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Quando ha frio em altura junto com umidade a neve ocorre com maior facilidade em temperaturas entre 3 e 6 graus; nas latitudes superiores a 40 isso é corriqueiro. Pra nós, de latitudes subtropicais, isso raramente acontece, o frio mais intenso vem com secura na atmosfera ou é raso.

O alerta de frio poderia ser indicado pelas cores azul e roxa, quanto mais próximo do roxo mais baixas as temperaturas.

Fico impressionado como a cidade do Rio de Janeiro, Blumenau e Porto Alegre tem frio suavizado para suas latitudes. Basta andar a uns 30 quilômetros pro interior e as temperaturas ficam bem mais baixas do que nas orlas.

O ECMWF (Europeu) e o GFS (Americano) são os mais confiáveis nas mps, ocasionalmente o Canadense acerta. Em todos, o mínimo que se espera é a isoterma de 0 em 850 mb chegando no sul do MS e SP, com precipitação invernal ao menos nas serras gaúcha e catarinense.

Concordo, o RS é o estado do país com maior latitude e onde mais ocorre mudanças térmicas ao longo do ano, o único porém é que lá tanto o calor quanto o frio são mais constantes, duram dias e dias. No norte do Paraná, interior de SP, MS e sul/oeste do MT na mesma semana podem acontecer variações de 35 graus ou mais nas temperaturas, como foi nas duas últimas mps. Nessa parte do Brasil são poucos os sistemas frontais que adentram com forte intensidade; do sul do PR pra baixo as frentes frias são frequentes, mesmo que fracas causam queda na temperatura enquanto mais ao norte o calor predomina.

O clima do norte paranaense, interior de SP, MS e sul/oeste do MT é o mais dinâmico do país, em 24 horas pode ir de 35 a 4/5 de mínima ou menos.

Será que já houve geada generalizada na cidade do Rio de Janeiro? Há registros de temperaturas próximas ou iguais a zero nas cidades vizinhas, e em 1918 e 1928 as massas polares foram históricas para todo o Sudeste, com geadas em 60% da região. Na orla de Copacabana, desde muitas décadas, não baixa de 11 graus, e nas regiões mais afastadas, como o Alto da Boa Vista, todo ano registra 8/9 graus. Para isso acontecer, uma massa polar tem que chegar, pelo continente, com temperaturas abaixo de 5 em 850 mb mais frio em altitude; neste caso a orla da cidade teria mínima de 7 graus e o restante 2/3 graus, considerando as diferenças de temperatura de cada setor.

De modo geral houve um leve aumento na intensidade e abrangência do frio, em alguns lugares reduziu a força e outros aumentou e entrou na área de influência da massa polar. Há chances do frio ser aumentado nas próximas rodadas, principalmente no Sudeste.

Se as rodadas de amanhã intensificarem o frio sim, muitas ondas de frio do passado vieram depois de dias com altas temperaturas.

As rodadas de amanhã serão decisivas para termos parâmetros da abrangência, intensidade e duração desta futura massa polar, já que ontem e hoje a diminuição do frio, geada e neve foi dentro do esperado. Como manhã fará dois dias para entrar no Brasil, a confiabilidade aumentará bastante, aí sim os alertas terão que ser emitidos para várias áreas do país. O cenário mais brando até agora mostrou algo semelhante a julho-2007/agosto-2013, já os mais extremos indicam situações semelhantes a 1975/1994, em todos esses as geadas foram, no mínimo intensas,e chegaram até pelo menos o sul de MG.

Essa onda de frio foi bem democrática, o cavado monstruoso chegou até na região de Brasília, 80% do Brasil registrou baixas temperaturas, geadas abaixo de 15S e neve no Itatiaia. Foi mais marcante no Sudeste e Centro-Oeste, no Sul os valores foram de frio forte comum para um mês de junho dos anos 80. 1988 também teve frio amplo e intenso, com destaque para dois pulsos, um no começo de junho e outro em julho, ambos causaram geadas danosas no Sul, SP, MS e centro-sul de Minas Gerais, o sistema frontal chegou até Pernambuco. A dinâmica de frio democrático/severo iniciada nos anos 50 durou até 1990, depois houve um gradual aquecimento no Atlântico Sul que alterou a dinâmica sobre o continente.

Até a rodada das 00Z do dia 25 eles vão recuar, depois voltarão a indicar com intensidade semelhante a das primeiras rodadas. Foi assim nas duas últimas mps, e elas vieram bem fortes.

Nossa, 1049 hPa em 30S é histórico a nivel global, nem na Ásia foi registrado tal valor. Os recordes de frio na África Austral serão renovados, bem como os acúmulos de neve.

De SP pro sul el nino significa inverno fraco e úmido, mais para o norte inverno fraco e seco. Isso se o atlântico sul estiver na mesma sintonia do pacífico, pois em alguns anos essa dinâmica não acontece. 1957, 1965, 1972 e 1994, apesar do el nino, tiveram um/dois eventos de frio extremo, com direito a nevascas e negativas amplas.

Até o dia 25 vai oscilar bastante, só depois é que teremos certeza do que vai acontecer de fato.

Concordo, as projeções indicaram uma massa polar mais forte até que a de 2000, as estações meteorologicas mais recentes tem chances de novos recordes de frio (mínimas e máximas), algum -11/-13 isolado nas baixadas.

Essa possível massa polar não parece com as de 1955 e 1975, pois há previsão de frio intenso até o sul da Bahia, o que não ocorreu naqueles anos. Nas rodadas de hoje cedo, lembrou 1928, 1957, 1984 e 1988.

Ainda está meio longe, pelas projeções a massa polar entra na América do Sul no dia 26, 27 chega ao sul do MT e norte de SP, 28 e 29 muito frio em 70 por cento do país com a frente chegando no interior nordestino e Amazonas; pelas temperaturas e, 850 mp geadas com danos no centro-norte da Argentina, Uruguai, Paraguai, RS, SC, PR, SP, MS, sul de MG e região serrana do RJ, geadas fracas em GO e sul do MT. Provavelmente haverá diminuição do frio nas rodadas de amanhã e no dia 24 e retorno das mesmas projeções no dia 25.

Um cavado, quando bem posicionado, advecta muito ar frio sobre o Sudeste, até mais do que um ciclone extratropical, neste cenário proposto, caso se confirme, poderemos ter recordes de mínimas e máximas em grandes áreas da América do Sul. Pela trajetória da alta+cavado, da Terra do Fogo até parte da Bahia terá frio forte em todas as camadas. O ponto positivo é a maior chance de neve no centro-norte da Argentina, Uruguai, Sul do Brasil e talvez em alguém locais da Mantiqueira. O único problema seria as geadas danosas que novamente afetariam o Sul, MS, SP e centro-sul de Minas. É hora de começarmos a ficar no sinal amarelo, se essas projeções se manter até o dia 24, terá que ser emitido alerta para frio severo pensando nos agricultores, já prejudicados pela escassez de avisos nas duas últimas massas polares.

Eu acredito que o frio noturno será maior do que o previsto no MS, SP e MG, pois o centro da alta vai estar mais ao norte do que de costume. Com a atmosfera seca, é possível a ocorrência de geada negra nos locais em que a temperatura estiver próxima ou abaixo de zero. Quanto aos danos nas lavouras, infelizmente desta vez o Sudeste sofrerá mais, pois esta mp vai com tudo pelo leste, grandes áreas terão mínimas sub-10.

1975 a mp ficou represada no Sul, parte do Sudeste (SP e partes de MG) e Norte, nessas áreas tivemos recordes de minima dificilmente alcançados. Campo Grande pode ter registrado sub-10 com sol, num jornal daqui foi atestado geadas destruidoras que cobriram até o asfalto, geadas até o sul de Rondônia, frente fria chegou em Roraima. 1994 teve o que faltou na de 75, ciclone, daí que grande parte do Sudeste brilhou nas mínimas. Além disso, o centro da alta foi mas para leste, na altura de SP/PR, estabilizando o tempo e permitindo grande resfriamento noturno, nas capitais São Paulo e Rio de Janeiro foi o último evento extremo de frio (nem 2000 foi tão relevante por lá).

1975 o centro da alta chegou a 1045 hPa no norte da Argentina, no Brasil superou 1040 hPa no sul, pra metade oeste da América do Sul foi, possivelmente, uma das mais intensas do século XX. Pro Sudeste nem tanto, a dinâmica foi desfavorável a maior expansão do frio para além do centro de Minas Gerais; 1918 parece ter sido mais intensa por lá.

No Sul, SP, MS, partes de MG, era uma vez as lavouras que restaram da última mp.

A África Austral está mais ao sul do que o Brasil, até 34S, ondas de frio intensas com neve na África do Sul e Lesoto são comuns de acontecer, os ventos frios das massas polares chegam até o centro-sul do Congo. Mas realmente, está onda de frio projetada está bem mais intensa do habitual para eles, há chances de terem recordes de menores temperaturas máximas e mínimas na África do Sul, Lesoto, Moçambique, Namíbia, Botswana, Zimbaboe, Angola e partes do Congo.