uma redução na temperatura mínima, ao passo que houve um aumento sobre parte do norte/nordeste do Brasil. O que aumentava numa parte, diminuia na outra. É compensatório! A atmosfera é um fluido preso ao campo gravitacional terrestre.....como um balão cheio de ar, onde tu aperta de um lado infla do outro.

 

Abraços.

 

Talvez isso explica porque o oeste do continente tem demonstrado, continuamente, anomalias negativas de temperatura. Aquela região do chaco e pantanal tem demonstrado incrível sequência de temperaturas abaixo da média.

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  • 1 month later...

Uma pergunta:

Quando ocorreu a pequena idade do gelo, entre 1300 e 1800, a órbita da Terra contribuiu para o resfriamento? Já li que, quando a orbita do nosso planeta fica muito inclinada ( mais do que está atualmente) ocasiona o enfraquecimento da força com que os raios solares chegam a Terra, ou deixam nossos climas extremados.

E para ocorrer um novo resfriamento nossa orbita terrestre deverá se inclinar ainda mais?

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Uma pergunta:

Quando ocorreu a pequena idade do gelo, entre 1300 e 1800, a órbita da Terra contribuiu para o resfriamento? Já li que, quando a orbita do nosso planeta fica muito inclinada ( mais do que está atualmente) ocasiona o enfraquecimento da força com que os raios solares chegam a Terra, ou deixam nossos climas extremados.

E para ocorrer um novo resfriamento nossa orbita terrestre deverá se inclinar ainda mais?

 

Um resfriamento global devido à inclinação não faz muito sentido, regionalmente sim, pois enquanto um local recebe menos incidência de raios solares outro necessariamente recebe mais...

Agora, considerando que a terra não é uma esfera perfeita, dependendo do angulo que ela tem em relação ao sol é possível que o total recebido se altere, o cenário no qual a terra receberia menos radiação (não sei se isso chega a ser minimamente relevante), considerando que ela é achatada nos polos, seria aquele em que não houvessem estações, a linha do equador seria sempre paralela à menor reta que liga a terra e o sol...

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  • 11 months later...

O primeiro é uma tese de doutorado, consegues aqui:

http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?down=000895682

 

Hummm...Nem vi... O Vini já tinha postado esse link logo acima...

 

O segundo consegues aqui:

https://ippuj.joinville.sc.gov.br/conteudo/47-Hist%C3%B3ria+das+Inunda%C3%A7%C3%B5es.html

:good:

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  • 10 months later...

Olhem só: relatos de neve na região da atual Brasília.

 

O impressionante fenômeno climático está na anotação realizada em 10 de outubro de 1778: “Da Bandeira a Contage de São João das Três Barras 11 léguas, a saber ao Sítio Novo 2, ao Pipiripaô, 1 e 1/2, ao Mestre d'Armas 2, e 2 ½ São João das Três Barras, sítio tão frio que no mês de junho, que é a maior forma de inverno, chega a cair neve.” Junho, nos tempos atuais, é justamente o início da seca no Distrito Federal.

 

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2017/07/04/interna_cidadesdf,607119/esta-reclamando-do-frio-brasilia-ja-registrou-neve.shtml

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Olhem só: relatos de neve na região da atual Brasília.

 

O impressionante fenômeno climático está na anotação realizada em 10 de outubro de 1778: “Da Bandeira a Contage de São João das Três Barras 11 léguas, a saber ao Sítio Novo 2, ao Pipiripaô, 1 e 1/2, ao Mestre d'Armas 2, e 2 ½ São João das Três Barras, sítio tão frio que no mês de junho, que é a maior forma de inverno, chega a cair neve.” Junho, nos tempos atuais, é justamente o início da seca no Distrito Federal.

 

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2017/07/04/interna_cidadesdf,607119/esta-reclamando-do-frio-brasilia-ja-registrou-neve.shtml

Neveno Distrito Federal é inimaginável atualmente, quando mal neva no sul. Deve ter sido uma monstruosa massa polar pra ocasionar esse tipo de precipitação numa latitude tão baixa.

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Retirado do DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO de 13 de dezembro de 1893:

 

"Em Palmeira, a 27°45 de latitude sul e a 580 metros acima do nivel do mar, cahiu de 5 a 6 centimetros de neve no mez de agosto de 1879."

Não tinha lido esta postagem. Esta neve em Palmeira provavelmente foi provocada pela mesma nevada que acumulou 80 cm em Vacaria, 20 cm no sul da Lagoa dos Patos e deixou os morros de POA brancos por 4 dias. Foi em agosto deste ano. Foi a maior nevada da história do RS.

 

Sei que há uma localidade chamada Palmeira a oeste de Curitiba, mas a latitude e a altitude não batem.

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Porto Alegre, 4 de julho 1820 - "Durante vários dias o tempo manteve-se frio. Hoje está sombrio, como na França antes de nevar, tendo chovido em grande parte do dia. Há geada quase todas as noites e o Conde mandou juntar muito gelo para fazer sorvete.

Acostumado, como já estou, às altas temperaturas da zona tórrida sofro muito com o frio. Ele tira-me toda espécie de atividade, privando-me quase da faculdade de pensar.

{Esse frio repete-se todos os anos. Toda a gente se queixa dele, sem contudo procurar meios eficazes de defesa contra o inverno. Apenas cuidam de agasalhar o corpo com vestes pesadas. Todos os habitantes de Porto Alegre usam em casa um espesso capote que, impedindo-lhes até os movimentos, não os impede de tremer de frio...} Ninguém tem a idéia de aquecer os quartos, trazendo-os bem fechados e munidos de lareira"

Olha, não mudou NADA. Nada mesmo. Passar frio aqui é uma tradição profundamente arraigada. :mosking:

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Certa vez, alguém de Curitiba, não me lembro quem, falou aqui no BAZ que passava mais frio na capital paranaense do que em Boston, nos EUA.

 

Calma pessoal, antes que alguém diga alguma coisa, ele falava dos ambientes fechados. :laugh:

 

Ele dizia que em Curitiba passava frio dentro de casa, em Boston não.

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Certa vez, alguém de Curitiba, não me lembro quem, falou aqui no BAZ que passava mais frio na capital paranaense do que em Boston, nos EUA.

 

Calma pessoal, antes que alguém diga alguma coisa, ele falava dos ambientes fechados. :laugh:

 

Ele dizia que em Curitiba passava frio dentro de casa, em Boston não.

:rofl:

Eu tbm passaria mais frio DENTRO DE CASA, em Piraquara do q em Boston NA RUA durante o inverno. :laugh: :laugh: :rofl:

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Olhem só: relatos de neve na região da atual Brasília.

 

O impressionante fenômeno climático está na anotação realizada em 10 de outubro de 1778: “Da Bandeira a Contage de São João das Três Barras 11 léguas, a saber ao Sítio Novo 2, ao Pipiripaô, 1 e 1/2, ao Mestre d'Armas 2, e 2 ½ São João das Três Barras, sítio tão frio que no mês de junho, que é a maior forma de inverno, chega a cair neve.” Junho, nos tempos atuais, é justamente o início da seca no Distrito Federal.

 

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2017/07/04/interna_cidadesdf,607119/esta-reclamando-do-frio-brasilia-ja-registrou-neve.shtml

Salientando que antigamente noticiava-se geada como neve, era muito comum a troca. Muito provável que tenha sido isso.

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Retirado do DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO de 13 de dezembro de 1893:

 

"Em Palmeira, a 27°45 de latitude sul e a 580 metros acima do nivel do mar, cahiu de 5 a 6 centimetros de neve no mez de agosto de 1879."

Não tinha lido esta postagem. Esta neve em Palmeira provavelmente foi provocada pela mesma nevada que acumulou 80 cm em Vacaria, 20 cm no sul da Lagoa dos Patos e deixou os morros de POA brancos por 4 dias. Foi em agosto deste ano. Foi a maior nevada da história do RS.

 

Sei que há uma localidade chamada Palmeira a oeste de Curitiba, mas a latitude e a altitude não batem.

 

Marcos,

Palmeira não seria o antigo nome de Palmeira das Missões-RS

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Retirado do DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO de 13 de dezembro de 1893:

 

"Em Palmeira, a 27°45 de latitude sul e a 580 metros acima do nivel do mar, cahiu de 5 a 6 centimetros de neve no mez de agosto de 1879."

Não tinha lido esta postagem. Esta neve em Palmeira provavelmente foi provocada pela mesma nevada que acumulou 80 cm em Vacaria, 20 cm no sul da Lagoa dos Patos e deixou os morros de POA brancos por 4 dias. Foi em agosto deste ano. Foi a maior nevada da história do RS.

 

Sei que há uma localidade chamada Palmeira a oeste de Curitiba, mas a latitude e a altitude não batem.

 

Marcos,

Palmeira não seria o antigo nome de Palmeira das Missões-RS

 

Plausível mesmo!

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Retirado do DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO de 13 de dezembro de 1893:

 

"Em Palmeira, a 27°45 de latitude sul e a 580 metros acima do nivel do mar, cahiu de 5 a 6 centimetros de neve no mez de agosto de 1879."

 

Certamente trata-se da atual Palmeira das Missões (RS). Dados do Wikipedia:

 

Latitude: 27°53' 56" S

Altitude: 639 m

 

Tem mais: "Em 29 de dezembro de 1944, foi modificado o nome do Município e do distrito de Palmeira para Palmeira das Missões"

 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Palmeira_das_Miss%C3%B5es

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Antigamente, havia uma lei que dizia que 2 municípios não podiam ter o mesmo nome.

Hoje, isso já virou "zona": existem até 3 cidades com o mesmo nome no Brasil.

 

Por exemplo: se havia 2 cidades com o nome Palmeira, uma delas tinha que mudar.

Talvez por isso incluíram o "das Missões".

Para diferenciar da outra Palmeira.

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  • 3 weeks later...

Vou fazer uma contribuição bem pequena, até porque não tem dados de temperatura, somente relatos do Padre Anchieta.

 

Estou lendo o livro "A Capital da Solidão - Uma história de São Paulo das origens a 1900" de Roberto Pompeu de Toledo.

 

Entre vários trechos intrigantes (entre eles um que diz ter havido um maremoto em São Vicente no ano de 1541 :shok: ) ele traz uma passagem sobre uma invasão de índios à então vila de São Paulo de Piratininga no ano de 1562.

" Útil na guerra, Tibiriçá não deixava de sê-lo, também, na paz. Ele ajudou a construir o colégio "com suas próprias mãos", informa Anchieta. Será ele, sobretudo, oito anos depois da fundação do colégio... ...o salvador de São Paulo de Piratininga, diante do maior ataque que sofreu nos primeiros anos. Isso ocorreu num mês de julho em que fazia muito frio. Os inimigos, uma coligação de índios das redondezas, alguns dos quais haviam morado na aldeia dos padres e agora a renegavam, atacaram pela manhã, pintados e emplumados, e fazendo grande alarido."

 

Em outros trechos, Ancheita volta a reclamar do frio, principalmente quando fazia as missas para os índios ao ar livre.

 

Em outra carta (http://www.usp.br/jorusp/arquivo/2003/jusp654/pag1213.htm) ele conta:

 

“Todos os calores do verão se temperam com abundância de chuvas; mas no inverno (passado o outono, que começa em março numa temperatura intermédia) acabam as chuvas, e a força do frio torna-se mais aguda em junho, julho e agosto, tempo que vimos com freqüência as geadas espalhadas pelos campos crestarem quase toda árvore e erva e a superfície da água coberta de gelo.”

 

Anchieta era Espanhol, nascido nas Ilhas Canárias, mas morou em Portugal, fico imaginando como devia ser frio aqui por essas paragens àquela época.

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Sobre esse tal maremoto em São Vicente, certa vez li algo a respeito.

 

Segundo o texto que li, a maioria dos estudiosos atualmente acha que na verdade foi chuva torrencial combinada com maré alta.

Pois, ainda segundo esta mesma fonte, não existe nenhuma referência a maremoto em outras povoações coloniais na América do Sul naquele ano.

 

Outra coisa interessante que já li a respeito da vila de São Paulo naquela época é que os jesuítas reclamavam do quase isolamento na época das chuvas.

Os rios Tietê, Pinheiros e Tamanduateí alagavam completamente as respectivas várzeas, e atravessá-las se tornava bem difícil.

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Não sei se já comentei, mas Anchieta falava em congelamento num certo rio que provavelmente seria o Tamanduateí. Algo completamente inimaginável no cenário atual até mesmo nos cafundós de Mauá, onde o rio nasce.

 

LuluBros,

 

na época de Anchieta a Terra já estava num período climático bem mais frio do que hoje.

Somente durante "A pequena Idade do Gelo" de 1645 a 1715 as temperaturas estavam mais frias do que no período de Anchieta em São Paulo

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Sobre esse tal maremoto em São Vicente, certa vez li algo a respeito.

 

Segundo o texto que li, a maioria dos estudiosos atualmente acha que na verdade foi chuva torrencial combinada com maré alta.

Pois, ainda segundo esta mesma fonte, não existe nenhuma referência a maremoto em outras povoações coloniais na América do Sul naquele ano.

 

Aldo Santos,

em 1541 acho não existia Rio de Janeiro, Angra dos Reis, somente a vila mais antiga de Santa Catarina no litoral sul,acho que era Laguna.

E acho que Olinda e Salvador no Nordeste já eram vilas.

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LuluBros,

 

na época de Anchieta a Terra já estava num período climático bem mais frio do que hoje.

Somente durante "A pequena Idade do Gelo" de 1645 a 1715 as temperaturas estavam mais frias do que no período de Anchieta em São Paulo

Na verdade, a Pequena Idade do Gelo teve "2 períodos".

O primeiro entre 1250 e 1450, aproximadamente.

Houve um período mais quente mais ou menos entre 1450 e 1550.

Depois, novamente frio entre 1550-1600 até 1900, aproximadamente.

 

Desde que se tem registros históricos confiáveis, o rio Tâmisa congelou totalmente pela 1ª vez em Londres em 1607.

A última vez, se não me engano, foi em 1901.

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